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Family Office cria consultoria de investimentos “de mulher para mulher”
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A Vos Investimentos foi criada há um ano e nesse período chegou a R$ 1 bilhão sob aconselhamento. Com o diferencial de ser um multi family office voltado para mulheres de grandes fortunas, as fundadoras decidiram estender essa especialização para uma consultoria de investimentos.
Elas estão lançando, na terça-feira, 18 de fevereiro, a Ava Invest, uma consultoria de investimentos para atender o público feminino que está no varejo alta renda. A ideia é atender patrimônios acima de R$ 1 milhão e dar foco em wealth planning, ou seja, ir além do serviço de assessoria de investimentos.
“Vimos que para fazer impacto tínhamos que chegar a tíquetes menores. Foi uma evolução natural e, com isso, pretendemos que as mulheres realizem os seus sonhos e cheguem a ser clientes da Vos”, diz Mariella Assumpção Gontijo, sócia-fundadora e CEO da Ava, ao NeoFeed.
A Ava, que deriva de Eva, que no hebraico significa ‘vida’ e no germânico ‘desejo’, foi criada a partir de várias pesquisas de finanças comportamentais com o público feminino no exterior e também feitas pela empresa aqui no Brasil. Com os resultados, ficou claro que era preciso materializar as necessidades de planejamento patrimonial. Para engajar mais as mulheres com suas finanças, a consultoria criou três pacotes de aconselhamento financeiro.
“O homem lida com o dinheiro mais do ponto de vista de poder, quanto mais melhor. A mulher o vê como meio para atingir algo. E os pacotes a fazem entender a lógica de fazer um planejamento financeiro, desde a contração de um seguro até mesmo crescer esse patrimônio”, afirma a diretora de investimentos Marta Zaidan.
O primeiro é chamado de pacote mulher empreendedora. Ele foi feito para orientar as mulheres que querem montar o próprio negócio, mas que sempre tiveram medo de não conseguir se sustentar até a empresa dar certo. Todos os estudos de finanças comportamentais mostram que as mulheres tendem a ser mais conservadoras com o dinheiro. Com mais segurança financeira, a ideia é que elas possam arriscar mais e tirar os projetos do papel.
O segundo é o pacote maternidade, que foi pensado para para a mulher autônoma ou para a empreendedora que não tem direito à licença, mas que tem de se planejar para ficar seis meses fora do mercado de trabalho. Esse conceito também se encaixa para qualquer mulher que tem o desejo de parar a carreira por um tempo maior na maternidade.
Por fim, há o pacote para as mulheres divorciadas ou em fase de divórcio. Elas estão passando por divisão de bens e precisam se encaixar na nova realidade financeira – muitas vezes elas nunca tiveram de tomar as rédeas da gestão do seu patrimônio. E novos pacotes estão sendo estruturados.
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O modelo de negócio da Ava é a cobrança de um fee fixo com base no patrimônio total, devolvendo taxas e rebates, para quem quer um acompanhamento integral de seus investimentos. Mas há a possibilidade da contratação de serviços avulsos de planejamento patrimonial, que são cobrados à parte, para quem quer um apoio pontual.
Para manter o mesmo padrão de atendimento a grandes fortunas, o time da Ava é o mesmo da Vos. Sob a liderança de Gontijo, que foi superintendente do private do Itaú e ex-CEO do Lombard Odier no Brasil, estão Zaidan, que atuou por mais de 20 anos na Pragma MFO, Barbara Bina, diretora de riscos, atuou como chefe de risco e compliance do Itaú, em Zurique. E completam o time Vinicius Zani, ex-Consenso, e Daniela Pascowotch, ex-Itaú BBA.
Num primeiro momento, a consultoria de investimentos está atendendo clientes que chegam organicamente por indicação do multi family office, de forma presencial e online. Mas, aos poucos, a empresa quer atender mulheres de todo o País.
A empresa está contratando consultores de investimento em diversas regiões que tenham esse propósito de empoderar mulheres. Com o crescimento, tanto da Ava como da Vos, a empresa quer investir em tecnologia de consolidação de portfólios para atender a tíquetes realmente de varejo no futuro.
“Muitas mulheres ficaram afastadas da discussão do dinheiro, mesmo ganhando muito bem e sendo referência em seu meio profissional”, diz a Gontijo.
“Queremos mostrar que o mercado financeiro não é mais difícil que atender pacientes ou clientes. É um meio de dar valor ao rendimento conquistado com o trabalho”, complementa a sócia-fundadora e CEO da Ava.
Negócios
Com lucro, receita e margem em alta, Mercado Livre tem “cada vez mais cara de banco”
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Com cada vez mais cara de banco, o Mercado Livre entra em 2025 com planos de manter uma postura agressiva na concessão de crédito, apesar das projeções de um cenário econômico mais desafiador.
Com o objetivo de transformar o Mercado Pago no maior banco digital da América Latina, a companhia encerrou o quarto trimestre com uma expansão de 74% na carteira de crédito, que atingiu US$ 6,6 bilhões. O crescimento foi impulsionado, sobretudo, pela linha de cartão de crédito, que avançou 118%, representando US$ 2,6 bilhões da carteira.
“O cartão de crédito é a peça central dessa estratégia porque, na América Latina, o principal parceiro financeiro do cliente é onde ele recebe seu salário ou tem acesso a crédito. Como grande parte da população trabalha no mercado informal, esse acesso se torna ainda mais essencial”, afirma Leandro Cuccioli, vice-presidente sênior do Mercado Livre, em entrevista ao NeoFeed.
A expansão da carteira de crédito contribuiu para o desempenho do Mercado Pago, que encerrou o trimestre com uma receita de US$ 2,5 bilhões, alta de 29%. Segundo Cuccioli, o ritmo deve seguir acelerado. “Não damos guidance para 2025, mas posso dizer que nossa estratégia continua inalterada”, diz ele.
Para incentivar a adesão ao cartão, a empresa tem lançado iniciativas como melhores condições de parcelamento em compras no Mercado Livre e cashback. O foco, segundo Cuccioli, é ampliar o uso do cartão entre os próprios clientes do e-commerce, que chegaram a 100 milhões no ano passado. Na fintech, são 61 milhões de usuários ativos.
No último trimestre, o crescimento acelerado da carteira de crédito chegou a preocupar analistas, diante da deterioração das expectativas macroeconômicas. O executivo pondera, no entanto, que os riscos macroeconômicos precisam ser bem precificados. “Dar crédito é fácil, sempre há demanda. Mas o risco precisa ser administrado corretamente.”
A aposta do Mercado Livre para navegar nesse cenário — que indica juros mais altos e menor atividade econômica — é sua base ligada ao e-commerce.
“Tomamos cuidado com o ambiente em que operamos. Mais do que acompanhar mudanças no macro, observamos de perto o que acontece na rua. Hoje, o Mercado Livre deve ter dados quase tão bons quanto os do IBGE, pois nossa abrangência de consumidores e setores permite sentir o pulso do mercado. Temos clientes conosco há 20 anos”, diz Cuccioli.
Até agora, segundo ele, as ruas ainda não deram sinais de preocupação. Pelo contrário. “Até o fim do quarto trimestre, não vimos nenhuma mudança relevante.”
O Mercado Livre encerrou mais um trimestre de forte crescimento, com lucro líquido de US$ 639 milhões, alta de 287% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado pelo aumento da receita e da margem.
Crescimento sustentado no e-commerce
Na divisão de e-commerce, a receita líquida avançou 44%, atingindo US$ 3,6 bilhões, apesar do crescimento mais modesto de 8% no GMV, que somou US$ 14,5 bilhões — reflexo da desvalorização cambial nos mercados onde a empresa atua. No Brasil, seu principal mercado, o GMV cresceu 32% em moeda local.
O ritmo de crescimento representou uma leve desaceleração de três pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2023. Cuccioli atribui o movimento a uma base de comparação maior, mas reforça que ainda há muito espaço para avançar, tanto no Brasil quanto em outros países da América Latina.
“Somente 15% das vendas do varejo no Brasil são feitas online. Ainda estamos nos 15 minutos do primeiro tempo do e-commerce”, afirma o executivo.
Uma das frentes que o Mercado Livre tem reforçado para ampliar as vendas digitais é a logística. No quarto trimestre, 49% das entregas foram realizadas no mesmo dia ou no dia seguinte à compra, um crescimento de 21% no volume em relação ao mesmo período de 2023.
Mas Cuccioli sabe que, para manter a equipe vencedora até o final do jogo, é preciso ajustar a estratégia conforme o adversário. A companhia, por exemplo, passou a investir na venda de produtos com maior prazo de entrega e preços mais baixos — modelo que permitiu a seus principais concorrentes chineses ganhar espaço no Brasil.
“Temos que criar estratégias para diferentes perfis de consumidores. Mas não foi com a chegada dos chineses que descobrimos a concorrência. No Brasil, sempre houve jogadores locais fortes, além da Amazon e, agora, os asiáticos. Concorremos contra diferentes players e adoramos competir. Se não fosse pela concorrência, não teríamos chegado onde chegamos.”
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O plano da Mastercard para “passar o cartão” no B2B
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Já faz algum tempo que a Mastercard vem se movimentando para diversificar seu portfólio diante de novas tecnologias que estão impactando os cartões, o segmento que deu fama a ela. Sob o lema “Beyond Cards”, esse esforço se traduz, por exemplo, em serviços como segurança e prevenção a fraudes.
Isso não significa, porém, que a gigante americana, avaliada em US$ 512 bilhões, esgotou suas possibilidades no seu negócio tradicional. E o Brasil, que figura entre o segundo e o terceiro maior mercado global do grupo, é um exemplo de como a empresa está explorando novas vias de crescimento em suas origens.
Em linha com uma orientação global, um dos espaços onde a companhia está ampliando suas fronteiras no País são os pagamentos entre empresas (B2B). Desde o ano passado, a Mastercard passou a investir mais fortemente nesse filão. E, em 2025, a promessa é acelerar essa oferta.
“Nós temos aqui, nesse segmento, talvez a nossa maior oportunidade de crescimento”, disse Marcelo Tangioni, CEO da Mastercard no Brasil, em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 20 de fevereiro. “É um negócio ainda nascente, mas é uma das nossas grandes apostas para o ano.”
Nesse contexto, a Mastercard dividiu essa aposta em três segmentos: pequenas e médias empresas (PMEs), viagem e entretenimento, e grandes companhias. E é no primeiro deles que enxerga a possibilidade de ganhar tração mais rápido.
“Nós fizemos algumas pesquisas com bancos, que tem um número elevadíssimo de clientes nessa categoria”, afirmou. “E, dentro dela, a penetração de cartões de crédito fica, em média, entre 25% e 30%. Não passa disso, o que, já de cara, mostra uma oportunidade grande e de curtíssimo prazo.”
Essa percepção é reforçada pelo entendimento de que a Mastercard já tem um produto pronto para esse perfil. Trata-se de um cartão virtual, que permite ao proprietário de uma empresa desse porte, entre outros recursos, definir e customizar uma série de controles em transações.
Um exemplo é a possibilidade desse empresário estabelecer os limites do cartão de acordo com cada funcionário ou área da companhia, bem como restringir o acesso a compras a fornecedores daquele determinado departamento.
“Nós já temos o produto. Temos ainda uma ou outra novidade que vai chegar. É um processo básico de vender para esse empreendedor e que está à nossa frente”, observou. “Então, nós já entendemos que estamos em um nível de preparação alto. É mais pisar no acelerador.”
Essa não é, no entanto, a visão no caso das grandes empresas, um espaço em que Tangioni considera que a Mastercard está “um ou dois passos atrás” quando comparado à oferta para PMEs. Seja pelo desenvolvimento de produtos, uma atribuição global, ou da rede de aceitação.
“Você precisa dar esse cartão, seja virtual ou não, para as grandes empresas utilizarem. Mas você precisa ter onde utilizar”, disse o CEO. “Então, existe todo um trabalho nesse segmento que ainda precisa ser feito, mas ele é uma outra prioridade muito grande.”
O trabalho em questão já está em curso e envolve, de um lado, desenvolver essa base de clientes. E, em paralelo, “bater na porta” dos fornecedores – por exemplo, de insumos – dessas companhias de grande porte, para que essa rede de aceitação seja construída.
“Nós entendemos que vamos começar a ter um crescimento mais rápido nas PMEs”, afirmou Tangioni. “Mas quando olhamos o segmento das grandes empresas, o volume é infinitamente maior do que esse outro lado aqui. Só vai levar um pouco mais de tempo.”
O executivo também ressaltou que a exploração dessa vertente do B2B levou mais tempo para se tornar uma das prioridades da Mastercard pelo fato de o segmento dos consumidores ter sido sempre o carro-chefe do setor. E seguir crescendo.
Para embasar essa visão, ele citou dados recentes, que apontam que a penetração dos cartões no Brasil, levando-se em conta apenas os consumidores, é de 57%. Quando se adiciona o Pix a essa conta, o índice supera a casa de 85%, com a fatia restante das transações em papel moeda.
Em uma base de comparação, na América Latina, o Chile é o país com índices mais próximos do Brasil, na faixa de 60% a 65%. Já o México, outro grande mercado da região, ainda gira entre 20% e 25%.
Com um market share de 59,5% em cartões de crédito e na faixa de 52% a 53%, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central, relativos ao primeiro semestre de 2024, a Mastercard tem outras apostas para seguir impulsionando seus números no País e no globo.
Anunciada em novembro de 2024, uma das grandes metas da companhia é eliminar as transações com o uso de senhas até 2030. Para isso, a Mastercard vem apostando em um tripé formado por tokenização, simplificação do check out das transações e autenticação biométrica.
Segundo Tangioni, no mercado brasileiro, a ponta mais avançada desse trio de prioridade é a tokenização, com 40% das transações já realizadas nesse formato. Já para compor esse pacote completo, ele ressaltou que será preciso um esforço conjunto e coordenado de diversos players da cadeia, incluindo os fabricantes de celular.
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O algoritmo antidesperdício que não deixa os alimentos estragarem
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No Brasil dos paradoxos, onde a comida jogada fora equivale a oito vezes a quantidade necessária para alimentar quem tem fome, 65% das frutas, legumes e verduras produzidos apenas no estado de São Paulo têm o lixo como destino.
Delicados e sensíveis à ação do tempo e das condições climáticas, os vegetais estão entre os alimentos que deterioram mais depressa. Às vezes, eles nem apodreceram, mas ficaram “feios” para exposição nas gôndolas dos supermercados e nas bancas das feiras… em ambos os casos são descartados.
Grande parte do problema está na falta de planejamento preciso de o que comprar e quando. A solução mais óbvia é também a mais arriscada — pelo menos, do ponto de vista, do negócio. Comprar menos significa vender menos. E isso ninguém quer.
Com o propósito de ajudar o varejo a “comprar certo e não menos”, o economista Marco Perlman, em parceria com os engenheiros Bruno Schrappe e Aline Azevedo, fundou, em 2022, a startup Aravita. O trio desenvolveu uma plataforma de inteligência artificial (IA), capaz de fazer a gestão de hortifrutis, reduzindo o desperdício em 20%.
“Se o varejista cortar demais, pode atrapalhar a jornada do consumidor”, diz ele, CEO da foodtech, em conversa com o NeoFeed. “Aí, ele passa a ter um problema.”
Modelos avançados de deep e reinforcement learning fazem o cruzamento de uma série de variáveis, com uma precisão e rapidez que nós, humanos, jamais conseguiríamos alcançar.
Para chegar às quantidades ideais de frutas, legumes e verduras, os algoritmos da Aravita analisam a previsão de consumo de determinado produto e sua quantidade em estoque; as datas de entrega e o histórico dos fornecedores. É tudo uma questão de matemática.
Uma aritmética complicadíssima, cujas equações são determinadas por fatores específicos — aparentemente incombináveis entre si. As condições meteorológicas do momento, por exemplo, indicam o tipo de alimento mais consumido: ingredientes para saladas e frutas saem mais em dias de calor; enquanto produtos mais usados no preparo de sopas, como batata e lentilha, em tempos de frio.
Já o período do mês em que a maioria dos clientes de uma loja recebe o salário indica a época das maiores compras — dinheiro na conta é sempre sinônimo de carrinho mais farto.
Até o sentido da rua onde o comércio está localizado é levado em consideração. Se for na direção centro-bairro, as vendas tendem a acontecer no final da tarde, quando as pessoas do trabalho em direção às suas casas. Da análise conjunta de parâmetros como esse, emergem o período e quantidade de hortifrutis a ser comprada.
Rua alagada
Os relatórios emitidos pela Aravita são diários e consideram até imprevistos. Caso um temporal alague a rua onde fica o mercado, por exemplo, a IA sugere que, no dia seguinte, muito provavelmente, as vendas serão fracas. “A gente recomenda a partir de quando o varejista pode voltar a comprar o produto”, explica o cofundador da startup. Até porque o aplicativo também informa a partir do momento em que aquela fruta, verdura ou legume deve estragar.
Inicialmente, o foco da empresa são os supermercados com faturamento acima de R$ 1 bilhão. “Eles têm os dados mais organizados do que qualquer outra parte da cadeia de abastecimento”, afirma o executivo. “Quanto menor a loja, mais difícil acertar, já que muitas vezes as informações não são completas.”
Hoje a tecnologia da Aravita está presente na rede St. Marche, que entrou com um pedido à Justiça de São Paulo para suspensão temporária do pagamento de dívidas e para proteger a companhia contra medidas de cobrança de credores financeiros, passo antes de um pedido de recuperação judicial.
Hoje, 33 lojas espalhadas pela capital paulista, municípios da região metropolitana de São Paulo, Campinas, no interior do estado, e Santos, no litoral, usam a tecnologia da Aravita.
Desde o início da parceria, em abril de 2023, o índice de aceitação das recomendações apresentadas pela Aravita ultrapassou a marca de 80%, diz Perlman. No restante dos casos, os funcionários responsáveis pela compra alteraram a indicação da IA, já que a palavra final é sempre da unidade compradora. “É muita decisão que acontece todo dia”, explica o cofundador.
Além da queda no volume de desperdício, a tecnologia da Aravita ajudou a reduzir em 30% o índice de ruptura — quando uma venda é perdida pela falta do produto em loja. A IA avalia entre 500 a 800 itens diferentes, por loja.
Recentemente, a empresa iniciou um projeto piloto com uma outra rede de supermercados, em um modelo diferente do adotado no St. Marche.
“Nesse caso, o pedido é centralizado e o estabelecimento negocia diretamente com o fornecedor. Então, a gente leva a recomendação para essa central de compras”, explica o CEO da Aravita, sem revelar o nome do novo cliente. “Também está funcionando.”
A primeira captação da startup aconteceu em março de 2023: US$ 2,5 milhões, em um aporte liderado pela americana Qualcom Ventures e pela argentina 17Sigma, além de fundos brasileiros e investidores-anjo.
Entre eles, o fundo mexicano Bridge (que tem entre seus LPs os principais empreendedores de unicórnios do país) e os brasileiros DGF Investimentos, Alexia Ventures, Big Bets e Norte Capital.
Os fundadores da Aravita querem ir além. E compreender mais sobre a transformação de alguns produtos e suas diferentes formas de consumo. “A gente já discute como entender melhor o momento em que a laranja vira suco, por exemplo”, conta o CEO.
Isso significa vender o produto para o cliente que não compra fruta in natura, mas sob a forma da bebida. E isso pode influenciar o volume de compra — e, lá na frente, as perdas.
No mundo
O planejamento aprimorado da demanda do varejo, como propõe a Aravita, é apenas uma das soluções baseadas em IA no combate ao desperdício de alimentos.
A tecnologia pode ser usada na coleta de dados sobre quando os produtos estragam. É o caso da americana Strella Biotech, de Seattle, que desenvolveu um sistema de sensores capaz de indicar quando as frutas estão prontas para serem comercializadas.
A IA tem ainda o potencial de rastrear os resíduos, produzidos nos serviços de alimentação, identificando os pontos críticos nos quais os gestores devem se concentrar para evitar as perdas de comida
Sediada em Dublin, a Positive Carbon criou uma espécie de “Big Brother das cozinhas comerciais”.
Equipadas com câmeras de última geração, o sistema irlandês consegue fazer a distinção entre ingredientes e restos de pratos já consumidos. Os cozinheiros podem receber alertas do tipo: “Diminua a quantidade de lasanha em 25%”.
“Estamos apenas começando a entender o potencial total da IA como uma ferramenta para impulsionar reduções na perda alimentar”, avaliam, em relatório, os analistas da ONG americana ReFED. “Será emocionante ver como essa indústria se desenvolverá em um futuro próximo.”
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