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Na era dos alimentos “instagramáveis”, a beleza é fundamental

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Na era dos alimentos
Tempo de Leitura:7 Minuto, 19 Segundo


Mais do que apenas despertar o paladar para sabores surpreendentes, a alta gastronomia propõe uma experiência sensorial completa. E, nela, a apresentação dos pratos é fundamental. Da escolha da louça à disposição dos alimentos, suas cores e texturas, a estética cria uma espécie de conexão emocional entre os comensais e a comida. Aumenta a expectativa em relação ao sabor e desperta o apetite.

Na história da evolução da espécie, o ser humano escolhia o que comer primeiro pela visão. Se a aparência dos alimentos sempre foi importante, em tempos com os nossos, da vida cotidiana exposta nas redes sociais, beleza é fundamental. Na era dos alimentos instagramáveis, o design de pratos ganha um novo impulso.

A culinária como arte visual teve início nos anos 1960 e consolidou-se na década seguinte, com a nouvelle cuisine francesa. Entre os mentores do movimento estão chefs lendários como Paul Bocuse, Michel Guérard, Roger Vergé e os irmãos Pierre e Jean-Baptiste Troisgros.

Foi esse legado que Claude Troisgros, filho de Pierre, trouxe ao Brasil no fim dos anos 1970. Na época, o restaurante Troisgros, fundado em Roanne, já fazia história na gastronomia, com suas três estrelas do Guia Michelin desde 1955 – e, atualmente, é a única casa do mundo com mais de 50 anos com essa distinção.

“Desde muito pequeno, ouvia meu pai dizer que, antes de degustar, a gente come com os olhos”, lembra o chef, em conversa com o NeoFeed. “Por isso, sempre penso em receitas visualmente atraentes.”

Suas inspirações vêm das viagens pelo Brasil e pelo mundo. Vêm também dos mercados, especialmente os do Nordeste, da Amazônia e de Minas Gerais — com suas cores, formas e aromas exuberantes. E ainda dos músicos e pintores.

“Meu processo de criação começa com a escolha do ingrediente, respeitando a cultura do seu local de origem. A partir daí, passo a trabalhar a receita. A cor faz com que eu escolha outros insumos para combinar em gosto e visual”, conta Claude. “A beleza é o primeiro passo do meu processo. Depois, vem a textura e então o sabor, que é o mais importante.”

Hoje, o Grupo Troisgros possui vários restaurantes no Brasil, incluindo o Chez Claude (no Rio de Janeiro e em São Paulo), recomendado pelo Guia Michelin. No Leblon, a casa abriga o projeto Mesa do Lado — uma experiência completa, para estimular paladar, audição, visão, tato e olfato.

Em um ambiente intimista para doze pessoas, o menu, composto por nove pratos, incluindo sobremesa, é servido ao ritmo de luzes e projeções de belas imagens, que acompanham uma playlist eclética,; de Paulinho da Viola a AC/DC.

Entre as delícias e belezuras, está o Esse prato não tem nome, elaborado com ostra, tomate, purê de abacate, caviar de mostarda, mel, queijo de cabra e queijo azul. Uma flor dá um toque campestre ao preparo. Outra “obra-prima” é o canelone de cavaquinha ao molho de vôngole, acompanhado de risoto nero, lula grelhada, couve-de-bruxelas e aioli de dendê. Entre as sobremesas, há a escultural massa folhada de chocolate, com mousse de cupuaçu, sorvete de flor de latte — e folha de ouro.

Mas, se tivesse de escolher um símbolo de sua cozinha artística, Claude indicaria as vieiras grelhadas com barriga de porco e dashi de algas e tucupi, cobertas com uma dentele, biscoito delicado em formato de renda. “Gosto deste prato porque é uma obra de arte supersimples. E ainda tem essa brincadeira de a pessoa precisar quebrar a dentele com o garfo para só então ver os ingredientes que ficam sob ela”, orgulha-se o chef.

A beleza do ingrediente

Outro expoente da alta gastronomia visual no Brasil é o chef Tsuyoshi Murakami, do restaurante Murakami, nos Jardins, em São Paulo. Ele conquistou sua primeira estrela Michelin este ano, um reconhecimento pela cozinha que encanta tanto o paladar quanto o olhar.

“Minha inspiração vem de diversas formas de arte, como a fotografia e a música. Muitas vezes, a inspiração surge naturalmente, sem que eu saiba exatamente de onde vem”, diz, em entrevista ao NeoFeed.

Veja uma entrevista com o chef Tsuyoshi Murakami:

Uma das marcas registradas de Murakami é o minimalismo. Um exemplo é o ouriço-do-mar servido em um limão tahiti. “Existem inúmeras possibilidades ao trabalhar com diferentes ingredientes, especialmente pensando no design da receita. No entanto, o respeito ao ingrediente é fundamental. Por isso, é preciso testar muito até encontrar a harmonia entre sabor e arte”, afirma.

Em seu prato de lagostins com yuzu, o chef experimentou várias formas de apresentação até decidir eliminar todos os elementos decorativos, permitindo que a beleza do ingrediente brilhasse por si só. Todo a criação do empratamento do Murakami é feita em conjunto com a equipe, para que todos saibam exatamente como replicar a composição final.

Uma das “obras de arte” da chef e consultora Natalia Furquim é a espiral de chocolate, com “sponge cake” e frutas vermelhas (foto: Natalia Furquim)

Para Claude Troigros, o símbolo de sua cozinha artística é o preparo com vieiras grelhadas, com barriga de porco e dashi de algas e tucupi, cobertas com um biscoito delicado, em formato de renda (Foto: Tomas Rangel)

No prato de lagostins com yuzu, o chef Murakami tirou todos os elementos decorativos para que “a beleza do ingrediente” brilhasse por si só (Foto: Divulgação/Murakami)

No restaurante Notiê, o típico abará é apresentado como uma mini escultura, que combina feijão fradinho e gremolata de castanhas (Foto: Nani Rodrigues)

Graças à criatividade de Natália Furquim, um salmão vira um mosaico de salmão, com tuile de gergelim, cogumelos e sorvete de avocado e wasabi (Foto: Natália Furquim)

Em “Esse prato não tem nome,” de Claude Troisgros, a flor dá um toque campestre ao prato elaborado com ostra, tomate, purê de abacate, caviar de mostarda, mel, queijo de cabra e queijo azul. (Foto: Tomas Rangel)

A lula com espaguete de mamão verde, do Notiê, encanta pela delicadeza do design (Foto: Nani Rodrigues)

O canelone de cavaquinha ao molho de vôngole, acompanhado de risoto nero, lula grelhada, couve-de-bruxelas e aioli de dendê é uma das “artes” de Claude Troisgros (Foto: Tomas Rangel)

Intitulado “Terra Altar: Chapada Diamantina”, o menu criado por Onildo Rocha inspirado nas tradições da região baiana (Foto: Wesley Diego Emes)

Frente o interesse cada vez maior dos cozinheiros pela aprfesentação de suas criações, a chef e consultora Natália Furquim criou um curso de empratamento (Foto: Natália Furquim)

“Desde muito pequeno, ouvia meu pai dizer que, antes de degustar, a gente come com os olhos”, conta o chef Claude Troisgros (Foto: Tomas Rangel)

“Minha inspiração vem de diversas formas de arte, como a fotografia e a música”, diz Tsuyoshi Murakami (Foto: divulgação/Murakami)

No Centro Histórico de São Paulo, no Notiê, Onildo Rocha procura servir “obras de arte” cheias de sabor e significado. Para a nova temporada da casa, intitulada Terra Altar: Chapada Diamantina, o chef preparou um menu inspirado nas tradições da região baiana. “Quis capturar a conexão entre natureza e cultura local, transformando cada refeição em uma homenagem à culinária da região”, explica ao NeoFeed.

Onildo conta que o movimento Armorial, que elevava a cultura popular ao nível da erudição, é uma referência importante em sua cozinha. Isso se reflete em pratos como o típico abará, que, no Notiê, é preparado com feijão-fradinho e gremolata de castanhas e apresentado como uma mini escultura. A lula com espaguete de mamão verde encanta pela delicadeza do design.

O desejo do consumidor

Em Santa Catarina, no Balneário Piçarras, a chef e consultora Natália Furquim observa o crescente interesse dos cozinheiros em aprimorar a apresentação de seus pratos. Foi pensando nisso que criou o Empratamento Criativo, um curso online. Ex-aluna do chef Laurent Suaudeau, ela diz que o essencial é despertar o lado criativo com base em fundamentos teóricos e técnicos.

Seu método é dividido em aulas sobre cor, equilíbrio, volume, texturas e processo criativo. “Mostro aos alunos que não é preciso criar do zero. Nada é totalmente original”, explica Natalia, ao NeoFeed. “O segredo é selecionar referências de que gosta e, aos poucos, criar seu próprio estilo.”

Desde o lançamento, há cinco anos, o curso tem atraído cada vez mais alunos. Além disso, Natália ministra palestras e presta consultoria. “Aqui no Brasil, vejo que até os restaurantes comuns já sabem que é importante criar um prato bonito. No exterior, apenas os mais sofisticados têm essa preocupação”, conta.

Para ela, o consumidor quer uma experiência completa, e o empratamento criativo é um diferencial. Como lembra a consultora: “Um dos meus clientes recentemente dobrou o preço do menu. Depois de implementar um design artístico, as vendas dobraram. Isso mostra que as pessoas estão dispostas a pagar mais quando se sentem encantadas.” Na gastronomia, beleza não só põe mesa, como faz o cofre tilintar.





Fonte: Neofeed

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Imposto extra para rendimentos acima de R$ 50 mil já freia a corrida aos títulos isentos

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Tempo de Leitura:4 Minuto, 53 Segundo


A procura por ativos isentos de imposto de renda ficou menos intensa nos últimos dias. Após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar a possibilidade de taxar em até 10% os rendimentos que ultrapassam os R$ 600 mil por ano (ou R$ 50 mil por mês), a recomendação dos advisors é ter mais cautela com esse tipo de ativo.

O motivo? Se taxado, o investimento isento de imposto de renda pode ter rendimentos bem piores do que a renda fixa não isenta. A grande questão é que o tributo incide em cima do rendimento, o que não isentará ativos que tenham sido comprados antes da mudança de regra ser aprovada.

Essa mudança coloca à mesa a insegurança em relação à precificação dos ativos. Isso ficou expresso na falta de interessados no leilão “Rota da Celulose”, que prevê a concessão de trechos de rodovias estaduais e federais totalizando 870,3 quilômetros pelo período de 30 anos.

Previsto para acontecer no início de dezembro, o leilão foi adiado para o primeiro trimestre de 2025. Na visão do governo, esse foi um movimento natural em razão da volatilidade do mercado e das taxas futuras de juros terem subido muito.

Mas fato é que os investidores também passaram a calcular o impacto do (provável) novo imposto. Se aprovado, ele incidirá em 2026 e trará um novo componente de análise para a composição da carteira: de onde vem a maior fonte de renda do investidor.

Pelo que foi apresentado até agora, a ideia é que os investidores paguem um IR mínimo de 10%, considerando rendas tributadas (títulos não isentos e salários) e não tributadas (títulos isentos e dividendos). Quem estiver abaixo dessa alíquota, pagará o imposto complementar.

Isso significa que, dependendo da fonte de renda do investidor, ele está mais longe ou mais perto dessa marca. Enquanto os investidores CLT já são tributados em 27,5% na fonte (alíquota para renda acima de R$ 4.664,68), os empresários têm rendimentos mensais por dividendos de suas empresas, que são isentos. E os empresários que já venderam as suas companhias e vivem de rendimentos precisam estar atentos ao mix entre isentos e não isentos para não cair em uma alíquota inferior a 10% e ter taxação extra.

“O fator peso da fonte de renda passará a ser importante na decisão de investimento. Quem é CLT terá mais espaço para ter isentos na carteira do que aquele que tem sua fonte de renda em dividendos”, afirma Odilon Costa, estrategista de renda fixa e crédito privado do grupo SWM, com cerca de R$ 7 bilhões sob custódia.

O novo imposto na ponta do lápis

O especialista fez uma simulação de quanto aumentaria a carga tributária de investidores para quem tem rendimento anual de R$ 1,2 milhão e compartilhou com exclusividade com o NeoFeed.

Foi levado em conta as informações passadas até agora pelo governo de que o imposto extra incidirá sobre os rendimentos acima de R$ 600 mil por ano para quem tiver uma alíquota efetiva menor que 10%.

A carga tributária para a renda fixa não isenta considerada foi de 15%, elegível para investimentos com mais de dois anos. Não foi considerada a hipótese de tributação de dividendos na fonte – algo que ainda está em discussão.

O primeiro exemplo é um executivo CLT que recebe R$ 1 milhão de salário anual e ainda tem de rendimentos R$ 100 mil em renda fixa isenta e outros R$ 100 mil em títulos não isentos. Ele não seria afetado pela medida, pois sua alíquota efetiva seria de 24,2%. Sendo assim, pagaria R$ 290 mil por ano de imposto.

Já um empresário que ganha R$ 1 milhão por ano em dividendos da sua empresa e tem mais R$ 200 mil de rendimento dividido entre a renda fixa isenta e a não isenta, sua alíquota efetiva é de 1,3%. Sendo assim, seu imposto adicional seria de 8,7%. Ele passaria a pagar R$ 120 mil de imposto por ano, R$ 105 mil a mais do que pagava sem a alíquota extra.

O último exemplo é de cliente que vive dos seus rendimentos. O montante de R$ 1,2 milhão dele está dividido igualmente: metade em renda fixa isenta e metade em não isenta. Sua alíquota efetiva é de 7,5%. Portanto, teria um imposto adicional de 2,5% e passaria a pagar R$ 120 mil por ano – R$ 30 mil a mais do que antes da nova tributação.

Agora, se esse mesmo investidor que vive de rendimentos tivesse todo o seu patrimônio alocado em renda fixa isenta, ele não hoje não paga imposto nenhum e passaria a pagar R$ 120 mil por ano.

Se fosse ao contrário e esse investidor tivesse rendimentos apenas de renda fixa não isenta, a sua alíquota mínima já seria de pelo menos 15% – seguindo a tabela progressiva de imposto de renda da renda fixa – e não sendo afetado pelo imposto extra.

Odilon Costa alerta que os rendimentos dos títulos isentos, como LCI/LCA, CRI/CRA e debêntures incentivadas são menores no mercado exatamente pela isenção fiscal.

Se essa isenção for reduzida de uma alíquota de 15% para a 10%, segundo a proposta do governo, esses papéis já deixam se ser atrativos frente a CDBs e debêntures tradicionais, por exemplo.

“Ainda há muita incerteza se isso irá passar dessa forma para precificar novas emissões, mas já se gera a dúvida da atratividade no futuro”, diz o especialista da SWM.

“Sendo assim, principalmente quem está com uma carteira dependendo apenas de rendimentos isentos deveria pensar em diversificar e aumentar essa alíquota efetiva”, complementa.

A explicação é que os títulos isentos disponíveis no mercado possuem rentabilidade líquida similar à dos seus pares isentos. E o imposto retido na fonte, na prática, já é deduzido da rentabilidade de ativos comparáveis, embora a alíquota retida na fonte seja maior.





Fonte: Neofeed

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Donald Trump convoca “time do Vale do Silício” para ser protagonista do governo

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Tempo de Leitura:2 Minuto, 50 Segundo


O Vale do Silício está ganhando cada vez mais protagonismo dentro do novo governo do presidente eleito Donald Trump, seja recebendo cargos na administração ou tendo vozes (e ideias) incorporadas na agenda política da nova administração, que toma posse em 20 de janeiro.

Na quinta-feira à noite, 5 de dezembro, Trump anunciou em sua conta na rede social Truth Social a escolha do investidor de venture capital David Sacks para ser o “czar” da Casa Branca para inteligência artificial (IA) e criptoativos.

Na postagem, o presidente eleito afirmou que Sacks atuará para “tornar os Estados Unidos um claro líder das duas áreas [IA e cripto]” e que ele também vai “proteger a liberdade de expressão online e nos afastará dos vieses e censura das big techs”.

Sacks é sócio da Craft Ventures, gestora de VC que ele co-fundou em 2017, focada em empresas early stage. Entre os investimentos que a empresa já realizou estão Airbnb, Uber e Slack.

Fundador da rede social corporativa Yammer, vendida em 2012 para a Microsoft por US$ 1,2 bilhão, e que foi descontinuada no ano passado, Sacks também foi diretor de operações do PayPal. Ele é parte do chamado “PayPal Mafia”, grupo informal de ex-funcionários e fundadores da empresa de pagamentos que saiu para criar uma série de novos empreendimentos. Entre seus membros estão Peter Thiel e Elon Musk.

Conhecido também pelo podcast “All-in”, lançado em 2020, Sacks é visto como um conservador dentro do Vale do Silício e um apoiador de Trump. Em junho, ele organizou um evento para levantar recursos para a companhia e discursou durante a convenção do Partido Republicano, em julho, que confirmou a nomeação como candidato à presidência dos Estados Unidos.

Sacks é mais um integrante do Vale do Silício a ganhar espaço na administração Trump, numa mudança de tom de parte dos integrantes do universo da tecnologia dos Estados Unidos, até então visto como alinhado com o Partido Democrata.

O mais proeminente deles é Musk, que entrou de cabeça na campanha do republicano, a ponto de oferecer pagar US$ 1 milhão para eleitores registrados. O bilionário ganhou o cargo de co-presidente do Departamento de Eficiência Governamental, órgão recém criado para cortar custos do orçamento federal.

Prometendo “máxima transparência” na função, Musk já falou que pretende cortar cerca de US$ 2 trilhões dos gastos do governo americano, com o orçamento de 2024 prevendo um gasto total de cerca de US$ 6,8 trilhões.

Quem também estaria tendo bastante influência na composição e no plano do governo Trump é Marc Andreessen. Segundo o jornal Financial Times, o cofundador da Andreessen Horowitz (a16z) estaria usando seus contatos para recrutar pessoas para o Departamento de Eficiência Governamental.

Além de marcar um maior envolvimento de partes do Vale do Silício no governo Trump, a escolha de Sacks é vista como um sinal de que a nova administração será mais favorável às criptomoedas, comparado com o que foi visto durante o mandato de Joe Biden.

Sacks defende regulações mais favoráveis ao segmento e também para o desenvolvimento de IA. Sua chegada, acompanhada pela escolha de Paul Atkins para presidir a Securities and Exchange Commission (SEC, a xerife do mercado de capitais americano), tem ajudado a manter as criptomoedas em alta – na quinta-feira, 5 de dezembro, o bitcoin ultrapassou pela primeira vez a marca de US$ 100 mil.



Fonte: Neofeed

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Na B3, balcão mais diversificado leva à elevação de recomendação para a ação

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Na B3, balcão mais diversificado leva à elevação de recomendação para a ação
Tempo de Leitura:3 Minuto, 32 Segundo


A expectativa de que o Banco Central (BC) iniciaria um novo ciclo de alta da taxa básica de juros fez com que o Bank of America (BofA) rebaixasse, no início de setembro, a recomendação da B3, de compra para neutra, além de reduzir o preço-alvo da ação, de R$ 14 para R$ 13.

Se a retomada da elevação da taxa Selic, confirmada uma semana depois, foi a grande “vilã” para essa atualização da ação, quase três meses depois, ela parece ter um papel de menos impacto no cenário à frente para a bolsa de valores brasileira.

Essa é, ao menos, a avaliação do Goldman Sachs. No caminho inverso do BofA, o banco americano está elevando a recomendação da B3, de neutra para compra, com um preço-alvo de R$ 12 para o papel, o que representa um upside de 23% sobre o preço de tela.

“Embora as ações possam não ter um catalisador positivo no curto prazo, em um ambiente de aumento de juros, achamos que a maioria dos riscos de baixa estão precificados”, escrevem os analistas Tito Labarta, Tiago Binsfeld, Beatriz Abreu e Lindsey Shema.

Apesar de frisar que as negociações estão quase perto de sua maior baixa em nove anos, o quarteto projeta um dividend yield de 10% e ressalta que, com um mix mais diversificado, a B3 depende menos agora das receitas dessa frente, que devem representar menos de 30% do seu resultado neste ano, contra 42% em 2021.

Com a abertura e a ampliação da participação de novos segmentos nesse balanço, o Goldman Sachs destaca que a B3 está caminhando para um crescimento de um dígito na receita em 2024, após dois anos sem crescimento, e tem as melhores margens Ebitda da categoria, acima de 70%.

“Embora as receitas relacionadas a ações permaneçam sob pressão, as receitas de derivativos podem crescer em um dígito médio esse ano e todas as outras linhas de receita devem crescer dois dígitos”, afirma os analistas.

A visão é de que as receitas de derivativos se beneficiaram da maior volatilidade, enquanto as receitas do mercado de balcão (over the counter) foram impulsionadas pela forte atividade de renda fixa e pelas aquisições da Neoway e da Neurotech, que impulsionaram as receitas de tecnologia e de dados, que já representam mais de 20% do resultado.

Ao mesmo tempo, o Goldman Sachs entende que as receitas de negociações devem começar a se estabilizar, em parte, devido às expectativas de um ciclo de aumento da taxa de juros mais brando em comparação com o último ciclo de elevação da Selic.

O banco também aponta que, embora tenham crescido no terceiro trimestre, as despesas devem seguir relativamente sob controle, dado que a B3 se comprometeu a aumentá-las em linha com a inflação, o que deve manter a margem Ebtida estável em 71,2% nesse ano, a “mais alta entre as bolsas globais”.

Ainda nesse contexto, o relatório observa que a B3 tem necessidades limitadas de caixa, o que permite manter uma taxa de pagamento de 100% do lucro líquido na forma de dividendos ou recompras.

O Goldman Sachs adiciona mais um componente nesse balcão para justificar suas atualizações da ação: a avaliação descontada na comparação tanto com os níveis históricos quanto com seus pares, perto das mínimas de 9 ano, com múltiplos P/L de 10 vezes, e 50% abaixo da sua média dos últimos cinco anos.

“Ela também é negociada 54% abaixo das bolsas globais, a 21,6 vezes em média. Da mesma forma, a ação está sendo negociada a 6,8 vezes o EV/EBITDA, 44% abaixo da média de 5 anos, 39% abaixo da média de 15 anos e 52% abaixo dos pares globais, a 14,1x em média”, aponta o relatório.

A perspectiva de uma concorrência mais acirrada, na figura de players como ATG, A5X e Cerc, também é abordada no relatório. Na visão do Goldman Sachs, porém, os riscos embutidos nesse cenário são “administráveis”.

As ações da B3 fecharam o pregão da quinta-feira com alta de 2,19%, cotadas a R$ 9,78. No ano, os papéis registram uma desvalorização de 32,7%, dando à bolsa de valores brasileira um valor de mercado de R$ 52,4 bilhões.



Fonte: Neofeed

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