Connect with us

Negócios

O mercado de ETFs está 20 anos atrasado no Brasil (mas a virada não vai demorar tanto tempo)

Prublicadas

sobre

etf fundo passivo
Tempo de Leitura:4 Minuto, 8 Segundo


O Brasil é um dos dez maiores mercados de gestão de recursos do mundo, mas apenas 0,5% das carteiras está alocada em ETFs. Para a provedora global de índices MarketVector, esse é um dos indicativos de que o País está 20 anos atrasado em relação aos Estados Unidos. Mas há motivos para acreditar que a virada não vai demorar tanto tempo.

“Eu considero o Brasil o último grande mercado de gestão que ainda não se desenvolveu em ETFs. E isso é obviamente uma oportunidade que queremos capturar”, afirma Steven Schoenfeld, CEO da MarketVector, ao NeoFeed.

Presente em 23 países com cerca de US$ 50 bilhões sob gestão em fundos passivos ligados aos seus 171 índices, a MarketVector acredita que o Brasil tem um mercado financeiro bastante desenvolvido e sofisticado e consegue se adaptar a novidades e tendências. E um ponto para essa rápida virada está na mudança de modelo de remuneração dos advisors.

A partir de novembro deste ano entrará em vigor as novas regras da Comissão de Valores Mobiliários que tornará transparente a remuneração dos assessores de investimento. Além disso, tem sido crescente no setor a discussão entre a adoção do modelo de fee fixo, que vem ganhando espaço nas assessorias de investimento e nos wealths dessas instituições.

Para Schoenfeld, os rebates pagos pela indústria de fundo ativos em um modelo de remuneração comissionado desencoraja a indústria de distribuição (como bancos e assessorias de investimento) a venderem ETFs, que não pagam rebates. Foi isso o que fez os EUA, por exemplo, avançarem mais rapidamente do que a Europa, que teve um desenvolvimento tardio do mercado de investimento passivo.

“O mercado europeu sempre foi muito dominado por bancos, que querem que seus clientes invistam nos seus produtos e, principalmente, nos mais rentáveis para eles”, diz o CEO da MarketVector. “Nos EUA, a indústria independente e por cobrança de fee se desenvolveu mais rápido, buscando eficiência. Isso tem acontecido agora na Europa, com clientes cobrando resultados e fazendo o mercado crescer até mais que nos EUA.”

Neste ano, os fundos passivos, como ETFs, superaram pela primeira vez os fundos ativos, com mais de US$ 15 trilhões sob gestão. Isso aconteceu porque os índices passaram a ser cada vez mais bem construídos e os gestores ativos, hoje, têm muita dificuldade de bater o benchmark. Com isso, os investidores passaram a não ver sentido em pagar taxas de administração para quem não entrega resultados.

Steven Schoenfeld MarketVector
Steven Schoenfeld, CEO da MarketVector

Os fundos de índice são um caminho sem volta. Todas as grandes gestoras ativas internacionais lançaram nos últimos anos sua divisão de ETFs, e vem lançando mais recentemente estratégias ativas desses instrumentos.

No Brasil, a MarketVector é parceira da Investo, gestora brasileira independente focada em ETFs com mais de R$ 1 bilhão sob gestão e que possui 18 fundos, dos quais 9 são ligados aos da provedora de índices MarketVector. “Os ETFs são um instrumento muito mais eficiente de alocação”, analisa Cauê Mançanares, CEO da Investo.

Mas há conversas da MarketVector com outras gestoras brasileiras para atrelar seus índices. E também criar alguns sob demanda.

“Vemos interesse das assets locais em trazer grandes tendências para cá, como renda fixa global, e fundos temáticos como inteligência artificial e criptoativos”, conta Schoenfeld.

Os criptoativos estão em alta no mundo temático dos ETFs. Neste ano, o índice da MarketVector com a maior alta foi o Meme Coin Index, com mais de 69% de valorização, que segue a rentabilidade dos ativos digitais meme coins. O segundo foi o Centralized Exchanges, que segue o retorno de exchanges criptos reguladas.

No segmento de ações, as maiores valorizações do ano são de um índice de semicondutores (40,6%), que foi lançado em julho na B3 pela Investo, e de um índice que acompanha empresas ligadas à indústria de defesa nacional (35,9%).

Já nos últimos três anos, a melhor performance foi do Solana VWAP Close Index, que segue a performance dos ativos digitais que investem na Solana (plataforma de blockchain projetada para suportar aplicativos descentralizados), com 207% de valorização. Já a BlueStar Top 10 US Listed Fabless Semiconductor Index, que segue a performance de empresas de semicondutores, valorizou 104%.

Mas a empresa de índices acredita que pode contribuir para os investimentos locais também, principalmente no agronegócio, que é por si só um mercado global.

“Queremos ajudar o Brasil a desenvolver índices mais aderentes a sua economia. Fico um pouco chocado com a pujança do agronegócio brasileiro e que não há investimentos financeiros mais fortes em commodities, como soja, café etc. Um tipo de investimento que está crescendo muito lá fora”, diz Schoenfeld.

Na visão dele, o mercado brasileiro está muito enraizado no CDI e no Ibovespa, que são benchmarks para tudo. Há falta de diversidade de índices. A tendência é ter diversidade também de benchmarks como acontece nos EUA, onde os fundos de gestão ativa têm suas referências segmentadas para superar.





Fonte: Neofeed

Negócios

Após virar acionista de referência, GP ganha dois assentos no board e “influencia” os rumos da IZEA

Prublicadas

sobre

Após virar acionista de referência, GP ganha dois assentos no board e
Tempo de Leitura:4 Minuto, 22 Segundo


Em pouco mais de três décadas, a GP Investments construiu sua fama no mercado ao investir cerca de US$ 5 bilhões em mais de 50 empresas. Um dos ativos mais recentes chegou a esse portfólio, porém, gradativamente, sem que a empresa fizesse alarde e de uma maneira pouco usual em sua tese.

Agora, chegou a hora desse investimento ganhar nome. A gestora brasileira de private equity anunciou nesta terça-feira, 10 de setembro, que se tornou não apenas sócia, mas a maior acionista da IZEA, companhia americana de tecnologia e marketing para influenciadores digitais.

Com um aporte de cerca de US$ 8 milhões, a GP alcançou uma fatia de 18,4% na IZEA, que tem capital aberto na Nasdaq. E, inspirada pela própria investida, já está influenciando na operação. Na última sexta-feira, 6 de setembro, Antônio Bonchristiano e Rodrigo Boscolo, respectivamente CEO e CFO da gestora, foram eleitos para ocupar dois assentos no board da empresa.

“Somos agora, de longe, os maiores acionistas”, diz Rodrigo Boscolo, CFO da GP Investments, em entrevista ao NeoFeed. “E, com esse patamar e a partir da nossa experiência, vamos ter capacidade de criar, de fato, efeitos catalisadores que vão fazer com que a IZEA volte a crescer e a ter lucro.”

Depois de mapear uma série de ativos no setor, a gestora começou a comprar pontualmente os papéis da IZEA no início de 2023, motivada pelo fato de a empresa ser uma das pioneiras do setor e pela constatação de que o papel, após um pico de valorização em 2021, estava bastante descontado.

“Inicialmente, foi muito oportunístico”, conta o CFO. “Mas, à medida que fomos tendo convicção que poderíamos ajudar, compramos mais participação. E, já em 2024, depois que a empresa divulgou resultados aquém das expectativas, tivemos a chance de comprar uma fatia mais relevante.”

Fundada em 2006, por Ted Murphy, e com capital aberto desde 2010, a IZEA evoluiu de uma plataforma que, no início auxiliava os blogueiros a monetizarem seus conteúdos, para um formato no qual ajuda marcas e agências tradicionais a se conectarem com influenciadores digitais.

Essa abordagem se dá de duas maneiras. Na primeira, marcas e agências recorrem à companhia para que ela cuide, de ponta a ponta, das campanhas nesse universo. Na segunda, clientes como Honda, Yamaha, Guess, Tyson e Acer contratam, via software como serviço, parte das ferramentas da IZEA.

No segundo trimestre de 2024, a IZEA reportou um prejuízo líquido de US$ 2,2 milhões, contra US$ 1 milhão, um ano antes, e uma queda de 14,9% em sua receita líquida de US$ 9,1 milhões. Mesmo com os papéis registrando alta de 6,4% no ano, a empresa está avaliada em “módicos” US$ 35,2 milhões.

Para mover esses ponteiros, a GP já mantinha um diálogo com os investidores e o board da IZEA em paralelo ao aumento de participação na empresa. E boa parte das suas propostas incluídas nessas conversas já está sendo adotada.

A primeira delas envolve a separação entre as figuras do presidente do conselho de administração e do CEO, postos que, até então, eram acumulados pelo fundador da companhia. A IZEA acaba de anunciar que Ted Murphy está deixando a operação.

Quem o substituirá como CEO será Patrick Venetucci, que irá acumular a função com um assento no conselho, onde já atuava desde dezembro de 2018. A presidência do board, por sua vez, ficará com Linday A. Gardner, que integra o colegiado desde 2013.

Outra medida que havia sido sugerida pela GP e que agora está sendo ampliada envolve a recompra das ações. A IZEA está aumentando o valor embutido em um programa aprovado recentemente de US$ 5 milhões para US$ 10 milhões.

Em uma terceira frente sugerida pelo novo acionista de referência é a criação de um comitê de estratégia e de alocação de capital. A GP, com Bonchristiano e Boscolo, terá dois dos quatro assentos nessa estrutura.

“Temos bastante experiência na alocação de recursos, tanto para o crescimento orgânico quanto inorgânico”, explica Boscolo. “Queremos garantir que a empresa tenha um plano muito concreto quando for fazer um M&A, abrir um novo mercado ou lançar um produto.”

Uma das frentes que devem ganhar mais fôlego sob esse novo desenho será, de fato, as aquisições. Especialmente pelo fato de que a GP já cumpriu um bom percurso nessa avenida ao avaliar uma série de ativos no segmento quando decidiu começar a investir na IZEA.

“Vamos ter a chance de opinar e desenhar transações que vão mudar a companhia de patamar”, diz Boscolo. “Outra hipótese que queremos validar é tornar a estrutura comercial e administrativa mais eficiente. Investimos em inúmeras companhias e temos todo um playbook de como fazer isso.”

Em paralelo, Boscolo não descarta que a GP volte a investir no modelo de adquirir participações graduais em companhias de capital aberto. Entretanto, caso siga esse caminho, o percurso mais provável será olhar para ativos listados fora do Brasil.

“Os Estados Unidos têm mais de 4 mil companhias listadas, várias delas pequenas, mal avaliadas e deixadas à margem pelos investidores típicos de bolsa”, diz. “Então, podemos comprar fatias que não precisam ser o controle, mas que nos deem uma voz para participar de decisões-chave nesses ativos.”





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

No Brasil, o copo está “meio cheio” quando se olha para o longo prazo

Prublicadas

sobre

No Brasil, o copo está
Tempo de Leitura:2 Minuto, 53 Segundo


No momento em que a economia brasileira apresenta uma série de dificuldades macroeconômicas, deprimindo o humor dos investidores, o Pátria Investimentos e a Constellation Asset vêem o copo “meio cheio” para o Brasil quando o olhar é ajustado para o médio e longo prazo.

A avaliação é de que, apesar dos riscos que teimam em se perpetuar, o País apresenta boas teses seculares e também tem companhias robustas, líderes de mercado, capazes de fazerem frente a qualquer nome global e oferecerem bons retornos para quem não tem um olhar de curto prazo.

“Os ruídos e barulhos de curto prazo preocupam, o risco que tem que correr no Brasil é alto” disse Daniel Sorrentino, sócio e CEO do Pátria para as Américas, na terça-feira, 10 de setembro, na NeoConference, evento do NeoFeed que está discutindo o Brasil de hoje e do futuro.

“Mas com uma dose de conservadorismo na hora de escolher os investimentos, vemos que o Brasil, no longo prazo, tem companhias e ativos bons, remunera muito bem o capital. Falta de oportunidades não é um problema”, complementou.

Com mais de US$ 25 bilhões investidos em ativos reais no Brasil, o Pátria entende que alguns segmentos apresentam boas perspectivas quando se olha para um prazo mais longo, caso das áreas de energia, infraestrutura e agronegócio.

Além desses, Sorrentino destacou o setor de real estate, tese relativamente nova do Pátria e recentemente reforçada com a aquisição de 100% da VBI Real Estate, em agosto. Para ele, essa é uma classe com boas perspectivas, diante da demanda dos investidores, incluindo as pessoas físicas, e da oferta de ativos no mercado.

“Existe um potencial enorme para que fundos e gestoras tenham participação enorme no mercado de fundos imobiliários”, afirmou.

Na Bolsa, em que os humores andam voláteis por conta da situação fiscal local e a condução da política monetária nos Estados Unidos, Florian Bartunek, sócio-fundador e CIO da Constellation, avalia que as boas oportunidades existem para quem pensa mais além do curto prazo. “Na maior parte das vezes é melhor não focar no macro, mas nas companhias”, disse.

Por ter uma série de barreiras de entrada, legislações distintas em cada Estado, e que muda frequentemente, o Brasil representa um desafio para muitas companhias, segundo Bartunek, mas acaba sendo uma oportunidade para quem consegue navegar por esse cenário e tem uma visão empreendedora.

“As margens das empresas incumbentes brasileiras são muito altas”, afirmou. “A Localiza, por exemplo, é a melhor locadora de carros do mundo. A questão é achar os incumbentes capazes de durar por muitos anos”

Ele destacou que a escolha precisa ser feita com cautela, apontando para duas questões que deveriam ser fundamentais para os investidores como são para a Constellation. A primeira é se conseguem atender as necessidades dos clientes, enquanto a segunda é o nível de alavancagem financeira, dois fatores que Bartunek acredita serem essenciais para garantir a perenidade.

Tanto para Sorrentino quanto para Bartunek, o Brasil tem boas possibilidades de atrair investidores internacionais, considerando a situação geopolítica, a competência das empresas, a qualidade dos ativos e dos gestores, sendo bastante visados por chineses e países do Oriente Médio. Mas uma melhora da imagem e do pitch de vendas é fundamental.

“O Brasil tem oportunidade de se emparceirar com países que enxergam o País com posição estratégica e deveríamos liderar uma série de pautas”, disse Sorrentino. “Cada vez mais sinto falta das teses de investimentos para o Brasil.”





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

“O Brasil tem todas as oportunidades disponíveis para capturar o potencial da IA”, diz Christian Gebara, da Vivo

Prublicadas

sobre

“O Brasil tem todas as oportunidades disponíveis para capturar o potencial da IA”, diz Christian Gebara, da Vivo
Tempo de Leitura:2 Minuto, 46 Segundo


A inteligência artificial (IA) continua sendo um dos assuntos mais comentados ao se falar de tecnologia e, no Brasil, não poderia ser diferente. No País, questões como infraestrutura, letramento e acessibilidade são determinantes para a adoção da IA. Com 215 milhões de habitantes, os desafios se multiplicam e uma questão fica no ar: o Brasil está preparado para o avanço tecnológico?

Christian Gebara, presidente da Vivo, e Sergio Chaia, CEO da operação brasileira da Unico, acreditam que sim, mas dizem ainda ser preciso desenvolver essa operação de forma estruturada. O assunto foi analisado pelos executivos no painel “Quem disse que o Brasil não é Tech”, dentro da NeoConference, evento do NeoFeed que está discutindo o Brasil de hoje e do futuro.

Para eles, no cenário macro, digitalização, infraestrutura, impostos e conectividade estão entre os pontos principais para serem pensados nesse processo. “A inteligência artificial exige infraestrutura, que é um ponto que a Vivo investe constantemente, tanto em 5G quanto na fibra, que são os meios que nos permitem usar a tecnologia aqui no Brasil”, afirma Gebara.

“A Vivo investiu R$ 9 bilhões no último ano para sofisticar a sua infraestrutura e auxiliar nesse momento de avanço tecnológico, ajudando a levar o acesso a mais regiões do país. Em 25 anos, já foram R$ 500 bilhões aportados nesse segmento”, diz o presidente da companhia.

Porém, ele lembra que, com o acesso cada vez mais disseminado, é preciso pensar em como preparar a população, que em grande parte não tem capacidades mínimas de letramento digital, para um mundo muito mais sofisticado e tecnológico.

sergio chaia unico
Sergio Chaia, CEO da Unico

A Unico, que foi considerada a segunda empresa de tecnologia mais valiosa do País, está utilizando a inteligência artificial para ajudar a população a evitar o lado ruim da tecnologia. Responsáveis por autenticar e proteger identidades no mundo digital, a empresa trabalha para ser mais rápida e eficiente do que os fraudadores locais.

“Eu costumo falar que a inteligência artificial atrai borboletas e mariposas. Ao mesmo tempo que é possível operar um paciente de forma muito mais rápida e efetiva com robôs movidos a IA, existe o lado sombra, que traz problemas como o deepfake e fraudes, que precisam ser endereçados para que essa convivência seja benéfica”, diz Chaia.

A empresa trabalha com inteligência artificial própria para comprovar a biometria dos usuários e também utiliza a tecnologia para treinar seus mecanismos de prevenção à fraude. “Nós precisamos estar sempre à frente do que os fraudadores estão criando e o nosso machine learning é essencial para nos colocar nessa posição”, diz o executivo da Unico.

Além do lado negativo da tecnologia, o presidente da Vivo relembra que, em um país como o Brasil, é preciso pensar nos impactos ambientais da inteligência artificial. Ele afirma que a tecnologia consome muita energia e água, então é necessário existir uma preocupação sobre o quanto isso vai trazer efeitos negativos e como minimizar essas questões.

“Pensando em todas essas questões, acredito que o Brasil tem todas as oportunidades disponíveis para capturar o potencial da IA e se tornar um nome importante na tecnologia”, diz Gebara. “Muito ainda está para ser criado e nós somos um país jovem, que tem a propensão à digitalização e, ajustando tudo o que conversamos, é possível capturar o melhor da IA.”





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Popular