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Na frenesi do crédito privado, a gestora Sparta vai de R$ 10 bilhões a R$ 17 bilhões em nove meses

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Em setembro deste ano, a 5ª emissão do CDII11, um fundo de renda fixa da gestora Sparta que investe seus recursos em debêntures de empresas do setor de infraestrutura, conseguiu, em apenas uma hora, pedidos de reservas superiores a R$ 2 bilhões, o dobro do que pretendia captar – sendo que quase 40% dos cotistas já haviam exercido o direito de preferência.

No mesmo mês, o Sparta Pré 2028, um FI-Infra negociado no ambiente de balcão da bolsa, atingiu a meta de captação de R$ 200 milhões em apenas 16 minutos depois de ser disponibilizado na plataforma da XP.

Essas duas captações mostram o apetite dos investidores pelo crédito privado. E poucas gestoras estão conseguindo captar esse frenesi como a Sparta. No começo deste ano, a gestora especializado em crédito privado tinha R$ 10 bilhões sob gestão. Agora, está em R$ 17 bilhões, um salto de 70% em menos de um ano.

“Estamos em um ano que tem um interesse muito grande pela renda fixa e o nível das taxas de juros é principal atratividade para os investidores”, afirma Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, ao Café com Investidor, programa do NeoFeed que entrevista os principais investidores do Brasil e que tem o apoio da JHSF.

Até agosto deste ano, a renda fixa (que inclui ativos que vão de FIDCs a CRAs e CRIs) captaram R$ 426,2 bilhões, segundo dados da Anbima, a associação que representa o mercado financeiro. Destaque para as debêntures, que representaram R$ 283,9 bilhões, 58,6% de todas as emissões, até agora, de 2024 – as incentivadas captaram R$ 88,1 milhões.

A aposta da Sparta para surfar a onda de crédito privado é no setor de infraestrutura. A gestora está “100% comprada” nessa área. Dos R$ 17 bilhões sob gestão, aproximadamente R$ 7 bilhões estão em títulos de infraestrutura incentivados. Os outros R$ 10 bilhões estão em crédito em geral e em previdência. “Mas tem bastante infraestrutura nesses outros dois”, afirma Nehmi.

É fácil de entender a preferência da Sparta pelo setor de infraestrutura. De um lado, há o incentivo do imposto de renda para os títulos – o que ajuda na escolha do investidor. “Ninguém acorda dizendo que vai financiar empresas de infraestrutura”, brinca Nehmi.

Mas, por outro lado, Nehmi vê essa área com menor risco de crédito – a gestora só investe em títulos high grade, aqueles com notas de crédito mais altas e menor risco de calote, ao contrário do high yield, que paga um prêmio maior, proporcional ao risco.

Nehmi enumera vários fatores que favorecem as empresas de infraestrutura. O primeiro deles é previsibilidade dos emissores. O segundo é que se trata de um setor regulado, que ajuda a reduzir o risco. E, por fim, a baixa competição que essas empresas enfrentam.

“Existe competição na hora de ganhar a concessão”, afirma o CEO da Sparta. “Depois, as empresas buscam financiamento para executar a operação e não tem mais competição.”

A alta demanda pelo crédito privado, no entanto, está gerando um efeito colateral: o spread entre um título público e um privado está no menor patamar desde 2022, segundo levantamento da Pop BR, precificadora de ativos de crédito da Luz Soluções Financeiras. Em agosto deste ano, o spread estava em 1,19%, menos da metade dos 2,67% de 2023.

“A qualidade do crédito não é algo que preocupa a gente. Mas, com os spreads mais comprimidos, tem de tomar alguns cuidados”, afirma Nehmi. “Não estamos vendo no curto prazo nenhum movimento que vai inverter esse fluxo. Não vemos um fator que possa fazer os resgates aumentarem e as captações cessarem.”

Depois de Light e Americanas, que provocaram um abalo sísmico no setor de crédito privado no ano passado, outro setor ganhou as manchetes (negativas) em 2024. É o agronegócio, que tem passado por solavancos e tem enfrentado diversas recuperações judiciais, sendo a mais ruidosa a da Agrogalaxy.

A Sparta, no entanto, tem uma exposição baixa ao agronegócio. O Fiagro da Sparta, o CRAA11, já fez três captações e chegou a R$ 240 milhões – a mais recente, em julho deste ano, levantou R$ 190 milhões.

A estratégia para reduzir o risco foi investir em 75 ativos e em 20 setores do agronegócio. “O nosso fundo não é um Fiagro de produtor, é do agronegócio”, diz Nehmi, referindo-se a diversificação de ativos em que investe.

Nesta entrevista, que você assiste no vídeo acima, Nehmi fala mais sobre as teses da Sparta, conta como faz para reduzir o risco de crédito, revela seu hobby (spoiler: você vai se surpreender) e conta o mantra que leva para a vida.





Fonte: Neofeed

Negócios

Bate e “rebate”: o custo das comissões (escondidas) dos investimentos

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Bate e “rebate”: o custo das comissões (escondidas) dos investimentos
Tempo de Leitura:5 Minuto, 48 Segundo


O dia 1º de novembro será um divisor de águas para a indústria dos investimentos. Nesse dia, entra em vigor a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que dará transparência às comissões pagas pelos investidores em diversos produtos e serviços financeiros.

Atualmente, o modelo mais praticado pela indústria no Brasil é o comissionado, ou seja, a venda de um produto financeiro gera uma comissão ao distribuidor, chamado de rebate. O problema é que não há transparência sobre essas comissões: o cliente paga e nem sabe quanto dinheiro está deixando na mesa.

O NeoFeed teve acesso com exclusividade a um estudo feito pela Rubik Capital. A gestora de recursos e de patrimônio criou um banco de dados sobre as comissões pagas por mais de 40 famílias atendidas no seu wealth management entre dezembro de 2020 a setembro de 2024. A ideia era entender o peso da remuneração comissionada dos ativos financeiros na alocação de recursos.

O resultado é que, em média, essas famílias pagaram em rebates, sem saber, de 0,40% a 0,60% ao ano do total do portfólio. Essa variação depende da plataforma usada e o perfil da carteira do cliente, pois cada produto tem sua dinâmica de comissionamento e cada plataforma uma política de remuneração.

Isso significa que, considerando uma carteira de R$ 10 milhões, entre R$ 40 mil e R$ 60 mil foram pagos em taxas de comissionamento por ano – a maior parte, em taxas para o vendedor.

Os multi family offices, como a Rubik, devolvem esse valor de distribuição para o cliente em forma de cashback. Os family offices cobram pelo seu serviço no modelo de fee based, ou seja, uma taxa fixa anual acordada entre as partes.

“Na prospecção dos clientes, pedimos a carteira com a data da compra de cada ativo. Montamos uma planilha mostrando o quanto custou ter cada coisa e comparamos com o custo que ele pagaria em fee”, afirma Cassio Zeni, sócio-fundador e CEO da Rubik Capital.

Fundada em 2020 em Curitiba, a Rubik tem R$ 1,2 bilhão sob gestão e consultoria e buscou mostrar aos clientes que aquilo que eles pagavam em comissões e nem sabiam, muitas vezes, era suficiente para arcar com o custo anual cobrado pelo family office.

“Muitas vezes, o que o cliente pagou em comissão sem saber é o mesmo que ele pagaria em fee. Mas a principal diferença para nós não é o custo, e sim que no fee based não há um viés na escolha dos ativos”, diz Zeni.

O maior “custo” do rebate está nas operações do mercado secundário de renda fixa ou nos Certificado de Operações Estruturadas (COEs). Essas são chamadas pelo mercado de “spreads na cabeça”, ou seja, operações que remuneram o vendedor no momento da venda.

Nos COEs, por exemplo, essa taxa fica em torno de 6% do valor investido, sendo que metade desse valor é repassado como comissão e a outra metade fica com a corretora. Isso significa que a cada R$ 100 investidos, apenas R$ 94 vão, de fato, para a aplicação.

As operações no mercado secundário de debêntures, os CRIs e CRAs remuneram da mesma forma. Pelos dados da Rubik, as suas comissões são de até 3% sobre o valor de face, podendo chegar a 6% em papéis de mais risco.

Já os títulos públicos negociados pelas plataformas geram um spread de 2% a 6%, que é abatido da taxa de remuneração desses papéis, o que resulta, em média, em uma taxa 0,45 pontos percentual ao ano menor para o investidor. E a depender do prazo do título, quanto mais longo, maior o impacto.

Para entender o impacto desse rebate no patrimônio, a Rubik calculou que ficou na mesa cerca de R$ 2 milhões, caso esse comissionamento pudesse ser investido.

A Rubik também analisou mais de 3 mil fundos de investimento nesse período de quase quatro anos. Nesse produto, a comissão paga aos vendedores é uma parcela da taxa de administração do fundo. Em média, a cada 1% cobrado de taxa de administração, 0,4 ponto percentual é rebate para assessores de investimento.

Caso esse rebate aos vendedores voltasse para o investidor como cashback, segundo os cálculos da casa, considerando um patrimônio de R$ 10 milhões com essa taxa média, é possível ter de volta cerca de R$ 500 mil em 10 anos.

Em busca da transparência

A cultura de investimentos no Brasil com base na remuneração comissionada evoluiu com os bancos e depois com as assessorias de investimentos. A indústria de wealth management vem, nos últimos anos, discutindo sobre o seu modelo de negócio e as taxas que estão escondidas dos investidores.

Muitos clientes não sabem e acreditam que não pagavam nada pelos produtos. Por esse motivo, a regulação CVM 179 dará transparência a esses custos. Não que o comissionamento seja mais barato do que o fee based, porque depende de cada portfólio. Mas, nas condições atuais, um é transparente e outro não.

“Hoje, temos de ter esse trabalho todo para mostrar para o cliente esses custos. Com a CVM 179, será um trabalho a menos ter de explicar que todos os modelos são de fato remunerados, mas de formas diferentes”, afirma Zeni.

“Assim, poderemos focar mais em fazer gestão de patrimônio”, diz o CEO da Rubik Capital, que afirma que a gestora atua de forma independente para não ter vinculação com outras instituições financeiras e poder repassar para os clientes as comissões de distribuição. E os clientes mais sofisticados, em geral de maior patrimônio, já entendem o valor disso.

O NeoFeed procurou as maiores plataformas de investimento do País para saber como está a adequação à CVM 179 (que não incidirá sobre os bancos, que são regulados pelo Banco Central) e como será o acesso às informações dessas comissões a partir da sua entrada em vigor.

Para Leandro Côrrea, vice-presidente de clientes da Warren, a transparência é essencial para o funcionamento saudável do setor financeiro e a nova regulação acabará com a assimetria de informação entre instituições e investidores, o que trará benefícios para todos.

A Warren colocou no ar os itens obrigatórios da CVM 179 desde setembro e também se adiantará na disponibilização do relatório trimestral, que terá que expor os custos de cada operação para os clientes no período, a partir de dezembro. Pela norma, será obrigatório a partir de março de 2025.

“Com a CVM 179 o investidor passará a ter o poder de julgar melhor se está tendo um bom serviço versus o preço que ele está pagando. Além de reduzir os conflitos de interesse inerentes à atividade de distribuição de investimentos”, afirma Côrrea.

De acordo com ele, com o tempo, o modelo comissionado deve se tornar insustentável, pois haverá um movimento de redução das remunerações. “Neste cenário, o fee fixo pode se fortalecer e os bons assessores que oferecem um serviço extraordinário aos seus clientes tomarão essa frente”, diz.

Procurados, XP, BTG, Safra e Inter preferiram não comentar.





Fonte: Neofeed

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Na Azzas 2154, Paulo Kruglensky saiu mesmo. O NeoFeed estava certo

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Arezzo e Soma
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Em agosto deste ano, o NeoFeed publicou a informação de que Paulo Kruglensky, que havia assumido como chief integration officer da Azzas 2154 para tocar a integração da Arezzo com o Grupo Soma, estava deixando a companhia, quatro meses depois de assumir o cargo.

Na ocasião, a Azzas correu para negar a informação depois de a matéria ter sido publicada. E Kruglensky deu uma entrevista dizendo que não sabia o que iria fazer, num claro movimento para conter danos de sua saída no preço das ações da empresa.

Em entrevista ao NeoFeed depois de a matéria ter sido publicada, disse que ficaria na empresa. O NeoFeed manteve a informação publicada, baseada em fontes próximas a companhia – apesar de a Azzas tentar desmentir a reportagem.

Mas, ao contrário do que disse, Kruglensky deixou, de fato, a Azzas no fim de agosto, confirmando as informações publicadas pelo NeoFeed. O que traz uma indagação para esse episódio: dá para manter a confiança em quem adota essa postura?

Em reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, nesta terça-feira, 15 de outubro, traz, mais uma vez, a informação da saída de Kruglensky, no fim de agosto. A Azzas não informou ao mercado sobre a saída do executivo.

Como informou o NeoFeed, ele teve desentendimentos com Birman, o que teria motivado seu pedido para deixar a companhia. “Acreditamos que Paulo fez o trabalho que precisava ser feito e a fase seguinte caberia mais ao perfil da Bain”, disse Birman, ao Valor Econômico.

A reportagem também aborda questões relacionadas a governança da Azzas 2154, com preocupações crescentes sobre as diferentes visões para a empresa que podem afetar o processo de fusão entre Arezzo e Grupo Soma.

Há diferenças de estilo e de cultura de gestão entre Alexandre Birman, presidente da Azzas 2154, e Roberto Jatahy, fundador do Grupo Soma e diretor da unidade de vestuário feminino do grupo, de acordo com a reportagem.

Procurado, a Azzas mandou o seguinte comunicado ao NeoFeed:

“O Azzas 2154 informa que o executivo Paulo Kruglensky desempenhou papel fundamental durante o período de associação das marcas Arezzo&Co e Grupo SOMA até a formação de seu Conselho de Administração.

A empresa reconhece toda a dedicação e parceria de Kruglensky durante este importante período e agradece a excelência no desempenho de suas funções.”





Fonte: Neofeed

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Negócios

Fundo da Rio Bravo “fecha” agências bancárias e foca em saúde e bem-estar

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Fundo da Rio Bravo
Tempo de Leitura:1 Minuto, 49 Segundo


A Rio Bravo está ajustando o seu portfólio de ativos do fundo imobiliário Rio Bravo Renda Varejo, o RBVA11, e fazendo a readequação de um imóvel na região do Brooklin, zona sul de São Paulo.

O espaço, que antes hospedava uma agência do banco Santander, agora abrigará uma unidade da Ultra, rede de academias com 40 anos de operação e presença em 12 estados.

Com o contrato de 120 meses, a nova locação deverá gerar um impacto anual positivo de R$ 0,045 por cota no resultado do RBVA e será a primeira aposta em saúde e bem-estar.

“Nós estamos realizando uma reformulação total dentro do nosso portfólio, para que ele fique cada vez mais diversificado e atraente para o nosso público”, afirma Alexandre Rodrigues, sócio da Rio Bravo, ao NeoFeed.

“O fundo, que antes era destinado a bancos, hoje tem apenas 32% de seu portfólio composto por eles, dando espaço para muitos outros segmentos atrativos do varejo, como saúde e bem-estar”, complementa.

Nessa movimentação, o fundo, que conta com patrimônio de R$ 1,3 bilhão e aproximadamente 64 mil cotistas, já vendeu R$ 180 milhões em agências bancárias, que retornaram cerca de R$ 40 milhões em lucro aos acionistas.

Além das vendas, o fundo já realizou outras três conversões de agências bancárias em novos ativos. Nesses locais, surgiram novos locatários de segmentos como self storage, supermercado e uma loja de vendas da Plano & Plano.

“Esse trabalho ajuda a provar que o mercado talvez estivesse errado em relação ao ceticismo que tinha com as agências bancárias. Nós estamos conseguindo mostrar que esse pontos tem valor para venda e que também funcionam para locação, como é o caso do nosso novo ativo”, afirma Rodrigues.

Com a entrada em saúde e bem-estar, o fundo passa a atuar em 11 setores e tem perspectiva de aumentar essa gama nos próximos anos. “Nós temos negociações avançadas com outros imóveis, também de outros segmentos, que ao passar do tempo vão chamando a nossa atenção”, diz o executivo.

De acordo com a apuração realizada pelo NeoFeed, o RBVA deve anunciar em breve uma nova locação também no segmento de saúde.





Fonte: Neofeed

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