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Rafaela Vitória, do Inter: “O mercado está no modo ver para crer”

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Tempo de Leitura:8 Minuto, 15 Segundo


A inflação e a incerteza fiscal são os dois pontos de interrogação da economia brasileira. A harmonia entre eles é a paz esperada pelo mercado financeiro para colocar, novamente, o otimismo na mesa. Mas o esforço do governo para isso precisa ser genuíno.

“O mercado mostra que existe um grande risco de uma alta mais forte da inflação e que o Banco Central tem de subir os juros de maneira também mais acelerada do que se espera”, diz Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter, ao NeoFeed.

“A economia já está operando perto da sua capacidade. Mais expansão de gastos pode provocar uma aceleração maior da inflação. Essa é a grande preocupação”, complementa.

Vitória fez uma revisão do cenário econômico. No relatório publicado na sexta-feira, 18 de outubro, que o NeoFeed teve acesso, ela eleva a projeção de inflação no ano de 4,4% para 4,5% devido a alta de energia e alimentos, ambos efeitos do recente choque climático.

“A maior aversão a risco, no entanto, continua pressionando o dólar, que teve nova valorização e chegou a R$ 5,65, acima da nossa expectativa de R$ 5,40 o que pode trazer pressão inflacionária adicional”, escreve a economista.

Embora considere os atuais juros no Brasil restritivos – ela foi contra o aumento de 0,25 ponto percentual da Selic na reunião de setembro, para 10,75% ao ano -, Vitória projeta mais duas altas de 0,50 ponto percentual para a taxa básica (antes o juro encerraria 2024 em 11,25%).

“Acredito que não havia, e ainda acredito que não há, necessidade de subir juros por conta do cenário de inflação, hoje. Mas quando esse receio contamina o mercado, e contamina o dólar, isso acaba gerando, sim, inflação na frente”, afirma a economista-chefe do Inter.

Com a confirmação de Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central a partir de 2025, a sintonia entre a autoridade monetária, o governo e o mercado devem se restabelecer, correto?

Não necessariamente. Na visão de Vitória, assim como o compromisso do governo com o corte de gastos precisa ser cumprido com números, Galípolo terá de mostrar na prática o seu discurso no Senado: manter o esforço de política monetária e cumprir a meta de inflação.

A economista reforça que “tem uma visão positiva e construtiva da nossa economia”. E que pela primeira vez viu um upgrade da nota de crédito do Brasil ser criticado em vez de comemorado. “Esse é um termômetro do pessimismo que existe hoje, de maneira geral, nos mercados”, diz ela.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual é a sua principal preocupação econômica?
A principal preocupação é a inflação. Hoje, quando olhamos a dinâmica atual da inflação e o patamar de juros, não vemos uma inflação acelerando no próximo ano. Mas a grande preocupação é se os modelos estão corretos, ou seja, que tenha um choque maior. Em parte esse choque já está acontecendo nesse câmbio mais próximo de R$ 5,70, que traz uma pressão adicional. A questão fiscal também pode adicionar pressão pelo lado da demanda. E apesar de não termos um cenário base de aceleração da inflação, esse é o principal risco que vemos no cenário: a inflação permanecendo acima de 4% e evoluindo para um patamar acima disso no próximo ano.

Estamos em um momento de incerteza?
Vivemos um momento de grande incerteza com relação ao que vem pela frente. Tivemos um crescimento melhor que o esperado nos últimos anos. De maneira geral, tenho uma visão positiva e construtiva da nossa economia. O crescimento foi mais forte, o mercado de trabalho está bastante aquecido e, por outro lado, isso também se deve em parte a algumas distorções, principalmente pelo lado fiscal, que é o que traz essa grande incerteza para frente. Vivemos um momento delicado com os ativos no mercado precificando uma alta de juros e uma alta de inflação. Se essas distorções não forem corrigidas, podemos ter um cenário bem diferente pela frente.

“Vivemos um momento delicado com os ativos no mercado precificando uma alta de juros e uma alta de inflação”

Em razão desse cenário, você se surpreendeu com a decisão da Moody’s de elevar a nota soberana do Brasil?
Não muito. Sou muito crítica à política fiscal atual, não só pela expansão excessiva de gastos, mas pela menor transparência que temos tido nos relatórios, na própria contabilidade, de receitas a despesas subestimadas Existe, sim, uma deterioração fiscal, mas a decisão da Moody’s olha sempre a qualidade de crédito do país de modo relativo. Em relação aos pares, o Brasil não está tão ruim. O problema fiscal que temos hoje não é uma coisa muito diferente do de outros países, que saíram da pandemia com mais gastos e tem dificuldade em fazer esse ajuste. Nesse contexto, o Brasil está relativamente melhor. Isso embasa a decisão da Moody’s.

O mercado não está comprado nesse movimento.
Foi a primeira vez que vi um upgrade ser criticado. Em geral, são comemorados. Mostra até um termômetro do pessimismo que existe hoje de maneira geral nos mercados. Mas a Moody’s divergiu da maioria do mercado ao ter uma confiança maior na promessa de ajuste fiscal. Se, de fato, for cumprida, podemos ter uma melhora significativa na evolução da dívida e no custo da dívida, que hoje reflete o inverso. A Moody’s fez uma aposta que isso vai ser feito. Resta saber quem vai acertar, a Moody’s ou o mercado.

O pessimismo do mercado não é exagerado?
Existe, sim, uma deterioração fiscal. Até o momento não vimos uma ação concreta do governo para essa correção. E o arcabouço fiscal, que foi lançado no ano passado, que ganhou crédito na época do seu lançamento, não se mostrou efetivo até este momento, A dívida cresce, o custo da dívida cresce, a inflação não foi controlada e o Banco Central volta a subir juros. A falta de confiança no arcabouço tem uma razão de existir. Para o governo reconquistar isso, ele vai precisar mostrar na prática uma melhora das contas públicas.

“A falta de confiança no arcabouço tem uma razão de existir”

O ministro Fernando Haddad tem se mostrado favorável ao ajuste fiscal. Falta convencer o presidente Lula?
Acredito que existe espaço para cortar gastos mesmo com o governo que não é politicamente comprado com essa ideia. Não é só o presidente, existem várias outras alas do governo que resistem a reduzir os gastos. Mas quando olhamos a evolução das contas públicas, vemos que parte do crescimento mais exagerado das despesas incluiu irregularidades que precisam ser corrigidas. Tem espaço para correção com um pente fino do INSS, do BPC, do cadastro único do Bolsa Família. Na nossa visão, cortar entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões desses programas no próximo ano é simplesmente uma questão de revisão de irregularidades. Tem espaço, sim, para fazer isso.

Mas e a postura do governo?
O governo está se mostrando um pouco mais preocupado com essa questão. Não é só a alta de juros, mas principalmente a alta do dólar que bate em Brasília. Vejo que existe uma possibilidade maior de fazer essa correção de rumo pela pressão que temos visto no lado do curso da dívida, do lado do câmbio, que pode trazer uma aceleração maior da inflação. Não é o nosso cenário base, mas se continuar esse estresse prevalecendo nos preços dos ativos, com o câmbio a R$ 5,70, o governo pode ter um problema ao longo do ano, com inflação crescente e juros altos. Vejo espaço, sim, para essa correção de rumo.

Quando a confiança volta?
A confiança nesse anúncio só vai existir quando começarmos a ver os números mostrando esse controle de gastos. O que vai fazer o mercado voltar a ter credibilidade no arcabouço é o governo mostrar com números que as despesas estão sendo controladas.

A confirmação do Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central vai reduzir as tensões existentes na e com a autoridade monetária?
Não necessariamente. Ainda tem vagas no Copom para serem preenchidas. O governo ainda não indicou os novos membros. E, de novo, acho que o mercado está no modo ver para crer. Apesar das falas do Galípolo serem na linha de ser duro com a inflação, acho que o mercado precisa ainda ver o desempenho dessa nova composição do Copom nas próximas reuniões para ganhar um pouco mais de confiança. Sem dúvida já estamos no modo transição. A preocupação agora é como vão ser as próximas reuniões e como serão os votos. O BC pode retomar parte da confiança votando de maneira unânime nas próximas decisões, com uma coesão maior. Isso ajuda a embasar toda a decisão de política monetária.

A decisão do Copom de setembro, de subir a Selic, foi acertada?
Acredito que não havia, e ainda acredito que não há, necessidade de subir os juros por conta do cenário de inflação, hoje. Mas quando esse receio contamina o mercado, e contamina o dólar, isso acaba gerando, sim, inflação na frente. O Banco Central poderia ter mantido a política monetária mais estável ao longo do ano. E não só essa última alta, mas desde a discussão em maio quando ele mudou o próprio guidance. Vimos a divergência nos votos e toda essa mudança trouxe mais incerteza na política monetária. O mercado acabou elevando o prêmio de risco e hoje o BC se vê nessa posição de ter de subir os juros.

Sem necessidade?
Na nossa visão, já temos um juro bastante restritivo. Se o governo cumprir a promessa de controlar o gasto público no ano que vem, a inflação projetada de 3,80% está dentro do intervalo da meta. Essa banda da meta existe justamente para acomodar esse tipo de choque. E o BC pode ter um pouco mais de prazo para levar a inflação para o centro da meta. A alta acabou adicionando mais volatilidade do que trazendo confiança para o mercado.





Fonte: Neofeed

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Números Falam #26 – Gustavo Estrella, CEO da CPFL Energia

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Grupo CCR realiza o maior ciclo de investimentos de sua história, com R$ 33 bilhões destinados às suas plataformas

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Grupo CCR realiza o maior ciclo de investimentos de sua história, com R$ 33 bilhões destinados às suas plataformas
Tempo de Leitura:7 Minuto, 18 Segundo


Os milhões de brasileiros que utilizam trens, metrôs, rodovias e aeroportos vitais para a malha aérea nacional estão começando a perceber uma transformação significativa. Nos próximos meses e anos, essa mudança será ainda mais visível, trazendo novas perspectivas e melhorias para a mobilidade em todo o País.

O Grupo CCR, a maior empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, está investindo R$ 33 bilhões em suas plataformas de atuação: Rodovias, Mobilidade Urbana e Aeroportos. Este é o maior programa de investimentos da história da Companhia e tem como objetivo aprimorar a mobilidade em seus ativos, gerar empregos e fomentar o desenvolvimento socioeconômico no Brasil.

Com 39 ativos espalhados por 13 estados, o Grupo CCR está empenhado em modernizar e expandir a infraestrutura de transporte nacional, prometendo um impacto positivo e duradouro para todos os brasileiros.

É um universo gigantesco. Em mobilidade urbana, por meio da gestão de metrôs, trens, VLT e barcas, o Grupo transporta diariamente 3 milhões de passageiros.

Além disso, responde pela gestão e manutenção de mais de 3,6 mil quilômetros de rodovias nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, o que o coloca na liderança do setor.

Em aeroportos, com 17 unidades no Brasil e três no exterior, atende 46 milhões de pessoas anualmente – o conglomerado é hoje um dos principais operadores aeroportuários do País.

A ampla atuação do Grupo dá a dimensão do impacto que as novas iniciativas provocarão nos diversos segmentos. A empresa, de fato, promove investimentos relevantes em todas as suas plataformas de negócios.

Na divisão de mobilidade urbana, a ViaMobilidade e ViaQuatro, concessionárias do Grupo CCR, estão desembolsando R$ 525 milhões em projetos de melhorias e expansão nas estações das Linhas 4-Amarela e 5-Lilás, do metrô de São Paulo, e Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, de trens metropolitanos.

O pacote de obras deverá assegurar maior conforto e segurança aos passageiros, levará à revitalização dos equipamentos urbanos e resultará na adequação dos espaços às normas vigentes de acessibilidade. Ao todo, mais de 2 milhões de clientes serão beneficiados.

As obras estão previstas para serem concluídas até o início de 2028. Ao todo, 26 estações das Linhas 8 e 9 passarão pelo processo de melhorias, o que inclui a instalação de sinalização tátil direcional, canaletas para o transporte de bicicletas, colocação de elevadores, reconstrução das rampas de acesso e nova iluminação. Até o momento, foram investidos R$2,9 bilhões, destinados à compra de trens, reforma de estações e investimentos em infraestrutura de vias e sinalização.

Na Linha 5, o investimento consiste na expansão da estação Santo Amaro, prevista para ser concluída no segundo semestre de 2025.

“Os números mostram o investimento significativo realizado em nossas operações de mobilidade, que vão desde a frota de 36 novos trens das Linhas 8 e 9, que será completada este ano, até a reforma da histórica estação Júlio Prestes, em São Paulo”, afirma Márcio Hannas, presidente da CCR Mobilidade.

O executivo destaca projetos que foram concluídos recentemente. “Entregamos um terminal intermodal para ônibus municipais, BRTs e VLTs no Rio de Janeiro, com capacidade para impactar mais de 130 mil pessoas diariamente”, diz.

O Terminal Gentileza, no Rio de Janeiro, inaugurado em fevereiro deste ano, é fruto de um aditivo contratual com a Prefeitura do Rio no valor aproximado de R$254 milhões. Com a inauguração do terminal, o VLT Carioca teve um aumento de 29,4% de passageiros transportados no último trimestre.

Terminal Gentileza no Rio de Janeiro. Foto: Alex Ferro/Divulgação
Terminal Gentileza no Rio de Janeiro. Foto: Alex Ferro/Divulgação

Não é só. “Além disso, chegamos a 10 anos de operação do metrô na Bahia com novos trechos em circulação e recorde de clientes transportados”, acrescenta Hannas. Com duas novas estações na Bahia – estação Campinas e Águas Claras – a CCR Metrô Bahia transportou, no último trimestre, 17,6% a mais de passageiros em relação ao mesmo período do ano passado.

A plataforma de rodovias será igualmente contemplada por um volume recorde de investimentos. E eles ganharam tração a partir do ano passado.

Apenas em 2024, A CCR Rodovias prevê R$ 4,5 bi de investimentos em obras de modernização e ampliação de rodovias, medidas que trarão impacto positivo em todos ao redor das vias administradas pelas concessionárias da plataforma. O total faz parte do pacote de investimento de R$ 28 bilhões destinados para as concessões rodoviárias nos próximos anos. As obras em andamento nesta plataforma geram 46 mil empregos diretos e indiretos.

Entre os projetos em andamento estão as obras de duplicação da BR-386, uma das rodovias mais importantes do Sul do Brasil, pela CCR ViaSul, e da Rodovia Raposo Tavares no trecho entre as cidades paulistas de Mairinque, Sorocaba e São Roque, conduzidas pela CCR ViaOeste, que também está executando a construção das marginais na região de Barueri da Rodovia Castelo Branco – uma obra de R$ 1 bilhão com previsão de conclusão no primeiro trimestre de 2025.

A concessão da CCR RioSP, que inclui a rodovia Presidente Dutra, e a Rio-Santos, a BR-101, alguns dos principais eixos rodoviários do Brasil, passa por modernização com um investimento de R$ 15,5 bilhões, o que representa um marco para a estrutura logística da região.

Essa modernização trará melhores condições de fluidez e segurança na interligação da capital paulista com os municípios de Guarulhos e Arujá, onde se concentram grandes empresas, centros logísticos, polos empresariais e comerciais. Durante o trabalho, busca-se interferir minimamente na rotina de nossos clientes; nessa região circulam diariamente cerca de 300 mil veículos.

“Estamos realizando mais de 100 intervenções no trecho entre São Paulo e Arujá”, diz Eduardo Camargo, presidente da CCR Rodovias.

O executivo lembra que as obras consistem na construção de mais uma faixa de rolamento nos dois sentidos da pista expressa, além de um novo viaduto para ligar a Dutra, ponte do Tatuapé o que deverá desafogar o trânsito na região.

Há muito trabalho sendo realizado. Em abril, a empresa iniciou as obras de ampliação e duplicação da Serra das Araras, que conecta São Paulo ao Rio de Janeiro.

O conjunto de intervenções será de R$ 1,5 bilhão em investimentos e deverá gerar cinco mil empregos diretos e indiretos.

Construção da Nova Serra das Araras. Crédito: Adenir Brito/Divulgação
Construção da Nova Serra das Araras. Crédito: Adenir Brito/Divulgação

As pistas contarão com quatro faixas por sentido, acostamento e uma faixa de segurança, o que proporcionará maior fluidez ao trânsito – a expectativa é de redução de até 50% no tempo de percurso no trecho. “É uma obra transformadora no eixo São Paulo-Rio”, destaca Camargo.

Outra ação de destaque apontada pelo executivo é a substituição de 100% do asfalto Sistema Anhanguera-Bandeirantes, ao custo de R$ 1 bilhão. Além de aumentar o conforto e a segurança viária dos motoristas, as obras de recapeamento também contemplam aspectos de sustentabilidade.

Para o novo pavimento, a CCR AutoBAn irá aplicar o asfalto-borracha, tecnologia que utiliza pó de pneu moído na sua composição. Isso diminui o nível de ruído nas rodovias e aumenta a aderência dos pneus, tornando a viagem mais confortável e segura. O novo asfalto também tem maior durabilidade e resistência ao desgaste, o que aumenta a vida útil do piso e reduz a necessidade de intervenções para manutenção.

Na plataforma de aeroportos, o Grupo também alçou voos ambiciosos, com R$ 1,8 bilhão em investimentos na modernização e melhorias de 15 terminais aeroportuários arrematados em leilão no final de 2021.

“Os investimentos são basicamente de duas naturezas”, diz Fabio Russo, presidente da CCR Aeroportos. “A primeira é aquela que o usuário nota, como a remodelação, modernização e ampliação dos terminais.”

Russo cita como exemplos a ampliação de salas de embarque e a adequação de esteiras, entre outras iniciativas. “São obras que melhoram a experiência dos passageiros”, diz.

Novas esteiras para restituição de bagagens no aeroporto de Foz do Iguaçu. Crédito: Divulgação CCR Aeroportos
Novas esteiras para restituição de bagagens no aeroporto de Foz do Iguaçu. Crédito: Divulgação CCR Aeroportos

O segundo foco são investimentos fundamentais, mas que os usuários dos aeroportos nem sempre notam – é o caso da ampliação de pistas e aumento da área de estacionamento para aeronaves.

Em junho, a CCR Aeroportos entregou o novo check-in do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. Além das obras já concluídas, está em processo de homologação a extensão em 600 metros da pista de pousos e decolagens.

“Também vamos construir uma nova pista com 3 mil metros de extensão no Aeroporto de Curitiba para atender voos internacionais”, acrescenta Russo.

A empresa prevê ainda ampliar as áreas comerciais nos aeroportos onde atua e, assim, gerar novas receitas – é uma frente importante que responde por 40% do faturamento da CCR Aeroportos.

Para 2024, a meta da companhia é ocupar mais 1,5 mil metros quadrados com operações de varejo e serviços. Até 2027, o objetivo é dobrar a área atual ocupada.



Fonte: Neofeed

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Governo acena com “relevante” revisão de gastos (mas se agarra ao crédito)

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Ajuste fiscal crédito
Tempo de Leitura:5 Minuto, 4 Segundo


O Brasil cresceu 2,9% em 2023 e deverá avançar 3,2% este ano, estimam o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Bancos e consultorias concordam. Para 2025, o BC vê expansão de 2%. Desaceleração compartilhada por economistas de mercado que esperam ações mais contundentes do governo para dar suporte à demanda e, portanto, ao consumo das famílias.

Não à toa, o crédito recebe vitaminada atenção do presidente Lula. Algo semelhante ao observado em 2023, quando a economia teve um desempenho expressivo ante o esperado, sobretudo no primeiro trimestre, mas arrefeceu. E disparou alertas no governo sobrecarregado por mudanças na agenda fiscal.

Nos próximos dias, Lula estará na reunião dos Brics, na Rússia. E Fernando Haddad, participará de reuniões no âmbito do G-20, FMI e Banco Mundial, em Washington, nos EUA. A breve ausência em território nacional não deve ofuscar, contudo, expectativas para a saideira de 2024 – de maior mobilização na seara do crédito, inclusive, porque o cenário é semelhante a 2023.

A atividade é surpresa positiva, mas o declínio é certo sob o tacão da taxa de juro que, elevada, passará a ser discutida em grupo de trabalho a ser constituído no âmbito do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável. A decisão foi anunciada na quarta-feira, 16 de outubro, após raro encontro entre o presidente Lula, Febraban e banqueiros.

Em boa medida, vem da mobilização do governo e bancos a expectativa de que iniciativas públicas possam frear apostas pessimistas para o PIB de 2025 e 2026. E, por consequência, para a arrecadação que, melhor que a esperada, sustenta uma política fiscal em que os gastos crescem mais que as receitas.

A três meses do embarque na segunda metade do atual mandato presidencial, o ministro Haddad – seguido pela ministra Simone Tebet – alinhou o discurso às demandas do mercado. E anunciou na segunda-feira, 14 de outubro, a preparação de um pacote “relevante” de revisão de gastos.

As medidas a serem encaminhadas a Lula e, posteriormente, ao Congresso, que pode aprová-las (ou não) em 2025, recebem o verniz de política de Estado. Não de governo. Uma classificação superlativa que se propõe a facilitar um pacto entre os três Poderes em favor do crescimento econômico.

Ambiciosa e exposta durante evento do Itaú BBA, que reuniu a nata da Faria Lima, a ideia tenta oxigenar o discurso de analistas que criticam as contas públicas e abreviam o espaço de iniciativas que apontam para além do fiscal. Com menos ibope, mas com mérito.

Apesar da perspectiva de Selic mais acelerada a partir de novembro, o crédito cresce e os juros recuam. E, embora a passos de tartaruga, fortalecem medidas tomadas ao longo do tempo. E não só pelo atual governo que, há um ano, acionou o crédito para turbinar a atividade, ainda que por via secundária.

Para acomodar partidos do Centrão e fortalecer sua base no Congresso, o presidente promoveu uma minirreforma ministerial. Processo que pode ter replay, após as eleições municipais e o rodízio nas presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro de 2025.

Em setembro de 2023, Lula trocou o comando de duas pastas – Portos e Aeroportos e Esporte. Abusando da nomenclatura, anunciou a criação do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. E apontou o crédito como ferramenta para promover o crescimento.

Desenrola alivia famílias, bancos e varejo

Também há um ano, o Congresso aprovou o Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas, que já estava em operação inclusive, e aliviou o orçamento das famílias. O Desenrola durou um ano, beneficiou mais de 15 milhões de pessoas, renegociou R$ 53,2 bilhões em dívidas da população mais vulnerável e reduziu a inadimplência junto a bancos e varejo. Um feito.

Em outubro passado, Lula sancionou o Marco Legal das Garantias e, em janeiro deste ano, a lei das debêntures de infraestrutura. Agora, medidas pró-crédito passam a novo estágio: amparar operações com garantias diversas, inclusive, em previdência e consignado privados – modalidades de risco zero aos bancos graças ao lastro em poupança de longo prazo, folhas de pagamento e, possivelmente, depósitos no FGTS. Ponto para os bancos.

De novo, Lula demonstra empenho pessoal quando o assunto é crédito. Na quinta-feira, 10 de outubro, o presidente sancionou a criação do programa Acredita, voltado a microempreendedores que, no sábado 19 de outubro, será destaque em evento da campanha do psolista Guilherme Boulos rumo à votação em 2º turno à Prefeitura de São Paulo. Lula deve estar presente.

Na sexta, 11, à rádio O Povo/CBN, Lula reiterou a intenção de lançar um novo consignado para o setor privado e informou que a mudança no saque-aniversário do FGTS deve chegar ao Congresso no ano que vem.

Na terça, 15 de outubro, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou projeto que torna definitivo o Pronampe lançado pelo Congresso durante a pandemia e que seria descontinuado em janeiro de 2025. Se aprovada em mais uma votação na CAE, a matéria seguirá para a Câmara.

O incentivo ao crédito ganha caráter permanente. E junto ao mercado de trabalho forte, expansão da renda e menor inadimplência contribui para o viés positivo de projeções nos bancos.

Em 2023, o crédito avançou 7,9%. Em agosto deste ano, o crescimento foi de 10,1%. Para 2024, a Febraban prevê 10,6%. O Relatório Trimestral de Inflação do BC projetava, em março, alta de 9,4%; em junho, 10,8%; e, em setembro, 11,1%. Para 2025, a previsão do BC arrefece, mas a sustentados 10,3%.

Em agosto, estatística oficial mais recente, o crédito bancário atingiu 54% do PIB, nível praticamente idêntico ao registrado em junho, 54,06%. Embora inédita, a marca não está muito distante de 50%, alcançada pela primeira vez em 2013 e exaurida com a recessão que marcou o governo Dilma Rousseff.

Apesar da concorrência saudável do mercado de capitais, há espaço para a avanço do crédito convencional. E Lula sabe. Afinal, ele botou o consignado de pé em 2003 e, em uma década, elevou o crédito à metade do PIB brasileiro.



Fonte: Neofeed

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