Política
Vereadora Tainá de Paula é alvo de tiros no Rio
A vereadora do Rio de Janeiro e candidata à reeleição pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Tainá de Paula, sofreu um ataque a tiros na noite dessa quinta-feira (3).
O caso ocorreu em Vila Isabel, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, onde dois homens armados dispararam duas vezes contra o veículo no qual a parlamentar e sua equipe estavam. Em nota, a equipe de assessoria da vereadora informou que, como o carro era blindado, não houve feridos.
“Acabo de ser abordada por dois homens que deram dois tiros de pistola no meu carro, na direção da minha porta, em Vila Isabel. Ando com carro blindado e minhas proteções. Não irão nos parar! Axé!”, escreveu Tainá em suas redes sociais na mesma noite.
Histórico de ataques
Esse não é o primeiro episódio envolvendo ataques à vereadora. Em 21 de maio, Tainá estava acompanhada da filha, Aurora, e da esposa, Suka, a caminho de casa quando foi abordada por dois homens armados em uma moto. Também não houve vítimas na ocasião.
Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro informou que a investigação em relação ao ataque de ontem está em andamento na 20ª Delegacia de Polícia. Inicialmente, a polícia descarta motivação política por trás do caso e considera que os disparos foram fruto de uma tentativa de roubo.
“Diligências iniciais descartam possibilidade de motivação política no crime, tratando-se de tentativa de roubo. Os agentes apuram a autoria do crime”, declarou em nota.
Segundo o Instituto Fogo Cruzado, os tiros da última noite foram o centésimo caso de ataque contra pessoas ligadas à política, sejam elas candidatas, pré-candidatas, políticas, assessoras ou apoiadoras, no Grande Rio desde 2016.
No Bluesky, a diretora do instituto, Cecília Olliveira, comentou sobre o simbolismo do ataque.
“De novo, vereadora, mulher negra, é vítima de um ataque brutal que poderia ter acabado como Marielle, se não fosse o carro blindado. Já vimos esse filme e o desfecho foi trágico. Esses casos precisam de investigação exemplar”.
*Estagiária sob supervisão de Vinícius Lisboa
Política
Alckmin alerta para vídeo falso com sua imagem nas redes sociais
Um vídeo falso com uma imagem manipulada do vice-presidente Geraldo Alckmin está circulando em aplicativos de mensagens e redes sociais. O alerta foi feito pelo próprio vice-presidente, em uma postagem nesta terça-feira (5). Segundo Alckmin, no falso vídeo, golpistas tentam obter dados pessoais de usuários com a promessa de verificação de recursos a receber no Banco Central.
“Peço atenção de vocês para um golpe que está circulando nas redes sociais. Trata-se de um vídeo falso, manipulado com minha imagem, orientando o usuário a inserir dados pessoais, em um site, para verificar se ele foi beneficiado com a devolução de valores por meio do Banco Central. Esse vídeo, repito, é falso”, afirmou o vice-presidente, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
De acordo com Alckmin, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) já acionou a Polícia Federal (PF), a Advocacia-Geral da União (AGU) e as plataformas digitais para coibir a ação criminosa.
“Muito cuidado com o que vocês recebem via WhatsApp e redes sociais. Prestem atenção se a postagem está num canal oficial do governo ou da minha própria conta oficial”, reforçou o vice-presidente.
Política
Preto Zezé recebe título de cidadão honorário do Rio de Janeiro
O ativista e empresário Preto Zezé, cofundador da Central Única das Favelas (Cufa) e atual presidente da Cufa RJ, recebeu, nesta segunda-feira (4), Dia Favela, o título de Cidadão Honorário do Rio de Janeiro. A iniciativa foi do presidente da Câmara de Vereadores do Rio, Carlo Caiado (PSD), em conjunto com os demais integrantes da Mesa Diretora: Tânia Bastos (Republicanos), Marcos Braz (PL), Rafael Aloísio Freitas (PSD) e William Coelho (DC).
Reconhecido como uma das maiores lideranças das favelas brasileiras, Preto Zezé é empreendedor, produtor artístico e musical, escritor e ativista brasileiro. Filho de uma doméstica e um pintor da construção civil, foi criado na Favela das Quadras, em Fortaleza, e trabalhou como lavador de carros aos 15 anos, antes de iniciar a militância por causas sociais.
Segundo a Câmara, tornou-se uma figura de grande destaque nas causas sociais do país, no debate sobre o racismo no Brasil e em sua relação com a desigualdade social. O ativista luta pela valorização das favelas e, principalmente, pela humanização e qualificação de vida de seus moradores.
Preto Zezé prometeu honrar o reconhecimento com muito trabalho: “Quero somar com as experiências que o Rio já tem e inspirar cada vez mais o Rio que, tem seus desafios, mas também tem seus encantos, como diz o hino. As favelas já somam R$ 222 bilhões em poder de consumo e não se pode pensar em nada no Brasil sem elas. Favela não é carência; é potência”, destacou.
O vereador Carlo Caiado, que presidiu a sessão, reforçou a importância da relação entre o Legislativo e as comunidades: “Favela é empregabilidade, inclusão social e turismo, e o Preto Zezé representa isso. A gente fica muito feliz em ser o condutor dessa homenagem, e o local não poderia ser melhor: na casa do povo, que expressa a voz da população”.
Presente na plateia, Celso Athayde, um dos cofundadores da Cufa, destacou a importância da valorização das comunidades: “Sei o quanto as pessoas nas favelas querem viver dias menos tensos e com menos conflitos. Para que isso seja uma realidade, é preciso que o país mude”. O ativista, que é internacionalmente reconhecido pela sua luta em prol das comunidades, ainda reforçou: “A política é o caminho. Não existe saída sem a política”.
Política
Itamaraty cita “tom ofensivo” por manifestações de venezuelanos
Em meio à escalada de tensões diplomáticas por parte do governo da Venezuela nos últimos dias, o Palácio do Itamaraty afirmou nesta sexta-feira (1º), em nota, que constata “com surpresa o tom ofensivo adotado por manifestações de autoridades venezuelanas em relação ao Brasil e seus símbolos nacionais”.
A nota da chancelaria brasileira foi divulgada dois dias após a Venezuela convocar o seu embaixador no Brasil para consultas como manifestação de repúdio a declarações feitas por porta-vozes brasileiros, citando especificamente o assessor especial da Presidência da República, embaixador Celso Amorim. Além do embaixador venezuelano no Brasil, o governo bolivariano convocou o Encarregado de Negócios do Brasil em Caracas para manifestar um repúdio oficial.
A Venezuela, incluindo o próprio presidente Nicolás Maduro, acusa o Brasil de ter vetado o ingresso do país no grupo do Brics, durante a cúpula da organização, na semana passada, em Kazan, na Rússia.
“A opção por ataques pessoais e escaladas retóricas, em substituição aos canais políticos e diplomáticos, não corresponde à forma respeitosa com que o governo brasileiro trata a Venezuela e o seu povo. O Brasil sempre teve muito apreço ao princípio da não-intervenção e respeita plenamente a soberania de cada país e em especial a de seus vizinhos”, diz a nota.
Ainda de acordo com a manifestação do Itamaraty, “o interesse do governo brasileiro sobre o processo eleitoral venezuelano decorre, entre outros fatores, da condição de testemunha dos Acordos de Barbados, para o qual foi convidado, assim como para o acompanhamento do pleito de 28 de julho”, argumenta. “O governo brasileiro segue convicto de que parcerias devem ser baseadas no diálogo franco, no respeito às diferenças e no entendimento mútuo”, finaliza a nota.
Na terça-feira (29), Celso Amorim participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, e negou que o Brasil tenha vetado a entrada da Venezuela no grupo do Brics. O assessor de Lula admitiu um “mal-estar” entre os dois países por conta do processo eleitoral que deu mais um mandato para Nicolás Maduro, mas que é questionado por parte da comunidade internacional pela falta de transparência sobre as atas de votação, procedimento que estava pactuado por acordos anteriores entre os grupos políticos do país, em mediação que contou com a participação do governo brasileiro, como o Acordos de Barbados, mencionado na nota do Itamaraty. Na ocasião, segundo Amorim, a decisão pelo não entrada no Brics se deu por consenso entre os países fundadores do bloco – Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul.
Maduro já tinha abordado o assunto durante seu programa televisivo transmitido pela TV estatal. Na declaração, o presidente venezuelano disse que o ministro [das Relações Exteriores] Mauro Vieira, que representou Lula na Cúpula do Brics, prometeu, durante as negociações que ocorreram na Rússia, que não impediria a entrada dos venezuelanos. De acordo com Maduro, que foi à cúpula, os dois se encontraram ao final do evento e o venezuelano teria questionado o veto brasileiro. Segundo o mandatário, o chanceler brasileiro reafirmou que não vetou a Venezuela.
O presidente venezuelano também fez duras críticas ao Itamaraty, dizendo que a pasta tem histórico de vinculação ao Departamento de Estado dos Estados Unidos. Maduro disse ainda que o responsável pelo suposto veto ao país foi o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty e principal negociador do Brasil no Brics, Eduardo Saboia.
Em outra manifestação, a Polícia Nacional Bolivariana postou, em rede social oficial, uma montagem em que uma imagem de Lula, com o rosto borrado e bandeira brasileira ao fundo, está estampada pela frase “El que que se meta con Venezuela se seca”, que em tradução livre do idioma espanhol seria algo como “Quem se mete com a Venezuela se ferra”. A postagem, que ficou no ar até esta sexta-feira, foi apagada após a nota oficial do Itamaraty.
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