Negócios
Uruguai barra venda de ativos da Marfrig para a Minerva (mais uma vez)
Após ter concluído nesta semana mais uma fase de compras de ativos da Marfrig, de ovinos e bovinos no Brasil, Chile e Argentina, a Minerva Foods, anunciou nesta quarta-feira por meio de fato relevante que teve uma decisão desfavorável no Uruguai.
A Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia (Coprodec), órgão responsável por regular a concorrência no Uruguai, decidiu rejeitar o acordo para a compra das unidades de abate em Colônia, Salto e San José, ativos da Marfrig que somam R$ 675 milhões, atualmente em depósito em conta garantia.
O caso ainda vale recurso e a Minerva informou via fato relevante que irá recorrer nos próximos dias.
Essa já a segunda vez que o caso é analisado, tendo o primeiro parecer ocorrido em maio deste ano. Minerva e Marfrig já haviam interposto recursos administrativos, que foram negados, e agora avaliam novas medidas, incluindo recursos adicionais junto ao Ministério de Economia e Finanças do Uruguai e outras vias judiciais.
A Minerva anunciou a compra de 16 plantas da Marfrig por R$ 7,5 bilhões em agosto do ano passado, transação que levará a Minerva ao 2º lugar em abate de bovinos no Brasil, atrás apenas da JBS.
Segundo fato relevante da época, depois da conclusão das operações, a Minerva Foods passaria a ter uma capacidade total de abate de bovinos de 42.439 cabeças/dia, sendo que 52,6% da capacidade viria do Brasil, 14,1% da Argentina, e 10,7% do Uruguai, que teria 4.550 cabeças/dia distribuídas em seis plantas. O restante viria do Paraguai e da Colômbia.
Com três das seis plantas compradas no Uruguai com risco de não entrarem no portfólio, a produção por lá poderia cair a metade da prevista, o que representa cerca de 5% da sua capacidade total esperada com a aquisição.
Ambas as empresas ressaltam que a decisão da Coprodec é específica aos ativos no Uruguai e não interfere nas demais transações em outros países.
Na última segunda-feira, foi concluída a compra de ativos referentes a ovinos e bovinos no Brasil, Argentina e Chile. O que inclui 13 novas unidades industriais de abate e desossa de bovinos e ovinos, além de um novo centro de distribuição. A companhia passa a operar agora em 46 unidades e em 7 diferentes países sendo eles Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile e Austrália.
Juntos, eles permitirão à empresa processar até 41.789 bovinos e 25.716 ovinos diariamente. O valor total pago pela Minerva à Marfrig foi de R$ 5,68 bilhões.
Em 12 meses, as ações da Minerva acumulam queda de 23% com preocupações com o seu endividamento após essa operação, enquanto a Marfrig se valorizou 140%.
Negócios
Nordstrom fecha acordo de US$ 6,2 bilhões e vai deixar a Bolsa
A Nordstrom, uma das redes de lojas de departamentos mais antiga dos Estados Unidos, decidiu fechar seu capital na Bolsa de Valores e vender 49,9% da sua operação para o grupo mexicano El Puerto de Liverpool, em um negócio avaliado em US$ 6,25 bilhões, incluindo dívidas.
No acordo, os herdeiros da Nordstrom, que detinham cerca de 33% do capital da companhia negociada em Wall Street, agora ficarão com 50,1% da empresa, retomando o seu controle.
O acordo, que está previsto para ser concluído no primeiro semestre de 2025, está sujeito à aprovação dos reguladores e de dois terços dos acionistas da Nordstrom. A empresa propõe que esses acionistas recebam US$ 24,25 por ação em dinheiro, caso concordem com o negócio.
O grupo mexicano, que já havia adquirido 10% da Nordstrom em 2022, é proprietária das lojas de departamento Liverpool e Suburbia e opera franquias de marcas como Gap, Banana Republic, Williams Sonoma e Pottery Barn no México.
“Este anúncio marca um momento importante e estamos entusiasmados com as oportunidades potenciais que ele traz”, informou o CEO Erik Nordstrom em comunicado ao mercado.
Com a negociação, os herdeiros buscam reviver os anos de glória da rede de departamentos, que vêm perdendo clientes há décadas para varejistas de fast-fashion e e-commerces concorrentes, principalmente os internacionais.
Por outro lado, as concorrentes diretas da Nordstrom, incluindo Macy’s e Kohl’s, atraíram investidores ativistas nos últimos anos na tentativa de dar apoio ao negócio e foram pressionadas a vender imóveis e cortar custos.
Essa não foi a primeira tentativa da Nordstrom de vender parte de seu negócio, mas todas as outras propostas não atenderam aos requisitos da família. Em 2017, a empresa recebeu uma proposta da firma de private equity Leonard Green & Partners, que foi considerada muito baixa pela liderança da companhia.
Os altos e baixos foram sentidos nas ações da companhia ao longo dos anos. Em seu auge, há cerca de uma década, a Nordstrom era avaliada em US$ 15 bilhões. No fechamento de sexta-feira, 20 de dezembro, a empresa atingiu um valuation de pouco mais de US$ 4 bilhões.
Os resultados financeiros foram grandes motivadores para essa queda de valor de mercado. Antes da pandemia do Covid-19, em 2019, quando a empresa começou a mostrar dificuldades, as vendas totais da empresa atingiram US$ 15,9 bilhões. Neste ano, a companhia projeta encerrar a um faturamento de US$ 14,9 bilhões.
Uma movimentação semelhante ocorreu em julho deste ano. Após anos de idas e vindas, a Sacks adquiriu as operações da Neiman Marcus, num acordo de US$ 2,65 bilhões que contou com a “benção” da Amazon. A operação resultou na criação de um dos maiores nomes de lojas de departamento de alto padrão, com vendas anuais na casa dos US$ 10 bilhões e mais de 150 unidades.
Negócios
A “corrida do ouro” da transição energética passa, agora, pelo hidrogênio branco (lá no fundo da Terra)
Enquanto o mundo celebra o hidrogênio verde (H2V) como o Santo Graal da descarbonização, um outro hidrogênio desponta como uma fonte de energia renovável ainda mais sustentável. Trata-se do hidrogênio geológico.
Chamado também de branco, a sua principal vantagem em relação ao verde é que não necessita ser produzido. Já disponível na natureza, o gás é encontrado no fundo da Terra, sobretudo em falhas tectônicas.
Ainda há um longo caminho até que esse hidrogênio se confirme como combustível do futuro, mas os especialistas estão entusiasmados. Alguns, como a professora Mengli Zhang, da Escola de Minas do Colorado, já preveem inclusive uma nova “corrida do ouro”, como se viu na conferência anual da Associação Americana para Avanço da Ciência, realizada no início do ano.
A agência de geologia dos Estados Unidos, a US Geological Survey (USGCS), estima que existam 5 trilhões de toneladas de hidrogênio branco em reservatórios subterrâneos, espalhados mundo afora. A maior parte seria de difícil acesso, “mas a recuperação uma pequena porcentagem supriria toda a procura projetada — 500 milhões de toneladas por ano — durante centenas de anos”, diz Geoffery Ellis, o pesquisador da USGS, em reportagem do Financial Times, de 18 de fevereiro de 2024.
Com a promessa de movimentar US$ 1 trilhão por ano, nos cálculos dos analistas da USGCS, o gás começa a atrair o interesse dos capitalistas de risco. Fundada em 2021, em Denver, no Colorado, a Koloma vem se destacando como uma das líderes na exploração do composto.
Com operações no Centro-Oeste americano e 16 patentes registradas, a startup já arrecadou mais de US$ 300 milhões. E tem Bill Gates como investidor estratégico. Por intermédio de seu Breakthrough Energy Ventures, focado em patrocinar novas tecnologias capazes de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), em fevereiro passado, o cofundador da Microsoft aportou US$ 91 milhões na empresa de Denver.
A Koloma também atraiu investimentos de outras grandes gestoras climáticas, como a Climate Pledge Fund, da Amazon, e a United Airlines Ventures. Mais recentemente, há dois meses, recebeu US$ 50 milhões da Osaka Gas e da Mitsubishi Heavy Industries (MHI) — o anúncio marcou a entrada das duas gigantes japonesas de energia na corrida pelo hidrogênio geológico.
E a mineração pode ter um papel fundamental na obtenção do composto, já que ele é encontrado em áreas ricas em minerais e minérios — o que, somado à infraestrutura já existente e experiência das grandes companhias, poderia reduzir o custo de exploração.
“Ainda há dificuldade tecnológica para isso, mas é um caminho mais fácil para as mineradoras. É necessário, claro, ter ideia do tamanho da possível reserva”, diz Jaques Paes, professor do MBA de ESG da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em entrevista ao NeoFeed.“É algo promissor, mas ainda com algumas incertezas.”
Ao que tudo indica, a exploração não precisa ser necessariamente muito profunda. No Mali, único país com produção industrial de hidrogênio geológico, o gás usado para iluminar parte do vilarejo rural de Bourakebougou, perto da capital Bamako, vem de poços, cujas perfurações variam de 100 a 1,8 mil metros da superfície.
Lá, o campo de hidrogênio foi descoberto sem querer, durante escavações para encontrar água, nos anos 1980. E, desde 2012, é explorado por uma empresa local, a Hydroma.
Na pauta brasileira
Apesar do entusiasmo em torno das promessas oferecidas pela possível nova fonte de energia, ainda há grandes desafios globais até sua adoção de fato. Um dos principais é mapear as reservas disponíveis no planeta e realizar o trabalho de extração.
Vários países, como os Estados Unidos, já começaram a se mexer. “Isso ainda é novo para todo mundo. A grande diferença é que tem países colocando mais dinheiro nessa exploração”, diz Paes.
Uma pesquisa, realizada pela Engie Brasil em parceria com a Geo4u, detectou a presença de hidrogênio geológico em poços profundos na Bacia de São Francisco, em Minas Gerais. “Ceará, Roraima, Tocantins e a própria costa brasileira, nas formações rochosas, são locais bem promissores”, elenca Paes.
Mas não há sequer dados se os depósitos estariam acima ou bem abaixo da camada de pré-sal, a uma profundidade de mais de 7 mil metros. “Não conhecemos ainda o tamanho de nossas reservas”, diz o professor da FGV. Que elas existem, isso é certo.
De qualquer forma, o hidrogênio branco já está na pauta da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia. “Quanto ao hidrogênio natural, anteriormente considerado marginal, senão inexistente, aparece cada vez mais como uma opção importante a ser explorada pelas empresas de energia no futuro próximo”, lê-se no Plano Decenal de Expansão de Energia 2031, elaborado pela EPE.
Vira e mexe, uma mina
Globalmente, o gás começou a chamar a atenção por seu potencial mais sustentável do que o hidrogênio verde no início de 2023, quando cientistas franceses, em busca de metano, descobriram por acaso uma grande quantidade de hidrogênio branco a 3 mil metros de profundidade.
Desde então, vira e mexe, é anunciada a descoberta de uma nova reserva no mundo. Em fevereiro, geólogos relataram que, de uma mina de cromita na Albânia, fluem 200 toneladas de hidrogênio branco por ano, conforme a reportagem do Financial Times
Outro ponto de atenção quanto à adoção em larga escala do gás, é se ele é potencialmente renovável, já que não há 100% de clareza de que o processo para sua extração pode ser sustentável o bastante para compensar sua exploração.
Se, com as tecnologias disponíveis, a pegada de carbono for alta, os custos ambientais inviabilizam o propósito da produção. Além de encontrar formas sustentáveis de produção do gás em grande escala, ele precisa ter preços competitivos.
Vencidos todos os obstáculos, a levar em conta a empolgação de grande parte dos especialistas, o próximo Santo Graal da transição energética pode ser o hidrogênio branco. Como diz Paes, da FGV: “Ele já está lá. É uma questão de captura. A redução do impacto ambiental será enorme.”
Negócios
Pedágio eletrônico começa a reverter inadimplência e avança em rodovias
Novidade em um número cada vez maior de rodovias brasileiras, a adoção do pedágio eletrônico (free flow) está chamando a atenção. Primeiro, porque permite pagar as tarifas sem passar por cabines de pedágios. E, segundo, pelo difícil processo inicial de adaptação para os motoristas, que acabam multados por não pagar a tarifa, após os 30 dias de carência.
A falta de conhecimento como opera o sistema é o grande responsável pelo elevado número de multas registrado nas estradas que passaram a adotar o free flow – em especial para os motoristas que não utilizam tag de pagamento (adesivo com código de barras instalado no veículo), que debita automaticamente a tarifa na fatura da concessionária.
Por isso, a funcionalidade, que seria um trunfo do novo modelo, virou um pesadelo aos donos das concessões e aos motoristas desatentos, sujeitos à multa por evasão de pedágio, uma infração grave que implica cinco pontos na CNH e uma penalidade de R$ 195,23.
O free flow funciona sem cabines nem cancelas. O motorista passa por um pórtico instalado na rodovia sem precisar reduzir a velocidade. Um sistema eletrônico de alta tecnologia – que inclui scanners 3D, radares, câmeras, leitores de placa e dados processados por inteligência artificial – identifica as características do veículo, registrando automaticamente o valor a ser pago. Quem não possui a tag, precisa baixar um app para o pagamento.
Desde março de 2023, com a instalação dos primeiros pórticos que registram a passagem dos carros em três trechos da BR-101 (Rio-Santos), entre Paraty e Angra dos Reis, sob concessão da CCR, o free flow passou a ser utilizado em outras rodovias.
Este ano, substituiu as cabines de pedágio em três rodovias estaduais do Rio Grande do Sul (operadas pela concessionária CSG), e foi adotado em outras duas rodovias paulistas: na SP-333, em Itápolis e Jaboticabal, e no Contorno Sul da Rodovia dos Tamoios, recém-aberto no Litoral Norte.
Para 2025, porém, motorista deverá ficar atento porque o pedágio eletrônico vai passar a ser utilizado em rodovias movimentadas, incluindo a de maior tráfego do País. A Rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, vai instalar, até março, 21 pórticos entre os km 205, em Arujá, até o km 230, na chegada da capital paulista.
Já no 2º semestre, outros sete pórticos devem operar em rodovias de acesso ao litoral paulista, e mais dois no trecho norte do Rodoanel Mario Covas.
Um relatório divulgado em novembro, com o balanço de 20 meses de operação do free flow no trecho fluminense sob concessão da CCR, revela que o tempo para pagamento da tarifa nas passagens pelos pórticos caiu drasticamente ao longo do tempo, passando de 54 dias em média em março de 2023 (quando foi instalado na Rio-Santos), para 6 dias entre agosto e outubro deste ano.
“Este é um número relevante, considerando a região em que o free flow está inserido, local em que as tags são utilizadas, na maioria dos casos, apenas para o pagamento de pedágio”, afirma Cleber Antonio Chinelato, gerente-executivo de recnologia da CCR, no relatório, feito em parceria com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Segundo a ANTT, o sistema foi capaz de detectar 100% dos veículos que passaram pelos pórticos. Destes, 99,53% tiveram a tag corretamente lida e 99,64% das placas foram lidas sem erros.
Inadimplência
O elevado número de multas nos primeiros meses de implementação no trecho fluminense da BR-101, porém, levou as autoridades a buscarem alternativas.
Em outubro, o Ministério dos Transportes publicou no Diário Oficial da União (DOU) uma portaria ampliando de 15 para 30 dias o prazo de pagamento da tarifa.
Enquanto isso, o deputado federal Hugo Leal (PSD-RJ) apresentou um projeto de lei que prevê a suspensão por 12 meses das multas aplicadas em rodovias que operam com o sistema free flow. O PL prevê ainda que o não pagamento do free flow durante os 12 meses não resultará mais em pontuação na CNH do infrator.
De acordo com Leal, o novo modelo de livre passagem é uma importante ferramenta para dar maior fluidez e justiça tarifária ao sistema de pedágio, especialmente para o usuário frequente, mas é preciso cuidado.
“Por um lado, as concessionárias de rodovia têm a preocupação de que esse novo modelo não implique em uma elevada inadimplência que comprometa a gestão do sistema. E, por outro, o cidadão não pode ser penalizado de forma injusta e desproporcional como temos observado”, diz Leal, ao NeoFeed. “O projeto de lei propõe o equilíbrio nessa relação.”
Aprovado pela Câmara, o PL ainda precisa passar pelo Senado – sem data prevista de votação – e ser sancionado pelo presidente da República para entrar em vigor. Mas a julgar por um relatório mais recente, divulgado pela concessionária gaúcha CSG, o baixo índice de inadimplência com maior divulgação do serviço pode sepultar o PL.
O levantamento da CSG – que opera seis pórticos localizados nas rodovias estaduais ERS-122, ERS-240 e ERS-446, no Vale do Caí e na Serra Gaúcha – mostraram redução de 7,5% para 4,1% de motoristas não pagantes em seis meses. Mais de 60% dos clientes realizam o pagamento por tag.
“A diminuição do porcentual de multas reflete a curva de aprendizado do usuário”, afirma ao NeoFeed Ricardo Peres, presidente da CSG. Segundo ele, a concessionária conseguiu reverter rapidamente a inadimplência mantendo atendimento presencial – por meio de nove postos informações nas estradas – e oferecendo benefícios aos usuários.
Entre eles, de 5% a 20% de desconto na tarifa aos usuários frequentes, estimulados a se cadastrarem no site da concessionária. Nas três rodovias, por onde circulam 55 mil veículos por dia, a promoção foi um sucesso – a CSG já cadastrou 494 mil veículos de mais de 300 mil CPFs/CNPJs diferentes (muitos são de frotas de caminhão).
“Quem se cadastra deixa de ser usuário para se tornar cliente”, diz Peres, um entusiasta do novo modelo, que enumera os benefícios do free flow, a maioria ignorado pelos motoristas.
De acordo com ele, o free flow gera um impacto ambiental menor, com menos consumo de combustível, pois os veículos não reduzem velocidade para pagar a tarifa, como numa cabine. “Sem falar no tempo menor de viagem e no custo de operação da concessionária, que não precisa mais gastar com a estrutura fixa, funcionários e segurança com transporte de valores”, afirma Peres.
O executivo da CSG prevê também o próximo passo da evolução do free flow: a massificação. “A tendência é a redução de tarifa, além da implementação cada vez maior de tarifas fracionadas, com os usuários pagando apenas pelo trecho rodado”, diz Peres.
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