Connect with us

Negócios

Quais são as chances do petróleo passar de US$ 100 com o aumento da tensão no Oriente Médio?

Prublicadas

sobre

Quais são as chances do petróleo passar de US$ 100 com o aumento da tensão no Oriente Médio?
Tempo de Leitura:6 Minuto, 3 Segundo


O temor de uma possível escalada da guerra no Oriente Médio, após o Irã disparar uma bateria de mísseis contra Israel – neutralizada pela defesa aérea israelense -, voltou a colocar o mercado internacional de petróleo sob alerta. E por um motivo justificado: a região conflagrada é responsável por 34,1% da produção e detém mais de 60% das reservas mundiais de petróleo.

Embora a instabilidade política no Oriente Médio esteja afetando a cotação do preço do barril nos últimos anos com menos peso que no passado, a possibilidade de Israel bombardear refinarias de petróleo iranianas tende a gerar algum impacto imediato na cotação internacional do barril, uma vez que o Irã produz cerca de 4% do petróleo consumido no mundo.

O preço do barril subiu mais de 4% desde o início da primeira semana de outubro, mas ainda se encontra num patamar razoável dada a escalada de tensão, cotado pelo índice Brent a US$ 77 o barril no fechamento de quinta-feira, 3 de outubro.

Mas o que mais preocupa especialistas do mercado de óleo e gás é a ampliação do conflito que esse eventual ataque de Israel a refinarias do Irã possa causar. Uma possibilidade repetida nos cenários de análise de risco seria uma retaliação do Irã, bloqueando o Estreito de Ormuz – rota marítima por onde trafegam cerca de 30% do petróleo bruto produzido no mundo, incluído de grandes produtores, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Neste caso, a expectativa é que o preço do barril ultrapasse o fatídico “três dígitos”, ou seja, entre numa espiral superior a US$ 100, crescendo à medida de novos ataques ou com a demora para regularização do transporte por parte dos navios petroleiros.

A cotação relativamente normal até agora é atribuída, entre outros motivos, à incerteza de qual estratégia de retaliação será adotada por Israel. É possível que os ataques se limitem a alvos militares, como instalações de defesa aéreas ou base de mísseis, por exemplo, o que não afetaria o preço do barril.

O governo dos Estados Unidos tem pressionado Israel a evitar ataques principalmente a instalações nucleares e refinarias iranianas. Por isso, agências de riscos têm estipulado em 30% a possibilidade de bombardeios a refinarias de petróleo do país persa.

Fernando Ferreira, diretor de risco geopolítico da Rapidan Energy Advisors, consultoria baseada nos Estados Unidos, afirma que um ataque nas instalações de petróleo do Irã certamente seria suficiente para alterar o preço do barril.

“São entre 1,5 milhão e 1,8 milhão de barris de petróleo diários produzidos pelo Irã que seriam retirados do mercado, o que estruturalmente poderia levar semanas ou meses para voltarem a ser oferecidos”, diz Ferreira ao NeoFeed.

Ampliação da guerra

Mas o especialista adverte  que uma eventual retaliação iraniana envolvendo outros países da região como resposta ao bombardeio de suas refinarias seria inevitável. “Ficaria surpreso se não ocorressem ataques do Irã no Estreito de Ormuz, como fazem desde o ano passado os guerrilheiros houtis, do Iêmen, no Mar Vermelho, bloqueando os navios-contêineres que trafegam na região”, diz.

Ferreira lembra que, diferentemente da rota do Mar Vermelho, que pode ser evitada contornando o sul da África, a do Estrito de Ormuz limita as opções de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Segundo ele, como são cerca de 18 milhões de barris diários de petróleo e derivados que passam pelo Estreito de Ormuz, o impacto seria muito grande, afetando o preço do petróleo no mundo inteiro. Ferreira diz que, neste cenário, os EUA provavelmente agiriam de forma rápida para liberar a passagem pelo estreito, mas o impacto no mercado continuaria relevante.

“O preço do petróleo certamente afetaria o mundo inteiro, chegando ao consumidor”, prevê, lembrando que mesmo que a Opep liberasse a capacidade extra de que dispõe e não coloca no mercado para manter os preços competitivos (6 milhões de barris diários) teria dificuldade de viabilizar: “A maioria dessa reserva está na região, ao norte do estreito de Ormuz.”

João Abdouni, analisa da Levante Investimentos, afirma que é possível que uma guerra mais intensa na região possa levar a um choque no petróleo, mas ainda é cedo para assegurar que tal movimento ocorra.

Abdouni, porém, vê uma possibilidade de a Petrobras obter alguma vantagem: “Para a estatal, a alta dos preços do petróleo sempre será positiva, desde que os volumes de importação da empresa estejam menores do que os de exportações, situação que se mantém desde 2016.”

Xisto rendentor

A demora para a escalada de tensão no Oriente Médio repercutir no preço do barril chamou a atenção para uma mudança no peso do mercado internacional de petróleo nos dias de hoje.

Até poucos anos atrás, qualquer sinal de instabilidade no Oriente Médio era a senha para uma disparada na cotação do preço do barril de petróleo, afetando câmbio e produção econômica nos quatro cantos do mundo.

Na crise do Oriente Médio de 1973-74, em associação com um embargo da Opep, o petróleo subiu 300%, enquanto o índice S&P 500 caiu pela metade. Por volta da Guerra do Golfo de 1990, o preço do barril dobrou, enquanto o S&P 500 caiu quase 20%.

A última turbulência no Oriente Médio – o ataque dos houtis aos navios-contêineres no Mar Vermelho – teve um efeito apenas moderado nos preços da energia e pouquíssimo impacto nos mercados de ações globais: o S&P está 20% mais alto do que quando esse conflito começou, em novembro do ano passado.

Essa guinada se deve à descoberta e aumento exponencial de exploração de xisto de petróleo e gás nos EUA, com produção em níveis recordes a partir deste século, levando o país deixar de ser importador para se transformar em exportador de petróleo.

Esse ativo permitiu aos EUA formar uma “grande reserva de ponte” de estoques de petróleo bruto para ajudar a mediar o efeito de quaisquer oscilações de preço. O país tem cerca de 383 milhões de barris (cerca de 50 % da capacidade) restantes em sua reserva estratégica de petróleo, que foi criada após o embargo dos anos 1970, além de 413 milhões de barris em estoques comerciais de petróleo bruto.

Ou seja, um choque de petróleo do Oriente Médio não vai devastar a economia dos EUA da mesma forma que aconteceu nos anos 1970. Os EUA consomem cerca de 20 milhões de barris de petróleo por dia.

“De fato, o impacto para os EUA pode ser menor pela redução da dependência do petróleo proveniente do Oriente Médio, contudo essa região ainda continua sendo a principal produtora e os impactos da guerra não podem ser negligenciados”, adverte Vivian Ribeiro Madsen Figueiredo, do escritório Almeida Prado e Hoffmann Advogados e especialista do mercado de óleo e gás.

O tema entrou na campanha presidencial americana antes da escalada da crise, com os republicanos acusando o governo Joe Biden de deixar o país exposto a um choque de petróleo, evitando fazer grandes estoques de petróleo. O candidato Donald Trump, por exemplo, promete reforçar as reservas americanas “imediatamente”, se eleito em novembro.

Ferreira, da Rapidan Energy Advisors, afirma que um aumento do preço da gasolina nos EUA – uma possibilidade no caso de escalada da crise – pode favorecer o candidato republicano nas eleições: “O preço da gasolina costuma subir rápido, mas sempre demora para baixar.”





Fonte: Neofeed

Negócios

Assaí pisa no freio em expansão para reduzir alavancagem

Prublicadas

sobre

Assaí pisa no freio em expansão para reduzir alavancagem
Tempo de Leitura:2 Minuto, 16 Segundo


Segunda maior rede de atacarejo do País, o Assaí revisou parte de suas projeções para 2025 e 2026 em fato relevante divulgado na quinta-feira, 17 de outubro, além de incluir novas estimativas para o biênio.

Um dos destaques desse novo pacote é justamente um dos itens que têm sido um mantra do grupo já há alguns trimestres: a redução da alavancagem. A meta da operação é chegar ao fim de 2025 com esse indicador no patamar de 2,6 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda.

Como referência, o Assaí encerrou o segundo trimestre de 2024 com uma alavancagem de 3,65 vezes, uma redução de 0,6 vez contra o índice de 4,25 vezes registrado em igual período de 2023. Entre abril e junho, a dívida líquida da rede foi de R$ 12,3 bilhões, contra R$ 8,3 bilhões, um ano antes.

No fato relevante de hoje, a empresa ressaltou que o nível de alavancagem estimado para o fim de 2025 se apoia no crescimento esperado do Ebitda, assim como na redução da dívida líquida, fruto da revisão da expansão e do plano de investimentos, também anunciadas nessa data.

Segundo o Assaí, essas atualizações levaram em conta principalmente as recentes altas da taxa Selic e as mudanças nas expectativas da curva de juros para os próximos anos, “influenciando diretamente” o custo de carregamento da dívida líquida da operação.

Com o foco da redução da alavancagem em mente, a rede decidiu adiar a abertura de alguns projetos de novas lojas. A projeção atualizada aponta para a inauguração de 10 unidades em 2025, contra o guidance anterior de 20 lojas.

Já para 2026, o grupo informou que espera retomar o patamar de expansão de 20 unidades por ano que vinha cumprindo antes de engatar, a partir do fim de 2021, numa onda de 64 conversões de hipermercados Extra.

Como parte dessas atualizações, o Assaí projeta agora um investimento na visão caixa entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão para 2025. Desse total, um montante entre R$ 650 milhões e R$ 750 milhões será reservado para a abertura de lojas.

A rede também vai destinar entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões à manutenção e novos serviços como açougues e padarias no parque de lojas já em operação. Uma parcela restante entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões será investida em infraestrutura, novos sistemas de TI e projetos de inovação.

A ação ASAI3, do Assaí, fechou o pregão de quinta-feira, 17 de outubro, em queda de 0,84%, cotadas a R$ 7,06. Os papéis acumulam uma desvalorização de 47,8% no ano. A empresa está avaliada em R$ 9,5 bilhões.



Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

BC europeu baixa os juros (boa notícia). Risco agora é a deflação (péssima notícia)

Prublicadas

sobre

BC europeu baixa os juros (boa notícia). Risco agora é a deflação (péssima notícia)
Tempo de Leitura:3 Minuto, 56 Segundo


A União Europeia não consegue se livrar dos pesadelos econômicos nem diante de boas notícias. O Banco Central Europeu (BCE) anunciou na quinta-feira, 17 de outubro, mais um corte de juros – o terceiro em sequência –, levando a taxa anual para 3,25%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, comemorou o anúncio, afirmando que o processo desinflacionário estava “no caminho certo” e que todos os dados desde a reunião anterior da autoridade monetária, no mês passado, “estavam indo na mesma direção – para baixo”.

O drama é justamente esse – não são apenas os juros que estão em queda. A inflação, também em declínio, fechou setembro com índice de 1,7% ao ano – abaixo da meta estipulada pelo BCE, de 2%.

O que seria comemorado com fogos em outros países (como o Brasil) viraram motivos de preocupação, pois a fraca inflação na zona do euro, aliada ao baixo crescimento do PIB do bloco no segundo trimestre, de 0,2%, levantaram preocupações de que o BCE possa estar diante do risco de uma deflação.

Essa possibilidade é real, uma vez que uma deflação – resultado de oferta maior que a demanda e de menos dinheiro em circulação, condições criadas por atividade econômica fraca por longo período – pode desencadear um ciclo descendente que se autoalimenta, à medida que os consumidores adiam compras, ao mesmo tempo que a diminuição do rendimento torna mais difícil o pagamento de dívidas.

As últimas previsões dos especialistas do BCE indicaram que a inflação anual atingirá o seu objetivo de 2% no quarto trimestre de 2025 e permanecerá bem acima desse nível durante os primeiros nove meses do ano.

Mas os próprios técnicos do BCE estavam preocupados com o fato de que a previsão, publicada em setembro, poder ter sido demasiado otimista. Para o BCE, superar a deflação pode ser muito mais difícil do que controlar a inflação.

A perspectiva de um período de aumentos de preços reduzidos representa uma reviravolta acentuada face aos recentes níveis históricos de inflação elevada, que forçaram o BCE a aumentar as taxas de juro para um nível recorde de 4%, em setembro de 2023.

Economistas advertem que o aumento inflacionário na zona do euro, entre 2021 e 2023, foi temporário, impulsionado por preços mais elevados da energia e estrangulamentos na cadeia de abastecimento, em vez de um aumento fundamental na procura.

Há críticas no sentido de que o BCE aumentou demasiado as taxas de juros, prejudicando uma economia que já era atingida pela baixa produtividade, pelo investimento morno e pelo envelhecimento da população.

Na semana passada, Sebastian Dullien, diretor de pesquisa do Instituto de Política Macroeconômica, com sede em Düsseldorf (Alemanha), disse que o crescimento fraco e a queda acentuada da inflação sugerem que o BCE estava “agindo muito lentamente no ajuste das taxas mais uma vez”.

Segundo ele, a análise do banco central sobre os impulsionadores da inflação foi “defeituosa”. “A política monetária excessivamente restritiva exacerbou algumas das questões estruturais”, advertiu Dullien.

Outros na mira

Não é apenas o bloco europeu que está às voltas com o risco de deflação. A inflação no Reino Unido caiu mais do que o esperado, para o mínimo de três anos, 1,7% em setembro, também abaixo da meta, o que levou a libra a cair.

Da mesma forma que no bloco europeu, investidores a aumentarem as apostas em novos cortes nas taxas por parte do Banco de Inglaterra (BoE), o BC britânico. O risco de deflação, porém, é menor no país, pois a inflação de serviços segue alta, em 4,9%.

A China, com produção econômica fraca desde a pandemia, também tem lutado para evitar a deflação. Há duas semanas, o governo chines anunciou um amplo pacote– incluindo injeções de liquidez de US$ 250 bilhões, flexibilização das taxas hipotecárias e grandes cortes nas taxas de juro e de reservas bancárias obrigatórias, esta para abrir linhas de crédito – para estimular o consumo.

Mesmo assim, Stephen Roach, economista da Universidade Yale, advertiu na ocasião que o pacote é insuficiente e que a China corre o risco de entrar num processo deflacionário devido ao crônico problema do estouro da bolha imobiliária, que desde 2021 gerou perdas de US$ 18 trilhões em riqueza das famílias chinesas, inibindo o consumo.

Roach atribuiu a hesitação do governo chinês em abrir o cofre para estimular o consumo como reflexo do impacto gerado pelo crescimento da dívida pública – hoje sob índice estratosférico de 283% em relação ao PIB, três vezes superior ao da década passada.

“O governo chinês precisa gastar com as pessoas para reanimar a procura interna; sem ela, o país caminha para a deflação, enquanto o seu enorme mercado imobiliário está sobrecarregado com habitações não vendidas e grandes pilhas de dívidas”, disse Roach.



Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

“Nunca aposte contra a Apple”: Warren Buffett deixou de ganhar mais US$ 23 bilhões

Prublicadas

sobre

Tempo de Leitura:2 Minuto, 0 Segundo


Com status de lenda e conhecido por seu olhar apurado para os investimentos, Warren Buffett tem chamado mais atenção nos últimos meses pelas vendas em série de ações do Bank of America (BofA) e da Apple realizadas por sua gestora, a Berkshire Hathaway.

E até mesmo Buffett, considerado o Oráculo de Omaha por suas tacadas certeiras, não consegue acertar tudo. Uma de suas frases mais famosas, “never bet againts America” (nunca aposte contra os EUA), poderia ser parafraseada por “nunca aposte contra a Apple”.

Um cálculo do Business Insider conclui que a Berkshire Hathaway pode ter deixado de ganhar mais US$ 23 bilhões ao reduzir em 55% sua participação detida na Apple no primeiro semestre de 2024, mesmo com os papéis da companhia sendo negociados em patamares recordes.

O cálculo para chegar a esse número envolveu a diferença entre a cotação atual do papel da Apple e o preço médio ponderado contabilizado pela gestora na venda de 505,9 milhões de ações da companhia na primeira metade do ano, de cerca de US$ 186,15 por ação.

Em outra conta, a reportagem destaca que a Berkshire Hathaway iniciou 2024 com 905,6 milhões de ações da Apple, avaliadas em US$ 174 bilhões na época. Hoje, essa posição estaria avaliada em cerca de US$ 210 bilhões. A fatia atual da gestora, porém, vale US$ 84 bilhões.

O portal faz a ressalva, porém, de que é impossível saber exatamente a que preço a Berkshire Hathaway vendeu os papéis e que, por isso, se baseou no preço médio das ações no primeiro e no segundo trimestre.

Ao ressaltar que o resultado não significa necessariamente um passo em falso, o Business Insider observa que Buffett e seus pares começaram a construir a posição na Apple no primeiro trimestre de 2016, quando a empresa já ostentava o status de a mais valiosa do mundo.

As compras iniciais de ações da companhia pela gestora na época foram feitas com um preço médio estimado de compra de US$ 39,59 por ação. Desde então, os papéis da Apple acumulam uma valorização de 485%.

Os papéis da Apple fecharam o pregão desta quinta-feira, 17 de outubro, cotados a US$ 232,15 e com uma ligeira alta de 0,16%. As ações registram uma valorização de 20,6% em 2024 e a empresa está avaliada em US$ 3,5 trilhões.



Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Popular