Economia
Indústria está confiante em 27 dos 29 setores pesquisados pela CNI
Dos 29 setores medidos em novembro pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), 27 manifestaram confiança na economia. O otimismo foi crescente em 14 deles, na comparação com o mês anterior. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o resultado é o melhor desde outubro de 2022.
Os setores que apresentaram maior confiança foram o de farmoquímicos e farmacêuticos, com um Icei de 58,9 pontos. Em novembro do ano passado, este índice estava em 58,1 pontos.
Na sequência está o setor de bebidas, com 55,6 pontos, resultado 2,5 pontos acima do registrado no mesmo mês de 2023, com 53,1 pontos; seguido do setor de impressão e reprodução, com 54,6 pontos (ante os 50,1 pontos registrados em novembro do ano passado); e o de alimentos, com 54,3 pontos. Em novembro de 2023, o Icei deste setor estava em 52,5 pontos.
O Icei varia de 0 a 100 pontos. Quanto mais acima de 50 pontos, maior o grau de confiança do empresariado.
Apenas dois setores apresentaram índice abaixo deste recorte: o de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, com 47,4 pontos; e o de produtos de minerais não-metálicos, com 49,8 pontos. Os setores de madeira e o de produtos de borracha registraram o mesmo Icei: 50,1 pontos.
Porte e regiões
Tendo como recorte o porte da indústria, o indicador relativo às de grande porte se manteve no mesmo patamar do observado em outubro, em 54 pontos – acima dos 52,6 pontos registrados em novembro de 2023.
As empresas de médio porte registraram 52,8 pontos, bastante próximo dos 52,9 pontos observados no mês anterior. Em novembro do ano passado, o Icei das empresas de médio porte estava em 50,4 pontos.
Já as de pequeno porte apresentaram variação de 51,9 para 51,5 pontos entre outubro e novembro de 2024. Em novembro de 2023, este Icei estava em 49,9 pontos.
Considerando o recorte geográfico, a CNI informa que apenas o Icei da Região Sul aumentou (+ 2,2 pontos, chegando a 53,8 pontos). Na Regiões Norte, o Icei ficou em 53,4 pontos; e no Nordeste, em 56,1 pontos.
“Já para as indústrias do Sudeste e no Centro-Oeste, a CNI indica que a confiança ficou praticamente estável”, informou a entidade referindo-se aos 51,2 e 53,4 pontos obtidos pelas duas regiões, respectivamente.
O Icei identifica, segundo a CNI, mudanças na tendência da produção industrial, “auxiliando na previsão do produto industrial e, por conseguinte, do PIB brasileiro, visto que empresários confiantes tendem a aumentar o investimento e a produção para atender o esperado crescimento na demanda”.
Para a edição de novembro, foram consultadas 1.838 empresas, sendo 740 de pequeno porte; 671 de médio porte; e 427 de grande porte. O levantamento foi feito entre os dias 1 e 12 de novembro de 2024.
Economia
Indústria eletroeletrônica anuncia investimentos de R$ 5 bi até 2027
A Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) anunciou nesta quarta-feira (4) investimentos de R$ 5 bilhões no país nos próximos três anos. Entre as ações previstas estão a construção e ampliação de fábricas e a inovação em produtos e em processos produtivos.
Os planos de investimento foram anunciados em reunião de representantes da Eletros e com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin. A associação ressaltou que o setor eletroeletrônico investiu outros R$ 5 bilhões em 2023 e 2024.
Balanço
Na reunião com Alckmin, a Eletros apresentou o balanço do setor. De janeiro a setembro desde ano, a produção de eletroeletrônicos cresceu 29% em relação aos mesmos meses de 2023. A entidade prevê crescimento de 25% nos resultados de 2024, o melhor resultado dos últimos dez anos.
Nos nove primeiros meses do ano, foram comercializadas 83,8 milhões de unidades de produtos eletroeletrônicos, contra 65 milhões no mesmo período de 2023. Segundo a Eletros, os principais motivos para o crescimento são as políticas atuais de desenvolvimento industrial, o crescimento do emprego e da renda e a questão climática, que impulsionou a venda de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
Segundo a Eletros, o Brasil é o segundo maior polo produtor de ar-condicionado do mundo. No caso da linha branca, que abrange fogão, geladeira e lavadora de roupa, as empresas associadas à entidade atendem a 97% do mercado nacional.
Economia
Natal deste ano deve movimentar R$ 69,75 bilhões no varejo, diz CNC
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que o Natal deste ano movimente R$ 69,75 bilhões em vendas, o que representa aumento real de 1,3% (já descontada a inflação) no faturamento do varejo. Mesmo assim, o setor ainda não vai conseguir igualar o patamar pré-pandemia: em 2019, a movimentação foi de R$ 73,74 bilhões.
A estimativa é que super e hipermercados representem 45% (R$ 31,37 bilhões) da movimentação financeira. Na sequência, vêm lojas especializadas em itens de vestuário, calçados e acessórios, com 28,8% do total (R$ 20,07 bilhões), e estabelecimentos voltados para artigos de usos pessoal e doméstico, com 11,7% (R$ 8,16 bilhões).
“A atual dinâmica de consumo tem atuado no incremento das vendas neste fim de ano. Mas as condições menos favoráveis causadas pelo aperto monetário iniciado em setembro pelo Banco Central já são sentidas pelo consumidor final. Isso explica a curva de crescimento menos acentuada no comparativo com o ano passado, quando projetamos o aumento de 5,6%”, disse o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
Os números são desfavoráveis para os que buscam um vaga de trabalho. A CNC estima a contratação de 98,1 mil funcionários temporários para atender ao volume de vendas do Natal, 2,3 mil trabalhadores a menos do que no ano passado.
“Curiosamente, o número é menor do que o do ano passado, quando mais de 100 mil temporários foram contratados. A razão disso é o fato de que o quadro de funcionários das empresas veio crescendo ao longo do ano, com o aumento de aproximadamente 3% na força de trabalho, nos últimos 12 meses, ou seja, mais de 240 mil vagas criadas”, afirmou o economista-chefe da CNC, Fábio Bentes. Segundo ele, isso faz com que o varejo dependa menos do trabalho temporário.
“Já para 2025, a expectativa do próprio setor é que sejam efetivados aproximadamente 8 mil desses trabalhadores temporários”, disse o economista.
A desvalorização cambial deve aumentar os preços dos produtos natalinos, com crescimento médio de 5,8%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), na medição dos 12 meses encerrados em dezembro. O valor da cesta deve ser pressionado pela alta do valor dos livros (12,0%), dos produtos para a pele (9,5%) e dos alimentos em geral (8,3%). Por outro lado, devem ficar mais baratos presentes como bicicletas (queda de 6,2%), aparelhos telefônicos (redução de 5,5%) e brinquedos (diminuição de 3,5%).
Na análise por estados, São Paulo (R$ 20,96 bilhões), Minas Gerais (R$ 7,12 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 5,86 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 4,77 bilhões) devem concentrar mais da metade (55,5%) da movimentação financeira prevista pela CNC. Paraná e Bahia são os estados com maiores projeções de avanço nas vendas: aumento no faturamento de 5,1% e 3,6%, respectivamente.
Economia
Estudo aponta potencial e desafios para o etnoturismo na Amazônia
O potencial e os desafios da visitação sustentável em territórios indígenas foram apresentados nesta quarta-feira (4), durante o lançamento do Diagnóstico do Etnoturismo na Amazônia Legal, no município de Feijó, no Acre. O estudo foi lançado em uma cerimônia na Terra Indígena Katukuna Kaxinawá, do povo Shanenawa e foi desenvolvido pelo Instituto Samaúma a pedido do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Segundo o secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria, Rodrigo Rollemberg, os dados gerados pelo diagnostico servirão de base científica na estruturação da cadeia de serviços de turismo de base comunitária nos Territórios Indígenas da Amazônia Legal. “A partir dos contatos realizados e das informações sistematizadas serão estruturadas visitas técnicas com protocolos adequados, para dar suporte ao desenvolvimento de políticas públicas, boas práticas e possível estruturação de Rotas de Etnoturismo”, explica.
De acordo com o coordenador-geral de Cadeias Produtivas da Amazônia, do MDIC, João Francisco Maria, a estruturação dessas rotas possibilita o desenvolvimento econômico da região de forma sustentável e justa. “A condição para essa cadeia existir é a preservação ambiental, então, a gente vê nesse potencial econômico, dentro do grande guarda-chuva que é a bioeconomia, a possibilidade de conciliar preservação com desenvolvimento. Além disso, é um modelo muito mais distributivo, um morador faz uma hospedaria, outro um restaurante comunitário, outro vira guia. Então, assim, é um turismo que beneficia toda a comunidade”, diz.
Visitas
Com nove estados de dimensões diversas e centenas de etnias que ocupam 23% do seu território, a Amazônia Legal tem vivenciado um crescente movimento de visitantes interessados em conhecer a cultura, alimentação, rituais dos povos e as belezas naturais das Terras Indígenas. Uma estimativa do Instituto Samaúma, com base em dados de órgãos oficiais, aponta um aumento de 30% no número de visitantes interessados no etnoturismo no período entre 2018 e 2023, sendo 60% deste público brasileiro.
A partir dessa demanda, a equipe do Instituto Samaúma estudou 14 iniciativas de turismo em Terras Indígenas presentes em cinco dos nove estados da Amazônia Legal, de 23 etnias. A partir de visitas de campo e de um relatório com 150 perguntas analisou os resultados alcançados pelos povos que já recebem visitantes em seus territórios e geram renda a partir do turismo em suas comunidades.
Segundo a líder da equipe de diagnóstico do Instituto Samaúma, Lana Rosa, o estudo chegou a uma diversidade de cenários para o desenvolvimento da cadeia de serviço na região, com iniciativas que constituem a base da economia de povos inteiros e outras que ainda têm no turismo de base comunitária uma forma de complementação de renda dos integrantes de um determinado território. Em comum, entre os potenciais, estão a vocação. “O turismo acontece naturalmente dentro das comunidades em diversos aspectos. O da hospitalidade; os atrativos, que são muitos; a questão cultural é um atrativo, a alimentação; a natureza. Então, muitas fases do turismo acontecem de forma muito fluida dentro dos territórios”, diz.
Em relação aos desafios, Lana apontou a dificuldade dos povos indígenas em tratar o turismo como um negócio. “A gente identificou que a gestão administrativa e financeira é um gargalo para essas comunidades. Tanto pela distância dos territórios para as cidades, a dificuldade de acesso a banco, a dificuldade de acesso à própria internet, de ter um acompanhamento de um contador, de uma assessoria jurídica”, explica.
Boas práticas
Lana explica que o turismo de base comunitária não é um setor do turismo como o etnoturismo, ou o turismo cultural, por exemplo, e sim um modelo de gestão. Por essa razão, o estudo também resultou em um Guia de Boas Práticas. “Então, a gente decidiu trabalhar com esse aspecto de empreendimento, de olhar para essas iniciativas de turismo de base comunitária como negócios comunitários, como pequenos empreendimentos, e trazer algumas orientações práticas para que essas comunidades se empoderem mais desses aspectos de gestão em si”
O manual foi estruturado em três passos de instruções para orientar as iniciativas. O primeiro, reúne orientações sobre como realizar um diagnostico para uma iniciativa de turismo de base comunitária em terra indígena e trata sobre identificação dos potenciais e avaliação de infraestrutura, por exemplo. O segundo passo trata sobre transparência e consentimento da comunidade; e o terceiro passo orienta sobre a construção de um plano de visitação em si.
Nações Unidas
Durante o lançamento, a representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Elisa Calcaterra, avaliou de forma positiva a iniciativa do governo brasileiro de estruturar a cadeia produtiva no país. “É importante para as comunidades que recebem os turistas, é importante para a floresta, para a conservação do ecossistema, é importante também para o Brasil inteiro experimentar esta troca de conhecimento com outros países, também com turistas que chegam aqui com respeito às comunidades e à natureza para conhecer e compartilhar experiências”, conclui.
*A repórter viajou a convite do Instituto Samaúma e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
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