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Grupo CCR tem estratégia para a próxima década focada na criação de valor sustentável

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Grupo CCR tem estratégia para a próxima década focada na criação de valor sustentável
Tempo de Leitura:3 Minuto, 57 Segundo


Líder em infraestrutura de mobilidade no Brasil, o Grupo CCR lançou a ‘Ambição 2035’, um plano estratégico de longo prazo alinhado à sua Visão de liderar o setor de mobilidade no País com foco na criação de valor sustentável. A estratégia estabelece uma série de metas e compromissos operacionais, financeiros e de sustentabilidade, e contempla um pipeline de R$ 190 bilhões em oportunidades de investimentos em concessões rodoviárias e de mobilidade urbana, com o objetivo de desenvolver essas frentes de forma rentável e seletiva.

A Ambição 2035 está estruturada em quatro eixos. Miguel Setas, CEO do Grupo CCR dá detalhes de cada um dos pilares que sustentam a estratégia. O primeiro deles é o que chama de “crescimento rentável e seletivo.” Nesse contexto, o Grupo definiu o objetivo de entregar um crescimento anual de pelo menos um dígito alto, ou seja, próximo de 10% do Ebitda. “Esse é um crescimento mínimo que, obviamente, poderá ser superado”, diz Setas.

Também no âmbito do crescimento rentável e seletivo está o aumento da participação dos negócios adjacentes do Grupo – como varejo, real state, estacionamentos e publicidade, – dos atuais 6% para mais de 10% em relação ao total de suas receitas. Além disso, o Grupo CCR ambiciona reforçar a liderança na plataforma de Rodovias, ganhar escala global em Mobilidade Urbana e participar de movimentos de consolidação no setor de Aeroportos.

 

O segundo pilar do “Ambição 2035” foi definido como “geração de valor”. Nesse caso, Setas afirma que a expectativa é chegar a 2035 com a relação Opex caixa/receita líquida abaixo de 35%, sendo que em 2023 o índice foi de 40,3%. Isso será possível com a execução de pelo menos 100 iniciativas de otimização de custos, além da ampliação do uso de novas tecnologias capazes de gerar mais eficiência, como inteligência artificial e realidade virtual. Ainda neste pilar, outras duas metas são atingir um Total Share Return (TSR) maior que o custo de capital e perseguir a política de dividendos com payout de 50%.

O terceiro eixo do plano de futuro da empresa é a manutenção de um “balanço robusto” nos próximos anos. A empresa prevê alavancagem de 2,5x a 3,5x e um potencial de reciclagem de capital entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões. O objetivo deverá ser atingido com a venda de participação acionária em ativos, desinvestimento de ativos selecionados e destravamento de valor das plataformas.

Setas lembra que os recursos trazidos por essas operações ajudarão a reforçar a capacidade de investimento do Grupo CCR. Além disso, as metas incluem o endividamento líquido zero na holding e o compromisso com a manutenção do rating de crédito AAA em nível local. O quarto pilar do projeto “Ambição 2035” é definido por Setas em uma frase que não deixa margem a dúvidas: “O Grupo CCR assumiu o compromisso de ser protagonista da agenda sustentável.”

Nesse aspecto, chama a atenção o compromisso da companhia em se tornar neutra em carbono nos escopos 1 (emissões diretas relacionadas às suas atividades) e 2 (energia elétrica) até 2035. Trata-se de uma decisão relevante: é a primeira companhia do setor de infraestrutura de mobilidade a se comprometer com essa meta.

 

O Grupo CCR também mira a gestão sustentável de sua cadeia de valor, com 100% dos fornecedores aderentes às políticas de sustentabilidade e compliance da companhia. Outras metas assumidas são de ter planos de resiliência climática para 100% dos ativos e 100% das operações abastecidas com energia elétrica renovável ainda em 2025.

Na frente social, o Grupo CCR assumiu o compromisso de investir R$ 750 milhões em projetos de impacto social até 2035. A empresa também ambiciona ampliar a representatividade de mulheres e pessoas negras na organização e na liderança, além de manter padrões de governança de nível internacional.

Desde sua fundação em 1999, o Grupo CCR se consolidou como a maior empresa de infraestrutura de mobilidade do País, contando com 17 mil colaboradores e presença em 13 estados brasileiros e quatro países, além de um histórico de serviços prestados a milhões de clientes.

Todos os dias, 2,5 milhões de veículos transitam nos 3,9 mil quilômetros de rodovias que administra em cinco estados do País, enquanto 3 milhões de passageiros acessam os metrôs, trens, VLT e barcas administrados pela empresa. Por ano, 43 milhões de pessoas passam por seus 20 aeroportos.

Atualmente, o Grupo CCR está realizando o maior investimento de sua história, destinando R$ 33 bilhões a projetos de melhorias e modernização de rodovias, ativos de mobilidade urbana e aeroportos. Os números superlativos reforçam o papel da CCR como protagonista nos setores em que atua e mostram que as metas estabelecidas há 25 anos não só foram cumpridas como, em várias dimensões, acabaram superadas.



Fonte: Neofeed

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Maílson da Nóbrega fala sobre Gabriel Galípolo, Banco Central, Lula e a Faria Lima

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Tempo de Leitura:6 Minuto, 38 Segundo


No primeiro mandato de Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014, a gestão do então presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ficou marcada pela sua forte tendência de ceder a pressões políticas, estabelecidas à época pelo próprio governo, para que não subisse a taxa de juros, o que foi visto com maus olhos pelo mercado, e que resultou em aumento da inflação.

Essa situação de quase subserviência, como foi encarado aquele período pelo setor financeiro, deve ficar bem longe do mandato do atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, nomeado por Lula e que assumiu o cargo no dia 1º de janeiro. A avaliação é do ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, que comandou a Pasta durante boa parte do governo de José Sarney.

Em entrevista ao NeoFeed, o economista, que é sócio da Tendências Consultoria, acredita que Galípolo terá uma gestão mais blindada, do ponto de vista político, sobre a repercussão das decisões tomadas pelo BC. E não sofrerá o tiroteio público, enfrentado pelo seu antecessor, Roberto Campos Neto.

“Acredito que vá diminuir, porque existe algum tipo de inibição. Os ataques que ela fez a Campos Neto, alguns inaceitáveis, não devem acontecer agora. Mas o partido vai protestar quando a taxa Selic subir”, diz Nóbrega.

Para o ex-ministro, o teste de fogo será após na primeira reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), que será em 28 e 29 de janeiro. “Minha aposta é de que a Selic subirá um ponto percentual e vai ser por unanimidade. E o Lula vai ficar calado.”

O ex-ministro da Fazenda também critica Lula que, segundo ele, passa a falsa ideia à sociedade de que ele próprio seria o responsável por garantir autonomia ao presidente do BC, estabelecida em legislação sancionada em 2021. “Não foi Lula quem inventou isso. Ele até deixou que essa má comunicação fosse propagada, que gerou a informação que ele deu a autonomia e, portanto, pode tirar.”

São ações como essa, segundo o economista, que mexem com a cotação do dólar e da bolsa, e resultam em críticas do mercado financeira, que Lula não consegue estabelecer uma relação mais harmoniosa com a Faria Lima.

Maílson da Nóbrega também faz coro aos especialistas que fizeram críticas ao pacote fiscal apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e que não trazia o essencial, que era encontrar caminhos para barrar o crescimento da dívida pública e a possibilidade real do descontrole dos gastos.

Para ele, o ponto-chave da repercussão negativa foi incluir no anúncio do plano de corte de gastos a intenção do governo de isentar quem recebe até cinco salários-mínimos do pagamento de imposto de renda. “Isso foi mortal. O presidente enxerga que aquilo vai dar voto. E quando o voto é usado como guia, tende a dar errado. É preciso fazer conta.”

Dono da caneta econômica em um momento em que o Brasil lutava contra hiperinflação e com constantes renegociações da dívida externa com credores internacionais, Maílson da Nóbrega, que adotou a política que ele chamava de “feijão com arroz”, sem planos econômicos mirabolantes, acredita que nem um novo conjunto de medidas que possa vir a ser anunciada Haddad recuperaria a confiança do mercado financeiro.

“Há o desafio de convencer a sociedade. A população comprou uma tese errada, de que o que faz melhorar a qualidade na educação, por exemplo, é o gasto”, diz ele.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Como enxerga a gestão de Gabriel Galípolo à frente do Banco Central?
Acredito que ele vai ser um presidente técnico. Ele precisa construir como irá resistir no meio político, porque suas decisões serão técnicas. Ele deve lembrar que, no governo Dilma Rousseff, ela mandou baixar a taxa de juros e o Banco Central se curvou. Isso destruiu, naquele momento, a credibilidade da instituição. E Galípolo não aceitaria repetir essa história. A experiência mundial mostra que os presidentes de bancos centrais que lideram uma gestão competente, de assegurar uma moeda estável e a saúde do sistema financeiro, viram profissionais relevantes no mercado. E ele sabe que inflação prejudica os pobres.

Que se alinha ao discurso do governo.
Se o Galípolo quer trabalhar pelo social, precisa trabalhar pela estabilidade da moeda. Além disso, também sabe que seu cargo conta com autonomia, por lei. Não foi Lula quem inventou isso. Ele até deixou que essa má comunicação fosse propagada, que gerou a informação que ele deu a autonomia e, portanto, pode tirar. Conheço muita gente do mercado que diz que agora essa situação vai piorar, já que o presidente Lula, dando uma de rei, concede uma espécie de autorização para que o presidente do Banco Central seja autônomo.

“Minha aposta é de que a Selic subirá um ponto percentual e vai ser por unanimidade. E o Lula vai ficar calado”

Acredita que ele deva sofrer os mesmos ataques enfrentados pelo seu antecessor, Roberto Campos Neto?
Acredito que vá diminuir, porque existe algum tipo de inibição. Os ataques que a presidente do PT [Gleisi Hoffmann] fez a Campos Neto, alguns inaceitáveis, não devem acontecer agora. Mas o partido vai protestar quando a taxa Selic subir. E vamos ver isso em janeiro, quando Galípolo for submetido ao primeiro teste de fogo. Minha aposta é de que a Selic subirá um ponto percentual e vai ser por unanimidade. E o Lula vai ficar calado. Mas o PT vai reclamar. Galípolo não irá se curvar a uma ação populista de um governo que está olhando a próxima eleição e não o futuro do País.

Acha que ainda há má vontade do presidente Lula em relação à Faria Lima?
Há desinformação. Lula ainda traz resquício do anticapitalismo, da época em que ele começou sua carreira no sindicalismo. E a ideologia ignora como funciona a economia. Ele se aproveitou da criação do termo Faria Lima para identificar o mercado financeiro e passou a usar a expressão para qualificar um grupo de pessoas que torceria contra o Brasil. Isso é até cômico.

Na sua avaliação, faltou esforço do governo federal em apresentar um pacote fiscal que pudesse, de fato, gerar o efeito esperado?
Faltou vontade. As primeiras ideias do pacote não eram ruins, mas foram ficando no caminho. Haddad ficou peregrinando nos gabinetes dos ministérios por várias semanas e isso foi deteriorando o plano, pela resistência domésticas. A gente viu ministro fazendo chantagem. O da Previdência [Carlos Lupi] disse que sairia do governo se cortasse de sua Pasta. Não é assim que funciona. E o presidente Lula aceitou. Até porque, no fundo, ele não estava a favor.

Mas o partido é contra corte de gastos.
Nesse ponto, ele tem o DNA do PT, que é o que impulsiona a economia é o gasto público. Esse conjunto de circunstâncias explica o fato de o mercado ter recebido mal o pacote. Mesmo que o ministro venha com um novo conjunto de medidas, elas terão pouca capacidade de atacar o problema, que é estrutural. E os cortes são de natureza conjuntural, que podem voltar lá na frente.

Então, não teremos, por parte do atual governo, um pacote fiscal adequado nem com um segundo plano?
Um ajuste digno desse nome, que ataque estruturalmente o gasto público e que devolva ao País a capacidade de um orçamento adequado, não teremos. Mesmo que a gente tenha uma crise. Além de tudo, há o desafio de convencer a sociedade que aquilo seria bom para o Brasil. A população comprou uma tese errada, de que o que faz melhorar a qualidade na educação é o gasto. O País gasta 6,3% do PIB no setor. A China gasta 4% e essa é uma das razões para que eles sejam uma potência no mundo. Não é gasto e sim gestão. No governo, existe uma barreira de natureza cultural, de percepção, de não reconhecimento de onde está o problema, que tem sido mortal para a credibilidade. E não adianta agora colocar a responsabilidade na comunicação. Isso é uma desculpa de um governo que faz errado.





Fonte: Neofeed

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Muito além dos chips: Nvidia quer abocanhar computadores, robôs e softwares

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Muito além dos chips: Nvidia quer abocanhar computadores, robôs e softwares
Tempo de Leitura:3 Minuto, 45 Segundo


A Nvidia, maior fabricante de chips de inteligência artificial do mundo, está colocando o pé além dos chips e entrando, de forma efetiva, na IA física.

Para isso, a empresa anunciou o lançamento de novos produtos em diversas frentes, que vão desde um supercomputador pessoal de IA até chips de videogames e softwares para robôs e carros.

Chamado de Digits, o computador pessoal da Nvidia será capaz de executar um único modelo de linguagem com até 200 bilhões de parâmetros, se transformando em seu próprio data center. Atualmente, para fazer tal serviço, seria necessário alugar espaço de um provedor de nuvem como AWS e Microsoft.

“Colocar um supercomputador de IA na mesa de cada cientista de dados, pesquisador de IA e estudante os capacita a participar e moldar a era da inteligência artificial”, afirmou Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia.

A ação da Nvidia acumula alta de 168,15% em 12 meses e o valor de mercado da companhia está em US$ 3,44 trilhões. Essas novidades podem ter força para destravar ainda mais valor da companhia.

Com o sistema, será mais simples o processo de experimentar modelos que se aproximam das capacidades básicas do Chat GPT-4 da OpenAI ou do Gemini do Google. Porém, as melhores versões desses modelos, hospedadas em data centers da Microsoft e do Google, devem continuar mais poderosas do que o disponibilizado pela Nvidia.

A máquina, que conta com um “superchip” da Nvidia chamado GB10 Grace Blackwell, otimizado para acelerar os cálculos para treinar e executar modelos de IA, custará a partir de US$ 3 mil.

Além disso, o CEO da Nvidia também apresentou o Llama Nemotron, um modelo de linguagem (LLM) que ajuda desenvolvedores a criar e implantar agentes de IA, o que, em sua visão, é o futuro da tecnologia e pode gerar “múltiplos trilhões de dólares”.

A companhia também apresentou os modelos de fundação Cosmos, que geram vídeos realistas que podem ser usados para treinar robôs e carros autônomos a um custo muito inferior do que o dos dados convencionais.

Com isso, a empresa fechou uma parceria com a Toyota para inserir seu sistema operacional nos novos modelos produzidos pela gigante japonesa.

As novidades animaram os analistas do Itaú, Bank Of America e Citi, que continuam vendo as ações da Nvidia como a melhor escolha no segmento de inteligência artificial.

Na visão dos especialistas do Itaú, de todas as novidades apresentadas, a mais importante é a ferramenta Nemotron, que efetivamente dá uma oportunidade interessante para a Nvidia monetizar no longo prazo.

“Podemos imaginar a Nvidia adotando uma estratégia de ‘software de infraestrutura’ como facilitadora de IA”, afirmaram Thiago Alves Kapulskis e Maria Clara Infantozzi no relatório do Itaú.

Por outro lado, os analistas se mostraram preocupados com uma observação feita durante a apresentação de Huang. Ele afirmou que a IA deve ser uma indústria intensiva em capital, diferentemente do software, que historicamente é leve em capital.

“Se a visão de Huang estiver correta, e a IA se tornar uma tecnologia indispensável em todos os setores, as implicações serão profundas, tanto para a economia real quanto para os retornos do mercado de ações”, afirmaram no relatório.

“Com mais capital sendo alocado para fornecer tecnologia e os custos marginais deixando de ser quase nulos, o setor, ou ao menos parte dele, pode enfrentar desafios para entregar retornos acima da média”, complementam os analistas.

Mesmo assim, para o banco, a ação, que registrou valorização de aproximadamente 170% no último ano, ainda pode chegar a um preço-alvo de US$ 164 por papel, um potencial de alta de 17%.

Para o Bank of America, os papéis da companhia de chips devem chegar ainda mais longe, com um preço-alvo estimado em US$ 190 por papel. Os analistas acreditam que a empresa continua expandindo sua capacidade de ser uma empresa de IA de ponta a ponta e trazendo benefícios para os consumidores de grandes corporações.

No relatório do Citi, a empresa pode chegar a US$ 175 por ação, se continuar nesse ritmo de crescimento visto ao longo de 2024. Porém, na visão dos analistas, existem pontos que podem atrapalhar essa meta.

“Os riscos incluem um aumento na concorrência no mercado de games, que pode reduzir a participação da Nvidia; a adoção mais lenta do que o esperado de novas plataformas; oscilações nos mercados automotivo e de data centers e também o Impacto da mineração de criptomoedas nas vendas de games”, disse o banco no relatório enviado ao mercado.



Fonte: Neofeed

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“Efeito Trump” faz fumaça e setor corporativo recua em questões climáticas e de diversidade

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A proximidade da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está levando o setor corporativo americano a se alinhar à guinada conservadora do país que o novo ocupante da Casa Branca pretende implementar.

Depois do recuo da Meta, que anunciou na terça-feira, 7 de janeiro, o fim da checagem de fatos e remoção de restrições à expressão no Facebook e no Instagram – numa clara concessão de Mark Zuckerberg, dono da Meta, à agenda conservadora de Trump, seu antigo desafeto –, bancos e outras grandes empresas dos EUA também estão abandonando pautas ligadas a questões climáticas e de diversidade corporativa que vinham adotando nos últimos anos.

O J.P. Morgan Chase é um exemplo, ao anunciar sua saída da Net-Zero Banking Alliance (NZBA), uma aliança de bancos lançada em 2021 como parte da Glasgow Financial Alliance for Net Zero (GFANZ), visando a um esforço coletivo do setor bancário para atingir emissões líquidas zero até 2050.

O anúncio chamou a atenção porque o J.P. Morgan tornou-se o último megabanco dos EUA a se retirar do NZBA, juntando-se ao Morgan Stanley, Citigroup, Bank of America, Wells Fargo e Goldman Sachs, que também saíram nas últimas semanas.

O movimento representa uma mudança significativa na postura de Wall Street em relação a alianças financeiras relacionadas ao clima. A ideia por trás do NZBA é que qualquer dólar mobilizado por um banco poderia ser usado para financiar a transição climática, tornando o mundo mais verde.

Em contrapartida, se os bancos canalizarem menos dinheiro para indústrias intensivas em carbono, o custo de capital desse setor tende a aumentar, tornando-o menos competitivo e, em última análise, uma parte menor da economia.

Enquanto bancos europeus, incluindo gigantes como HSBC, Barclays e Lloyds, continuam sendo membros firmes da NZBA, bancos americanos estão cada vez mais optando por se distanciar de coalizões climáticas internacionais.

Embora nenhum dos grandes bancos dos EUA tenha recuado — ainda — dos compromissos subjacentes de emissão líquida zero que assumiram quando se juntaram à NZBA, analistas veem a retirada da aliança como uma forma de adesão ao chamado greenhushing (“esverdeamento”, em português), movimento no qual mantêm sua agenda climática em particular, mas não falam muito sobre ela em público.

Seria uma forma de não melindrar o firme apoio de Trump aos combustíveis fósseis, incluindo sua retórica de “perfure, baby, perfure”, de apoio à produção de petróleo e gás. Em dezembro, o Comitê Judiciário da Câmara, liderado pelo republicano Jim Jordan, acusou esses grupos de formar o que ele descreveu como um “cartel climático”.

Diversidade sob risco

O êxodo dos bancos da NZBA é reflexo de outra mudança detectada no meio corporativo americano – o abandono de grandes empresas aos programas de diversidade, equidade e inclusão (conhecidos nos EUA pela sigla DEI).

Na segunda-feira, 6, o McDonald’s foi a mais recente grande empresa a anunciar que estava reduzindo seus esforços para se adequar aos programas DEI. A Boeing desmantelou seu departamento de DEI no ano passado e outras gigantes, como Alphabet, Apple, Coca-Cola e Starbucks, têm recuado após pressões de grupos conservadores.

Críticos dos programas de diversidade dizem que a pauta DEI pressiona empresas a contratar candidatos menos qualificados. A oposição deles ganhou um grande impulso em 2023, depois que a Suprema Corte anulou a ação afirmativa no nível universitário.

Após a decisão, o escrutínio dos programas da empresa aumentou — e alguns grupos conservadores começaram a entrar com ações judiciais contra corporações por, efetivamente, discriminarem pessoas brancas na contratação.

Dos 70 executivos seniores pesquisados recentemente pelo Conference Board (organização sem fins lucrativos que realiza pesquisas e oferece insights para líderes empresariais), 69% disseram que a decisão afetou negativamente seus esforços de adesão à pauta DEI.

Essa onda conservadora fortaleceu uma nova corrente dentro do meio corporativo, que ganhou espaço nos últimos anos: os acionistas anti-DEI.

No ano passado, de acordo com levantamento do Conference Board, houve 13 propostas anti-DEI em empresas que fazem parte do Russell 3000 – índice ponderado por capitalização de mercado que acompanha o desempenho das ações das 3.000 maiores empresas de capital aberto nos EUA.

O número de propostas anti-DEI ainda é uma fração das propostas pro-DEI, mas mais que triplicou desde 2020, numa mostra que os esforços de diversidade corporativa estão rapidamente saindo de moda, especialmente agora que o presidente eleito Trump está retornando à Casa Branca.



Fonte: Neofeed

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