Negócios
Na disputa pelo título de “XP dos seguros”, um ex-sócio da XP entra no páreo
A mudança estrutural que a XP promoveu no mundo dos investimentos, apoiando os assessores de investimentos, vem incentivando muitos empreendedores a replicarem o modelo para outras áreas. No mundo dos seguros, quem está pretendendo fazer o mesmo é justamente um ex-sócio da companhia fundada por Guilherme Benchimol.
Depois de três anos como sócio e head de saúde e seguros corporativos na XP, Bruno Autran está se inspirando em sua antiga casa para fundar a AJA Seg, conforme revelou com exclusividade ao NeoFeed.
Assim como a XP, que presta serviços para esses assessores, a AJA quer fazer o mesmo, só que para os corretores de seguros e de produtos de saúde, de olho num naco de um mercado que movimentou R$ 282 bilhões em prêmios em 2023.
“As corretoras, na média, são pouco investidoras de tecnologia, tem equipes pequenas, seja comercial, seja operacional, e o que nós pretendemos é oferecer toda a estrutura de uma corretora grande, para que eles sejam competitivos”, diz Autran.
Voltada para benefícios empresariais, o inclui planos de saúde, odontológicos e vida em grupo, a AJA pretende ser uma plataforma de soluções para as corretoras de seguros, oferecendo planos de saúde para serem vendidos para empresas e serviços de backoffice.
Segundo Autran, operações de seguros na parte de saúde são extremamente custosas, porque têm muitos sinistros, exigindo uma estrutura de bastidor muito grande. Envolvem desde a parte comercial até a gestão dos planos, o que inclui acompanhar movimentações cadastrais.
Para ele, o corretor de seguros é um excelente vendedor, mas a operação dos planos após a venda tira o foco dele, algo que a AJA quer solucionar.
“Quando a corretora se pluga à nossa plataforma como parceiro e nós oferecemos sistema com CRM, suporte comercial, área de cotação, de implantação, pós-venda e gestão de saúde, ele fica livre para fazer o que mais importa, que é atrair clientes e gerar receita”, diz.
A AJA nasce com grandes pretensões. Fundada por Autran e Renata Santôs, que foi head de produtos de seguros para pessoas jurídicas na XP, a empresa pretende ter um faturamento anual de R$ 200 milhões até 2029, com 100 corretoras em sua base.
O caminho para lá ainda é longo. A empresa possui acordo com 20 seguradoras, como SulAmerica, Bradesco Saúde e todo o sistema Unimed, e está fechando contratos com as primeiras corretoras. A previsão é de assinar com pelo menos dez até o fim do ano e mais 12 até o primeiro semestre de 2025.
Autran conta com a experiência dele na XP como um diferencial para montar uma estrutura equivalente voltada para seguros, assim como o foco em corretores que vendem produtos para a parte de saúde, em comparação com outras empresas que já declararam a intenção de serem a “XP dos seguros”.
Quem tem essa mesma pretensão é a Globus. A empresa, do também ex-XP Christian Wellisch, estruturou um canal de distribuição de produtos de seguros baseado em escritórios de assessores financeiros.
Com essa tese, a companhia recebeu, em junho, um aporte de R$ 6,3 milhões de um grupo de investidores que inclui a NVA Capital, gestora fundada pelos ex-XP Marcelo Maisonnave, Pedro Engler e Eduardo Glitz.
A Pipo Saúde, que tem em seu cap table nomes como Thrive Capital, Monashees e Kaszek, recentemente firmou parcerias com outras corretoras, que podem utilizar sua plataforma para vender planos de saúde, mas nasceu como uma corretora digital de saúde e benefícios corporativos.
A AJA não conta com recursos de terceiros. Neste primeiro momento, a ideia é seguir no formato bootstrap, mas Autran não descarta abrir para outros sócios para conquistar o mercado de planos coletivos empresariais, que representam 71,4% dos planos de saúde no País, conforme dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
“Um bom investidor, com smart money interessante, pode fazer com que a operação escale, ainda que existam outros fatores exógenos que afetam o crescimento. Mas estou confiante que com o bootstrap conseguimos seguir”, diz ele.
Negócios
O “fôlego” da Vulcabras para alcançar 17 trimestres consecutivos de crescimento
A Vulcabras, dona das marcas esportivas Olympikus, Mizuno e Under Armour, tem feito um discurso repetitivo há 16 trimestres. No terceiro trimestre de 2024 não foi diferente: o 17º trimestre de crescimento consecutivo veio com o recorde de R$ 196,7 milhões de Ebitda, uma expansão de 11,1% sobre o mesmo período do ano anterior.
Embora repetitivo, a empresa liderada por Pedro Bartelle não pensa em mudar o discurso. A Vulcabras quer continuar apresentando indicadores em crescimento para o investidor. No terceiro trimestre, por exemplo, o Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) foi de 29,9%.
“É mais um trimestre de crescimento, com o maior Ebitda da nossa história, o que mostra que temos conseguido rentabilizar com aumento de investimento e de produção”, diz Bartelle, CEO da Vulcabras, ao NeoFeed.
A receita operacional líquida de R$ 784,6 milhões indica um crescimento de 7,3% sobre o terceiro trimestre de 2023. A maior participação veio da categoria de calçados esportivos, que entregou 86,5% desse resultado, ou seja, R$ 673 milhões. A produção chegou a 5.475 pares no trimestre.
O caixa líquido da companhia no fim do terceiro trimestre era de R$ 117,2 milhões. A Vulcabras manteve a sua política de distribuição recorrente de dividendos para os acionistas. E se a companhia não for realizar nenhuma aquisição, dividendos extraordinários serão distribuídos aos investidores.
“Estamos atentos para trazer mais negócios e estamos preparados para crescer inorganicamente”, diz Bartelle.
No terceiro trimestre, a Vulcabras aumentou sua recompra de ações de 5 milhões para 10 milhões de papéis. “Somos bons alocadores de capital e a recompra é uma oportunidade com as ações descontadas do seu preço justo”, diz o CFO Wagner Dantas.
Essas ações estão em tesouraria como um ativo, seja para um eventual deal da companhia ou para honrar o programa de stock option com os executivos.
No ano, a ação VULC3 está em queda de 12,8%. O valor de mercado da companhia é de R$ 4,7 bilhões.
Asfalto e gramado
No terceiro trimestre, a Vulcabras deu início aos preparativos de comemoração dos 50 anos da Olympikus em 2025. “Estamos preparando a invasão do Brasil”, afirma Barelle.
A ideia é ampliar a presença da marca em eventos, patrocinando mais maratonas (neste ano o tênis Olympikus bateu a marca de 100 pódios nas categorias masculina e feminina) e com corridas proprietárias.
“Vamos fazer barulho no momento em que a marca merece por estar entre as preferidas do corredor brasileiro”, afirma o CEO.
Mas, das três marcas dentro do portfólio da companhia, a Mizuno esteve em destaque no trimestre com a inauguração de uma estação de corrida localizada na raia olímpica da USP, tradicional local de treinamento em São Paulo, e um espaço proprietário no Edifício Renata Sampaio, também em São Paulo, que combina arte, cultura, moda e música para apresentar a sua linha de produtos sportstyle.
Mas é a reestreia no futebol, uma nova categoria para a empresa, que foi o ponto alto do período. Em setembro, a Mizuno anunciou Gabriel Barbosa, o Gabigol, como embaixador da marca. O contrato de seis anos com o atleta prevê uma linha exclusiva assinada por ele.
A parceria marca, também, o início da produção de chuteiras pela Vulcabras no Brasil. A Morelia, que é um ícone da Mizuno e antes era importada, passou a ser fabricada localmente, além da criação e desenvolvimento do modelo Regente, feito completamente no País.
“A Mizuno abriu várias frentes com o Gabigol. Estamos bem no começo da nossa estratégia no futebol, mas ele é uma grata surpresa e um asset da marca”, afirma Bartelle.
No domingo, 3 de outubro, o escritório da Vulcabras vibrou com a atuação de Gabriel Barbosa, o Gabigol, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil. O camisa 99 do Flamengo, que teve participação direta (e dois gols) na vitória por 3×1 sobre o Atlético-MG. O novo embaixador da marca estreou com pé direito em jogos finais.
Negócios
ByteDance, dona do TikTok, já fatura tanto quanto a Meta. É maior “pechincha” do mercado?
Diante de um imbróglio geopolítico e regulatório que já se estende por meses, não é possível dizer se a chinesa ByteDance será bem-sucedida em sua tentativa de abrir capital. Mas há quem crave que, à parte dessa saga, a dona do TikTok é hoje a maior “pechincha” do mercado.
Esse é o caso do portal americano The Information, que, para chegar a esse veredito, parte dos números mais recentes da operação, relativos ao primeiro semestre de 2024, quando a companhia ampliou sua receita em 35%, para US$ 73 bilhões.
A publicação destaca que, ao alcançar esse patamar de receita, a ByteDance já é quase tão grande quanto a Meta, dona do Facebook, mas está crescendo mais rápido. No mesmo intervalo, a gigante americana registrou uma receita de US$ 75,5 bilhões, o que representou uma alta anual de 25%.
Entretanto, mesmo nesse cenário, a Meta está avaliada em US$ 1,4 trilhão. Enquanto a avaliação da ByteDance no mercado secundário de ações privadas é de aproximadamente US$ 250 bilhões, segundo a CapLight, que coleta dados com investidores nesse espaço.
Há outros cálculos para justificar essa conta. Em um exercício, o portal projeta que a ByteDance manterá sua taxa de crescimento no segundo semestre, o que deve gerar uma receita de cerca de US$ 150 bilhões no fim de 2024.
Isso implicaria que a empresa está sendo negociada a 1,7 vez sua receita de 2024, um tipo de múltiplo geralmente atribuído a um negócio que não está crescendo. A Meta, por sua vez, está sendo negociada a cerca de 8,7 vezes sua receita estimada para 2024, segundo a S&P Global Market Intelligence.
O The Information aponta, porém, que as margens de lucro da empresa americana são superiores às da ByteDance. No primeiro semestre, a Meta apurou uma margem de lucro operacional de 38%. Na companhia chinesa, esse indicador ficou em 25%, contra 30% um ano antes.
Mesmo essa distância não justificaria a diferença no valuation entre as duas companhias. Um dos grandes motivos por trás dessa lacuna parece ser, de fato, os obstáculos que a companhia vem enfrentando em sua abertura de capital.
Outro ponto central nesse cenário é a ameaça que o TikTok enfrenta na regulação americana, a partir de uma lei aprovada em abril, que exige que a plataforma corte seus laços com a ByteDance. Caso contrário, será banida no país.
A opinião é de que nem mesmo uma vitória de Donald Trump na eleição americana possa mudar essa situação, embora o candidato já tenha dito que “era a favor do TikTok”, com a justificativa de que era necessário manter a competição com a Meta.
Negócios
Boutique de crédito entra no mercado livre de energia para “iluminar” outras operações financeiras
A Multiplica, uma boutique de crédito que expandiu sua atuação para outras soluções financeiras, estreou no mercado livre de energia. Em outubro, a empresa passou a atuar como comercializadora de energia elétrica e vender essa energia para as empresas clientes a um custo mais barato do que no mercado convencional.
Além do ganho de um spread sobre a venda de energia, a Multiplica incrementa o seu plano de se tornar um hub completo de soluções corporativas.
O mercado livre de energia está em ascensão com a regulação que passou a valer no início deste ano, o que expandiu a possibilidade de indústrias e comércios de alta voltagem negociarem diretamente com a geradora de energia elétrica em vez de continuar no mercado cativo. Segundo a Abraceel, a redução de preços no mercado livre chega a 49%.
“Vimos que os bancos estão fazendo isso para grandes empresas e que havia um gargalo para o nosso cliente também, já que energia corresponde ao terceiro ou quarto maior custo deles”, afirma Eduardo Barbosa, cofundador e diretor financeiro da Multiplica Crédito & Investimento.
Segundo ele, há clientes que pagam mais de R$ 8 milhões por ano na conta de luz em suas empresas e, ao acessar o mercado livre, conseguem economizar de 10% a 20%.
A área foi recentemente lançada, mas já demonstra grande demanda. O time de quatro pessoas vai crescer nos próximos meses. O objetivo é aumentar o crosseling entre as operações. Com a economia na conta de luz, o cliente libera recursos para se alavancar em operações de crédito na casa, acelerando os seus objetivos de crescimento.
Neste fim de ano, a Multiplica está aumentando o portfólio de parcerias com distribuidoras para oferecer o serviço para todo o País. O foco continua sendo a região do agronegócio no Centro Oeste e Sul, além do Sudeste onde estão a maior parte dos clientes da casa. A perspectiva é transacionar por mês cerca de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões em energia até o fim do ano que vem.
Tudo bem seguro
A entrada em uma nova área de negócios acontece depois da bem-sucedida empreitada em seguridade. Há um ano, a empresa abriu uma operação de seguros que deu tão certo que ultrapassou as expectativas iniciais. Nesse período foram fechados R$ 130 milhões em prêmios e assegurados mais de R$ 1 bilhão em valor total. O crescimento foi tanto que já são 38 pessoas dedicadas a esse negócio.
A ideia de entrar no segmento veio de uma demanda da própria empresa. A Multiplica já atuava no universo de seguros com os FIDCs, fazendo contratos para a proteção das carteiras. Mas percebia que alguns seguros que gostaria não eram ofertados pelo mercado com a flexibilidade desejada. E decidiram fazer a sua própria operação.
“O seguro é importante para trazer segurança para a operação de crédito. Trouxemos para dentro de casa uma ótica de soluções em seguros que acompanha a forma que a gente atua no crédito, sob demanda e focados em atender uma necessidade”, afirma Mickael Paolucci, cofundador e diretor comercial da Multiplica.
Com produtos voltados para seguros patrimoniais, seguro de incêndio, equipamentos, risco de engenharia e transportes, a operação tem como principal público médias e grandes empresas, visando um faturamento médio de R$ 300 milhões, assegurando um crédito mínimo de R$ 60 milhões, com foco para o setor industrial e agropecuário.
“Estamos buscando os mesmos clientes que as grandes seguradoras, mas ao invés de darmos uma esteira de produtos padronizados nossa proposta é trazer algo customizável para a necessidade de cada caso”, afirma Fernando Martinez, responsável pela área de seguros da Multiplica.
Martinez chegou há poucas semanas para a liderar a Multiplica Seguros. Com mais de 20 anos no setor, o executivo estava anteriormente no comando da equipe de subscrição e distribuição no Unibanco AIG e distribuição na Alfa Seguros. Ele fundou a PMR Seguros, corretora especializada com foco na distribuição de produtos que posteriormente se juntou a ItsSeg.
Na Multiplica, a busca pelos grandes tíquetes se justifica para conseguir manter a personalização dos produtos. A seguradora atende tanto às demandas da própria gestora como do mercado externo.
E atua também como resseguradora com a Managing General Agent (MGA), formato de operação que atua em nome das seguradoras, realizando funções que incluem subscrição de apólices, administração de sinistros e desenvolvimento de produtos. Área ainda incipiente no Brasil, mas que nos Estados Unidos já representa 30% do mercado segurador.
A meta é chegar até o fim de 2025 com R$ 500 milhões em prêmios e mais de R$ 10 bilhões em valores assegurados.
Hoje os clientes de seguros são praticamente os que já estão na casa usando os FIDCs para se financiarem. Mas, na visão da empresa, com o crescimento da área, os clientes externos crescerão e irão trazer clientes para a área de crédito, criando grande sinergia entre as áreas.
O que está no horizonte
Para 2025, a Multiplica quer colocar os pés nas operações de crédito internacional, ajudando os seus clientes do agronegócio a trabalharem seus recebíveis de importação e exportação.
Com todas essas novas frentes em curso, a boutique de crédito está crescendo. Hoje, a empresa de cerca de 300 pessoas tem escritórios em São Paulo, Goiânia e Londrina. Para os próximos dois anos, a expectativa é entrar no Rio de Janeiro, no Nordeste e se fortalecer no Centro Oeste com pelo menos mais uma cidade.
Com esse investimento, a empresa acredita que pode chegar a R$ 20 bilhões sob gestão até o fim do ano que vem. E próximo a R$ 30 bilhões em 2026. Um crescimento impressionante para a gestora de FIDC criada em 2014 que, antes da pandemia, tinha apenas cerca de R$ 1,2 bilhão em carteira de crédito. Prova de que o mercado de crédito mudou.
“Estamos vendo a descentralização do crédito, que antes estava todo na mão dos grandes bancos. Cada vez mais o mercado demanda soluções mais customizáveis e os FIDCs tomarão muito espaço”, afirma Paolucci.
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