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“Estamos diante de um governo fraco, ruim e inepto”, diz Ricardo Lacerda, do BR Partners

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“Estamos diante de um governo fraco, ruim e inepto”, diz Ricardo Lacerda, do BR Partners
Tempo de Leitura:14 Minuto, 17 Segundo


A tensão que levou a disparada do dólar (alta de mais de 18% em 2024) e que está fazendo a bolsa de valores andar de lado (o índice Ibovespa desvaloriza-se quase 4% em 2024) está deixando empresários e o mercado financeiro cada vez mais pessimista com a economia brasileira.

A razão para esse pessimismo tem uma razão clara para Ricardo Lacerda, fundador e fundador e CEO do banco BR Partners: os sinais de que o governo federal não tem disposição de fazer um ajuste fiscal que sinalize ao mercado que não haverá descontrole da dívida pública, que está perto da casa de 80% do PIB.

“Acredito que o que mais está pegando é uma determinação do presidente (Lula) de não cortar gastos. Ele está deixando muito claro e muito transparente que não é um objetivo do governo cortar gastos”, afirma Lacerda, em entrevista ao NeoFeed.

E, pior, Lacerda enxerga cada vez mais semelhanças entre o governo Lula 3 e o Dilma 2, quando decisões econômicas desastrosas levaram o país a uma das piores recessões de sua história recente.

“Estamos se aproximando cada vez mais dos cenários negativos da era Dilma”, diz Lacerda. “Não há a possibilidade de haver uma prosperidade econômica sem um equilíbrio de contas. A gente sabe muito bem como é que essa história termina: ou com inflação, ou com recessão, ou com uma combinação das duas coisas.”

Nesta entrevista, Lacerda traça um cenário preocupante para a economia brasileira, diz que vê como quase heroico o trabalho que Fernando Haddad, ministro da Fazenda, está tentando fazer contra a vontade do seu partido e contra vontade do governo, avalia que a janela de IPOs está fechada por muito tempo no Brasil e analisa o impacto da eleição de Donald Trump para o Brasil.

Confira, a seguir, os principais trechos:

O dólar está perto de seis reais e a bolsa está patinando. Por que os investidores estão de mau humor?
Acredito que os investidores estão de mau humor, substancialmente, em função do risco fiscal que o Brasil está enfrentando já há algum tempo, mas que tem se aprofundado nesse governo. Primeiro, você teve a eliminação do teto de gastos, que acho que foi uma medida muito nociva para o equilíbrio fiscal. E a substituição por um arcabouço fiscal que, na verdade, não decolou. E não decolou porque não teve credibilidade suficiente para demonstrar que não vai haver, digamos assim, um risco de descontrole fiscal.

“Você teve a eliminação do teto de gastos, que acho que foi uma medida muito nociva para o equilíbrio fiscal. E a substituição por um arcabouço fiscal que, na verdade, não decolou”

Algum outro ponto?
Olhando para frente e independentemente de aspectos técnicos do arcabouço que são até inteligentes e poderiam ter funcionado, acredito que o que mais está pegando é uma determinação do presidente (Lula) de não cortar gastos. Ele está deixando muito claro e muito transparente que não é um objetivo do governo cortar gastos. E seja num governo, numa empresa ou numa família não existe equilíbrio econômico-financeiro sem cortar gastos. Isso é uma coisa básica. Qualquer um que precise equilibrar as suas contas precisa também trazer um componente de redução de despesas, de redução de gastos. E o presidente tem relutado muito com isso. E isso está gerando uma desconfiança muito grande por parte do mercado financeiro.

O presidente Lula disse que vai vencer o “mercado financeiro” e que o setor “fala bobagem todo dia”. E partidos de esquerda, inclusive o PT, assinaram um manifesto contra o ajuste fiscal. Qual o papel do governo nesse clima pessimista que está se criando?
Primeiro, tem que se entender que o mercado financeiro é um termômetro. É um reflexo daquilo que acontece na economia e nos agentes econômicos de um país. Não existe esse ente, o mercado financeiro, que alguém vai vencer ou perder para ele. O mercado financeiro representa a poupança das economias de todos nós. Acredito que essa questão, por exemplo, de ter um abaixo assinado contra o ajuste fiscal é uma coisa, não diria inusitada, porque partidos de esquerda são capazes de qualquer coisa, em qualquer lugar do mundo. Mas é um contrassenso, na minha opinião. Você ter um abaixo assinado contra alguma coisa que é em benefício de toda a sociedade. Não há a possibilidade de haver uma prosperidade econômica sem um equilíbrio de contas. A gente sabe muito bem como é que essa história termina: ou com inflação, ou com recessão, ou com uma combinação das duas coisas. E infelizmente aqui não vai ser diferente. Está tudo caminhando para um cenário macroeconômico muito negativo.

Você disse que o arcabouço não decolou. Ele é natimorto?
Não acho que é natimorto. Acho que seria até injusto com alguns economistas bem-intencionados e inteligentes que fizeram parte da concepção do arcabouço. Mas existem algumas falhas. Primeiro, a questão da ausência de um programa maior de gastos e também da dependência de que o equilíbrio viria apenas com crescimento econômico mais forte, coisa que não é muito típica de um ajuste. Mas tinha alguns elementos ali até positivos.

Acredito que a responsabilidade é realmente do presidente da República e do governo, que tem dado sinais extremamente claros de que não vai cortar gastos, não quer cortar gastos. E entra em guerra com qualquer um que proponha um equilíbrio fiscal mais forte. O presidente, obviamente, foi eleito legitimamente. Ele é quem tem o controle disso, mas ele vai ter que pagar o preço também dessa postura de ser completamente contra o ajuste fiscal e contra a redução de gastos.

“Acredito que a responsabilidade é realmente do presidente da República e do governo, que tem dado sinais extremamente claros de que não vai cortar gastos, não quer cortar gastos”

O mercado fez várias contas de quanto o governo pode cortar. Em alguns relatórios, a conta varia entre R$ 40 bilhões e R$ 60 bilhões. Nas suas contas, onde pode se cortar custos?
As contas demonstram que pelo menos entre R$ 30 bilhões e R$ 40 bilhões seriam viáveis para uma redução de gastos. Mas fugindo um pouco da discussão mais técnica, se é R$ 27 bilhões, R$ 30 bilhões, R$ 40 bilhões e R$ 60 bilhões, o que eu acho é que precisaria haver uma demonstração clara de uma preocupação com o equilíbrio fiscal a longo prazo.

Ninguém está falando para tirar benefícios das pessoas mais pobres ou de cortar o Bolsa Família, ou de cortar o orçamento de saúde. Obviamente, há muito desperdício. Há uma série de incentivos que podem ser cortados, que deveriam ser cortados, que estão trazendo toda essa distorção. Mas precisa ter uma disposição de fazer isso, de equilibrar as contas públicas. Ninguém está falando em gerar superávit primário amanhã. Estamos falando em olhar o horizonte de cinco, de dez, de 15, de 20 anos e ter um plano crível para que o déficit público não entre numa situação de total descontrole, que é uma preocupação que o mercado tem hoje.

E não temos visto essa disposição. A gente tem visto uma guerra do presidente da República com o seu ministro, uma guerra dele com o Banco Central, uma guerra dele com o mercado financeiro. Mas um plano de governo, uma disposição para realmente fazer um ajuste de contas, não temos visto.

Você citou o ministro da Fazenda. Como você enxerga o trabalho do Fernando Haddad até agora?
Vejo como quase heroico o que ele está tentando fazer contra a vontade do seu partido e contra vontade do governo. Mas ninguém consegue fazer nada sozinho. O ministro tem uma percepção muito clara do que esse eventual desequilíbrio fiscal pode levar. Acho que ele está tentando consertar. Acho que ele tem tentado fazer uma interação com os agentes econômicos, com o mercado, com seus colegas ministros. Mas o fato é que esse governo é focado na ideia de que não precisa ter ajuste fiscal. Então, é uma luta inglória o que o ministro está passando. Acho que a gente tem que reconhecer muito o trabalho dele, mas infelizmente precisaria ter um comprometimento do próprio presidente da República.

“Vejo como quase heroico o que ele (Fernando Haddad) está tentando fazer contra a vontade do seu partido e contra vontade do governo. Mas ninguém consegue fazer nada sozinho”

Com a vitória do Trump, o dólar vai ficar mais forte globalmente e o aumento das tarifas alfandegárias, como o presidente eleito propôs na sua campanha, deve gerar mais inflação ao redor do mundo, inclusive no próprio Estados Unidos. Qual o impacto disso para o Brasil?
O impacto é, na teoria, bastante negativo, mas vamos precisar ver exatamente em que extensão o novo governo dos Estados Unidos vai implementar essas políticas. A questão do combate à imigração legal e das tarifas são elementos inflacionários para a própria economia americana. Com inflação mais alta nos Estados Unidos, você vai ter juros mais altos nos Estados Unidos. Com juros mais altos, você vai ter também dólar mais forte. E isso vai impactar negativamente o Brasil. Mas acho que vamos precisar ver realmente a extensão daquilo que ele vai conseguir implementar em termos de tarifas e de políticas de imigração, entre outras coisas, como a questão de redução de impostos, que podem sim ter um impacto inflacionário. E o Brasil sofre o efeito colateral disso.

Por conta disso, o ajuste fiscal se torna ainda mais urgente no Brasil?
Acredito que torna muito mais urgente fazer esse ajuste no Brasil. Mas acredito que o que está tornando mais urgente fazer esse ajuste no Brasil é enxergar uma NTN-B longa perto de 7%. A gente viu isso a última vez no Brasil no desastre econômico da era Dilma. E, infelizmente, o governo Lula 3, a despeito de tudo o que ele coloca que fez no primeiro mandato e no segundo mandato – ele realmente tomou medidas ali que foram bastante positivas economicamente e que levaram um cenário fiscal muito melhor. Mas isso hoje não está acontecendo. Então, estamos se aproximando cada vez mais dos cenários negativos de 2015 e 2016 da era Dilma.

O investidor estrangeiro retirou até agora quase R$ 31 bilhões da B3. O que explica esse movimento?
Temos de reconhecer que o primeiro elemento fundamental para isso é o nível da taxa de juros nos Estados Unidos, que se tornou muito mais atraente. Obviamente, a taxa de juro americana é o que precifica todos os mercados ao redor do mundo. Então, com os juros mais altos nos Estados Unidos, há mais oportunidades para esses investidores lá. E isso drena recursos de vários países, incluindo o Brasil.

O segundo ponto é que eu acredito que o Brasil perdeu importância no cenário econômico internacional. Você teve muito investidor ao longo das últimas décadas que perdeu dinheiro no Brasil, sejam empresas, fundos de private equity e outros investidores que compraram ativos em privatização. E aí, por uma questão de diferentes fatores, acabaram se desinteressando e se movendo para outros mercados.

E também diria que esse debate, essa dificuldade de a gente promover um ajuste fiscal. Não tenho mais tanta esperança de um ajuste fiscal a curto prazo. Acho que temos que falar de uma política fiscal responsável, ainda que esse ajuste esteja muito lá na frente, mas algo que seja crível, algo que mostre que nós não vamos ter um descontrole fiscal que pode levar a consequências muito negativas, como descontrole inflacionário, como recessão e uma série de problemas que o Brasil já viveu lá atrás.

No momento que a gente está conversando, não foi anunciada nenhuma medida de corte de custos. E isso explica um pouco da tensão do mercado nessa semana. Você citou que espera algum ajuste. Então, algum ajuste é melhor do que nenhum?
Sem dúvida. Eu acho que é muito melhor algum ajuste do que nenhum. O mercado vai precificar o ajuste, qualquer que seja ele. Se for um ajuste mais ambicioso, mais agressivo, acho que a gente pode ter um benefício muito positivo rapidamente. Se for um ajuste basicamente muito modesto ou que não tenha credibilidade, o mercado também vai precificar pelo outro lado. Está todo mundo de olhos abertos, muito atento para ver para que lado que a política fiscal vai, porque com isso nós vamos também entender qual vai ser a política monetária necessária e como é que esses ativos todos se reprecificam.

“Acho que é muito melhor algum ajuste do que nenhum. O mercado vai precificar o ajuste, qualquer que seja ele”

O último IPO no Brasil foi o do Nubank, em dezembro de 2021. Em dezembro deste ano vai fazer três anos sem nenhuma abertura de capital no Brasil. Quando você acredita que a janela para listar empresas pode se abrir de novo no Brasil?
Em um ambiente de juro real próximo a 7% e de você ter uma NTN-B próxima de 7%, você não vai ter IPOs ou operações de ações tão cedo. O investidor, obviamente, está olhando as alternativas. Hoje, ele consegue ter uma Selic de 11,25%, subindo para 12%. Ou você consegue ter produtos de renda fixa que, além dessa Selic, colocam um spread de 1%, 2%, 3%, 4%, 5%. Para que a gente volte a ter IPOs, precisamos ter um nível de juros muito mais baixo do que estamos hoje. Esse juro real tem de voltar para perto de 5% ou inclusive abaixo de 5%. Enquanto, estivermos nesse patamar de 7%, é completamente inviável. Não enxergo, a curto prazo, esse mercado voltando.

O que é curto prazo para você?
Tudo pode mudar muito rápido em função do cenário internacional, se houver um ambiente para redução de juros mais agressivo nos Estados Unidos. Ou se houver um pacote fiscal. Ninguém tem bola de cristal. Mas eu diria que pelo cenário que nós estamos vivendo hoje, eu não consigo ver cenários de IPOs para 2025 ou 2026. Acredito que isso vai ficar para depois das eleições de 2026.

Um mercado que está indo muito bem esse ano é o de crédito privado. Em 2023, tivemos a crise da Americanas e de outras empresas que provocaram um susto gigantesco nos investidores e paralisou o mercado por algum tempo. Você vê hoje um risco de crédito?
O evento de Americanas foi muito traumático porque foi completamente inesperado e envolveu uma fraude de proporções muito grande como a gente nunca tinha visto no Brasil. Foi um choque o que aconteceu. Desde então, tivemos inúmeros eventos de crédito. Temos feito, no BR Partners, muita reestruturação de dívida. Espero uma leve deterioração dos balanços das empresas nos próximos trimestres e, principalmente, daquelas empresas que estão alavancadas. Vamos ter eventos de crédito que vão ter que ser renegociados, reperfilados e reestruturados. Mas acredito que tudo dentro de uma normalidade. Acredito que reperfilmamento e reestruturação de dívida deixaram de ser palavrão no Brasil.

“Infelizmente, até o momento, o Lula 3 é mais parecido com o Dilma 2”

O Lula 3 é mais parecido com Lula 1 ou Lula 2?
Infelizmente, até o momento, ele é mais parecido com o Dilma 2. Vamos reconhecer que o presidente foi eleito legitimamente em função de uma postura muitas vezes radical do governo anterior. Ele trouxe uma certa normalidade institucional para o país, no sentido de que hoje você não tem mais um presidente da República xingando o governador, chamando o ministro do Supremo Tribunal Federal de canalha no meio da rua. Houve uma certa normalização de uma série de coisas. Eu acho que temos de trazer o reconhecimento ao presidente Lula e a outros líderes que têm buscado fortalecer a democracia.

Por outro lado, acredito estamos diante de um governo fraco. O governo é ruim, o governo é inepto. Você não vê nenhuma frente onde o governo esteja realmente fazendo diferença. Algo muito diferente de um governo como Lula 1 onde você tinha um ministério de primeira linha, com nomes como Luiz Fernando Furlan (ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Márcio Thomaz Bastos (ministro da Justiça). Podemos citar vários outros nomes aqui. As próprias lideranças petistas que faziam parte daquele governo, como o Palocci e o José Dirceu, eram elementos de primeira grandeza dentro do partido. E hoje você não vê isso.

Você não tem nenhum ministério brilhante. Você tem um governo que não consegue entregar coisas básicas. Não consegue entregar educação, saúde e segurança pública. Mas, ao mesmo tempo, um presidente que quer ficar dando palpite na Petrobras, na Vale, que nem do governo é mais, no Banco Central, na Eletrobras, que também já não é mais do governo.

Então, ele é presidente da República ou ele gostaria de ser um grande empresário?  Ele deveria ser um empresário. A gente quer um Estado empresário? A gente já viu o que o Estado empresário faz com o Brasil. Ele só faz gerar prejuízo, corrupção, inépcia e atraso.

Qual o recado da eleição municipal e dos EUA?
O que as eleições municipais e as eleições nos Estados Unidos mostraram é que a população está mudando. As pessoas talvez não queiram mais tanto assistencialismo, não querem mais governos grandes. As pessoas querem menos governo, querem mais liberdade, querem mais empreendedorismo, querem poder ter o ambiente para prosperar economicamente.





Fonte: Neofeed

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Trump escolhe um “xerife” para o mercado defensor das criptomoedas

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Trump escolhe um “xerife
Tempo de Leitura:2 Minuto, 36 Segundo


A Securities and Exchange Commission (SEC), entidade que é considerada o xerife do mercado de capitais, vai ser comandada por um defensor das criptomoedas. O presidente eleito Donald Trump acaba de escolher Paul Atkins para comandar a entidade.

“Paul é um líder comprovado para regulações de bom senso”, disse Trump, em uma publicação em sua rede social, a Truth Social. “Atkins também reconhece que ativos digitais e outras inovações são cruciais para tornar a América maior do que nunca.”

Atkins foi comissário da SEC de 2002 a 2008, quando decidiu sair e fundar a Patomak Global Partners, uma consultoria em gestão de riscos. Durante sua trajetória, o executivo se tornou próximo de especialistas do setor, que elogiaram a indicação de Trump.

A expectativa do mercado é de que, ao tomar sua cadeira na SEC, Atkins abra caminhos para as criptomoedas e suas ramificações. Em um podcast no ano passado, ele afirmou que a rede regulatória fragmentada dos EUA aumenta custos e pode criar regras que dificultam a inovação.

Para ele, a SEC “deve estar atenta para acomodar atividades que não sejam criminosas e permitir que os mercados prosperem, porque, se desafiarem os incumbentes e ajudarem a reduzir custos para investidores e para quem busca levantar capital, essa é a razão pela qual temos mercados financeiros”, afirmou Atkins no podcast.

Esse posicionamento vai na contramão do que o atual presidente da SEC, Gary Gensler, tem feito. Ao longo de seu mandato, Gensler adotou uma abordagem dura de regulamentação e fiscalização, combatendo tanto empresas tradicionais de Wall Street quanto negócios que envolviam criptomoedas.

Em três anos, o executivo processou algumas das maiores empresas de criptomoedas e se recusou a criar novas regras específicas para ativos digitais, argumentando que muitos tokens deveriam ser considerados valores mobiliários e que as leis existentes eram suficientemente claras. Em sua visão, o setor é como um “velho oeste”, repleto de fraudes e riscos para investidores.

“Os últimos quatro anos sob o comando de Gensler foram uma cruzada anticripto ininterrupta”, disse Kristin Smith, CEO da Blockchain Association, ao Financial Times. “Paul Atkins trará uma nova perspectiva, ancorada em um profundo entendimento do ecossistema de ativos digitais.”

Apesar de ser a favor das criptomoedas, o executivo criticou o PCAOB (Conselho de Supervisão Contábil de Empresas Públicas), órgão que regula empresas de contabilidade e é supervisionado pela SEC.
Lynn Turner, membro do grupo consultivo de investidores do PCAOB, afirmou que a nomeação de Atkins é o pior cenário possível para o órgão.

Trump também nomeou Gail Slater, assessora de alto escalão do vice-presidente eleito JD Vance, para chefiar a divisão antitruste do Departamento de Justiça.

A expectativa em relação a Slater é de que a executiva mantenha postura rigorosa contra práticas de monopólio defendida por autoridades do governo Biden, especialmente em relação às big techs.

Trump declarou, diversas vezes, que as big techs “estão fora de controle há anos, sufocando a concorrência em nosso setor mais inovador, enquanto usam seu poder de mercado para reprimir os direitos de muitos americanos”.

Atkins e Slater ainda precisam ser confirmados pelo Senado dos Estados Unidos.



Fonte: Neofeed

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Brasil em crise fiscal, Argentina em alta e EUA mais fortes sob Trump, segundo o Andbank

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alex fusté andbank
Tempo de Leitura:12 Minuto, 4 Segundo


Ao usar o pacote de cortes de despesas para anunciar uma isenção fiscal para quem ganha até R$ 5 mil por mês, o governo brasileiro fez mais do que emitir um sinal equivocado ao mercado: afastou ainda mais o capital estrangeiro, o que significa uma clara desvantagem em um mundo onde há enorme liquidez – de ao menos US$ 9 trilhões – à espera de portos seguros para investimentos.

O alerta é do espanhol Alex Fusté, economista-chefe do Andbank, grupo financeiro especializado em private banking. Com sede em Andorra e presente em 11 países, o Andbank detém o equivalente a R$ 210 bilhões sob gestão no mundo.

Fusté vê o atual governo reprisando os erros de comunicação com o mercado dos tempos de Dilma Rousseff. Segundo ele, a política fiscal expansionista da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva não é, em si, um entrave.

“Os países nórdicos investem muito em gastos sociais e suas economias funcionam muito bem”, diz Fusté, nesta entrevista ao NeoFeed. “O problema é utilizarmos todos esses grandes gastos em políticas com pouco retorno econômico ou financeiro.”

O economista cita a política de contração fiscal adotada pelo argentino Javier Milei como case de sucesso e contraponto à política de Lula, com redução pela metade do custo de financiamento do governo argentino e aumento de reservas internacionais.

Fusté dedicou boa parte da entrevista, porém, para falar de sua expectativa do novo governo americano sob Donald Trump, a partir de janeiro. Ele não crê na adoção de uma política linear americana de tarifas de importação e sim aplicadas a alguns países para alcançar determinados objetivos políticos.

Os países mais visados, segundo diz, serão os que não praticam economia de mercado e recorrem a subsídios que desequilibram a competição, como a China. “Tudo o que um país tem de fazer é cumprir certas normas do mercado livre para evitar sobretaxação de tarifas”, diz, criticando o “receio exagerado” da política tarifária de Trump.

Fusté também alertou para a situação da União Europeia, pressionada pela crise fiscal da França e econômica da Alemanha. Para o economista, nem o temor de sofrer sobretaxação de suas exportações para os EUA, principal parceiro comercial europeu, levará o bloco a assinar o tratado de livre comércio com o Mercosul.

“Estamos negociando esse acordo há duas décadas e ainda estamos presos a diferenças importantes”, diz, citando a oposição do setor agrícola francês ao Mercosul. “Isso significa que a assinatura não é iminente e deve demorar”, acrescenta, contrariando o otimismo brasileiro de um desfecho para o tratado no encontro de cúpula dos dois blocos, esta semana, em Montevidéu.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista de Alex Fusté:

As medidas anunciadas no fim de novembro pelo governo federal para cortar despesas e obter o equilíbrio fiscal não foram bem recebidas pelo mercado. Qual é a sua avaliação da situação fiscal atual do Brasil?
O governo precisa ter um discurso para a sociedade e outro para o mercado. Todos os países querem atrair capital e precisam se financiar em condições favoráveis. Portanto, é muito simples: o governo precisa enviar os sinais corretos ao mercado, deixando claro que o risco de desordem macroeconômica é remoto ou improvável. Só que, de forma recorrente, temos visto vários episódios de desentendimento do governo brasileiro com o mercado. Lembro em 2016 da crise com a então presidente Dilma Rousseff, com as sinalizações, as taxas subindo, o impeachment. Vivi isso e meus clientes sofreram. Isso significa que muitos desses clientes não querem passar por essa experiência novamente.

Onde o governo errou nesse pacote?
Houve um problema de comunicação. Esperei cuidadosamente por um anúncio de cortes nas despesas e de sustentabilidade das finanças públicas. Mas começaram o discurso falando sobre um anúncio de isenção fiscal para quem ganha até R$ 5 mil por mês. O que não se deve fazer, como governo, é notificar os investidores de que vou anunciar um plano de corte de gastos e começar com um anúncio de menos receita. Os investidores consideraram isso insuficiente, mesmo com a perspectiva de um corte de R$ 70 bilhões em despesas em dois anos.

Qual o impacto disso?
Significa que, estruturalmente, enquanto mantiver esta imagem, o governo e as empresas do País terão de arcar um custo de financiamento mais elevado, o que significa uma clara desvantagem num mundo onde há enorme liquidez. Para se ter uma ideia, o excesso de liquidez nos Estados Unidos é de US$ 6 trilhões e na Europa, de US$ 3 trilhões. Qualquer país pode tirar partido dessa liquidez, mas tem de enviar os sinais certos para canalizar esse dinheiro.

O presidente Lula claramente aposta na expansão fiscal como a melhor estratégia para reequilibrar a economia. Quais são os riscos de insistir nessa política econômica?
Nada indica que mais gastos socais sejam piores para o mercado e, em última análise, para a economia. Os países nórdicos investem muito em gastos sociais e suas economias funcionam muito bem. O problema é utilizarmos todos esses grandes gastos em políticas com pouco retorno econômico ou financeiro. O mercado está interpretando que o governo brasileiro está mais orientado apenas para gastos sociais e isso assusta. O Estado precisa encontrar um equilíbrio entre despesas sociais e gasto público de investimento.

“O mercado está interpretando que o governo está mais orientado apenas para gastos sociais e isso assusta”

A Argentina, sob Javier Milei, está conseguindo controlar a inflação e cortar o déficit fiscal. O que será necessário para que a Argentina seja alvo de investimento estrangeiro?
Muito fácil: serão necessários mais dez meses de superávit fiscal, primário e financeiro. Apenas isso, nada mais. Obviamente, para conseguir o que foi feito até agora, Milei teve de fazer cortes – o que remete à sua pergunta se as políticas de expansão fiscal são boas, o que é difícil dizer. O que sei é que as políticas de contração fiscal resultam num aumento das reservas internacionais. Este ano, quando o prêmio de risco da Argentina caiu de 1.500 para 700 pontos-base, o custo do financiamento do governo, das empresas e de todas as pessoas foi reduzido pela metade. O crédito já começa a circular. Se a política de contração fiscal não colocar em perigo a coesão social, é bastante razoável a chance de sucesso.

O comércio global deverá ser afetado pelo protecionismo anunciado por Donald Trump, com sua volta à Casa Branca. Quais são as suas expectativas para 2025?
Há um receio exagerado quanto à imposição de tarifas elevadas de importação e retomada da guerra comercial com a China, o que não agrada às economias e ao mercado financeiro. Tudo vai depender de como Trump vai usar essas tarifas. Há duas possibilidades. Podem ser aplicadas a alguns países para alcançar determinados objetivos, como melhorar o PIB dos EUA, como tem dito o futuro secretário do Tesouro, Scott Bessent. Isso significa que não será uma regra geral. A outra versão dessa política de Trump preocupa mais.

Qual seria?
A versão de que as tarifas de importações, mais do que uma ferramenta, serão um objetivo em si. É defendida por Robert Lighthizer, que foi representante comercial de Trump na sua primeira administração e atua como conselheiro do novo presidente. Para seu grupo, é preciso recuperar a indústria americana, sem necessariamente passar pela eficiência, com um muro de tarifas. Se esta visão for imposta e começarmos a construir muros defensivos, o mundo inteiro sofreria: o Brasil, a Europa e a China.

Qual das duas versões deve prevalecer?
A primeira, defendida por Bessent, que ganhou peso com a nomeação de Howard Lutnick, um negociante de títulos do mercado, para ser secretário do Comércio. Se Trump quisesse colapsar o tratado comercial entre EUA, México e Canadá e o comércio global, teria nomeado um legalista ou um político como secretário do Comércio. Por isso precisamos ser otimistas e ter calma, pois não estamos diante de uma verdadeira guerra tarifária.

“Se Trump quisesse colapsar o comércio global, teria nomeado um político como secretário do Comércio”

Quais seriam as principais prioridades econômicas de Trump? O desmantelamento da política de transição energética de Joe Biden está na agenda?
Sem dúvida. Estamos estimando um crescimento de 2% a 2,5% do PIB para os EUA em 2025, com desregulamentação e redução de impostos. Além disso, o país está destinado a tornar-se não só o mais importante produtor de energia do mundo, como também o maior exportador. É um objetivo muito claro dos americanos e, indiretamente, da União Europeia. Não produzimos energia porque tínhamos uma rede de gasodutos e oleodutos que vinham da Rússia a preços baixos, ou seja, tínhamos essa energia garantida. Com a guerra e a inimizade entre a Europa e a Rússia, isso acabou.

Os EUA viraram solução para suprir energia para a Europa?
Exato. As vendas de energia da Rússia para a Europa caíram para 18% e os EUA foram o país que mais aumentou as suas vendas para a Europa. Hoje, a União Europeia tem medo de um possível aumento das tarifas americanas – fizemos estudo mostrando que uma tarifa padrão de 10% dos EUA sobre produtos europeus custaria 1% do PIB do bloco. A UE quer fazer tudo o que puder para evitá-la.

Esta semana, a União Europeia poderá assinar o acordo de livre comércio com o Mercosul. Não seria uma forma de os dois blocos encontrarem uma alternativa à imposição de tarifas dos EUA?
É um tema extremamente difícil, estamos negociando esse acordo há duas décadas, presos a diferenças importantes. O setor agrícola francês, que se opõe ao Mercosul de forma clara, é muito poderoso. Recentemente, tivemos protestos agrícolas que paralisaram as estradas da Europa. Existem diferentes posições entre os países europeus sobre como abordar o Mercosul. Seria necessário organizar e unificar a posição dentro da UE. Também há disparidades neste sentido entre Uruguai, Argentina e Brasil. Isso significa que a assinatura não é iminente e deve demorar, na minha opinião.

O que preocupa mais a União Europeia: a crise fiscal da França, a queda da produção econômica na Alemanha ou o provável protecionismo americano?
As economias vão bem ou mal por razões próprias. Portanto, a resposta é simples: a Europa deveria estar mais preocupada para que a Alemanha recupere o seu papel de força motriz europeia, que perdemos. A Alemanha vive uma transição política e econômica que não sabemos onde vai dar. A coalizão de governo implodiu e não há maioria no Parlamento. Falta à Alemanha uma liderança política capaz de ditar o modelo econômico. Depois dela tem a França, que é a segunda economia do bloco e um pouco parecida com a do Brasil, no sentido de mandar sinais errados para o mercado.

Em que sentido a crise fiscal da França é preocupante?
A França tem de financiar o mercado de forma mais dispendiosa do que Portugal, que tem uma economia pequena e mais fraca. Como é possível que a França tenha de pagar mais pela sua dívida para atrair capital? Porque o mercado, o capital, não é idiota, ele vê uma dinâmica que eventualmente pode se tornar desestabilizadora e isso exige um prêmio de risco, que não deveria existir para um país como a França. Isso acaba fomentando o que chamo de um processo de desprezo do mundo pelo euro.

O euro corre risco?
O euro é cada vez menos utilizado como moeda de troca global. E isso tem uma consequência, pois ele também é utilizado como reserva internacional de todos os bancos centrais do mundo e está perdendo valor em relação ao dólar. A ausência de euros nos BCs significa que a janela de financiamento para a Europa está fechada numa altura em que temos uma dívida muito elevada e uma grande necessidade de refinanciamento. Isso é perigoso e precisa ser revertido. A União Europeia não deve entrar em recessão, mas terá crescimento baixo, de até 0,8% em 2025, e uma recuperação lenta nos anos seguintes.

Para a China, a perspectiva é de uma guerra comercial mais agressiva por parte de Trump?
Prevejo uma repetição do que Trump fez com o México, no primeiro mandato. Disse que certas coisas teriam de mudar e queria negociá-las: aumento do salário por hora em fábricas americanas do outro lado da fronteira e ampliação de 50% para 75% das autopeças fabricadas nos EUA na montagem de veículos produzidos no México. O México inicialmente resistiu às negociações. O peso, o mercado de ações e os títulos mexicanos caíram, o governo finalmente cedeu e a economia se recuperou.

“Prevejo uma repetição do que Trump fez com o México, no primeiro mandato”

O que será diferente com a China desta vez?
Essa é a questão: a China vai sentar e negociar? Não vejo a China cedendo em certas coisas, por isso o embate está definido e temo que seja longo. Além disso, haverá uma mudança de mentalidade dos EUA em relação à globalização sob os neoindustriais de Trump.

Em que sentido?
A visão defendida pela elite política e das universidades americanas é que as economias desenvolvidas têm de se basear nos serviços e no consumo, enquanto a indústria transformadora deve ser deixada para países com uma clara vantagem em termos de custos. Isso funciona se todos seguirem as regras do jogo. A China, por exemplo, não cumpriu as regras do jogo porque promoveu um modelo chamado “capitalismo dos jogos vorazes”, que está tornando as empresas chinesas líderes indiscutíveis em certas indústrias, como veículos eléctricos e painéis solares. E, para isso, concedeu grandes subsídios. Ao não cumprir a regra do jogo, os chineses mataram a indústria ocidental e isso precisa ser mudado.

Com a imposição de tarifas de importação altíssimas aos produtos chineses?
Serão duas ações diferentes. Os EUA não deverão impor tarifas massivas nem generalizadas, mas visar os países que não praticam economia de mercado. É por isso que não há necessidade de se preocupar: tudo o que um país tem de fazer é cumprir certas normas do mercado livre para evitar sobretaxação de tarifas. E isso vale para o Brasil, para o México, para a Europa.

A China vai acabar cedendo?
Os EUA já sobretaxam importações para esses setores chineses de transição energética, entre 50% e 100% para carros elétricos e 50% para painéis solares e baterias. É uma possibilidade que essas tarifas sejam duplicadas. Não vejo a China mudar o seu modelo de tentar fazer com que as suas indústrias nesses setores se tornem líderes mundiais indiscutíveis. Portanto, ou alguma coisa muda estruturalmente na China ou ela será uma grande vítima das tarifas dos EUA.





Fonte: Neofeed

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O otimismo da BlackRock com o Brasil: “tem que enxergar além do curto prazo”

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O otimismo da BlackRock com o Brasil: “tem que enxergar além do curto prazo”
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As preocupações com a sustentabilidade fiscal do Brasil têm afastado investidores do país. Desde o início do ano, a saída de estrangeiros da B3 soma R$ 25,6 bilhões, enquanto o dólar acumula uma alta de 25% frente ao real, refletindo a piora na percepção sobre os ativos locais. O crescente pessimismo, no entanto, é visto como uma oportunidade pela BlackRock, que mantém uma (rara) dose de otimismo em relação ao mercado brasileiro.

“A diferença entre investidores experientes e aqueles que não compreendem tão bem o Brasil é a capacidade de enxergar além da incerteza de curto prazo”, afirma Axel Christensen, estrategista-chefe para investimentos na América Latina da BlackRock, maior gestora do mundo com US$ 11,5 trilhões.

Na avaliação de Christensen, o país pode se tornar um dos favoritos a receber investimentos em infraestrutura e data centers baseados em energia renovável. “Estamos dispostos a superar as incertezas de curto prazo porque entendemos a atratividade de participar de algumas dessas transformações.”

Christensen, que analisa o mercado latino-americano há 30 anos, sendo 15 deles na BlackRock, também minimiza os temores em relação ao risco fiscal.

“Não é a primeira vez que os investidores estão preocupados com a situação fiscal no Brasil, e provavelmente não será a última. Isso faz parte do ambiente para nós, é parte do ‘quadro geral’, como costumo dizer. Se você não se sente confortável com a incerteza fiscal na América Latina, provavelmente não deveria estar investindo na região.”

O estrategista destaca que investidores estrangeiros têm visto a desvalorização do real, impulsionada pela piora na percepção fiscal, como um ponto de entrada “muito atrativo” para investimentos em renda fixa.

“Investidores experientes, que já viram isso no passado e sabem que a volatilidade de curto prazo eventualmente diminui, reconhecem que os fundamentos acabam prevalecendo. Esses momentos se mostram os melhores para ser positivo em algumas dessas oportunidades.”

Embora reconheça o aumento das incertezas sobre o comércio do Brasil com os Estados Unidos durante o governo de Donald Trump, Christensen afirma que o país pode ser um dos grandes beneficiados pelas tensões sino-americanas. A posição neutra do Brasil em relação às duas maiores potências globais, na visão do estrategista, é um ativo valioso no atual contexto geopolítico.

“Se os EUA impuserem tarifas à China e, em resposta, a China restringir as exportações americanas para o mercado chinês — que consistem principalmente em produtos agrícolas —, isso pode levar a China a aumentar suas compras de soja e outros itens agrícolas do Brasil.”

Do lado do comércio com os americanos, Christensen pontua que o Brasil pode se beneficiar da exportação de terras raras, que são minerais encontrados em pequenas quantidades, mas com um papel fundamental na indústria de chips. A China, que corresponde a 70% da produção global de terras raras, baniu nesta semana as exportações para os Estados Unidos, em mais um capítulo da guerra comercial entre os dois países.

“Se o Brasil souber aproveitar seus recursos e sua capacidade de fornecimento tanto para a China quanto para os EUA, pode sair vencedor nesse cenário de tensões crescentes, atuando como um mediador estratégico entre os dois países.”

Quem, por enquanto, tem conseguido ocupar esse espaço é o Vietnã. Diante do conflito comercial, suas exportações para os Estados Unidos triplicaram entre 2018 e 2022, enquanto os investimentos chineses no país dobraram no período, segundo dados da consultoria Kearney divulgados pelo The New York Times.

“Só é importante ter cuidado para não pender muito para um lado ou para o outro. No entanto, acredito que os brasileiros são suficientemente espertos e habilidosos para encontrar o equilíbrio apropriado entre as duas potências”, afirma Christensen.



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