Negócios
Tem boi na pizza do churrasqueiro Netão
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A paixão pela carne do empresário e churrasqueiro Domingos Neto, o Netão, fenômeno nas redes sociais e dono do grupo Bom Beef, agora vai ser dividida por um novo negócio: pizzaria.
“Quem me segue no Instagram sabe o quanto eu amo pizza. Tenho forno em casa e toda semana faço um evento para a família que é a pizza da Duda [filha de seis anos], que hoje também é para o Joaquim [de três anos]”, diz Netão, em entrevista ao NeoFeed. “A pizza está muito presente na minha vida.”
E, ao contrário das outras verticais do grupo, essa não terá a marca Netão por trás. Mas, claro, sua imagem. “Há um modelo de pizzaria que tem espaço para crescer e vou ser sócio de um empreendedor”, diz, sem revelar detalhes do empreendimento.
A ser inaugurada ainda em 2025, a primeira unidade da pizzaria, que ele pretende transformar em uma rede de franquias, será em São Paulo, a capital brasileira da pizza. “Antes de expandir, vamos testar sabores, o formato ideal, e sentir a avaliação dos clientes. Depois, vamos crescer”, afirma. “Na fase atual, estamos definindo o ponto.”
A pizzaria vem integrar um grupo que conta hoje com 54 açougues e 23 hamburguerias, espalhadas pelo Brasil. Em 2024, o Bom Beef registrou um crescimento de 20% e alcançou um faturamento de R$ 300 milhões.
Na conta estão, além dos royalties das franquias, as receitas das unidades próprias do açougue, da hamburgueria e de um restaurante de carnes, o Parilla Bom Beef, em Santos, no litoral paulista.
Também integram a fatia os recursos obtidos dos produtos licenciados Netão e das parcerias publicitárias. Hoje são 32 marcas, incluindo suas próprias, que tem o churrasqueiro como garoto-propaganda.
A pizzaria será o único negócio de Netão a ser lançado fora de Santos, sua cidade natal, onde começou a empreender, em 2014, quando comprou o pequeno açougue de seu tio, Marcelo.
Bem antes disso, Netão sempre teve um fascínio pelo ambiente do açougue, pela preparação dos cortes. Apesar do pai ter sido dono de um box no mercado de peixes em Santos, e Netão ter trabalhado por lá quando era adolescente, era no açougue do tio que enxergava seu futuro. Entre o peixe e o boi, a carne vermelha venceu de goleada.
Antes de ser o dono, foi contratado pelo tio para ser o entregador de bicicleta do açougue, que naquela época se chamava Costa Rica. “Eu tinha 16 anos e pedalava pela cidade de Santos inteira para levar os pedidos. Eu adorava aquilo”, lembra Netão, hoje com 39 anos. “Mas já vim pensando em ser dono do açougue.”
Ao mesmo tempo, queria aprender a ser açougueiro. “Meu tio, que também é meu padrinho [hoje tem 54 anos], foi me ensinando a cortar a carne da forma certa. E eu ia com ele nos frigoríficos.” Ele, que saiu de vez do ramo, hoje é dono de uma fábrica de gelos em Santos.
Na pandemia, estourou como criador de conteúdo, mostrando o preparo de vários cortes de carne, com promoções ao vivo e com lives com nomes consagrados da música, como Michel Teló. Em agosto de 2020, o churrasqueiro ficou duas horas ao vivo, preparando carnes, enquanto o cantor trazia suas músicas. O vídeo teve 1,3 milhão de visualizações.
Hoje Netão tem mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais. Em seu canal no YouTube, são 1,3 milhão e, no Instagram, 1,7 milhão. “Antes da pandemia, tinha 60 mil seguidores. E de repente explodiu”, conta.
Em 2021, ele passou a ser sócio de Sabrina Sato e seus irmãos, em uma configuração em que eles ficam responsáveis pela área publicitária da rede Bom Beef. “O irmão dela [Karin Sato] me procurou e queria ajudar na expansão da nossa rede. Hoje somos sócios também em outros negócios.”
Um churrasco mais barato
Com presença muito forte nos públicos A e B, Netão planeja para este ano abraçar pelo paladar também a classe C em seus açougues. Para isso, está preparando uma linha mais barata de cortes, sem que isso signifique perda dos padrões de sua linha premium.
“Hoje nosso negócio é baseado na carne de alta qualidade. Já lançamos uma picanha com uma linha boa, de ótima qualidade, mas 70% mais barato. E agora vamos ter uma carne popular, com nossa curadoria”, diz.
Na prática, Netão quer garantir o churrasquinho de fim de semana também do pobre. “Se hoje quero ter uma picanha a R$ 70 o quilo, vou procurar a que tenha a melhor qualidade nesse preço. A partir do mês que vem, essa linha estará presente na nossa rede.” Também em março vai começar o oferecer uma linha de suínos para churrasco.
Tudo isso sem deixar de vender o wagyu, a carne mais cara de seu açougue, que pode chegar a R$ 1,5 mil o quilo, se for importado do Japão.
Para manter o padrão em suas unidades, Netão tem uma rede de fornecedores de carnes de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, onde ele implementa seus padrões para adquirir as carnes. “Adoto meus protocolos de produção, de cria e recria, do período para o abate.”
Esse é o principal caminho traçado para a expansão da rede de açougues, que ele quer dobrar e chegar a 100 unidades em Brasil, basicamente no Sul e Sudeste. São levados em consideração conceitos de localização, renda per capita e número de habitantes de uma cidade.
Para ter uma unidade do açougue, o município precisa ter mais de 240 mil habitantes. No caso das lanchonetes, o foco é em cidades com pelo menos 300 mil habitantes (para lojas de 40 lugares), e mais de 350 mil moradores, para unidades com 80 lugares. Para lojas em shoppings (hoje são oito), o grupo Bom Beef também precisa aprovar a viabilidade econômica do centro de compras.
A meta de crescimento das hamburguerias também é ambiciosa e passa por 100% de aumento neste ano. Hoje com 1 milhão de lanches vendidos por mês, a rede de Netão deve chegar a 50 lanchonetes até dezembro. “A maior parte delas vai ser aberta por empreendedores que já são nossos franqueados”, explica.
A ideia passa também por expansão territorial. Além das lojas em cidades do estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a Bom Beef Burgers vai chegar em Florianópolis (SC), Balneário Camboriú (SC), Belo Horizonte (MG) e Belém (PA). “A capital do Pará é uma cidade em que muita gente do Sudeste e do Nordeste vai visitar. A gente vai testar a marcar lá e, se for bem-sucedida, vai crescer no Norte e Nordeste.”
Ainda que não pareça, o empresário diz mais ‘não’ do que ‘sim’ na hora de definir sobre os novos locais para instalar sua rede de lanches. “A ampliação é planejada. A gente recusa de 10 a 20 pedidos de franquia por dia. E aceita dois por mês.”
Netão usa o feedback de seus seguidores como uma oportunidade para aprimorar os serviços. “As pessoas me mandam mensagens privadas e eu faço questão de acompanhar. O cliente me passa algo referente a um lanche da nossa rede, por exemplo, e eu repasso aos nossos supervisores”, diz. “É um contato direto com as pessoas, que eu não abro mão.”
Negócios
A “saideira” de consumidores e empresários para embalar o carnaval

Importante alerta sobre a economia partirá do Rio de Janeiro nos próximos dias e não necessariamente no festivo ritmo pré-carnaval. Na saideira de fevereiro, o humor de consumidores e empresários será revelado pela fluminense Fundação Getulio Vargas (FGV). Entre 24 e 28, a instituição divulgará seis índices de confiança, além do Indicador de Incerteza Econômica, que terão inflação pelo IPCA-15 e IGP-M e contas públicas como rivais na agenda.
A coleção de dados da FGV relativos a fevereiro reunirá confiança do consumidor, comércio, serviços, indústria, construção e confiança empresarial e poderá reforçar a percepção de que a atividade já enfraquece ou trazer algum alento graças, principalmente, à valorização do real ante o dólar.
Em fevereiro, até a quinta-feira 20, o dólar caiu cerca de 3% e, em 2025, 8%, devolvendo uma fração do ganho superior a 27% em 2024. O câmbio contagia os juros futuros que estão deixando para trás taxas superiores a 15%. Apesar da queda, as condições financeiras seguem apertadas. Porém, uma distensão foi observada recentemente devido à melhora do mercado local, informa ao NeoFeed Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa econômica do banco Pine.
Com variação de -1 a +1 (onde o aperto monetário é crescente quanto mais elevado for o resultado da combinação de variáveis locais e internacionais como índices acionários, juros, câmbio e commodities), o indicador proprietário do banco (FCI-Pine) aponta condições que terão efeito cumulativo e defasado a impactar a atividade econômica, sobretudo, no segundo semestre.
Há um ano, o FCI-Pine estava em 0,04 ponto. Avançou e recuou nos meses seguintes ao sabor das variáveis que o compõe para retomar tração em outubro. Em dezembro, quando o dólar explodiu e o BC acelerou a alta da Selic para 1 ponto percentual e acenou com mais dois ajustes idênticos neste ano, o indicador do Pine chegou a 0,90. Em janeiro, superou 1 ponto para recuar em seguida. Já em fevereiro, a queda foi intensificada para cerca de 0,60 – variação importante, mas longe de zero ou condição monetária neutra.
“Exatamente por prever o efeito cumulativo e defasado da alta do juro, mantemos intacto nosso cenário para a Selic. Após o aumento de 1 ponto percentual no Copom de março e 0,5 ponto que esperamos para maio, acreditamos que o BC deverá interromper o ciclo e avaliar com cautela o impacto do aperto de 3,50 pontos empreendidos até lá”, diz Oliveira.
Refletindo a tensão que sacudiu dezembro – de arrancada do dólar atenuada com a venda de quase US$ 30 bilhões pelo BC – os índices de confiança recuaram, em janeiro, na avaliação da situação presente e das expectativas.
Calmaria à espera de medidas populistas
Além do juro, a inflação corrente e as previsões salgadas comprometeram, adicionalmente, a avaliação da situação financeira futura das famílias, independente de faixas de renda. Entre os índices apurados em janeiro as perdas foram as seguintes: confiança da indústria (-1,3 ponto), confiança empresarial (-1,8), confiança da construção (-1,9), confiança de serviços (-2,5), confiança do comércio (-2,8) e confiança do consumidor (-5,1).
O indicador que, mesmo em queda, ficou mais próximo da neutralidade, equivalente a 100 pontos, foi a indústria com 98,4 sem anular, contudo, a cautela de empresários quanto ao futuro. Apesar dos estoques satisfatórios nas empresas, ainda persistem dúvidas quanto à sustentação da demanda.
Mas o cenário, no geral, desanuviou com os ativos menos voláteis. Até quando? É difícil prever, ante a expectativa de analistas de que o governo não desistirá de medidas populistas que incentivem a economia – caso da promoção de crédito por instituições públicas e impulso do consignado privado. Na quinta-feira, 20 de fevereiro, em entrevista à Rádio Tupi FM, do Rio de Janeiro, o presidente reiterou que políticas de crédito ao pequeno empreendedor serão anunciadas.
Além de um Donald Trump mais brando quanto à aplicação das tarifas comerciais, dois vetores políticos explicam a calmaria presente no mercado: a aposta no enfraquecimento do presidente Lula como candidato à reeleição em 2026, condição que poderia abrir espaço para uma política econômica alternativa à frente e de maior compromisso fiscal; e o fato de o Congresso estar esquentando os motores para engrenar as atividades após o carnaval – e com foco na tramitação da proposta orçamentária deste ano.
Se a expectativa se confirmar, a retomada, para valer, dos trabalhos no Congresso ampliará o debate sobre a política fiscal que também estará na ordem do dia às vésperas do carnaval. O Tesouro atualizará informações com a divulgação na quarta e quinta-feira, 26 e 27, respectivamente, do Relatório Mensal da Dívida Pública e do resultado primário do governo central que reúne contas do Tesouro, Previdência e BC. Os documentos referem-se a janeiro.
Já os dados consolidados das contas públicas pelo BC, também de janeiro, vão atrasar. Serão publicados em 12 de março. Em meados de janeiro, o BC informou o adiamento das estatísticas fiscais e as monetárias e de crédito. Explicou que a mudança de datas resulta da necessidade de prazo adicional para que as instituições adaptem seus sistemas ao novo plano contábil (Cosif) das entidades reguladas pela instituição. Mas as alterações no Cosif não afetarão as estatísticas ou suas séries históricas, assegurou o BC.
A última semana do mês ainda reserva a divulgação do IPCA-15 e IGP-M de fevereiro, respectivamente, para terça e quinta-feira, 25 e 27. Os índices poderão confirmar o rebote no custo da energia elétrica que despencou em janeiro pelo bônus de Itaipu nas contas de luz.
Na agenda externa, o PIB dos EUA no quarto trimestre tem anúncio previsto para quinta, 27, e inflação no dia seguinte. Especialmente o dado de inflação (PCE) de janeiro é relevante para a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa de juro. A próxima reunião de política monetária do BC americano será em 19 de março – mais uma vez coincidente com o encontro do Copom, no Brasil.
Negócios
Nissan “pede carona” a Elon Musk após fusão com a Honda ficar pelo caminho
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O fim das negociações para uma fusão com a Honda colocou um grande ponto de interrogação no caminho da Nissan. Elo mais frágil desse acordo, a empresa está conduzindo um plano de reestruturação no qual prevê 9 mil demissões e a redução de 20% de sua capacidade global.
Isso não significa que a montadora japonesa está parada. Desde que as conversas com a Honda ficaram pelo caminho, outras possibilidades estão surgindo no horizonte da companhia. E uma dessas vias alternativas pode levar a uma associação com a empresa mais valiosa do setor.
Segundo o jornal britânico Financial Times, o mais novo movimento nessa direção passa pelos planos de um grupo japonês para abordar o bilionário Elon Musk em busca de um investimento da Tesla na Nissan – as ações da empresa subiram mais de 11% no pregão de sexta-feira, 21.
Em um atalho para essa conversa, a proposta é liderada por Hiro Mizuno, ex-diretor do Fundo de Investimento do Governo do Japão e ex-membro do conselho de administração da Tesla, no período de 2020 a 2023.
A investida, que visa dar mais tração financeira à estratégia de recuperação da empresa, conta ainda com o apoio de Yoshihide Suga, ex-primeiro-ministro do Japão e figura ainda bastante ativa na política do país. Além de Hiroto Izumi, seu ex-assessor.
Um dos motivos que dão confiança ao grupo é a crença de que a Tesla estaria interessada em adquirir fábricas da Nissan nos Estados Unidos. Essas plantas reforçariam sua produção doméstica e ajudariam a lidar com as ameaças de aumento de tarifas feitas pelo presidente americano Donald Trump.
A Nissan tem duas fábricas no mercado americano, no Tennesse e no Mississippi. Essas unidades têm uma capacidade anual combinada de aproximadamente 1 milhão de veículos. Mas produziram apenas 525 mil unidades em 2024.
Em uma postagem no X (antigo Twitter) sobre a reportagem do Financial Times, Musk pareceu, no entanto, minimizar o interesse nos ativos. “A fábrica da Tesla é o produto. A linha de produção do Cybercab (um dos novos protótipos da empresa) não se parece com nada na indústria automotiva”, escreveu ele.
Na outra ponta, diversos membros do board da Nissan estão cientes da proposta, que prevê um consórcio de investidores e a Tesla como o seu maior nome. Os termos incluem ainda a possibilidade de uma fatia minoritária da taiwanesa Foxconn, que fabrica, entre outros produtos, os iPhones da Apple.
A Foxconn é uma peça-chave nas engrenagens cada vez mais intrincadas dessas negociações. Anunciada em dezembro de 2024, a proposta de uma fusão com a Honda surgiu justamente depois de a fabricante taiwanesa mostrar interesse na compra da fatia detida pela francesa Renault na Nissan.
Essa investida gerou o receio de que a Nissan, terceira maior montadora do Japão, pudesse ter seu controle adquirido por meio de uma oferta hostil, de um player estrangeiro. Após o fracasso nas negociações com a Honda, a Foxconn voltou a confirmar seu interesse na empresa.
Nessa direção, ao que tudo indica, a Foxconn parece disposta, inclusive, a buscar outros roteiros. Segundo o jornal japonês Nikkei, a empresa propôs uma parceria estratégica com a Honda que envolveria ainda a Nissan e a Mitsubishi, que também estava incluída no acordo anterior de fusão.
Antes dessa nova proposta, no fim da semana passada, outra potencial opção surgiu na mesa da Nissan a partir de um suposto interesse da KKR na companhia. Segundo a agência Bloomberg, a gestora americana de private equity estaria considerando investir na empresa.
Em meio a esse pacote de opções, alguns membros do conselho da Nissan teriam sugerido a Tesla e a Apple como alvos ideais de investidores estratégicos, segundo pessoas familiarizadas com esses planos ouvidas pelo Financial Times.
O fato é que, enquanto procura alternativas, a Nissan segue seu percurso acidentado. Nessa sexta-feira, a agência de classificação de crédito Moody’s rebaixou o rating da montadora para o status de junk.
Em nota sobre montadora, Dean Enjo, analista sênior da empresa, ressaltou os “riscos associados à implementação de seu novo plano de reestruturação, à renovação de sua linha envelhecida de produtos e às políticas de comércio global”.
Negócios
Nubank apresenta bons números, mas mercado vê desaceleração (e ação desaba)

Os sinais de uma possível desaceleração apresentados pelo Nubank no quarto trimestre de 2024 colocaram em xeque a visão de que o banco é uma tese de crescimento acelerado, levando a uma forte correção das ações na sexta-feira, 21 de fevereiro, que acumulam alta de 25% em 12 meses.
Depois de uma queda de mais de 8% no pós-mercado de quinta-feira, 20, os papéis do maior banco digital da América Latina recuavam 15,22% perto das 12h45, na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), a US$ 11,31. O valor de mercado soma US$ 55,1 bilhões.
O Nubank fechou o quarto trimestre com um lucro líquido de US$ 552,6 milhões no trimestre. O resultado ficou praticamente estável em relação ao terceiro trimestre e um aumento de 53,1% em relação ao mesmo período de 2023.
A receita avançou 1,5% em base trimestral e 24,3% na anual, para quase US$ 3 bilhões, enquanto o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 32%, acima dos 30% do terceiro trimestre e de 23% do quarto trimestre de 2023.
Quando colocaram a lupa sobre os resultados, a dinâmica da receita foi um ponto levantado por muitos analistas. Ainda que a última linha do balanço tenha superado suas estimativas em 5%, a equipe do Citi destacou que alguns do KPIs (indicadores de performance) no lado da receita tiveram forte desaceleração.
É o caso, por exemplo, da margem financeira líquida (NIM), que recuou em 0,7 ponto percentual em relação ao terceiro trimestre, para 17,7%, a segunda queda seguida em base trimestral. Outro KPI destacado foi a receita com tarifas – apesar do crescimento de 9%, foi a primeira vez que a expansão ficou abaixo dos dois dígitos.
“Embora a gente reconheça alguns contratempos vindos do câmbio, vemos algumas tendências da operação core atingindo saturação”, diz trecho do relatório assinado por Gustavo Schroden.
Apesar da carteira de crédito ter apresentado uma expansão de 45% em relação ao ano anterior e 13% em comparação ao trimestre anterior, os analistas da Ativa Investimentos disseram que o desempenho ficou abaixo do esperado. Segundo eles, o principal produto da carteira, o cartão de crédito, registrou um crescimento mais modesto de apenas 9% na comparação trimestral.
“Esse desempenho abaixo do esperado se deve, principalmente pela expectativa elevada, devido à sazonalidade habitual do quarto trimestre, que normalmente impulsiona o volume transacionado nos cartões e, consequentemente, a expansão do portfólio”, diz trecho do relatório assinado por Ilan Arbetman e Pedro Dietrich.
Para os analistas do BTG Pactual, a questão da NIM combinada com a mensagem de que o Pix parcelado não deve ter um aumento de penetração na base pelos próximos um ou dois trimestres ajudam a explicar o mau humor do mercado. São notícias negativas para os investidores, ao menos no curto prazo, que projetavam forte expansão no curto prazo.
“Avaliamos que o negócio no Brasil está cada vez mais mostrando sinais de maturidade, com menos espaço para crescimento, especialmente em cartões de crédito, em que a empresa ‘decifrou o código’”, diz trecho do relatório assinado pelos analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura.
Esta situação vem num momento negativo para os bancos brasileiros, com nomes como Itaú e Bradesco adotando uma postura mais conservadora quanto à concessão de crédito, diante dos juros e inflação em alta.
Os analistas do Safra avaliam que a receita deve desacelerar em 2025, com as receitas com cartões e juros perdendo força, diante da maturidade das operações de crédito e poucas opções de escalabilidade.
“Uma vez que novas iniciativas e geografias não devem pesar no lucro por ação no curto prazo tanto quanto cartões de crédito e empréstimos pessoais, vemos riscos nos consensos [no lucro por ação], especialmente nos mais otimistas, com alguns apresentando uma diferença de 37% na mediana do lucro por ação para 2027”, diz trecho do relatório assinado pelos analistas Daniel Vaz e Maria Luisa Guedes.
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