Economia
PPSA venderá 1,5 milhão de barris de petróleo da União no mercado spot
A Pré-Sal Petróleo (PPSA) vai realizar, no próximo dia 18 de setembro, processo de venda spot para comercialização de 1,5 milhão de barris de petróleo em três cargas dos campos de Atapu, Sépia e Itapu. Do campo de Itapu, a produção da União será comercializada pela primeira vez.
Os carregamentos ocorrerão a partir do último bimestre de 2024. A informação é da assessoria de imprensa da PPSA, empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia, criada em novembro de 2013, que atua na gestão dos contratos de partilha de produção, gestão da comercialização de petróleo e gás natural e a representação da União nos acordos de unitização ou individualização.
O mercado spot de petróleo é de transações de curto prazo, o que considera a oferta e a demanda do produto no momento da negociação de compra e venda para entrega imediata.
Todas as empresas que já atuam no pré-sal serão convidadas para participar, além da PRio e da Refinaria de Mataripe. De acordo com a PPSA, esse modelo tem sido adotado para a comercialização de cargas spot. Os preços ofertados serão baseados no mercado Brent, referente ao petróleo bruto extraído do Mar do Norte e comercializado na Bolsa de Londres.
Este ano, a PPSA comercializou duas cargas de 500 mil barris de petróleo cada em venda spot, sendo uma do campo de Sépia, carregada pela empresa chinesa Cnocc, e outra do campo de Atapu, carregada pela Refinaria de Mataripe. Além disso, a empresa realizou, em julho último, o 4º Leilão de Petróleo da União na Bolsa de Valores (B3), quando foram vendidos 37,5 milhões de barris de petróleo da União referentes à produção dos campos de Mero e Búzios, nomeada em 2025.
A PPSA informou, ainda, que, a partir de agora, passará a divulgar em seu site o preço vencedor dos processos de venda spot 15 dias após os carregamentos.
Política energética
Na última segunda-feira (26), resolução do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) autorizou a PPSA a comercializar volumes de gás natural da União, já processados, diretamente ao mercado. Atualmente, a PPSA vende o gás natural da União na saída dos navios-plataforma que estão em produção, restringindo a competitividade.
Com a autorização obtida, a PPSA pretende assinar, em breve, com a Petrobras um contrato de adesão ao Sistema Integrado de Escoamento (SIE) de gás natural – composto por gasodutos de escoamento marítimos e terrestres que promovem a interligação das Rotas 1, 2 e 3.
A presidente interina e diretora técnica da PPSA, Tabita Loureiro, informou que isso permitirá que a empresa realize, em breve, o 1º Leilão de Gás Natural da União, visando comercializar a produção da União de 2025.
A executiva analisou que a resolução do CNPE constitui um marco na construção de um mercado de gás natural competitivo e muda por completo a dinâmica da comercialização do gás natural da União.
“Planejamos comercializar nosso gás natural na saída do SIE em breve, se possível a partir de janeiro de 2025. O próximo passo será aderir ao Sistema Integrado de Processamento (SIP), para que a produção da União de 2027 possa ser processada nas plantas de propriedade da Petrobras, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e vendida diretamente ao mercado”, disse Tabita.
Hoje, a União dispõe de uma parcela de cerca de 150 mil metros cúbicos por dia de gás natural em seis contratos. De acordo, porém, com estudos da empresa, esse volume aumentará, nos próximos anos, para cerca de 3 milhões de metros cúbicos por dia.
Na avaliação do diretor de Administração, Finanças e Comercialização da PPSA, Samir Awad, a nova dinâmica ampliará a concorrência e, em consequência, deverá trazer ganhos maiores para a União.
Refino
A resolução do CNPE estabeleceu também que é de interesse da Política Energética Nacional que a PPSA, com apoio técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e sob coordenação do Ministério de Minas e Energia (MME), realize estudos sobre a viabilidade técnica e econômica para a execução de leilão de contrato de longo prazo para refino de petróleo da União, em unidades no território nacional, visando ampliar a cadeia de refino e petroquímica.
O documento prevê que a PPSA deverá mostrar, no estudo, quais são as condições necessárias para a viabilização técnica e econômica dos leilões de contrato de longo prazo, além de sugerir as condições de comercialização. A empresa tem 180 dias – a contar de 26 de agosto – para encaminhar o trabalho ao CNPE.
Economia
Comperj tem 1ª unidade inaugurada 16 anos depois de início das obras
Dezesseis anos depois do início de suas obras, o antigo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), agora rebatizado de Complexo de Energias Boaventura, teve sua primeira unidade fabril inaugurada nesta sexta-feira (13), em Itaboraí, no Grande Rio. A unidade de processamento de gás natural (UPGN) é a maior do país e terá capacidade de processar 21 milhões de metros cúbicos (m³) por dia.
Presente ao ato, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou a paralisação das obras: “Isso aqui era para ser a grande indústria petroquímica brasileira. Meu sonho foi jogado no lixo, porque eles pararam isso aqui, como pararam a refinaria Abreu e Lima, como pararam a possibilidade de uma refinaria no Ceará, uma refinaria no Maranhão”.
Segundo o ministro Alexandre Silveira, a paralisação das obras em 2015 foi “covarde”, que impediu a geração de receitas de R$ 7 bilhões, desde 2018, quando estava prevista a conclusão das obras, apenas em diesel refinado.
ANP
A autorização para entrada em operação foi concedida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) na última segunda-feira (9). Nos próximos dias, serão feitos testes e calibrações de equipamentos.
A entrada em operação comercial está prevista para o início do próximo mês. A UPGN receberá gás natural diretamente do pré-sal da Bacia de Santos, através do gasoduto Rota 3, que também inicia suas operações.
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a UPGN permitirá aumentar a oferta para o mercado nacional.
“Esse gás natural não é qualquer gás, é o gás natural do pré-sal. É o gás que vai reduzir nossa dependência energética e garantir nossa segurança alimentar e energética”, disse o ministro.
O Comperj foi anunciado em 2006, durante o primeiro governo do presidente Lula, e iniciou suas obras dois anos depois. A previsão inicial era de uma unidade que refinasse 165 mil barris de petróleo por dia e entrasse em operação em 2012.
Com o avançar das obras e o anúncio de uma nova refinaria ainda maior, a previsão de inauguração foi sendo postergada. Em 2015, as obras foram totalmente interrompidas, em meio a uma crise econômica e denúncias de corrupção na Petrobras.
Em 2018, já com um novo planejamento, de concluir primeiramente uma unidade de processamento de gás, a UPGN teve suas obras retomadas.
“Para a cidade, o estado e o país, é uma representatividade enorme, depois de 16 anos, a gente tem a realização de ter a primeira unidade. E ele traz pro nosso estado, uma oferta enorme de gás natural. [A UPGN] deve ampliar em torno de 20% a oferta de gás no país”, explicou o gerente da UPGN, Leandro Veiga.
O Complexo de Energias Boaventura terá também unidades de refino de lubrificantes do Grupo II, com capacidade de produzir 12 mil barris por dia; de querosene de aviação QAV-1 (20 mil barris/dia); e de diesel S-10 (75 mil barris).
Duas usinas termelétricas a gás (com capacidades de gerar 1.200 e 600 megawatts) também estão planejadas para o complexo, que atuará em sinergia com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc).
Economia
Maior parque industrial do Brasil, SP puxa queda do setor em julho
Locomotiva da indústria nacional, representando um terço da produção das fábricas do país, o estado de São Paulo apresentou recuo de 1,8% na produção industrial em julho. Esse cenário explica o resultado nacional, que ficou no terreno negativo: -1,4%.
A constatação faz parte da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada nesta sexta-feira (13), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento é um complemento da pesquisa nacional, divulgada no último dia 4, que apura o comportamento do parque fabril em 15 regiões.
Além de São Paulo, apresentaram diminuição na produção Pará (-3,8%) e Bahia (-2,3%). Em São Paulo, o resultado interrompeu três meses seguidos de taxas positivas, período em que acumulou alta de 4,1%.
“A queda de 1,8%, acima da média nacional, acabou eliminando parte do crescimento acumulado no período. A indústria farmacêutica influenciou negativamente o resultado da produção paulista”, explica Bernardo Almeida, analista do IBGE.
Antes da pandemia
No acumulado do ano, São Paulo apresenta expansão de 4,7% e, em 12 meses, 2,5%. Com esse resultado, a indústria paulista está 2,2% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), acima da média nacional, que está 1,4% além do alcançado no segundo mês de 2020.
No Pará, que representa 4,1% da produção nacional, a queda na passagem de junho para julho é explicada por redução no setor de minerais não metálicos. Na Bahia, que responde por 3,9% da produção nacional – os resultados negativos foram explicados pelos setores de produtos químicos e celulose.
Maiores altas
No campo positivo, os estados com maiores altas de junho para julho foram Amazonas (6,9%), Espírito Santo (5,8%), Paraná (4,4%) e Pernambuco (4,2%). Os outros locais pesquisados que apresentaram expansão foram Região Nordeste (3,0%), Minas Gerais (2,1%), Ceará (1,9%), Mato Grosso (1,8%), Rio de Janeiro (1,4%), Santa Catarina (1,3%), Goiás (1,2%) e Rio Grande do Sul (0,8%).
Bernardo Almeida explica que o desempenho da indústria nacional não pode ser interpretado como um espelho do resultado das 15 regiões pesquisadas.
“É preciso salientar que o resultado regional não esgota o resultado do Brasil, ou seja, uma parte da produção nacional não é vista pelos resultados regionais, já que são apenas 15 locais pesquisados”, diz. “Desse modo, o resultado nacional não deriva da soma dos resultados regionais”, explica.
Cenário
O analista avalia que a queda de 1,4% na média nacional está concentrada nas atividades com maior peso dentro da amostra. Houve recuos nos setores de produtos derivados de petróleo, no setor extrativo e de alimentos.
Almeida aponta que a queda de julho está relacionada a condições macroeconômicas desfavoráveis, com a Selic (taxa básica de juros da economia) na casa de dois dígitos: 10,5%.
Pelo lado da demanda, os juros altos – política monetária que encarece os empréstimos – impactam na renda disponível e no consumo das famílias. Pelo lado da produção, os financiamentos mais onerosos desestimulam a tomada de decisão de investimentos.
O pesquisador avalia que há um crescimento no ritmo de produção, mas, simultaneamente, observa-se que a indústria caminha de forma moderada.
“Por um lado, temos uma melhora no mercado de trabalho e, por outro, temos a taxa de juros refreando os efeitos desse fator positivo. Isso explica esse quadro oscilante no comportamento da indústria [nos últimos meses]”, analisa.
Em 2024, até julho, a indústria nacional acumula expansão de 3,2%. Em 12 meses, o resultado é positivo em 2,2%.
*Matéria alterada às 10h04 para acréscimo de informações
Economia
Presidente da Febraban defende bloqueio de cartões para pagar apostas
O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, defendeu nesta quinta-feira (12), em São Paulo, a antecipação da proibição do uso de cartões de crédito para o pagamento de apostas eletrônicas e esportivas.
Em evento com jornalistas, ele pediu que o governo proíba o uso da modalidade de pagamento nos sites de apostas para evitar o comprometimento da renda dos correntistas e o aumento da inadimplência.
“Eu particularmente entendo – e essa é uma posição pessoal – que o governo deveria usar todos os meios legais para proibir, imediatamente, o uso do cartão de crédito para a realização de jogos. A proibição feita ainda não está sendo observada. O cartão é um produto fundamental e seu uso para apostas já está afetando o consumo das famílias e aumentando a inadimplência”, assinalou Sidney.
Opinião pessoal
Por meio de nota, a Febraban ressaltou que essa é a opinião pessoal de Sidney e que, apesar de ser presidente da entidade, ele não fala em nome da federação, nem dos bancos associados.
Em abril, o Ministério da Fazenda definiu que as apostas eletrônicas só poderão ser pagas por Pix, transferência ou débito. A restrição, no entanto, só entrará em vigor em janeiro, quando valerá a nova regulamentação das bets, como são chamadas as empresas de apostas.
Sidney acrescentou que chegou a tratar do tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo ele, a Febraban está analisando o impacto das bets no superendividamento das famílias. O aumento das apostas esportivas, acrescentou, pode se refletir em juros mais altos na concessão de crédito por causa do aumento da inadimplência.
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