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A indústria do cinema no Brasil “ainda está aqui”

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A indústria do cinema no Brasil
Tempo de Leitura:7 Minuto, 7 Segundo


A indústria cinematográfica brasileira vive um momento de retomada. Ao longo dos anos, tem aumentado o número de amantes da sétima arte que vêm mais gastando mais com pipoca para passar algumas horas nas salas de cinema do País.

Dados do Painel Indicadores do Mercado de Exibição, da Agência Nacional do Cinema (Ancine), mostram que, em 2024, as salas arrecadaram R$ 2,5 bilhões em bilheteria, para um público de 125,2 milhões de espectadores. O volume arrecadado é 10% acima do que entrou nas bilheterias em 2023 (R$ 2,2 bilhões).

O clima de Copa do Mundo provocado pelas três indicações do filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, ao Oscar 2025, (melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz para Fernanda Torres), representa a cereja desse bolo, que tem potencial, na avaliação de especialistas, para crescer ainda mais. A cerimônia de premiação será em 2 de março.

É bem verdade que, do volume total arrecadado nos cinemas no ano passado, a ampla maioria ainda foi direcionada aos grandes filmes produzidos em Hollywood. As obras nacionais renderam R$ 251,9 milhões, o que corresponde a 10,11% da bilheteria dos cinemas brasileiros. Pode parecer pouco, mas esse índice vem subindo. Em 2023, esse percentual foi de apenas 3%.

Em público, o crescimento de um ano para outro foi de 9 milhões de espectadores. No ano passado, 12,6 milhões de pessoas foram às salas assistir as obras brasileiras, contra 3,7 milhões em 2023.

Nos primeiros 15 dias de 2025, ainda segundo o painel da Ancine, 2,3 milhões de pessoas foram assistir a filmes nacionais (alta de 75% sobre o mesmo período de 2024). A procura resultou em uma bilheteria de R$ 49,9 milhões, valor 89,6% acima do que havia sido arrecadado nas duas primeiras semanas de 2023.

A exemplo do que ocorreu com o filme protagonizado por Fernanda Torres logo após sua vitória no Globo de Ouro, no início de janeiro, quando ganhou o troféu de melhor atriz de drama, prêmio inédito para o Brasil, a tendência é de que agora também haja um aumento significativo na procura por filmes em cartaz, em especial para Ainda Estou Aqui.

“Quando há um fato como Oscar ou Globo de Ouro, o filme ganha um grande fôlego extra. A expectativa é de que passe a ser novamente um dos mais vistos do Brasil, como se estivesse em uma segunda semana de exibição”, diz ao NeoFeed Luiz Angi, da Cinépolis Brasil. A rede hoje conta com 410 salas no País. Ao todo o Brasil tem 3.481 salas de cinema.

Desde que estreou no País, em novembro, Ainda Estou Aqui já foi visto por 3,6 milhões de pessoas e arrecadou R$ 73,6 milhões. Atualmente, ocupa a sexta posição entre os filmes mais vistos no Brasil.

Entre os 10 primeiros, três são nacionais: além do filme que trata da história de Eunie Paiva, mulher de Rubens Paiva, morto pela ditadura militar, estão também bem posicionados O Auto da Compadecida 2 (que tem no elenco Selton Mello, que interpretou Paiva) e o infantil Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa.

Nos Estados Unidos, o filme de Walter Salles também é um sucesso. Segundo o portal Screen Daily, a obra arrecadou mais de US$ 125 mil no fim de semana de estreia (que foi na sexta-feira, 17 de janeiro) em Nova York e Los Angeles.

Antes do sucesso de Ainda Estou Aqui, os grandes campeões de audiência no Brasil eram de filmes ligados à comédia, principalmente com a trilogia de Minha Mãe é Uma Peça, de Paulo Gustavo (que morreu de Covid-19 em 2021).

“Havia uma força muito grande nesse estilo. Agora, avançamos no drama, o que coloca o filme nacional em outro patamar. O Oscar pode indicar um marco importante na história do cinema”, afirma Angi, da Cinépolis Brasil.

A questão é saber se não se trata de mais um voo de galinha puxado pelo interesse do filme de Walter Salles. Nas últimas décadas, o cinema brasileiro viveu uma montanha russa, com retrocessos nas políticas de incentivo.

Um dos grandes impactos nas últimas décadas foi a extinção da Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme), em 1990, o que tirou fôlego dos investimentos públicos e privados. Mas a Lei do Audiovisual, implementada três anos depois, contribuiu para incentivar as produções cinematográficas, com políticas de fomento para produção.

Filme dirigido por Walter Salles já levou 3,6 milhões de espectadores aos cinemas

Filme vai concorrer como melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz

Fernanda Torres venceu o prêmio de melhor atriz de drama no Globo de Ouro, no início de janeiro

Para Sabrina Wagon, CEO da Elo Studios, que atua na produção e distribuição de filmes nacionais, o Brasil vive, de fato, um momento muito positivo, como uma espécie de ‘nova retomada’. “Vivemos um início de ano maravilhoso, que é o resultado de uma política pública de alguns anos, a partir da Lei do Audiovisual. Mas a indústria sofreu também por causa da pandemia e da falta de ações do governo anterior”, diz.

Nesse sentido, ela é pragmática e direta ao explicar parte do sucesso de obras nacionais: não se faz bom filme sem dinheiro. Os orçamentos dos filmes que hoje têm boa performance são acima de R$ 15 milhões. “Hoje não há mais filme médio no Brasil. Ou você faz menos de 100 mil espectadores ou figura entre esses que fazem muito.”

Na visão da executiva do audiovisual, é importante descentralizar um pouco mais as políticas de incentivo, para garantir que mais filmes possam romper a bolha dos grandes públicos. “Hoje há menos recursos para filmes que o público também quer ver. Uma pessoa no Norte, no Nordeste, quer assistir um filmão. E por isso é importante garantir acesso.”

Mais horários para filmes nacionais

Um dos caminhos apontados por Sabrina está na nova Lei de Cota de Tela, que entrou em vigor no início deste ano e que garante mais espaço para exibição de filmes nacionais nos cinemas a partir das 17 horas, justamente no período de maior procura do público.

“Seria importante discutir um benefício para o exibidor que põe no ar o filme nacional”, diz a CEO da Elo. “Não dá para cobrar o mesmo ingresso de quem vai ver Moana 2, que custou US$ 150 milhões, versus um que custou R$ 5 milhões.”

A Elo Studios foi a responsável pela distribuição de O Menino e o Mundo, animação brasileira indicada ao Oscar em 2016 (naquele ano, o vencedor foi o blockbuster Divertida Mente, da Pixar). Medida Provisória, filme de Lázaro Ramos e também distribuído pela empresa de Sabrina, foi um dos filmes brasileiros mais vistos em 2022, com mais de 500 mil espectadores. Naquele projeto, houve uma ação para garantir a venda de 20 mil ingressos para empresas, que levaram pessoas de comunidades periféricas para o cinema.

Outro caminho para que o cinema do Brasil cresça está também no caminho da internacionalização, vendendo produções para outros países, a exemplo das jornadas como a de Ainda Estou Aqui. “É importante garantir dinheiro de fora entrando no Brasil e levar a imagem do País para o mundo”, analisa Sabrina.

O crítico de cinema Marcio Sallem, votante do Critic Choice Awards, que será em 7 de fevereiro (Ainda Estou Aqui concorre a melhor filme estrangeiro e Senna, da Netflix, a melhor série de língua estrangeira), demonstra um pouco mais de ceticismo quanto ao impacto na indústria a partir do sucesso do filme do momento no Brasil.

“Nosso cinema é bastante aclamado nos principais festivais, e isso é muito bom. Mas não imagino que haja um impacto imediato. De qualquer forma, deve aumentar a percepção pela importância das políticas de fomento da cultura”, diz Sallem. “Ainda Estou Aqui já vive um grande impacto mesmo antes das indicações. É um grande sucesso e um grande filme.”

Para Angi, da rede Cinépolis, a concorrência do streaming nos últimos anos, que também contribuiu para tirar parte do público dos cinemas, agora é um ponto a favor das exibidoras. “Hoje há muitas ações de incentivo para que as pessoas saiam um pouco das redes sociais e se conectem de novo ao mundo real. E o cinema faz as pessoas ficarem algumas horas concentradas, com o telefone desligado.”

Nesse ponto, em sua visão, Ainda Estou Aqui vai ser um propulsor do cinema nacional daqui em diante, inclusive para outras produções. “O cinema é um hábito e as pessoas gostam. Acredito em mais investimentos na indústria do cinema a partir de agora.”





Fonte: Neofeed

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Na África, lodges de safári agora vão muito além da observação da vida selvagem

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Na África, lodges de safári agora vão muito além da observação da vida selvagem
Tempo de Leitura:6 Minuto, 15 Segundo


Oito e meia da manhã, Okavango Delta, Botsuana. Elefantes, zebras e impalas bebem água, lado a lado, na beira do rio. Na outra margem, hóspedes do Wilderness Jao assistem a cena confortavelmente sentados em cadeiras de couro, à sombra, recebendo massagem nos pés com óleos artesanais feitos com ervas do vale — enquanto o chef prepara as omeletes de um lauto café da manhã ali mesmo.

Os tempos dos hotéis de safári focados exclusivamente em sair de carro para ver os Big 5 definitivamente ficaram para trás. Antes essencialmente contemplativa, nos últimos anos, a  viagem passou a ser uma experiência muito mais completa e ativa. Alta gastronomia, enologia e mixologia se tornaram commodities e o menu de atividades durante a estadia é cada vez mais extenso e variado.

Visitas a comunidades locais, passeios de balão, safáris a cavalo, bicicleta, aulas de culinária com famílias nativas, caminhadas entre a vida selvagem com veterinários, refeições surpresa em meio às savanas. Tudo isso agora conta — e muito — na hora de escolher onde ficar.

Jacque Dallal, fundadora da BeHappy Viagens, agência especializada em viagens de alto padrão, acredita que este seja um movimento natural de mercado. “O que está acontecendo é que os lodges africanos estão agregando cada vez mais atividades acompanhando uma tendência mundial da hotelaria em geral de focar em experiências”, diz Dallal.

Eduardo Gaz, CEO do TTWGroup, que reúne marcas como SKIBrasil, Selections, SKIUSA, TTWLab e VeryLatin, concorda. “Está acontecendo uma evolução natural do nicho, com os lodges buscando também se diferenciar de seus principais competidores. É uma questão comercial, mas que felizmente impacta de forma extremamente positiva as comunidades e a própria experiência do viajante”, afirma.

É fato que muitos viajantes redefiniram suas prioridades nos últimos anos, buscando horários mais flexíveis, experiências exclusivas e um contexto mais cultural nas viagens, um reflexo da tendência global de buscar mais autenticidade no turismo em geral.

E os lodges de safári estão surfando nessa onda, com uma abordagem cada vez mais à la carte em tudo. “A experiência agora é mais refinada e potencializada. Assim você consegue ter estadias muito mais personalizadas, bem ao gosto de cada hóspede”, diz Gaz.

Os primeiros registros de lodges de safári africanos operando no modelo consolidado internacionalmente datam de pouco mais de 40 anos atrás.

Nicho de US$ 2 bilhões

Mas muito mudou nestas quatro décadas neste mercado que avança em ritmo acelerado. Os safáris na África devem movimentar US$ 23,10 bilhões até 2030, evoluindo a uma taxa de crescimento anual composta de quase 10%, informam os analistas da ResearchAndMarkets.

Só os lodges de luxo estão previstos atingir US$ 2 bilhões, no mesmo período, conforme levantamento da Business Research Insights. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), nove países africanos estão entre as 20 nações que devem registrar o crescimento econômico mais rápido do mundo em 2025 — em boa parte graças ao turismo de luxo.

Safáris a cavalo estão entre as novidades, como os oferecidos pela Great Plains no Quênia (Foto: greatplainsconservation.com)

As acomodações do Wilderness Jao foram projetadas como luxuosas casa na árvora (Foto: Wilderness Safaris)

Os safáris do Cheetah Plains, na África do Sul, são realizados em veículos movidos a energia solar — repare o leopardo no galho da árvore (Foto: Cheetah Plains)

Great Plains Conservation Converteram tradicionais territórios de caça e terras improdutivas em quase 1 milhão de de acres de conservação da vida selvagem, no Quênia, na Botsuana e no Zimbábue (Foto: Great Plains)

A reforma do Wilderness Jao resultou em espaços mais amplos (Foto: Wilderness Safaris)

Os elefantes circulam livremente na áera das vilas do Chettah Plains (Foto: Cheetah Plains)

Entre as atividades mais celebradas pelos turistas está a visita às comunidades locais. Na imagem, mulheres de Naboisho, no Quênia, mantido pelo Great Plains (Foto: Great Plains)

Com reforma recente do Wilderness Jao, a propriedade em Botsuana ganhou uma biblioteca (Foto: Wilderness Safaris)

O Cheetah Plains conta com apenas três vilas de quatro suítes e um time de 12 funcionários para cada uma delas (Foto: Cheetah Plains)

Primeiro lodge de safári de luxo de Botsuana, o Wilderness Jao é uma das mais de 60 propriedades gerenciadas pela Wilderness, fundada em 1983, por dois guias de safári. Em locais remotos de oitos países africanos, as propriedades somam 6 milhões de acres de terras privadas e preservadas.

Com diárias a partir de US$ 1.850, por pessoa, e inserido em meio a savanas e planícies inundáveis de uma reserva privada de 60 mil hectares, o Jao foi criado no comecinho dos anos 2000 pela família de Cathy e David Kays, que seguem à frente da administração da propriedade, agora em parceria com a Wilderness.

Localizado no vale do rio Okavango, considerado um dos melhores lugares do mundo para observação de vida selvagem, o lodge sempre foi um caso de sucesso. Mas, no fim da década passada, seus administradores perceberam que era hora de mudar.

Foi recentemente reconstruído — agora com design sustentável, materiais naturais e reciclados — ganhando espaços muito mais amplos e refinados, pés direitos altíssimos, banheiras e jacuzzis com vista infinita, spa, biblioteca, museu, galeria.

Suas novas (e imensas) acomodações foram projetadas como casas na árvore ultraluxuosas conectadas por passarelas suspensas, causando mínimo impacto no terreno. Ali, pratica-se a alta gastronomia e há um impressionante bar de vinhos, destilados e coquetéis, tudo incluído.

Assim como diversos workshops, atividades do projeto Children in the Wilderness (que educa crianças das comunidades locais) e até as inesperadas massagens no meio do safári.

Aulas de culinária e fotografia

Quando os turistas desapareceram durante a pandemia de covid-19, muitos lodges de safári tiveram de dar tratos à bola para continuar sustentando suas comunidades e impedir a invasão de caçadores em suas áreas.

A Great Plains Conservation, criada pelo premiado casal de documentaristas Beverly e Dereck Joubert, sempre focou no turismo regenerativo em suas sofisticadas propriedades de safári no Quênia, na Botsuana e no Zimbábue.

Converteram tradicionais territórios de caça e terras improdutivas em quase 1 milhão de de acres de conservação da vida selvagem — sempre em parceria com as comunidades locais, absorvendo mão de obra da região e melhorando a infraestrutura geral dos destinos, ao reinvestir ali parte da arrecadação de cada visita turística.

As experiências ligadas às comunidades locais, aliás, costumam figurar entre as mais elogiadas por seus hóspedes. A partir de US$ 1 mil, por pessoa, a rede tem servido como inspiração para muitos lodges abertos nos últimos anos no continente africano.

O Cheetah Plains, na África do Sul, levou esse movimento a outro patamar. “Além de ter até os jipes de safári movidos a energia elétrica e todo o hotel funcionar com energia renovável, é uma hospedagem all inclusive imersa em arte contemporânea”, diz Jacque Dallal.

Idealizado por Japie van Niekerk, CEO da New Africa Developments (que desenvolve shopping centers no continente africano), o Cheetah Plains conta com apenas três vilas de quatro suítes e um time de 12 funcionários para cada uma delas — com tudo incluído nas diárias, até massagens e manicure. O preço: a partir de US$ 8.870, a diária.

Preveem também degustações de vinhos sul-africanos, workshops de mixologia, aulas de culinária e fotografia (emprestando sem custos uma câmera profissional com lentes de longa distância para uso durante a estadia).

Inaugurado pouco antes da pandemia na reserva Sabi Sands, na fronteira com o Parque Nacional Kruger, em pouco tempo virou reduto de bilionários, CEOs e CFOs de diversas nacionalidades. Todos ávidos por ir bem além da antiga fórmula “dois safáris incluídos por dia”.



Fonte: Neofeed

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Pedro Zemel troca as roupas esportivas pelo hambúrguer

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Pedro Zemel troca as roupas esportivas pelo hambúrguer
Tempo de Leitura:3 Minuto, 9 Segundo


Três dias depois ao seu surpreendente pedido de renúncia ao posto de presidente do Grupo SBF, dona da Centauro, Pedro Zemel já tem nova casa. E, nessa mudança, o executivo está saltando dos artigos esportivos para os hambúrgueres e frangos fritos.

O executivo acaba de ser anunciado como o novo CEO da Zamp, operadora das redes de fast food Burger King e Popeye’s no Brasil, além da Subway e do Starbucks. O grupo anunciou que ele será efetivamente eleito pelo conselho de administração da companhia em reunião prevista para o fim do mês de abril.

Assim como a sua mudança de ares, a escolha para um novo CEO na Zamp também foi rápida. Na semana passada, o grupo anunciou que Paulo Camargo, ex-presidente da Arcos Dorados (McDonald’s) no Brasil, estava deixando o cargo e que o CFO Gabriel Guimarães tocaria a operação como interino.

A data prevista para a eleição de Zemel coincide justamente com o fim do processo de transição no Grupo SBF, programado para o dia 23 de abril. No antigo CNPJ, ele passará o bastão para Gustavo de Lima Furtado, que, até então, atuava como CEO da Centauro.

Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas e com um MBA pela Harvard Business School, Zemel tem uma passagem pela GP Investments e, nos últimos doze anos, esteve no Grupo SBF.

Nos últimos nove anos, o executivo liderou a operação da dona da Centauro, onde substituiu Sebastião Bomfim Filho, fundador do grupo. No comunicado sobre sua saída, divulgado na última terça-feira, a empresa ressaltou que Zemel iria se dedicar a outros projetos pessoais e profissionais.

Em seu período à frente do Grupo SBF, o executivo liderou o processo de abertura de capital da holding, em 2019. Além da estratégia de diversificação de negócios da companhia, rumo a um modelo de ecossistema.

Nessa direção, um dos acordos que se destacaram foi a estruturação do acordo com a Nike, que resultou na criação, em 2021, da Fisia, operação que, na prática, é a representante exclusiva da marca americana no Brasil.

Zemel chega à Zamp após uma breve passagem de Paulo Camargo, executivo que, nos dois anos anteriores comandou um turnaround na Espaçolaser. E que foi nomeado como CEO do grupo de fast food em julho de 2024.

Esse foi também o seu mandato na companhia. Escolhido pelo fundo Mubadala, que acabara de assumir o controle da Zamp, Camargo tinha como missão colocar a empresa, que vinha apresentando resultados indigestos para os investidores, nos trilhos.

O desafiou cresceu no fim de 2024, quando a Zamp trouxe para o seu guarda-chuva as operações da Subway e do Starbucks, que também passavam por dificuldades. Em comunicado na semana passada, o grupo informou que o fim do ciclo de Camargo foi decidido em comum acordo com o executivo.

Em seus números mais recentes – a empresa divulga o resultado do quarto trimestre e do consolidado de 2024 no próximo dia 20 de março – a Zamp reportou um prejuízo líquido de R$ 150,8 milhões no acumulado de janeiro a setembro do ano passado, uma redução de 4,1% sobre igual período, em 2023.

Já a receita operacional líquida nesse intervalo ficou em R$ 3,2 bilhões, um incremento de 17,8%. Enquanto as despesas gerais e administrativas cresceram 45,3%, para R$ 242,9 milhões. A empresa encerrou o período com uma dívida líquida de R$ 546 milhões e uma alavancagem de 1,4 vez.

As ações da Zamp fecharam o pregão de hoje com alta de 1,63%, cotadas a R$ 2,50. Os papéis acumulam uma valorização de 10,6% em 2025. Em doze meses, porém, a queda é de 45,8%. A empresa está avaliada em R$ 997,2 milhões.



Fonte: Neofeed

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Efeito DeepSeek reacende otimismo com o mercado acionário chinês

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deepseek mercadode ações inteligência artificial
Tempo de Leitura:3 Minuto, 17 Segundo


Desacreditado nos últimos anos, o mercado de ações chinês voltou a chamar a atenção de analistas de grandes bancos  internacionais após os avanços do projeto DeepSeek marcarem a entrada definitiva da China na corrida da inteligência artificial.

No início de fevereiro deste ano, enquanto o mercado ainda tentava compreender as implicações da nova tecnologia chinesa, o Deutsche Bank divulgou o relatório China Eats The World, destacando oportunidades de investimento no país e afirmando que a ascensão da DeepSeek “destruiu a fantasia ocidental de que poderia conter a China”.

“Acreditamos que 2025 será o ano em que os investidores perceberão que a China está superando o restante do mundo. Está cada vez mais difícil ignorar o fato de que as empresas chinesas oferecem melhor custo-benefício e, muitas vezes, qualidade superior em diversos setores da manufatura e, cada vez mais, até mesmo em serviços”, afirma o banco no relatório.

Desde que a Deepseek entrou nos holofotes, na última semana de janeiro, o índice Hang Seng, de Hong Kong, acumula alta de 12,73%. O desempenho no ano está cerca de oito pontos percentuais acima dos principais índices do mercado americano, impulsionado especialmente pelas empresas chinesas de tecnologia.

A Tencent, por exemplo, valorizou-se 21,8% após anunciar que integrará o modelo da DeepSeek em suas plataformas. O Alibaba, que também adotou a tecnologia e desenvolve um modelo próprio de IA, disparou 39,6%. Além disso, no início do mês, as compras onshore e offshore de ativos chineses lideraram as ordens da corretora global do Goldman Sachs, segundo um relatório acessado pela Reuters.

“Enquanto os laboratórios dos EUA investem em tecnologia de ponta, a DeepSeek demonstrou que otimizações avançadas podem gerar resultados notáveis mesmo com hardware mais modesto. O jogo está mais nivelado do que se pensava anteriormente”, avaliou o J.P. Morgan em relatório.

Sem acesso aos melhores chips da Nvidia devido às sanções dos EUA, a DeepSeek foi desenvolvida com a arquitetura Mixture of Experts (MoE), que conta com 671 bilhões de parâmetros, mas ativa apenas 6% deles por vez, reduzindo significativamente o consumo de energia e os custos operacionais.

Em comparação, modelos tradicionais como o ChatGPT utilizam abordagens que ativam a maioria dos parâmetros simultaneamente, exigindo maior poder computacional e investimentos bilionários em infraestrutura.

“Investidores globais estão começando a reavaliar o potencial da China em tecnologia e IA, após um longo período de atenção limitada”, afirmam estrategistas do Morgan Stanley. O banco americano acredita que o ímpeto positivo se sustente no curto prazo, impulsionado pelo posicionamento ainda tímido dos investidores globais. Goldman Sachs e UBS também demonstram maior otimismo com o mercado chinês.

Além de reacender o interesse com o mercado chinês, a chegada da DeepSeek levantou questionamentos sobre os players que eram dados como vitoriosos na corrida da inteligência artificial. O maior impacto foi sentido pela Nvidia, que perdeu US$ 500 bilhões em valor de mercado em apenas um dia, estabelecendo um novo recorde de desvalorização no mercado mundial

Após anos de forte valorização das “Sete Magníficas”, a competição com os preços mais baixos das empresas chinesas começa a se acirrar. Enquanto o Nasdaq negocia a um múltiplo Preço/Lucro (P/L) de 37 vezes, o Hang Seng opera a 12 vezes.

“À medida que as empresas chinesas expandem sua presença global, é provável que esse desconto de avaliação se transforme em um prêmio no futuro”, destaca o Deutsche Bank, que prevê “uma mudança significativa em direção às ações chinesas no médio prazo”. O relatório alerta, no entanto, que a demanda crescente pode elevar os preços dos ativos.

Apesar do crescente otimismo com as bolsas chinesas, a tese não é consenso. Anderson Miranda, head de distribuição da W1 Capital, destaca preocupações com a crise imobiliária na China e os riscos de aumentos tarifários sobre suas exportações. “Há muita euforia no mercado em torno da DeepSeek. Os valuations são justificados, mas esse entusiasmo pode levar a correções”, pondera.



Fonte: Neofeed

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