Connect with us

Negócios

Brasil avança em projetos de baterias sustentáveis, mas precisa correr para não perder o “timing”

Prublicadas

sobre

Brasil avança em projetos de baterias sustentáveis, mas precisa correr para não perder o
Tempo de Leitura:6 Minuto, 19 Segundo


A transição energética passa necessariamente pelo armazenamento adequado de energia — seja em pequena escala, nos veículos elétricos, por exemplo; seja em larga escala, como nas redes de distribuição de eletricidade. As baterias são, portanto, peças-chave na descarbonização da economia.

Para que cumpram seu papel a contento, porém, elas precisam ser duráveis e seguras, ter boa autonomia e seu carregamento deve ser rápido e fácil. E, claro, sua produção dispensar o uso de recursos não renováveis.

Os investimentos em baterias avançam em ritmo acelerado. De 2018 para cá, os aportes somam US$ 150 bilhões. O que representa um aumento de oito vezes para veículos elétricos (EV) e cinco vezes para os outros sistemas de estoque de energia. Do total, US$ 115 bilhões foram para os VE, informa o relatório Batteries and Secure Energy Transitions, divulgado recentemente pela Agência Internacional de Energia (IAE, em inglês).

Em tese, as perspectivas para o Brasil são as melhores. “Em breve, seremos os produtores das baterias mais sustentáveis do mundo”, afirma Marcos Berton, chefe do Instituto Senai de Inovação e Eletroquímica, em conversa com o NeoFeed.

À primeira vista, a certeza de Berton pode parecer exagero de um otimista. Sobretudo hoje, quando ainda dependemos das importações para armazenar energia. Mas a positividade do especialista não é a esmo.

O Brasil é rico tanto nas matérias-primas quanto nas fontes de energia renovável usadas na fabricação das baterias. De um lado, as jazidas de lítio, cobalto, manganês e níquel, entre outros minerais. E do outro, a abundância de sol e vento imprescindível para o funcionamento dos painéis fotovoltaicos e das turbinas eólicas.

O entrave está no meio da cadeia. Atualmente, os minerais extraídos aqui são exportados e refinados lá fora. Voltam importados, principalmente da China, já como baterias. “Precisamos aprender a produzi-las “, diz Berton.

Os desafios são enormes, mas não grandes o suficiente para o chefe de inovação perder o entusiasmo em relação ao futuro do Brasil nos sistemas globais de armazenamento de energia. Espalhados pelo país, vários centros de pesquisa vêm se dedicando a desenvolver um ecossistema nacional de produção de baterias.

Muitos deles estão focados nas baterias à base de íon-lítio, por enquanto, as mais competitivas do mercado. Recarregáveis, são capazes guardar até o triplo de energia, em espaços compactos, se comparado às outras formas de estocagem.

Graças aos avanços nos conhecimentos da eletroquímica e das tecnologias de fabricação, desde 2010, os custos médios de produção de baterias de íon-lítio caíram cerca de 90%.

“Hoje, as baterias de íons de lítio são uma pedra angular das economias modernas, tendo revolucionado os dispositivos eletrônicos e a mobilidade elétrica, estão ganhando força nos sistemas de energia”, lê-se no documento da IEA.

Uma “gigafactory” brasileira

A iniciativa brasileira mais recente é também uma das mais robustas. Liderada por Berton, resulta da parceria entre o Senai, um pool de 28 companhias (27 delas, privadas) e a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Ao custo de R$ 68,5 milhões, uma fábrica-piloto está em construção em Curitiba para testes e desenvolvimento das chamadas células cilíndricas e prismáticas de íon-lítio. Consideradas o coração da bateria, essas estruturas são formadas pelos componentes responsáveis pelo armazenamento de energia: cátodo, ânodo, separador e eletrólito.

Instalada em uma área de 800 metros quadrados, a planta pretende criar as bases de uma fabricação nacional, em escala industrial. E funcionará em paralelo com outro braço do projeto, localizado em Pernambuco, inaugurado também em agosto.

Ali a meta é montar uma linha de produção automatizada, capaz de realizar todas as etapas do processo até o produto final. Isso inclui uma plataforma, à base de inteligência artificial, para monitorar e gerenciar o desempenho das baterias, como a eficiência do carregamento e o risco de pegar fogo, entre outros funcionamentos.

O custo do projeto pernambucano é de R$ 40 milhões. “Por enquanto, a fábrica está recebendo os ajustes finais e deve começar a operar no início de 2025″, afirma Oziel Alves, diretor de Inovação e Tecnologia Industrial do Senai-PE, em entrevista ao NeoFeed.

As fábricas de baterias do Senai estão no âmbito do Programa Nacional de Mobilidade Verde, o Mover. Lançada no final de 2023, o projeto do governo federal prevê incentivo fiscal para as empresas que invistam em descarbonização — para cumprir a meta de reduzir em 50% das emissões do país até 2030

No segundo semestre de 2027, quando o projeto terminar, juntas, as duas plantas devem ser capazes de produzir baterias 100% nacionais em escala industrial. A partir de então, a expertise desenvolvida deve ser assimilada por empresas capazes de montar no Brasil uma “gigafactory“, como são chamadas as gigantescas fábricas de baterias.

Sem risco de incêndio

No interior de São Paulo, há o Programa de Armazenamento Avançado de Energia, do Centro para Inovação em Novas Energias, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Não somos uma fábrica de baterias, mas estamos interessados em entender e dominar os processos envolvidos na produção nacional da peça”, diz o pesquisador Hudson Zanin, líder do grupo, ao NeoFeed.

Ou seja, mesmo que nenhuma empresa no Brasil assuma a fabricação, o país terá expertise suficiente para montar baterias aqui, usando componentes importados, por exemplo.

A equipe se dedica ainda a criar versões de melhor qualidade e mais modernas, com materiais mais baratos, sustentáveis e seguros. Um exemplo é a confecção de uma bateria com menor risco incêndio. Embora essa probabilidade seja pequena, os riscos existem. Danos físicos, carregadores inadequados ou defeituosos e condições ambientais extremas podem levar o dispositivo ao superaquecimento.

Recarregáveis e capazes de acumular grandes quantidades de energia em espaços compactos, as baterias de íon-lítio tiveram seus custos reduzidos em 90%, desde 2010

Uma parceria entre o Senai, 28 companhias e a Embrapii vai construuir até 2027 duas fábricas para a produção de baterias 100% nacionais (Crédito: Reprodução senaipr.org.br)

Dos US$ 150 bilhões investidos em baterias, desde 2018, US$ 115 bilhões foram para veículos elétricos

Avaliado em US$ 56,8 bilhões, em 2023, o mercado global de baterias de íon-lítio deve movimentar US$ 187,1 bilhões, em 2032

Um outro desafio importante parece estar sendo vencido em Resende, no Rio de Janeiro. Ali, em uma fábrica da Volkswagen, está em teste um ônibus elétrico que pode ser recarregado em apenas 10 minutos. Confirmado o sucesso da tecnologia, a bateria deve chegar ao mercado em 2025 e será uma conquista e tanto. Já que um veículo destinado ao transporte público não pode gastar muito tempo parado em uma estação de abastecimento.

Redução do domínio chinês

Atualmente, a China é líder absoluta no mercado global de baterias. O país responde pela produção de 75% de todas as baterias de íon-lítio, fabricadas no mundo.

O cenário, no entanto, começa a mudar. Com a urgência pela descarbonização, cada vez mais nações têm se estruturado para produzir suas próprias baterias.

Nos próximos anos, a tendência é de que os chineses permaneçam na dianteira, mas percam parte do mercado, chegando a 69% em 2030. Enquanto a Alemanha está entre os países que ganharão relevância.

Avaliadas em US$ 56,8 bilhões, em 2023, as baterias de íon-lítio devem movimentar, globalmente, US$ 187,1 bilhões, em 2032. Até lá avançará, a uma taxa de crescimento anual composta de 14,2%, informam os analistas da Markets and Markets.

O Brasil tem de correr. “Se não começarmos a produzir já, perderemos o timing e não teremos viabilidade econômica”, avalia Zanin, da Unicamp. Se depender do entusiasmo dos pesquisadores brasileiros e dos investimentos na área, nós temos tudo para nos tornarmos autossuficientes em baterias.





Fonte: Neofeed

Negócios

No Brasil, o copo está “meio cheio” quando se olha para o longo prazo

Prublicadas

sobre

No Brasil, o copo está
Tempo de Leitura:2 Minuto, 53 Segundo


No momento em que a economia brasileira apresenta uma série de dificuldades macroeconômicas, deprimindo o humor dos investidores, o Pátria Investimentos e a Constellation Asset vêem o copo “meio cheio” para o Brasil quando o olhar é ajustado para o médio e longo prazo.

A avaliação é de que, apesar dos riscos que teimam em se perpetuar, o País apresenta boas teses seculares e também tem companhias robustas, líderes de mercado, capazes de fazerem frente a qualquer nome global e oferecerem bons retornos para quem não tem um olhar de curto prazo.

“Os ruídos e barulhos de curto prazo preocupam, o risco que tem que correr no Brasil é alto” disse Daniel Sorrentino, sócio e CEO do Pátria para as Américas, na terça-feira, 10 de setembro, na NeoConference, evento do NeoFeed que está discutindo o Brasil de hoje e do futuro.

“Mas com uma dose de conservadorismo na hora de escolher os investimentos, vemos que o Brasil, no longo prazo, tem companhias e ativos bons, remunera muito bem o capital. Falta de oportunidades não é um problema”, complementou.

Com mais de US$ 25 bilhões investidos em ativos reais no Brasil, o Pátria entende que alguns segmentos apresentam boas perspectivas quando se olha para um prazo mais longo, caso das áreas de energia, infraestrutura e agronegócio.

Além desses, Sorrentino destacou o setor de real estate, tese relativamente nova do Pátria e recentemente reforçada com a aquisição de 100% da VBI Real Estate, em agosto. Para ele, essa é uma classe com boas perspectivas, diante da demanda dos investidores, incluindo as pessoas físicas, e da oferta de ativos no mercado.

“Existe um potencial enorme para que fundos e gestoras tenham participação enorme no mercado de fundos imobiliários”, afirmou.

Na Bolsa, em que os humores andam voláteis por conta da situação fiscal local e a condução da política monetária nos Estados Unidos, Florian Bartunek, sócio-fundador e CIO da Constellation, avalia que as boas oportunidades existem para quem pensa mais além do curto prazo. “Na maior parte das vezes é melhor não focar no macro, mas nas companhias”, disse.

Por ter uma série de barreiras de entrada, legislações distintas em cada Estado, e que muda frequentemente, o Brasil representa um desafio para muitas companhias, segundo Bartunek, mas acaba sendo uma oportunidade para quem consegue navegar por esse cenário e tem uma visão empreendedora.

“As margens das empresas incumbentes brasileiras são muito altas”, afirmou. “A Localiza, por exemplo, é a melhor locadora de carros do mundo. A questão é achar os incumbentes capazes de durar por muitos anos”

Ele destacou que a escolha precisa ser feita com cautela, apontando para duas questões que deveriam ser fundamentais para os investidores como são para a Constellation. A primeira é se conseguem atender as necessidades dos clientes, enquanto a segunda é o nível de alavancagem financeira, dois fatores que Bartunek acredita serem essenciais para garantir a perenidade.

Tanto para Sorrentino quanto para Bartunek, o Brasil tem boas possibilidades de atrair investidores internacionais, considerando a situação geopolítica, a competência das empresas, a qualidade dos ativos e dos gestores, sendo bastante visados por chineses e países do Oriente Médio. Mas uma melhora da imagem e do pitch de vendas é fundamental.

“O Brasil tem oportunidade de se emparceirar com países que enxergam o País com posição estratégica e deveríamos liderar uma série de pautas”, disse Sorrentino. “Cada vez mais sinto falta das teses de investimentos para o Brasil.”





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

“O Brasil tem todas as oportunidades disponíveis para capturar o potencial da IA”, diz Christian Gebara, da Vivo

Prublicadas

sobre

“O Brasil tem todas as oportunidades disponíveis para capturar o potencial da IA”, diz Christian Gebara, da Vivo
Tempo de Leitura:2 Minuto, 46 Segundo


A inteligência artificial (IA) continua sendo um dos assuntos mais comentados ao se falar de tecnologia e, no Brasil, não poderia ser diferente. No País, questões como infraestrutura, letramento e acessibilidade são determinantes para a adoção da IA. Com 215 milhões de habitantes, os desafios se multiplicam e uma questão fica no ar: o Brasil está preparado para o avanço tecnológico?

Christian Gebara, presidente da Vivo, e Sergio Chaia, CEO da operação brasileira da Unico, acreditam que sim, mas dizem ainda ser preciso desenvolver essa operação de forma estruturada. O assunto foi analisado pelos executivos no painel “Quem disse que o Brasil não é Tech”, dentro da NeoConference, evento do NeoFeed que está discutindo o Brasil de hoje e do futuro.

Para eles, no cenário macro, digitalização, infraestrutura, impostos e conectividade estão entre os pontos principais para serem pensados nesse processo. “A inteligência artificial exige infraestrutura, que é um ponto que a Vivo investe constantemente, tanto em 5G quanto na fibra, que são os meios que nos permitem usar a tecnologia aqui no Brasil”, afirma Gebara.

“A Vivo investiu R$ 9 bilhões no último ano para sofisticar a sua infraestrutura e auxiliar nesse momento de avanço tecnológico, ajudando a levar o acesso a mais regiões do país. Em 25 anos, já foram R$ 500 bilhões aportados nesse segmento”, diz o presidente da companhia.

Porém, ele lembra que, com o acesso cada vez mais disseminado, é preciso pensar em como preparar a população, que em grande parte não tem capacidades mínimas de letramento digital, para um mundo muito mais sofisticado e tecnológico.

sergio chaia unico
Sergio Chaia, CEO da Unico

A Unico, que foi considerada a segunda empresa de tecnologia mais valiosa do País, está utilizando a inteligência artificial para ajudar a população a evitar o lado ruim da tecnologia. Responsáveis por autenticar e proteger identidades no mundo digital, a empresa trabalha para ser mais rápida e eficiente do que os fraudadores locais.

“Eu costumo falar que a inteligência artificial atrai borboletas e mariposas. Ao mesmo tempo que é possível operar um paciente de forma muito mais rápida e efetiva com robôs movidos a IA, existe o lado sombra, que traz problemas como o deepfake e fraudes, que precisam ser endereçados para que essa convivência seja benéfica”, diz Chaia.

A empresa trabalha com inteligência artificial própria para comprovar a biometria dos usuários e também utiliza a tecnologia para treinar seus mecanismos de prevenção à fraude. “Nós precisamos estar sempre à frente do que os fraudadores estão criando e o nosso machine learning é essencial para nos colocar nessa posição”, diz o executivo da Unico.

Além do lado negativo da tecnologia, o presidente da Vivo relembra que, em um país como o Brasil, é preciso pensar nos impactos ambientais da inteligência artificial. Ele afirma que a tecnologia consome muita energia e água, então é necessário existir uma preocupação sobre o quanto isso vai trazer efeitos negativos e como minimizar essas questões.

“Pensando em todas essas questões, acredito que o Brasil tem todas as oportunidades disponíveis para capturar o potencial da IA e se tornar um nome importante na tecnologia”, diz Gebara. “Muito ainda está para ser criado e nós somos um país jovem, que tem a propensão à digitalização e, ajustando tudo o que conversamos, é possível capturar o melhor da IA.”





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

“O Brasil é a empresa mais desequilibrada e a de maior prejuízo”, diz Mário Torós, da Ibiuna

Prublicadas

sobre

mário torós ibiúna neoconference
Tempo de Leitura:3 Minuto, 48 Segundo


A próxima reunião do Copom, que acontece entre os dias 17 e 18 de setembro, deve aprovar um aumento da taxa Selic porque o arcabouço fiscal não para de pé e o Brasil tem a maior dívida e o maior déficit nominal entre os seus pares.

Essa foi a conclusão do primeiro painel da NeoConference, evento do NeoFeed que está discutindo o Brasil de hoje e do futuro, realizado na manhã de terça-feira, 10 de setembro, que contou com a participação de Mário Torós, sócio e co-CIO da Ibiuna Investimentos, e Felipe Guerra, CIO da Legacy Capital.

“O Brasil é a empresa mais endividada e a que tem o maior prejuízo entre os seus competidores; isso não se sustenta, o que explica a taxa de juros elevada no País”, afirmou Torós, do alto de sua experiência no tema – ele comandou a diretoria de Política Monetária do Banco Central (BC) entre 2007 e 2009 e, nesse posto, teve papel ativo durante a crise financeira global de 2008/2009.

Gestor de estratégia macro da Ibiuna, com mais de R$ 19 bilhões sob gestão, Torós diz que o debate quanto ao aumento de 0,25 ponto percentual (p.p.) ou de 0,50 p.p. da Selic na próxima reunião do Copom é irrelevante.

Segundo ele, o ponto central é a discussão sobre o porquê de o Brasil não conseguir se livrar dessa anomalia de ter taxa de juros elevada. “Olhando nossos dados, a inflação está controlada, com desemprego perto do mínimo, mas o desequilíbrio fiscal é muito forte e insustentável ao longo do tempo”, diz ele. “O impulso fiscal desde o governo anterior, em 2022, gera a situação que temos hoje: a maior dívida e o maior déficit nominal, de 10% do PIB.”

felipe guerra legacy capital
Felipe Guerra, da Legacy 

Guerra, gestor da Legacy, com aproximadamente R$ 24 bilhões sob gestão, cita a “dissintonia do Brasil” em relação a outros países do mundo, com inflação em elevação e atividade forte. Segundo ele, os dados da economia apenas expõem as contradições do arcabouço fiscal.

“O arcabouço não para de pé, as despesas de saúde e educação crescem mais rápido que o teto, comprimindo as despesas discricionárias, isso vai ficando insustentável”, diz Guerra. “As despesas não cabem nessa regra e precisa de reformas estruturais, como da Previdência, isso vai gerar ruído à frente.”

Em relação à situação de o Banco Central contar até o final do ano com dois presidentes – o atual, Roberto Campos Neto, e o indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gabriel Galípolo –, os dois gestores não hesitaram em afirmar em qual deles o mercado deve ficar atento: Galípolo.

“São três reuniões do Copom até a efetivação da troca de comando, com inflação muito pressionada”, adverte Guerra. “Galípolo terá de escrever a carta no começo do ano explicando por que a inflação estará acima da meta”, prevê.

Para o gestor da Ibiuna, como o efeito de uma decisão de política monetária ocorre nove meses à frente, é natural que a preponderância da pessoa que vai assumir a presidência do BC seja crescente. “O que esperamos é clareza, uma vez que a capacidade de comunicação do Copom reduz o custo da política monetária”, diz Torós.

A eleição presidencial nos Estados Unidos também foi abordada pelos debatedores. Torós chama a atenção que, mais do que saber quem vai ocupar a Casa Branca, é a composição do futuro Congresso americano que interessa ao mercado.

Ele prevê uma divisão, com republicanos ganhando no Senado e os democratas levando a Câmara dos Representantes, o que vai limitar o raio de ação do novo(a) presidente. Torós, porém, aponta um setor que não depende do Congresso, a decretação de tarifas de importação – proposta defendida por Donald Trump, o que, segundo ele, preocupa o Brasil.

“Em abril, Trump citou o Brasil como país protecionista em relação aos EUA”, lembra Torós, citando que as tarifas médias de importação cobradas pelo Brasil é de 31%, contra apenas 3% cobradas pelos EUA. “Isso pode ser um risco para o País, afetando os ativos brasileiros.”

Guerra, por sua vez, adverte que as agendas mais radicais devem prevalecer no caso de o candidato vencedor tiver alinhamento com o Congresso. “Kamala Harris é mais do mesmo, com gasto fiscal elevado, com inflação e juros desacelerando, bolsa mais baixa”, aposta.

“Com Trump, porém, o Fed terá menos espaço para cortar juros, ele deve reduzir os impostos corporativos e manter o dólar forte, o que significa juro mais elevados e bolsa mais alta”, complementa o CIO da Legacy.





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Popular