Negócios
O que a ArcelorMittal espera do investimento de R$ 2 bilhões em fábrica catarinense
A produtora de aço ArcelorMittal inaugurou nesta quarta-feira, 13 de novembro, a expansão da sua unidade de Vega, em São Francisco do Sul (SC), após quase três anos de obras e R$ 2 bilhões em investimentos.
O projeto, que elevou a capacidade da unidade de 1,6 milhão de toneladas para 2,2 milhões de toneladas ao ano, consistiu na implantação da nova linha de galvanização e recozimento contínuo de aço, além da ampliação do portfólio de produtos no segmento de aços planos revestidos e laminados a frio.
Essas características favorecem a utilização em diferentes segmentos, como em silos, estufas e cercamento na agricultura, na construção civil, em projetos de energia solar, na infraestrutura rodoviária e sistemas de armazenagem em geral.
“Esse é o terceiro aumento de produção da planta de Vega e, além do crescimento no volume, nós aumentamos as possibilidades de processamento da unidade, que conta agora com o recozimento contínuo do aço e um novo formato de revestimento para aumentar a durabilidade do produto”, afirma Jorge Adelino, vice-presidente de operações da ArcelorMittal Aços Planos América Latina, ao NeoFeed.
Um dos objetivos dessa expansão é aumentar a presença da companhia no mercado automotivo, setor que vem recebendo novos estímulos e investimentos por parte do governo para melhorar sua eficiência no País.
Além disso, a companhia conseguirá produzir o Magnelis, uma solução em aço criada na Europa que, até o momento, precisava ser importada para a utilização no Brasil – uma movimentação que é feita pela Arcelor desde 2020.
Ao trazer a produção para a unidade de Santa Catarina, a Arcelor abre uma nova linha de receitas que ainda não era tão explorada, com foco em clientes que buscam aumento de durabilidade e menor corrosão. Para Adelino, esse é o maior avanço competitivo que a Arcelor poderia ter.
De início, o executivo afirmou que a demanda deve partir de clientes do segmento de construção e de projetos de energia solar, mas não descarta outros casos de uso, como em obras próximas ao mar ou mesmo empreendimentos que buscam menos manutenção, como silos.
Segundo a empresa, o produto tem um “prêmio” em relação ao aço galvanizado pelo seu potencial de durabilidade. O desafio, agora, é ganhar escala no Brasil.
A ArcelorMittal tem planos de investir R$ 25 bilhões no Brasil no período de 2022 a 2028. Entre ampliações, modernizações e aquisições, além de investir em energia renovável, a companhia já aportou, até agora, 65% desse montante
Em 2023, a ArcelorMittal anunciou que sua operação brasileira fez um investimento de US$ 800 milhões em uma joint venture com a Casa dos Ventos para desenvolver um parque eólico com capacidade de 554 megawatts no País, iniciativa que também faz parte desse montante.
Negócios
A previsão de Nassim Taleb: “Queda da Nvidia é somente o começo do que vem por aí”
Após o tombo histórico que as ações da Nvidia tomaram na segunda-feira, 27 de janeiro, os investidores e analistas estão “lambendo as feridas” nesta terça-feira, 28 de janeiro, tentando entender o que aconteceu e como seguir apostando, ou não, na tese da inteligência artificial (IA).
Para Nassim Nicholas Taleb, porém, o cenário é bastante claro: a brutal queda das ações da queridinha de Wall Street é apenas um ensaio do que virá por aí para quem investiu cegamente em teses ligadas à IA.
“Este é o começo”, disse Taleb em entrevista à Bloomberg News. “É o começo do ajuste das pessoas à realidade. Porque elas agora perceberam que não é [uma tese] sem falhas. Há uma pequena rachadura no vidro.”
Segundo o autor do livro “A lógica do cisne negro”, as quedas podem ser duas até três vezes maiores do que o recuo de 17,5% registrado ontem pelos papéis da Nvidia. O tombo aconteceu após a startup chinesa DeepSeek anunciar um modelo de IA generativa que obtém os mesmos resultados que a OpenAI, mas com custos muito menores.
O movimento resultou numa perda de quase US$ 600 bilhões em valor de mercado, a maior já registrada em um único dia. As ações da Nvidia acumulavam, desde 2022, uma alta de 482%, o que fez ela se tornar a empresa a mais valiosa do mundo – a Nvidia perdeu o trono para a Apple, caindo para a terceira posição, com market cap de US$ 3 trilhões.
Na entrevista, Taleb afirmou que os investidores acreditavam que as ações da Nvidia continuariam subindo, avaliando que os microprocessadores da companhia seriam indispensáveis para o avanço da IA.
Para o ensaísta e ex-operador de opções, a reação do mercado vista ontem foi, na verdade, bem pequena, diante dos riscos presentes na indústria de tecnologia. Taleb afirmou também que muitos investidores têm inflacionado os preços das ações de empresas ligadas ao tema da IA sem conhecer adequadamente a tecnologia.
As declarações de Taleb se juntam a de outros gestores renomados, que demonstram receio sobre a IA estar provocando uma bolha no mercado dos Estados Unidos. Um deles foi Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, um dos maiores fundos de hedge do mundo, com mais de US$ 150 bilhões em ativos sobre gestão.
Para ele, o mercado está bem parecido com que se via em 1998, em referência ao período da bolha da internet, quando houve um frenesi em torno de ações de tecnologia, internet e e-commerce.
Dalio afirmou que o mercado está muito dependente das ações das chamadas Magníficas Sete, grupo composto por Meta, Apple, Amazon, Alphabet, Nvidia, Tesla e Microsoft, que estão em patamares “muito caros”.
Antes dele, Howard Marks, cofundador da Oaktree Capital, gestora que conta com US$ 205 bilhões em ativos sob gestão, soltou um memorando sobre o momento atual e os paralelos com a bolha da internet.
Segundo ele, o mercado voltou a demonstrar otimismo excessivo com a novidade da vez – nos anos 2000 foram as primeiras empresas ligadas à internet e agora é com a IA. Isso resulta em FOMO, fear of missing out, o “medo de ficar de fora”, distorcendo o preço dos ativos.
Marks citou ainda o fato de o valuation das empresas do S&P 500 estar acima da média e que muitas companhias estão sendo negociadas a múltiplos maiores do que seus pares internacionais.
Mas, se a queda vista ontem ligou o sinal de alerta entre muitos investidores, alguns conseguiram lucrar com o movimento. Aqueles que operam vendidos nos papéis da Nvidia tiveram um ganho coletivo de mais de US$ 6 bilhões, segundo levantamento da consultoria de dados Ortex.
Por volta das 17h07, as ações da Nvidia recuperavam parte da perda e subiam 7,14%, a US$ 126,88.
Negócios
Maurício Quadrado compra banco Digimais e prepara lançamento do BlueBank
Veterano do mercado financeiro, Maurício Quadrado dedicou os últimos anos da sua carreira ao Banco Master. Como sócio e head desde o início de 2021, ele participou de uma série de acordos do grupo. Entre eles, as compras do Voiter (ex-Indusval), do will bank e de uma fatia da farmacêutica Biomm.
Em setembro de 2024, Quadrado deixou, porém, a operação. Mas, ao que tudo indica, manteve esse ímpeto pelos M&As. Ele acaba de fechar a compra de 100% do Digimais, banco de varejo controlado pela BA Empreendimentos e Participações.
Os valores do deal, que ainda depende de aprovação do Banco Central, não foram revelados. Mas o plano do empresário e investidor é aportar R$ 800 milhões na companhia assim que esse sinal verde for obtido. E, com essa injeção de recursos, chegar a um patrimônio líquido de R$ 2 bilhões na operação.
A aquisição, por sua vez, marca a preparação para um movimento mais amplo de Quadrado: o lançamento do BlueBank, instituição financeira que começou a ser estruturada justamente quando ele se desfez de sua participação de 30% no Master.
Como parte desse acordo, além dos valores envolvidos, que estão financiando agora a aquisição e o plano de investimentos na Digimais, Quadrado ficou com o LetsBank, banco digital do Voiter, comprado pelo Master no início de 2024. E cuja transferência também depende ainda do aval do Banco Central.
Reunido sob a marca BlueBank, as operações que estarão embaixo desse guarda-chuva dialogam diretamente com a bagagem acumulada por Quadrado em longas passagens pelo Bradesco e pela corretora Planner.
Fruto da vontade do empresário de estruturar um banco do seu “jeito”, o grupo, além do LetsBank e do Digimais, vai abrigar todas as verticais de um banco de investimentos. Isso incluirá, por exemplo, quatro gestoras – entre elas, a MAM Asset Management, com R$ 14 bilhões sob gestão -, que serão rebatizadas com a marca Blue.
Esse portfólio envolve ainda uma corretora, que lançará uma plataforma digital em meados do segundo trimestre, além de braços de M&As, wealth management, trade finance e special situations.
Com todas essas frentes, o BlueBank vai nascer com R$ 100 bilhões em administração, custória e gestão. Uma boa parcela do time será formado por ex-executivos do banco de investimentos do Master, dado que, conforme apurou o NeoFeed, Quadrado ficou com toda essa divisão da instituição.
Entre os nomes que vão compor essa equipe do novo grupo estão executivos como Roberto Musto e Reinaldo Hossepian, diretores de negócios do banco de investimentos; Renata Borges, diretora de riscos e finanças; e Viviane Rodrigues, diretora do jurídico e compliance. Quadrado, por sua vez, será o presidente do Blue Bank.
O NeoFeed apurou que, nesse pacote, a compra do Digimais segue uma tese de diversificação do BlueBank. Quadrado buscava um ativo desse porte para ser o braço de varejo do grupo e estruturar uma fonte de renda recorrente para ser uma alternativa a períodos de menor atividade no atacado.
Segundo fontes a par do acordo, o plano do BlueBank é estruturar um banco completo, mas para competir em nichos e não bater de frente com os grandes players tradicionais do setor. A principal referência é o modelo costurado pelo BTG Pactual, a partir da compra do Banco PAN, em 2021.
Com a aquisição, cujas negociações tiveram início há quatro meses, o BlueBank também não parte do zero no varejo. O Digimais mantém operações de financiamento de veículos e crédito consignado, com 100 mil clientes, cerca de R$ 9,1 bilhões em ativos e um patrimônio líquido próximo de R$ 700 milhões.
De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Digimais, relativos ao exercício de 2023, o banco encerrou o período com um lucro líquido de R$ 99,6 milhões, ante um prejuízo de R$ 322,6 milhões em 2022. Já a carteira de crédito somou o total de R$ 2,8 bilhões.
O banco de varejo foi fundado em 1981, como Banco Renner. Em 2009, a BA Empreendimentos e Participações, ligada ao pastor Edir Macedo e controladora de ativos como o Grupo Record, comprou uma fatia de 40% na empresa. E, em 2020, assumiu 100% do negócio, que foi rebatizado como Digimais.
Novo “dono” do ativo, o BlueBank já está estudando os primeiros movimentos a serem executados assim que a transação for aprovada pelo Banco Central. O nome que comandará essa operação também dependerá desse aval.
À parte dessa escolha, o primeiro passo envolverá a transferência do time de cerca de 250 pessoas do Digimais, cuja sede está instalada na Vila Mariana, em São Paulo, para a sede do BlueBank.
Hoje, o grupo ocupa três andares, com 2 mil metros quadrados cada, no Birmann 32, mais conhecido como o “prédio da Baleia”, na avenida Faria Lima, em São Paulo. No local, aproximadamente 400 profissionais já compõem a equipe do grupo.
Conforme apurou o NeoFeed, no que diz respeito a produtos, a ideia inicial com o Digimais dentro de casa é entender melhor a maturidade das ofertas do banco e explorar as oportunidades desse seu “aquário” de 100 mil clientes, entre pessoas físicas e jurídicas, na conexão com o portfólio do grupo.
Ao mesmo tempo, o BlueBank avalia reforçar esse leque de ofertas no médio prazo. Cartões de crédito, seguros e capitalização são alguns dos próximos produtos, entre outras possibilidades, que podem ampliar o portfólio do Digimais.
Negócios
UBS descarta novo ajuste fiscal em governo Lula e prevê dólar a R$ 6,40
A recente desvalorização do dólar frente ao real caminha para o sétimo pregão consecutivo nesta terça-feira, 28, com a moeda em vias de fechar abaixo de R$ 5,90 pela primeira vez desde o fim de novembro. Contudo, este pode ser um momento excepcional para a taxa de câmbio brasileira, segundo avaliação do UBS, que projeta uma forte depreciação do real ao longo deste ano.
De acordo com o banco suíço, o dólar deve oscilar entre R$ 6,20 e R$ 6,40 até o final de 2025. Alejo Czerwonko, CIO de mercados emergentes americanos do Wealth Management do UBS, acredita que o câmbio refletirá a tendência de fortalecimento global do dólar, com o movimento amplificado por fragilidades locais.
“Para nós, não há dúvidas de que o fiscal é o principal calcanhar de aquiles da economia brasileira. Nos últimos dez anos, houve um acúmulo adicional de dívida pública equivalente a 20 pontos percentuais do PIB. O mercado discute muito sobre dominância fiscal, porque a inflação e o crescimento derivam do fiscal. Tudo começa com ele”, destacou Czerwonko durante um evento do UBS realizado nesta terça-feira, 28.
Na visão de Czerwonko, o governo brasileiro não tem demonstrado consciência sobre a gravidade da situação fiscal. “Novembro foi apenas um lembrete de que o governo atual não está disposto a emitir um sinal claro e contundente em direção à responsabilidade fiscal. Se não fizeram isso naquela ocasião [de depreciação do real], vemos poucos motivos para acreditar que farão agora ou em 2026, ano de eleições presidenciais.”
Diante da ausência de perspectivas para um ajuste fiscal, o CIO não vê gatilhos de médio prazo para a recuperação dos ativos brasileiros, mesmo com sua atratividade relativa. “As bolsas emergentes estão com um desconto de 40% em relação ao preço/lucro das ações americanas, enquanto a bolsa brasileira apresenta um desconto adicional de 40% em relação às emergentes.”
Apesar dos preços atrativos, Czerwonko observa baixa disposição de investidores em alocar recursos no país. “Acredito que este é um bom ponto de entrada, desde que o investidor esteja disposto a fechar os olhos e esperar por mais de dois anos. Quantos estão dispostos a fazer isso hoje em dia? Alguns, talvez. A maioria, não.”
O CIO também destacou o risco de o próximo governo não abordar os problemas fiscais de forma adequada. “Ainda é cedo para a maioria dos investidores. A visibilidade é baixa, e não há garantias de que quem assumir o comando do país no futuro terá uma abordagem significativamente diferente da atual.” Esse cenário, acrescenta, se agrava diante do elevado custo de oportunidade oferecido pelos altos rendimentos dos títulos americanos.
A fragilidade fiscal do Brasil também aumenta sua vulnerabilidade em um contexto de mudanças políticas bruscas nos Estados Unidos. “Como qualquer mercado emergente, o Brasil depende fortemente de fatores externos, como cortes ou aumentos nas taxas do Fed, movimentos nos rendimentos dos Treasuries americanos e o apetite global por risco. Devido à sua situação fiscal, o Brasil está mais exposto a esses fatores do que outros países emergentes.”
Arend Kapteyn, economista-chefe do UBS, também ponderou que ainda é cedo para avaliar os impactos econômicos das políticas de Donald Trump. Ele destacou que a decisão do presidente americano de não impor tarifas globais no início do mandato ajudou a aliviar pressões sobre as taxas de juros nos EUA, embora as políticas de deportação em massa possam ter impactos significativos sobre a inflação.
“Trump ameaça impor tarifas por questões que vão além do comércio, como foi o caso da Colômbia. No entanto, as nomeações mostram que a política de imigração será muito mais agressiva do que a ala econômica, que aparenta ser mais moderada”, afirmou Kapteyn.
Uma das principais incógnitas, segundo o economista, é a dimensão das deportações, que se intensificaram nos primeiros dias do governo Trump. “Durante a campanha, os números mencionavam a deportação de 7 a 11 milhões de imigrantes. Isso equivale entre 4% e 5% da força de trabalho. É algo logisticamente impossível. O mercado está tentando entender qual será o número real, pois isso determinará o impacto inflacionário e os efeitos sobre o crescimento econômico.”
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