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Fred Trajano revela o plano estratégico da Magalu para os próximos anos. E vai mexer com o “cérebro” da Lu

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Fred Trajano revela o plano estratégico da Magalu para os próximos anos. E vai mexer com o “cérebro” da Lu
Tempo de Leitura:11 Minuto, 7 Segundo


O CEO da Magalu, Fred Trajano, o CTO, André Fatala, e o management da companhia voltaram recentemente de uma imersão no Vale do Silício. Ali, visitaram as principais empresas de tecnologia do planeta. Foram na Nvidia, na OpenAI, na Meta, no Google e em outros players que estão na vanguarda da inteligência artificial generativa.

Eles voltaram de lá com uma certeza: trata-se de uma mudança única para o mundo dos negócios e para o modo como vivemos. “Estamos às vésperas de uma revolução de um impacto tão grande ou até maior do que foi o surgimento da internet, que mudou avassaladora todos os negócios, a forma como trabalhamos e como estudamos”, diz Trajano.

A viagem não foi à toa. A cada cinco anos, a companhia desenha um novo ciclo estratégico e o próximo ciclo, que acontecerá de 2026 a 2031, já está em curso. E Trajano antecipou o que acontecerá com a Magalu com exclusividade ao NeoFeed. “Depois do e-commerce e do m-commerce (mobile), chegou a vez do AI-commerce”, diz Trajano ao NeoFeed.

Na visão do CEO da Magalu, no futuro, as pessoas conversarão mais com os agentes de inteligência artificial do que com os colegas do lado. Será uma transformação brutal e a companhia tem uma grande vantagem frente aos seus competidores tanto no varejo como em outros setores. A empresa conta com uma influenciadora digital com 40 milhões de seguidores nas redes sociais.

Trata-se da Lu, que, na esteira do avanço da inteligência artificial, terá seu “cérebro” desenvolvido e alimentado para ser um potente motor de vendas. “A minha visão é a de que o varejo será muito mais conversacional”, afirma Trajano. A ideia é treinar o modelo da Lu para, obviamente, ser muito carismática. Mas dentro do contexto de uma jornada de compras.

Além de alimentar o cérebro da Lu, a Magalu tem também outro ambicioso objetivo com a inteligência artificial. É o de transformar a Magalu Cloud em um importante player do setor de infraestrutura na nuvem. “A gente montou a cloud para controlar os custos da nossa operação online”, diz Trajano. “Se funciona para a Magalu, por que não oferecer para terceiros?”, diz Trajano.

Na conversa que tiveram com o NeoFeed, Trajano e Fatala detalharam o futuro da companhia, os ganhos de produtividade que virão, para onde irão os investimentos, os custos que já estão caindo com uma infraestrutura própria e muito mais. Acompanhe, a seguir, os principais pontos:

COMO A MAGALU DEFINE A ESTRATÉGIA
Os principais executivos da companhia costumam fazer viagens de estudo antes de cada mudança de ciclo estratégico. No primeiro ciclo estratégico da gestão de Fred Trajano, que foi de 2016 a 2020, o management foi ao Vale do Silício. “Fomos estudar como funcionavam as áreas de tecnologia de lá, cloud, arquitetura de sistema, digitalização, e-commerce”, diz Trajano. Depois que isso foi implementado, veio o segundo ciclo. “Aí fomos para a China. É o ciclo de diversificação de resultado. Tínhamos digitalizado a companhia, mas a companhia não estava ainda à prova de ciclos econômicos”, diz Trajano. Para isso, os executivos foram aprender os modelos de ecossistema digital chineses, de diversificação, inspirados em Tencent e Alibaba. Daí surgiram o Magalu Bank, o app mais completo, a Magalu Cloud. “Estamos concluindo esse ciclo agora e estamos caminhando para o quinto trimestre lucrativo, mesmo com juros altos. Agora vem o próximo ciclo estratégico”, afirma Trajano.

O NOVO CICLO ESTRATÉGICO
O novo ciclo, que se iniciará em 2026 e que foi revelado com exclusividade ao NeoFeed, será calcado em inteligência artificial. “O potencial impacto disruptivo de uma tecnologia igual a AI eu só vi na implementação da internet no final da década de 1990 e, em menor escala, a revolução do mobile que fez surgir negócios como Uber, iFood, a app economy”, diz Trajano. A AI, diz ele, terá um impacto muito forte tanto para o varejo como para produtividade. Se as duas revoluções anteriores deram origem ao e-commerce e o m-commerce, agora será a vez do AI-commerce. “Essa é uma revolução maior do que as anteriores”, afirma Trajano. Para se preparar para isso, os executivos da Magalu foram ao Vale do Silício e visitaram todos os grandes players do setor para ter uma visão dos modelos fechado, open source e dos provedores de infraestrutura.

OS FOCOS DA COMPANHIA EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
A empresa terá duas frentes nessa área. “A mais relevante para nós é o cérebro da Lu. O AI-commerce será uma tendência forte na nossa categoria”, diz Trajano. Mas, além disso, a companhia tem um outro negócio no qual a inteligência artificial será crucial. Trata-se de sua empresa que é provedora de infraestrutura para a própria Magalu e para terceiros: a Magalu Cloud. “Fomos na Nvidia, na OpenAI, no Google e na Meta, que tem o modelo aberto que é o Llama”, afirma Trajano. André Fatala, o CTO da Magalu, complementa que, para escalar em um mercado como o Brasil, a Magalu Cloud estuda usar modelos open source como Llama e agora o do chinês DeepSeek, que são mais acessíveis. “Além de serem mais baratos, você consegue treinar esses modelos com os seus dados e os seus dados ficam com você”, diz Trajano. E tem mais um ponto levantado por Trajano: o da soberania nacional de dados. “No futuro, as pessoas vão conversar mais com a LLM (modelo de linguagem) do que com o colega do lado”, diz ele. É preciso ter modelos treinados no Brasil para não correr o risco de uma diluição cultural.

O PLANO DA MAGALU CLOUD
O desafio é como oferecer um serviço de cloud com ferramentas de AI com preços acessíveis. Fatala diz que a “Magalu Cloud terá uma precificação que realmente endereça os limitadores de Brasil para se utilizar cloud.” Sem o modelo aberto, isso seria inviável diante do alto custo de modelos fechados como os de uma OpenAI, por exemplo. “Nesse caso, você pega o modelo gratuito, copia, diminui e destila. E aí você consegue trabalhar aqui paras as necessidades da Magalu quanto de também prestar esse serviço para startups brasileiras de AI que queiram destilar ou construir os seus modelos em cima de uma infraestrutura nacional com custo em real.”

A QUEDA DOS CUSTOS COM INFRAESTRUTURA
“A gente montou a cloud para controlar os custos da nossa operação online”, diz Trajano. “Se funciona para a Magalu, por que não oferecer para terceiros?” Para o grupo, afirma Fatala, a redução de custo com cloud está na casa dos 50%. Quando começou a operação, a Magalu rodava 30% de sua infra na própria cloud, hoje esse índice está em 40%. “Se olhar para clientes terceiros, determinados produtos da cloud que temos são 70% mais baratos do que os de empresas internacionais e estamos no Brasil, o que melhora a latência”, diz Fatala. Hoje, a companhia está em seis data centers no Sudeste e Nordeste. “Um disclaimer importante a ser feito em relação aos hyperscalers é que a nossa cloud não tem todos os serviços, temos o nível básico de computing e continuaremos a ter parceiros para outros níveis”, diz Trajano. O ponto destacado pelos executivos é o de que a Magalu Cloud pode se tornar uma grande geradora de receita porque grande parte das empresas brasileiras não precisa de soluções sofisticadas. O básico é computação, armazenamento, dados, segurança e rede. “65% dos gastos de TI na parte de cloud vão para esses tipos de produtos”, diz Fatala. Além da própria Magalu, a unidade de cloud da empresa conta com 300 clientes.

O IMPACTO NO GRUPO
A companhia acelerou iniciativas de AI para a Magalu e criou uma diretoria de AI, com a chegada do executivo Caio Gomes. O time dedicado a dados e AI também saltou de 40 pessoas para 100 funcionários em um período de 12 meses. A empresa criou para os desenvolvedores do LuizaLabs o que eles chamam de Lu Assistance, usando Llama e DeepSeek, para que o desenvolvimento de produtos seja mais rápido. “Ajuda os desenvolvedores a programar. Estamos pagando um décimo do que pagaríamos se estivéssemos contratando uma solução SaaS”, diz Fatala. Outro projeto, batizado de Bino (o caminhoneiro da série Carga Pesada) foi o de já calcular o frete no processo de navegação do cliente, antes mesmo de entrar nos detalhes do produto. “Mas o maior projeto para a Magalu é o cérebro da Lu”, diz Trajano. “Chagaremos a um universo de AI-commerce, a jornada de compra vai mudar significativamente no futuro e vai, quase que sempre, passar por uma interação com um agente de AI.”

Andre Fatala, o CTO da Magalu

O CÉREBRO DA LU
A Magalu já tem uma vantagem em relação a muitos players porque a Lu se tornou um fenômeno cultural, uma personagem conhecida e seguida por 40 milhões de pessoas nas redes sociais. “O cliente já fala com a Lu, já faz perguntas para ela, já interage. Nosso canal no WhatsApp tem quase 20 milhões de clientes que falam com ela frequentemente”, diz Trajano. Por mês, são 3 milhões de interações para compra. Na visão de Trajano, a jornada de compra será AI First e a Lu terá um papel ainda mais fundamental nesse processo. Por isso, a Magalu está investindo cada vez mais em infraestrutura. A Magalu acredita que a jornada futura de compra vai começar com uma conversa com uma AI, como se estivesse falando com uma vendedora da loja. “A minha visão é a de que o varejo será muito mais conversacional”, afirma Trajano. A ideia é treinar o modelo da Lu para ser muito carismática, para que tenha uma interação mais humana. Segundo Trajano, ela nasceu para ter calor humano em uma experiência virtual. Mas dentro do contexto de uma jornada de compra. “A Lu vai humanizar o processo de compra, entendendo e conversando com o cliente durante o processo.” O cérebro dela será alimentado com os dados de 40 milhões de clientes; catálogos de produtos de fornecedor; base de dados de inputs de sellers; reviews de gente que não comprou, que não são clientes ativos; a gente pode comprar bases e ampliar. Quanto mais dados, melhor.

A NOVA TECNOLOGIA É UMA BANDEIRA AMARELA
Na visão de Trajano, a AI é como uma bandeira amarela em uma prova de Fórmula-1. Não importa se um competidor está duas voltas na frente do outro, quando vem a bandeira amarela, todos voltam para a largada. “Como quem era líder em loja física antes da internet não é mais agora, como quem era líder em desk antes do mobile não é mais líder agora. Então, acho que é a mesma coisa. Novos líderes vão surgir e aqueles que ‘crack the code’ melhor do que será a AI para essa jornada de compra ou para a proposta de serviços computacionais em nuvem terão grandes oportunidades porque o crescimento virá daí”, diz Trajano. E complementa. “Raras vezes na vida você tem a oportunidade de viver uma revolução tecnológica dessa magnitude. Todos os setores serão impactados por essa tecnologia.”

AI NA PRODUTIVIDADE DA EMPRESA
“Um dos pontos bem claros que estamos vendo de impacto é o direcionamento de aumento de eficiência. Você pode fazer tudo de uma maneira melhor, sem nenhum tipo de parada, 24×7”, diz Fatala. Ele explica que as conversas de automatização e robotização que aconteciam há 10 anos, e que não conseguiram ser concretizadas agora poderão virar realidade e serão altamente escalável. “Antes a gente pegava determinado processo e tentava automatizar. Mas, se algum tipo de decisão acontecesse no fluxo desse processo, parava. Agora, você consegue treinar o agente para, dependendo do que está acontecendo nesse fluxo, ele tome uma decisão e continue com o processo automatizado”, diz Fatala. Nos processos de fraude, por exemplo, a tomada de decisão não dependerá de um humano. Um desenvolvedor que faz algumas linhas de código poderá fazer cinco vezes mais. “Eu já ouvi falar de CEOs que não querem mais participar de calls de resultados e vão montar um clone com AI para responder perguntas de analistas”, diz Trajano. Até mesmo decisões estratégicas da companhia poderão, no futuro, ser tomadas em conjunto com agentes de AI. “Estamos às vésperas de uma revolução de um impacto tão grande ou até maior do que foi o surgimento da internet, que mudou avassaladora todos os negócios, a forma como trabalhamos e como estudamos”, diz Trajano.

A SOBERANIA NACIONAL
“Hoje, a questão de dados já é relevante e as grandes opções de cloud no mercado são de empresas estrangeiras. Existem alguns artifícios legais que permitem ao Congresso americano exigir que essas empresas submetam o dado, mesmo de outro país, para ele, ele tem soberania”, diz Trajano. O executivo levanta essa questão porque, na visão dele, no futuro as pessoas conversarão mais com os agentes de AI do que com outras pessoas. “E, se não tivermos modelos construídos de acordo com a cultura local, com os códigos culturais locais, com a linguagem local, a chance de termos uma diluição cultural é muito relevante. Temos controles de quem compra terra no Brasil, de mídia no Brasil, essa questão de soberania cultural é tão importante quanto os outros temas. O governo tem que ter uma agenda para viabilizar players nacionais. Esse é um tema importante para o nosso país daqui para frente. Essa é uma agenda de países superdesenvolvidos, por que não seria do Brasil também?”, diz Trajano.





Fonte: Neofeed

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O duro recado da Gerdau ao governo brasileiro sobre o aço da China

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Gerdau aços (Foto: Divulgação)
Tempo de Leitura:4 Minuto, 19 Segundo


Maior empresa produtora de aço no Brasil, a Gerdau cobrou o governo brasileiro para adotar de forma rápida medidas mais duras de defesa à indústria nacional, a exemplo do que fez o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em taxar em 25% o aço importado.

Para a Gerdau, não há ação efetiva do Brasil para frear a entrada do aço da China no mercado nacional. A companhia inclusive deu prazo para aguardar o posicionamento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva antes de repensar o volume de investimentos no País: fim do primeiro trimestre.

“O tempo está passando e a gente precisa confirmar ou não os investimentos dos próximos anos”, diz Gustavo Werneck, CEO da Gerdau. “Esse é o prazo importante para que gente perceba movimentos do governo para evitar essa competição desleal.”

O problema, segundo Werneck, é que não há, no horizonte, alguma iniciativa prática em andamento para minimizar o impacto da presença do aço estrangeiro no Brasil, a um custo menor do que o produzido no País.

“É frustrante ver que o governo brasileiro não é célere para tomar medidas de defesa comercial”, afirma Werneck. “Temos quatro ou cinco semanas para buscar uma solução.”

O alerta está no aumento significativo da presença do aço importado no Brasil. Segundo a Gerdau, o volume do produto vindo do exterior corresponde hoje a um índice próximo a 20%, quase o dobro do que representava historicamente, quando alcançava 10%. Do total importado, quase 70% vêm da China.

“Não dá para competir com um aço importado, com preço menor do que nosso custo. Não dá para competir. São claros descumprimentos do que preconiza a Organização Mundial do Comércio (OMC)”, diz Werneck. “Por isso que países como os Estados Unidos têm sido pragmáticos em adotar essas medidas de defesa comercial.”

O CEO da Gerdau subiu ainda mais o tom quando disse que a indústria precisa é de um governo que garanta sua defesa e não a proteção. “Proteção dá a ideia de alguém que é ineficiente, que precisa de ajuda. Não quero proteção de nada. Temos 124 anos de história e todos os dias pensamos em competitividade”, afirma. “O que quero é condição isonômica.”

Em 2024, o Brasil implementou cotas de importação de produtos ligados ao aço, mas, segundo a empresa, as medidas prejudicaram a competição no mercado nacional e afetaram as receitas das empresas, inclusive a Gerdau.

Segundo Werneck, sob impacto das iniciativas insuficientes do governo, a Gerdau decidiu hibernar, em maio do ano passado, a unidade de Barão do Cocais, em Minas Gerais.

“Essa usina não conseguia produzir mais. A gente se viu com a necessidade de passar esse volume para outras unidades, para poder melhorar nossa equação de custos”, afirma. “Isso aconteceu porque o Brasil não toma as medidas adequadas.”

Para o CFO da companhia, Rafael Japur, isso significa que a empresa poderia ter um acréscimo de 10% no volume de vendas de aço no Brasil, se essa competição, na avaliação da empresa, fosse mais leal. “Se não fosse esse volume de penetração de aço importado, que dobrou de tamanho, poderia vender mais”, diz. “Poderíamos ter produzido 10% a mais a gerado muito mais empregos.”

Em um cenário desafiador, a empresa inaugura, em março, um laminador de bobinas a quente em Ouro Branco (MG), que vai aumentar a capacidade de laminação de 250 mil toneladas de aços planos para a Gerdau. O CEO, no entanto, reconhece a dificuldade de ampliação de mercado.

“A gente vai começar a operar esse laminador com dificuldade de vender, por estar entrando produto importado no Brasil. E o que vamos fazer? Deixar um equipamento novinho parado? Esse é o dilema que estamos enfrentando”, afirma Werneck.

Cenário favorável

Nos Estados Unidos, o cenário é diferente para a Gerdau. A empresa aposta na utilização da capacidade ociosa de produção de 30% na unidade local para ampliar sua presença no mercado norte-americano. Isso poderia representar um aumento de volume de 1 milhão de toneladas de aço por ano.

“Essa capacidade ociosa nos ajuda a diluir nossos custos e ser mais competitivos. A gente espera produzir mais nos Estados Unidos e melhorar nossos resultados”, diz o CEO.

Em 2024, a siderúrgica investiu R$ 6,2 bilhões, sendo 46% em manutenção e 54% em projetos de expansão, além de atualização tecnológica. Para este ano, estão previstos aportes de R$ 6 bilhões.

Se há desafios para serem enfrentados, a companhia também demonstra confiança em seu próprio crescimento. No ano passado, a siderúrgica destinou aos acionistas, por meio de dividendos, R$ 1,7 bilhão para a Gerdau S.A. e R$ 461 milhões aos donos de ações da Metalúrgica Gerdau S.A.

Também em 2024, a empresa realizou a recompra de 69,8 milhões de ações ordinárias e presenciais, representando 3,4% das ações. Para este ano, estão previstas recompras equivalente a 3,2%.

A receita líquida da companhia em 2024 fechou a R$ 67 bilhões, queda de 2,7% sobre 2023. O lucro líquido alcançou R$ 4,3 bilhões, queda de 37,5%.

Os papéis da empresa na B3 registraram queda de 4,04% em 12 meses. A empresa está avaliada em R$ 34,7 bilhões.



Fonte: Neofeed

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Na Vale, Gustavo Pimenta começa a imprimir seu estilo

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gustavo pimenta vale ceo
Tempo de Leitura:4 Minuto, 38 Segundo


Em sua segunda apresentação de resultados desde que assumiu o comando da Vale, Gustavo Pimenta anunciou uma redução de investimentos, sem cortar projetos, um dividendo extraordinário e mais um programa bilionário de recompra de ações. As ações sobem mais de 2% no pregão desta quinta-feira, 20 de fevereiro.

Ao mesmo tempo, nesses cinco meses à frente da mineradora, Pimenta conseguiu tirar da frente três ruídos (ou overhangs, no jargão do mercado) que afetavam a Vale.

O primeiro deles era a relação com o governo federal, estremecida diante da insistência do presidente Lula e sua equipe de ter mais influência na companhia. Esses eram pontos essenciais para lidar com outras duas questões relevantes: o acordo de indenização da tragédia de Mariana e a repactuação dos contratos de concessão de ferrovias.

Em três meses, os três pontos ganharam encaminhamento. Pimenta e sua equipe conseguiram azeitar as relações com o governo Lula, a ponto do presidente afirmar, na semana passada, que o “clima desagradável” estabelecido pela gestão anterior está superado.

A situação ajudou a fechar o acordo de R$ 170 bilhões para lidar com as demandas do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, e a renovação dos contratos da Estrada de Ferro Carajás (EFC) e da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), num acordo de R$ 17 bilhões.

Com essas questões para trás, Pimenta agora concentra suas atenções nas operações e no equilíbrio financeiro. Segundo o CEO da Vale, o foco da companhia no médio e longo prazo é garantir eficiência operacional, com estabilidade da produção, controle na alocação de capital e nos custos.

“No quarto trimestre, temos bons resultados para todos os indicadores, que vieram melhores do que vínhamos inicialmente indicando”, disse Pimenta, na quinta-feira, 20 de fevereiro, em entrevista após os resultados trimestrais e de 2024.

Tanto que a Vale anunciou um dividendo de US$ 2 bilhões, sendo que 25% desse valor é extraordinário, ou seja, está acima da política estabelecida pela Vale. A mineradora aprovou também um novo programa para aquisição de até 120 milhões de ações ordinárias em um prazo de 18 meses. O programa representa cerca de 3% do número de ações em circulação pode movimentar quase R$ 7 bilhões.

Pimenta e Marcelo Bacci, CFO da Vale, destacaram medidas tomadas nos últimos anos para otimizar o portfólio. Especialmente na parte dos custos, ponto que a companhia pretende prestar bastante atenção, em um momento em que a guerra comercial entre China e Estados Unidos traz dúvidas sobre os preços das commodities.

O custo C1, que considera o custo de transporte da mina até o porto, recuou 9% no quarto trimestre, em base anual, situação que ajudou a compensar em parte a queda das vendas de minério de ferro, segundo analistas. “A Vale veio nos últimos anos reconstruindo a capacidade de entregar aquilo que promete”, disse Bacci.

Pimenta disse que a ideia é seguir ajustando a operação, ao mesmo tempo em que segue na entrega de projetos estratégicos já divulgados.

Entre eles estão os mega hubs (complexos industriais voltados à fabricação de produtos siderúrgicos de baixo carbono), um deles na Arábia Saudita, além do investimento de R$ 70 bilhões em Carajás para fortalecer a produção de minério de ferro e expandir a produção de cobre. “Nosso lema tem sido entregar os compromissos que a gente assume quando vem a público”, afirmou o CEO.

Na parte de alocação de capital, um dos pontos destacados foi a questão do capex. A Vale anunciou uma redução nos investimentos para 2025, de US$ 6,5 bilhões para R$ 5,9 bilhões. Bacci afirmou que a revisão ocorreu por conta de um “pente fino” feito nos projetos, que resultou numa redução dos custos.

“Vimos o que poderia ser feito em termos de otimização”, disse. “Isso não significa que a Vale vai investir menos em termos de escopo, vai fazer menos coisas. Vamos fazer as mesmas coisas previstas de uma maneira mais eficiente.”

Os executivos também falaram sobre a possibilidade de a Vale partir para aquisições, na esteira das notícias sobre a venda da Bamin, projeto de minério de ferro na Bahia colocado à venda e que a Vale supostamente tem interesse.

Segundo Pimenta, a empresa possui projetos relevantes para serem desenvolvidos, com grande potencial minerário e grande potencial de retorno, como é o caso de Carajás, no Pará. “Preferimos alocar capital nesse modelo, mas isso não significa que não vamos olhar para projetos que possam gerar valor”, disse.

Especificamente sobre Bamin, Pimenta disse que é um projeto relevante e que a empresa “olha todos os projetos [de minério de ferro] que estão em desenvolvimento”, mas que ainda é preciso mais estudos. “Estamos nessa etapa, diria que é cedo para dizer se é um projeto que vamos seguir adiante”, afirmou.

A Vale fechou o quarto trimestre com um prejuízo líquido atribuível de US$ 694 milhões (R$ 4 bilhões), revertendo o lucro do mesmo período de 2023. No ano, o lucro caiu 23%, para US$ 6,1 bilhões (R$ 35,1 bilhões).

A receita no trimestre caiu 22%, para US$ 10,1 bilhões (R$ 57,7 bilhões), e recuou 9% no ano, a US$ 38 bilhões (R$ 217 bilhões). O Ebitda ajustado recuou 41% no quarto trimestre, para R$ 3,8 bilhões (R$ 21,6 bilhões) e caiu 20% em 2024, para US$ 14,8 bilhões (R$ 84,6 bilhões).

Por volta das 15h33, as ações da Vale subiam 2,62%, a R$ 57,15. Em 12 meses, os papéis caem 13,42%, levando o valor de mercado a R$ 259,4 bilhões.



Fonte: Neofeed

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Jeff Bezos leva espião britânico “para casa” e Amazon assume controle criativo de 007

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Jeff Bezos leva espião britânico
Tempo de Leitura:1 Minuto, 56 Segundo


A Amazon MGM Studios informou ao mercado  que adquiriu os direitos criativos da franquia de filmes de ação 007, do famoso James Bond. O negócio foi realizado por meio de uma joint venture com a família Broccoli, produtora original da saga.

Desta forma, a franquia, lançada em 1962, continua pertencendo aos irmãos Barbara Broccoli e Michael Wilson, que disputaram até o último minuto o controle criativo do 007 com a Amazon. Os dois participaram do anúncio ao lado da nova dona criativa.

Agora, a Amazon ficará responsável pelos direitos de propriedade intelectual da franquia, que conta com 24 filmes. A empresa de Jeff Bezos terá o controle sobre a escolha do próximo ator a interpretar o papel de Bond, quem escreverá o roteiro e quando o filme começará a ser produzido.

“Quem vocês escolheriam como o próximo Bond?”, perguntou Bezos, em uma postagem nas redes sociais.

A decisão colocou um ponto final na disputa que já se estendia por mais de três anos, quando a Amazon adquiriu a MGM por US$ 6,5 bilhões e então recebeu o direito de lançar os filmes 007 em suas plataformas.

“Com minha carreira em 007 se estendendo por quase 60 anos, estou me afastando da produção dos filmes de James Bond para focar em projetos artísticos e filantrópicos”, disse Wilson no comunicado. “Barbara e eu concordamos que é hora de nosso parceiro de confiança, Amazon MGM Studios, levar Bond para o futuro.”

Para a Amazon, a novidade é positiva, já que a franquia acumula US$ 8 bilhões em bilheteria global desde o seu lançamento, o que pode levar maior tração para o serviço de streaming Prime Video, que já conta com o portfólio de 4 mil filmes e 17 mil séries provenientes do MGM.

Ao longo dos anos, diversos especialistas e amantes dos filmes se manifestaram sobre a briga pelos direitos e o que isso significaria para a franquia em si. Em 2021, John Logan, roteirista de 007 Operação Skyfall e 007 Contra Spectre, afirmou que o sucesso de Bond se baseava no cuidado da família Broccoli com o filme.

“O que acontece se uma corporação tão agressiva como a Amazon começar a exigir voz no processo?”, questionou Logan em uma matéria ao The New York Times. Essa pergunta será respondida em breve.



Fonte: Neofeed

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