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O ambicioso plano da Smart Fit para bater 2 mil academias

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Tempo de Leitura:4 Minuto, 37 Segundo


Dezembro foi um mês frenético na Smart Fit. Pouco mais de um terço das 305 aberturas de novas academias aconteceram no último mês do ano. Somente no dia 31, foram 25 unidades. Para as academias de ginástica, “janeiro é o Natal” – as vendas aumentam quando alunos vão em busca das promessas de mais atividade física no ano novo.

Os números fizeram a Smart Fit superar o guidance do ano passado. E agora a empresa planeja um novo salto divulgando um ambicioso plano para 2025.

A rede criada por Edgard Corona detém atualmente 1.743 academias e projeta ultrapassar a marca de 2.000 academias neste ano. Tradicionalmente, a empresa abre 200 novas unidades. Em 2025, o plano é manter o mesmo ritmo do ano passado, ultrapassando 300 unidades.

Para isso, o grupo vai continuar explorando o mercado externo. A empresa está presente em 13 países da América, dois da Europa e chegará ao primeiro país da África. No primeiro trimestre deste ano, o grupo vai inaugurar uma unidade no Marrocos.

A primeira academia Smart Fit em Casablanca está na fase final de obras. A flagship é a porta de entrada da empresa no país africano, que já tem outros cinco contratos de expansão assinados.

“Um dos objetivo é buscar novas geografias que façam sentido e com semelhanças a essa do Marrocos”, diz Diogo Corona, chief operating officer (COO) da Smart Fit, ao NeoFeed. “Sem falar que é possível dobrar o número de lojas nas geografias que já estamos”, complementa.

No recorde de novas academias de 2024, com 301 Smart Fit, três Bio Ritmo e uma Nation, 38% foram no Brasil e o restante no exterior. “Em 2025 a expansão deve ser dois terços fora do País. É uma consequência dos mercados endereçáveis em 15 países não uma decisão pelo momento atual do Brasil”, diz Corona.

As 2 mil unidades devem fazer a empresa brasileira ficar “cabeça a cabeça” com a europeia Basic Fit entre as maiores redes próprias de academias de ginástica do mundo. As duas têm um modelo semelhante de negócio, com aproximadamente 80% de rede própria e baseado no high value price. A maior rede global é a da americana Planet, que tem cerca de 2,7 mil unidades, mas todas são pelo modelo de franquia e com valor de mensalidade de US$ 10.

“A expansão da SmartFit continua sólida, adicionando mais de 250 lojas desde o primeiro trimestre de 2020, apesar do ambiente macro adverso”, escreveram Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, analistas do Santander, em relatório.

Após os resultados do terceiro trimestre, o Santander calculou que o grupo chegaria a 1.948 academias no fim de 2025. Mas esse número tinha como base o guidance de 280 a 300 unidades no ano passado, que a SmartFit superou.

No fim de setembro, a companhia informou que haviam 154 obras em andamento de novas unidades. Desse total, 28 ficaram para 2025. É o caso de duas Bio Ritmos, que serão inauguradas no shopping Ibirapuera e no bairro Anália Franco, na zona leste de São Paulo, no primeiro trimestre.

Em dezembro, uma das inaugurações foi a da Bio Ritmo no shopping Multiplaza, no Panamá, que é conhecido pelas marcas de luxo como Hermés, Cartier, Gucci, entre outras. Lá, a mensalidade é de US$ 150.

“Lá vimos uma oportunidade de real estate. Mas o fato é que a Bio Ritmo ficou pausada durante um tempo e volta ao ritmo de expansão neste ano”, afirma Corona.

Na visão do COO, o grupo tem verticais diferentes que possibilitam montar estratégias para cada um dos portfólios. Além das marcas de academias, há os studios, que chegaram a 191 no ano passado e é composto por sete marcas: Race Bootcamp, Vydia, Jab House, Tonus Gym, One Pilates, Velocity e Kore.

A Velocity foi adquirida no começo de novembro do ano passado, por R$ 163 milhões e uma possível adição de mais R$ 20 milhões conforme metas nos próximos anos. É por meio de uma franquia da marca que o grupo colocou os pés em Barcelona, por exemplo.

Segundo Corona, a Velocity trouxe um know how de franquias importante para os planos de expansão das marcas dentro desse portfólio studio.

“Vamos acelerar a franquia de Pilates. Esse será o ramp up de 2025. Há um overbooking de aulas e precisamos de mais aulas para liberar no TotalPass, por exemplo”, diz o COO referindo-se ao aplicativo do grupo.

Em todo esse plano de expansão do grupo, não está em jogo descuidar da alavancagem. Os números de 36% de cash on cash return e de 20% de ROIC continuam sendo tratados como prioritários.

No fim do terceiro trimestre, a alavancagem da companhia estava em 1,4 vez a geração de caixa. A dívida líquida ajustada era de R$ 2,3 bilhões.

“O ano de 2024 comprovou que aceleramos muito a expansão, com qualidade e quantidade. Mesmo com essa expansão, o ROIC se manteve igual ao histórico”, diz Corona.

A empresa vem conseguindo manter o custo do endividamento estável. Em outubro, fez a emissão de R$ 300 milhões na 11ª debênture, com taxa de CDI+0,89% e vencimento em cinco anos.

“A alavancagem operacional vem suportando a diluição das despesas gerais e administrativas, mais do que compensando o aumento dos investimentos em marketing e em novos negócios”, escreveram Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, analistas da XP.

Em 12 meses, a ação SMFT3, da SmartFit, acumula queda de 33%. O valor de mercado da companhia é de R$ 10,4 bilhões.





Fonte: Neofeed

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Grupo CCR tem estratégia para a próxima década focada na criação de valor sustentável

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Grupo CCR tem estratégia para a próxima década focada na criação de valor sustentável
Tempo de Leitura:3 Minuto, 57 Segundo


Líder em infraestrutura de mobilidade no Brasil, o Grupo CCR lançou a ‘Ambição 2035’, um plano estratégico de longo prazo alinhado à sua Visão de liderar o setor de mobilidade no País com foco na criação de valor sustentável. A estratégia estabelece uma série de metas e compromissos operacionais, financeiros e de sustentabilidade, e contempla um pipeline de R$ 190 bilhões em oportunidades de investimentos em concessões rodoviárias e de mobilidade urbana, com o objetivo de desenvolver essas frentes de forma rentável e seletiva.

A Ambição 2035 está estruturada em quatro eixos. Miguel Setas, CEO do Grupo CCR dá detalhes de cada um dos pilares que sustentam a estratégia. O primeiro deles é o que chama de “crescimento rentável e seletivo.” Nesse contexto, o Grupo definiu o objetivo de entregar um crescimento anual de pelo menos um dígito alto, ou seja, próximo de 10% do Ebitda. “Esse é um crescimento mínimo que, obviamente, poderá ser superado”, diz Setas.

Também no âmbito do crescimento rentável e seletivo está o aumento da participação dos negócios adjacentes do Grupo – como varejo, real state, estacionamentos e publicidade, – dos atuais 6% para mais de 10% em relação ao total de suas receitas. Além disso, o Grupo CCR ambiciona reforçar a liderança na plataforma de Rodovias, ganhar escala global em Mobilidade Urbana e participar de movimentos de consolidação no setor de Aeroportos.

 

O segundo pilar do “Ambição 2035” foi definido como “geração de valor”. Nesse caso, Setas afirma que a expectativa é chegar a 2035 com a relação Opex caixa/receita líquida abaixo de 35%, sendo que em 2023 o índice foi de 40,3%. Isso será possível com a execução de pelo menos 100 iniciativas de otimização de custos, além da ampliação do uso de novas tecnologias capazes de gerar mais eficiência, como inteligência artificial e realidade virtual. Ainda neste pilar, outras duas metas são atingir um Total Share Return (TSR) maior que o custo de capital e perseguir a política de dividendos com payout de 50%.

O terceiro eixo do plano de futuro da empresa é a manutenção de um “balanço robusto” nos próximos anos. A empresa prevê alavancagem de 2,5x a 3,5x e um potencial de reciclagem de capital entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões. O objetivo deverá ser atingido com a venda de participação acionária em ativos, desinvestimento de ativos selecionados e destravamento de valor das plataformas.

Setas lembra que os recursos trazidos por essas operações ajudarão a reforçar a capacidade de investimento do Grupo CCR. Além disso, as metas incluem o endividamento líquido zero na holding e o compromisso com a manutenção do rating de crédito AAA em nível local. O quarto pilar do projeto “Ambição 2035” é definido por Setas em uma frase que não deixa margem a dúvidas: “O Grupo CCR assumiu o compromisso de ser protagonista da agenda sustentável.”

Nesse aspecto, chama a atenção o compromisso da companhia em se tornar neutra em carbono nos escopos 1 (emissões diretas relacionadas às suas atividades) e 2 (energia elétrica) até 2035. Trata-se de uma decisão relevante: é a primeira companhia do setor de infraestrutura de mobilidade a se comprometer com essa meta.

 

O Grupo CCR também mira a gestão sustentável de sua cadeia de valor, com 100% dos fornecedores aderentes às políticas de sustentabilidade e compliance da companhia. Outras metas assumidas são de ter planos de resiliência climática para 100% dos ativos e 100% das operações abastecidas com energia elétrica renovável ainda em 2025.

Na frente social, o Grupo CCR assumiu o compromisso de investir R$ 750 milhões em projetos de impacto social até 2035. A empresa também ambiciona ampliar a representatividade de mulheres e pessoas negras na organização e na liderança, além de manter padrões de governança de nível internacional.

Desde sua fundação em 1999, o Grupo CCR se consolidou como a maior empresa de infraestrutura de mobilidade do País, contando com 17 mil colaboradores e presença em 13 estados brasileiros e quatro países, além de um histórico de serviços prestados a milhões de clientes.

Todos os dias, 2,5 milhões de veículos transitam nos 3,9 mil quilômetros de rodovias que administra em cinco estados do País, enquanto 3 milhões de passageiros acessam os metrôs, trens, VLT e barcas administrados pela empresa. Por ano, 43 milhões de pessoas passam por seus 20 aeroportos.

Atualmente, o Grupo CCR está realizando o maior investimento de sua história, destinando R$ 33 bilhões a projetos de melhorias e modernização de rodovias, ativos de mobilidade urbana e aeroportos. Os números superlativos reforçam o papel da CCR como protagonista nos setores em que atua e mostram que as metas estabelecidas há 25 anos não só foram cumpridas como, em várias dimensões, acabaram superadas.



Fonte: Neofeed

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Um “caldeirão de pressão” à espera das decisões da política monetária e fiscal

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Tempo de Leitura:2 Minuto, 46 Segundo


O ano de 2025 começou com ar pessimista e cheio de incertezas para os ativos brasileiros, com inflação pressionada e dólar e juros futuros nas alturas. E a grande questão é o que esperar pela frente.

O mercado financeiro projeta uma taxa Selic acima dos 14,25% ao ano – duas altas de um ponto percentual nas duas próximas reuniões do Copom já foram antecipadas – para conter a inflação. E isso significa um custo ainda maior para a dívida brasileira.

“Com os juros indo ao menos a 14,25%, segundo o que está na ata, a nossa conta de pagamento de juros agora vai à R$ 1 trilhão por ano. Então, ressuscitou o velho tema da dominância fiscal”, afirma Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master e professor da FGV, ao Wealth Point, programa do NeoFeed que tem o apoio do Banco Master.

A dominância fiscal é quando a descoordenação entre a política fiscal e a política monetária tornam o ajuste de juros ineficaz para controlar a inflação. O único jeito de equacionar as contas públicas é tributando mais, ou cortando despesa ou gerando mais inflação, que parece estar sendo a opção do governo.

Por isso, todos os olhos estão para se o governo pode vir ou não a se comprometer com um ajuste fiscal sério. Caso contrário, um cenário de inflação fora do controle, como antes do plano Real, pode ocorrer.

Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central, e presidente do conselho da JiveMauá, existe a possibilidade de o governo rever a sua estratégia quando a crise de fato se manifestar.

“Pode vir uma reação mais razoável e bem mais contundente. É aquela história: ‘toda ação tem uma reação’. E eles não vão querer ficar os próximos dois anos em crise, senão inclusive a própria chance do governo petista se reeleger vira pó”, afirma Figueiredo.

Outro cenário possível seria uma resposta do lado fiscal não tão contundente, mas que reduziria um pouco o impulso fiscal. Neste caso, ocorreria uma recessão.

“Com uma resposta mediana do governo, e com esse aperto que o Banco Central está fazendo, que não é pequeno, pode ser que a atividade econômica leve um tombo. Podemos ter uma recessão de curto prazo, e com isso frear a inflação”, complementa o chairman da JiveMauá.

Com o dólar forte globalmente e a vitória do Republicano Donald Trump, a inflação fica ainda mais pressionada. E as políticas desse novo governo americano tendem a não contribuir também.

“O cenário mundial complica um pouco o Brasil pelo lado financeiro. O dólar forte veio para ficar, há um otimismo com a economia americana que está atraindo recursos de forma impressionante. Além disso, as políticas do Trump podem ser inflacionárias, evitando a queda de juros por lá”, afirma Gala.

Apesar das perspectivas não serem as mais positivas para o ano, os dois economistas não acreditam em uma grande derrocada. Depois dessa turbulência o País irá se reencontrar e talvez nem passe por uma crise para isso. O que significa que há oportunidades únicas de investimento neste momento.

“A história brasileira é uma história em que o Brasil não se joga do precipício. O Brasil, sempre quando chegou perto do precipício, voltou atrás. Eu não acho que vai ser diferente hoje. Então, pode haver grandes oportunidades no mercado”, diz Figueiredo.





Fonte: Neofeed

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No ano da cautela, onde as grandes fortunas serão investidas? Os private bankings respondem

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2025 previsão private banking
Tempo de Leitura:9 Minuto, 12 Segundo


O ano de 2024 terminou com gosto amargo para muitos investidores. Houve uma reviravolta da perspectiva no cenário de juros. A queda esperada não aconteceu. Pior, a taxa Selic subiu. E, como consequência desse novo cenário, 2025 pode ser o ano do ultra conservadorismo.

Os estrategistas e CIOs de sete grandes private bankings do Brasil estão pessimistas com o mercado local, preferindo uma exposição maior ao CDI. No entanto, eles estão otimistas com as oportunidades internacionais.

Na visão de Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, BTG Pactual, Banco do Brasil, XP e UBS, os recursos das grandes fortunas se movimentarão no mercado local de acordo com o ritmo da solução fiscal. A proposta mais recente foi considerada insuficiente, o que tem levado o dólar para patamares recordes.

“Com a taxa de câmbio em seu patamar mais alto historicamente, e sem gatilhos à vista que possam reverter essa deterioração da percepção de riscos, o Banco Central não tem alternativa senão agir para estancar a piora das expectativas de inflação e evitar que a inflação escape do razoável para o Brasil”, afirma Christiano Clemente, CIO do Santander Private Banking.

A consequência dos estímulos fiscais são uma economia superaquecida, o que leva a inflação para além do teto da meta, e assim, a Selic a subir.

Os bancos ouvidos pelo NeoFeed projetam que a taxa de juros, hoje em 12,25% ao ano, pode ir além dos 14,25% já estipulados pelo BC na última reunião do Copom. Isso irá depender se o governo irá reformular a sua política fiscal ou não.

Para Luciano Telo, executivo-chefe de investimentos para o Brasil no UBS Global Wealth Management, ou o governo volta atrás e lança um pacote forte de corte de gastos estrutural ou os juros devem continuar subindo até um ponto em que a atividade econômica despenque.

“O câmbio e os juros longos nas alturas são os agentes econômicos dizendo que na ausência de um ajuste fiscal mais forte e crível, os prêmios de risco devem continuar aumentando indefinidamente”, afirma Telo.

Devido às incertezas (e aos prêmios atrativos que vem com ela), a recomendação dos private bankings é ter uma exposição de, ao menos, 70% em renda fixa para um perfil de risco balanceado/moderado, e que a maior parcela esteja em ativos pós-fixados.

“Com os juros em alta, aumentamos nossa exposição em ativos pós-fixados para 45% por cautela e para capturar algumas oportunidades pontuais, considerando que juros altos também representam uma deterioração nos valuations dos ativos, trazendo oportunidades no longo prazo”, afirma Juliana Lahan, CIO Global do Bradesco.

Nicholas McCarthy, diretor da área de estratégias de investimentos do Itaú Unibanco, afirma que o banco está com recomendação abaixo da neutra para prefixados para evitar correr riscos em cenários inflacionários crescentes. Mas títulos atrelados à inflação são interessantes.

“Defendemos uma maior exposição à títulos indexados à inflação mais juro real, onde vemos prêmio atrativo com proteção do poder de compra. E os pós-fixados devem contribuir com rentabilidade elevada combinada com baixo risco, ingredientes importantes no atual cenário com maiores incertezas”, afirma McCarthy.

Já para escolher os ativos é preciso cuidado e atenção em relação a mudanças regulatórias. A procura por títulos isentos como LCI/LCA, CRI/CRA e debêntures incentivadas deve continuar alta. Mas é preciso atenção com a nova taxação mínima de 10% proposta pelo governo, que pode anular o benefício.

E o que for risco de crédito requer mais atenção do investidor. Em um ambiente em que a economia pode vir a entrar em recessão, escolher bons ativos é fundamental.

“No crédito privado, o nome do jogo é seletividade. O BC diz que vai desacelerar a economia, e um dos canais para isso é o crédito. É preciso ter cuidado com duration e alavancagem das empresas para evitar defaults”, afirma Artur Wichmann, CIO da XP Inc.

Fundos de crédito, que foram a grande estrela de captação em 2024, continuam em alta. Escolher bons gestores para fazer uma gestão mais ativa na dinâmica de juros pode render bons frutos.

Juliana Lahan, CIO Global do Bradesco: “Produtos isentos continuarão sendo um destaque por uma questão de familiaridade do investidor com os produtos e com as altas taxas da renda fixa”

Artur Wichmann, CIO da XP Inc: “Estar em bolsa americana é apostar nos ganhadores do capitalismo com alta probabilidade de retorno no longo prazo”

Luciano Telo, executivo-chefe de investimentos para o Brasil no UBS Global Wealth Management: “O principal foco de atenção é a situação fiscal do Brasil. Mesmo o choque de juros moveu o câmbio”

Christiano Clemente, CIO do Santander Private Banking: “Após acelerar o ritmo de alta do juro na reunião de dezembro, o Copom possivelmente entregará outra alta importante da Selic em janeiro”

Julia Lenzi Baulé, estrategista-chefe do private do Banco do Brasil: “A principal mudança que fizemos foi reduzir nossa classe de multimercados e aumentar as alocações direcionadas em renda fixa”

Rafael Mazzer, sócio e head de portfólio solutions Brasil do BTG Pactual: “Os spreads de crédito, principalmente incentivados, preocupam. A maior parte da exposição será em high grade”

Nicholas McCarthy, diretor da área de estratégias de investimentos do Itaú Unibanco: “Estamos underweight em bolsa brasileira. Temos a perspectiva de novas altas da taxa Selic, o que costuma ser negativo para a bolsa”

“Os gestores com mais liberdade de alocação podem aproveitar movimentos de mercado e capturar ganhos importantes”, afirma Julia Lenzi Baulé, estrategista-chefe do private do Banco do Brasil.

“Os fundos de renda fixa pós fixados e de crédito privado devem seguir entregando boas performances nesse início de 2025. Já os fundos indexados devem começar a entregar melhores retornos no momento de reversão do ciclo de alta de juros”, complementa Baulé.

Onde pôr o pé no risco?

Os multimercados perderam espaço na carteira dos investidores para dar mais espaço aos títulos pós-fixados. Eles lideraram a fila de resgates, com captação líquida negativa de mais de R$ 300 bilhões em 2024.

Para 2025, os estrategistas se dividem entre quem está mais pessimista e mais otimista com a classe de ativo. Entre os mais pessimistas, com recomendação de subalocação ou neutra, estão XP, Bradesco, BB e Santander.

“Os multimercados perderam um espaço nos portfólios estruturais e hoje têm 11% de um perfil moderado. Mas mantivemos a classe no neutro por acreditar no potencial de longo prazo dos gestores de nossa seleção”, afirma Lahan, do Bradesco.

No BB, a principal mudança no ano foi reduzir a alocação em multimercados para aumentar a exposição em renda fixa e investimentos no exterior. Já entre os mais otimistas estão o BTG Pactual e o UBS.

“Realmente, há 36 meses o retorno está abaixo do que se gostaria, mas nos últimos três meses os gestores conseguiram entregar uma boa performance, pode ser o início da virada”, diz Rafael Mazzer, sócio e head de portfólio solutions Brasil do BTG Pactual.

“Os fundos macrotrading devem conseguir capturar retorno com a volatilidade esperado no ano. Nosso portfólio balanceado tem 25% de exposição”, complementa.

Já os investimentos em ações brasileiras estão subalocados, nas mínimas de uma alocação estrutural para todos, com menos de 10% para os perfis de risco balanceado/moderado, segundo os bancos. Apesar de a bolsa estar barata, com o Ibovespa tendo caído mais de 10% em 2024, o ciclo de alta de juros tende a penalizar até mesmo as boas empresas.

“É um ano para estar mais fora da bolsa, pelo risco-retorno em relação a renda fixa. Está barata, ainda mais em dólar, mas com os juros subindo os valuations caem e a alta pode demorar. E disputando com um IPCA+7%, fica difícil bater”, afirma Wichmann, da XP Inc.

Já entre a alocação em alternativos, fundos imobiliários são uma aposta para o longo prazo, enquanto estratégias mais ilíquidas como private equity exigem mais cautela.

“Vários fundos imobiliários com ótima gestão estão bastante descontados, negociando abaixo do valor patrimonial, o que pode ser uma boa oportunidade para o cliente com visão de longo prazo. Mas no curto prazo será desafiador com os juros em alta”, analisa Baulé, do BB.

Oportunidades ao redor do mundo

Ao olhar para o cenário global de investimentos, as atenções estão na economia americana. Principalmente no ritmo de corte de juros do Federal Reserve (Fed), nas políticas comerciais do presidente Donald Trump e na sua agenda de desregulação e corte de impostos.

No entanto, essas medidas só irão ditar o quão forte pode crescer a grande potência mundial.

“O cenário base é de excepcionalidade da economia americana, crescendo bem mais que seus pares. A dúvida é o que Trump irá conseguir implementar e o quão rápido com a maioria magra de republicanos na Câmara”, afirma João Scandiuzzi, sócio e estrategista chefe do BTG Pactual.

Segundo ele, alguns riscos devem ser considerados, como a agenda de controle de imigração, que pode deportar de 10 a 15 milhões de pessoas, o que seria uma grande baixa na força de trabalho do país. E também sobre a agenda de tarifas comerciais e se o intuito será de zerar o déficit comercial ou não.

“Nossa leitura é que os EUA serão mais duros com a China, e o dólar se manterá forte e se valorizará frente ao euro. Por isso, preferimos uma exposição global em dólar e nos Estados Unidos neste momento”, afirma Scandiuzzi.

No UBS, a grande aposta em investimentos internacionais está em ações, com 50% de alocação em uma carteira balanceada e cuja maior parte está nos setores de tecnologia, finanças e utilities dos EUA.

“Enxergamos um potencial da continuidade das altas das ações americanas, mesmo depois de dois anos de desempenho tão destacado. Além disso, as empresas que se beneficiam dos investimentos em Inteligência Artificial devem continuar com bons desempenhos”, afirma Telo, do UBS Global Wealth Management.

A renda fixa americana também apresenta boas oportunidades de retorno com a queda das taxas de juros, que valorizam os títulos pré-fixados. Mas a Europa está em baixa.

“Reduzimos nossa alocação em bolsas europeias, devido a questões estruturais como baixa produtividade e preço elevado de energia, e conjunturais com a fraqueza da atividade econômica na região, a questão comercial com os EUA e a competição com a China em setores importantes como o automobilístico”, diz McCarthy, do Itaú.

“Ao mesmo tempo, aumentamos alocação em crédito sem grau de investimento nos EUA, dados os rendimentos mais elevados fornecidos pela classe”, complementa.

Já as economias emergentes estarão fora do radar. Visto que a esperada queda na taxa de juros das economias desenvolvidas será mais lenta do que o esperado, principalmente nos EUA, prejudicando a tomada de risco mundial.

“Não só a atividade econômica americana segue pujante, atrapalhando o processo de desinflação, como o risco da implementação das políticas prometidas por Trump ao longo da campanha, como elevação de tarifas de importação e forte atuação na questão imigratória, complica ainda mais a vida do Fed”, diz Clemente, do Santander.

Ao que tudo indica, o ano de 2025 promete grandes emoções para os investidores brasileiros. O único remédio é cautela e diversificação com foco no longo prazo.





Fonte: Neofeed

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