Negócios
Na Porto, novas verticais ganham corpo e abrem espaço para sócios estratégicos
Ainda mais conhecida por sua origem em seguros, a Porto deu mais um passo para consolidar a sua estratégia de diversificação, iniciada há dois anos, ao divulgar o seu balanço do terceiro trimestre na manhã desta terça-feira, 12 de novembro.
Se a Porto Seguro, seu carro-chefe, teve uma ligeira queda de receita de 0,2%, para R$ 5,5 bilhões, as demais verticais cresceram. A Porto Saúde avançou 41,5%, para R$ 1,7 bilhão, e a Porto Bank, 24,1%, para R$ 1,5 bilhão. Já a Porto Serviço, lançada este ano, teve uma receita trimestral de R$ 620,1 milhões.
À medida que começa a comprovar essa tese e que esses negócios mais recentes ganham participação em sua receita total, que cresceu 11% no período, para R$ 9,5 bilhões, a Porto sinaliza que pode ter companhia para turbinar os próximos passos dessas operações.
“Com esse modelo, temos a possibilidade de atrair investidores que enxerguem o que, pra nós, já é muito consolidado, que é o valor dessas verticais separadas”, disse Paulo Kakinoff, CEO da Porto, em conversa com jornalistas.
Ele prosseguiu: “Felizmente, para nós, não seria um movimento necessário para promover e patrocinar o crescimento desses negócios. Mas sim atrair parceiros estratégicos que possam aportar conhecimento específico ou estabelecer uma parceria geradora de receitas.”
A abertura para a entrada de novos sócios em duas dessas operações, a Porto Saúde e a Porto Serviço, foi formalizada em maio deste ano, quando a Porto protocolou os pedidos de registro das duas operações como companhias abertas na categoria A junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“Nesse contexto, é natural que também exista uma consideração sobre os IPOs dessas verticais”, observou o executivo. “Mas, no momento, não existe nenhuma agenda específica nesse sentido nessas duas empresas, mesmo porque, hoje, não há um mercado benigno para isso.”
CFO da Porto, Celso Damadi reforçou também que uma injeção de recursos não seria necessária para as duas operações, ao citar o excesso de capital na Porto e a possibilidade de o grupo voltar ao patamar de 50% na distribuição de dividendos nos próximos anos, caso essa tendência favorável se mantenha.
“Não precisamos fazer um IPO para crescer, podemos crescer 60%, 70%, 80% na Porto Saúde. A mesma coisa para a Porto Bank”, disse Damadi. “Temos recursos suficientes até para oscilação e risco. Então, é um patamar bem sadio de capital e de solvência para alavancar esse crescimento.”
A Porto Saúde, onde o grupo já mantém uma joint venture com a Oncoclínicas desde 2022, é uma prova de que a Porto, com suas próprias pernas, não está parada. Nesse braço, um dos focos mais recentes é o estabelecimento de parcerias em diversos níveis.
“Temos intensificado essas parcerias em termos de granularidade com hospitais e laboratórios”, disse Kakinoff. “E isso não se dá no nível das redes, mas sim, região por região, com um hospital, por exemplo, em um determinado bairro.”
Já na Porto Bank, o CEO disse que a operação está em fase de começar a escalar a conta digital pessoa física junto a base de 18 milhões de clientes do grupo. E que a previsão é estender essa alternativa a pessoas jurídicas no segundo trimestre de 2025.
Em paralelo, o balanço trimestral veio acompanhado de uma nova atualização no guidance para 2024, em duas linhas específicas. Na primeira, o grupo projeta agora um crescimento de receita na Porto Bank entre 18% a 24%, contra a faixa anterior de 13% a 19%.
Já na segunda atualização, relacionada à vertical Porto Saúde, a nova estimativa envolve a sinistralidade, com uma variação de 75% a 79%. A projeção anterior apontava para uma faixa entre 77% e 82% no exercício de 2024.
Em outros números referentes ao balanço do terceiro trimestre, a Porto apurou um lucro líquido de R$ 739,1 milhões, o equivalente a um crescimento de 32,3% sobre o montante reportado na última linha do balanço no mesmo intervalo de 2023.
Já o retorno sobre o patrimônio médio (ROEA) apurado entre julho e setembro ficou em 22,9%, contra o patamar de 20% reportado um ano antes. No acumulado do ano, o ROAE foi de 20,4%, com uma rentabilidade sobre o patrimônio acima de 20% em todas as verticais.
No braço de seguros, a sinistralidade total foi de 50,8%, contra o índice de 47% reportado um ano antes. Em seu principal produto, os seguros automotivos, os prêmios tiveram um recuo de 4,6%, o que o grupo atribuiu à sua estratégia de manutenção das margens em patamares mais saudáveis.
Já na Porto Bank, a inadimplência acima de 90 dias das operações de crédito teve uma melhora de 1,1 ponto percentual, para 6,4%. E o índice de eficiência operacional, que leva em conta a soma das despesas administrativas em relação à receita total, cresceu 0,1 ponto percentual, para 11,1%.
As ações da Porto encerraram o pregão da segunda-feira, 11 de novembro, com ligeira queda de 0,03%, cotadas a R$ 38,57. Em 2024, os papéis registram, porém, uma valorização de 34,2%. A empresa está avaliada em R$ 24,7 bilhões.
Negócios
Mercado de carbono nacional nasce com potencial de gerar “crédito” de US$ 120 bilhões
A aprovação do projeto de lei no Senado com as diretrizes para a criação do mercado de crédito de carbono deverá atrair investimentos estrangeiros ao País, com potencial de movimentar US$ 120 bilhões em 2030 e estimular o mercado voluntário, já existente, mas que vem sendo alvo de fraudes.
É o que afirmam especialistas ouvidos pelo NeoFeed na quinta-feira, 14 de novembro, um dia depois da aprovação do PL 182/2024, após negociações complexas para conciliar as diferentes propostas de uma versão anterior aprovada pela Câmara que se arrastava desde o início do ano.
Por essa razão, o texto-base aprovado ainda será referendado pelos deputados. O ponto negativo da nova lei é a exclusão do agronegócio das exigências de compensação, o que foi alvo de críticas de ambientalistas.
A expectativa é que a regulamentação posterior reforce a segurança jurídica para o setor corporativo avançar na compensação de suas emissões, passo essencial para sua incorporação à economia verde do Brasil, que no ano que vem vai sediar a Conferência do Clima (COP30) em Belém (PA).
Outro efeito é o potencial de investimentos, cujo cálculo leva em conta os cerca de 60% do território nacional preservado, que podem ser usados para gerar créditos.
Na prática, a nova lei tem como objetivo estabelecer limites e regras para as emissões de gases de efeito estufa por empresas. Neste sentido, o mercado de carbono funciona como um bolsa de negociação que permite a compra e a venda de unidades de gases de efeito estufa, medidas em créditos de carbono.
O texto-base aprovado pelo Senado, que dificilmente será alterado, divide o mercado de crédito de carbono brasileiro em dois setores: o regulado e o voluntário. O primeiro, a ser criado, é obrigatório para empresas que emitem acima de 11 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO₂e) por ano, sendo que a negociação de créditos de carbono ocorre com participação direta do governo.
Por convenção internacional, uma tonelada de dióxido de carbono (CO₂) equivale a um crédito de carbono. Empresas que emitem acima de 25 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO₂e) por ano terão de apresentar um plano de monitoramento das emissões ao Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), entidade a ser criada e que vai supervisionar o mercado regulado.
O mercado voluntário, no qual organizações do setor privado há alguns anos compram e vendem créditos de carbono por iniciativa própria, sem obrigação legal, para atender a metas de sustentabilidade, ganha relevância por se consolidar como opção ao regulado.
Agro fora
Além da demora, pois cerca de 30 países já criaram seu mercado regulado de carbono, a versão brasileira nasce com uma distorção – a ausência do agronegócio, setor que é o segundo maior gerador de gases de efeito estufa no País, responsável por 27% do total de emissões brasileiras.
Fruto de uma articulação da Frente Parlamentar Agropecuária, o agro participará apenas do mercado voluntário, decisão criticada por ambientalistas. Mas para Odair Rodrigues, fundador e CEO da B4 – primeira bolsa de ação climática do Brasil, lançada em 2023 com a proposta de impulsionar o mercado voluntário -, o setor agropecuário já segue uma regulação ambiental rígida.
Neste sentido, acrescentar mais burocracia, como a exigida pelo mercado regulado, pode dificultar as exportações num primeiro momento. “O agro vai se preocupar quando o comprador de sua exportação barrar o negócio porque ele não tem carbono zero na cadeia de produção”, diz, acrescentando a opção de o agro recorrer ao mercado voluntário.
Rodrigues acredita que a criação do mercado regulado deve ajudar a fortalecer o voluntário, pois ambos vão utilizar a mesma metodologia para emissão de créditos, com regras semelhantes, incluindo a certificação por entidade independente.
“Hoje não tem preço fixo pelo crédito de carbono, nem aqui nem no exterior, a variação depende do tipo de projeto, os com maior impacto social têm preços mais elevados”, diz, citando o leque entre US$ 10 e US$ 40 por crédito. Sua expectativa é que, no começo, pode ocorrer variação de preços entre os dois mercados, regulado e voluntário, até se estabilizar.
As fraudes no mercado voluntário, porém, estão no centro das preocupações da B4. Em junho, a Polícia Federal desarticulou uma organização criminosa suspeita de vender ilegalmente R$ 180 milhões em créditos de carbono via mercado voluntário provenientes de duas áreas públicas griladas na Amazônia.
O golpe, que tem se multiplicado nos últimos anos, consiste no suborno de agentes públicos e funcionários de cartórios para falsificar comprovações de titularidade de áreas visadas para receber investimentos em preservação, em troca de créditos de carbono.
Rodrigues diz que a B4 reforçou os cuidados, criando várias camadas de segurança jurídica antes de aprovar projetos. Outra providência foi privilegiar projetos de compensação de créditos de biodiversidade e de energia renovável, menos suscetíveis a fraudes, em detrimentos dos créditos de carbono.
Embora a lei que cria o mercado regulado ainda vá passar por regulamentação, quando os mecanismos de controle serão esmiuçados, Yuri Fernandes Lima, sócio do escritório Bruno Boris Advogados e especialista no tema, diz que há lacunas a serem preenchidas.
“A nova lei ainda se mostra deficiente ao não prever mecanismos rigorosos e próprios para fraudes particulares, a exemplo das envolvendo cadastros rurais”, adverte.
Gustavo Rabello sócio de mercado de capitais do escritório Souza Okawa Advogados, porém, aponta avanços de governança incluídos no texto. “É o caso da inclusão ‘certificador de projetos’, da definição de diferentes papéis como o do ‘desenvolvedor de projeto’ e o de ‘gerador do projeto’”, diz.
Mercado global
A criação do mercado de carbono nacional ocorre dois dias após os 200 países reunidos na Cúpula do Clima (COP29) em Baku, no Azerbaijão, chegarem a um acordo sobre as regras visando a criação de um mercado global de carbono administrado pelas Nações Unidas.
A dupla aprovação num intervalo de 48 horas não foi coincidência. O governo federal vinha pressionando o Senado a aprovar PL a tempo de ser anunciado durante a COP29, que vai até a próxima quarta-feira, 20.
Enquanto o Senado aprovava o PL, a delegação brasileira em Baku apresentava a terceira geração da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC na sigla em inglês), que define a redução de emissões de gases do efeito estufa dos países. A nova meta brasileira é reduzir as emissões de 59% até 67% em 2035.
“Saímos de mais de 2 bilhões de toneladas de CO₂ para 850 milhões e lastreando essa decisão, nós temos o Plano Clima e o Plano de Transformação Ecológica, que é o novo paradigma para o modelo de desenvolvimento do Brasil, com seis eixos estratégicos”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Para Rabello, do escritório Souza Okawa Advogados, o fato de o País criar o seu mercado de carbono e anunciar metas ambiciosas de corte de emissões abre a possibilidade de atração de investimentos estrangeiros.
A previsão do Ministério da Fazenda é que o mercado regulado esteja funcionando plenamente em 2030 e que, desse ano até 2040, o PIB brasileiro seja impulsionado em 5,8% no período acumulado.
“Muitos países não têm condições climáticas ou ambientais para redução de emissões como o Brasil, que é um vasto celeiro nesta instância e estava profundamente atrasado na regulamentação dos créditos de carbono em relação a outros países”, afirma Rabello.
Negócios
O “tempero” no balanço da BRF: R$ 946 milhões em dividendos e o salto dos investimentos
Após uma série de turnarounds desde 2013, a BRF parece, enfim, a caminho de ser bem-sucedida em seu quinto plano de reestruturação nesse intervalo, iniciado em meados de 2022. E, num intervalo de menos de 24 horas, a empresa trouxe duas provas de que está vivendo, de fato, um novo momento.
A primeira delas veio na noite da quarta-feira, 13 de novembro, com o anúncio de uma distribuição de juros sobre capital próprio, a primeira desde 2016, no valor de R$ 946 milhões e correspondente ao valor bruto de R$ 0,57 por ação.
O segundo movimento que traduz um cenário mais otimista para a operação foi feito na manhã de quinta-feira, 14 de novembro, quando o grupo de alimentos dono das marcas Sadia e Perdigão deu mais detalhes sobre outros destinos da alocação dos seus recursos.
“Em 2025, teremos um investimento bem superior ao ritmo dos últimos dois anos”, afirmou Fabio Mariano, CFO da BRF, em call com analistas. “Obviamente, precisamos remunerar o capital próprio, há oito anos não fazíamos isso, mas vamos priorizar o crescimento da companhia.”
Uma parcela considerável desse novo plano será aplicada na expansão da capacidade de produção da empresa. E, apenas nessa linha, o executivo afirmou que a BRF já tem um pipeline de projetos no valor de R$ 1 bilhão em avaliação, o que não significa que todos eles serão necessariamente aprovados.
Para se ter uma base de comparação em relação aos últimos anos, o capex total da companhia em 2023 chegou a R$ 3,1 bilhões. Já no acumulado de janeiro a setembro de 2024, o montante foi de R$ 3 bilhões.
“Além de haver sentido e espaço na estrutura, essa é uma ótima sinalização para a nossa base acionária”, observou o CFO. Ele ressaltou que boa parte dos recursos será aplicada em categorias como processados e congelados, de alto valor agregado, além do crescimento da capacidade de abate.
Em termos de geografias, ele citou como alguns prováveis destinos desses aportes plantas que já estão operando próximas de suas capacidades plenas. Esses são os casos, por exemplo, das fábricas em Abu Dhabi e na Arábia Saudita, além de uma unidade de congelados no Brasil.
No que diz respeito à alocação de capital, a BRF também tirou do forno um novo programa de recompra para a aquisição adicional de até 30 milhões de ações. E, como parte dessas discussões, a empresa também foi questionada por analistas sobre a possiblidade de distribuir dividendos extraordinários.
“A estratégia de priorização passa por uma decisão do controlador e da sua estratégia”, afirmou Miguel Gularte, CEO da BRF. “O que temos feito é trabalhar no dia a dia pra que a empresa tenha condições de fazer as suas escolhas. Existe espaço para crescer e retribuir ao acionista.”
Ele se referiu à Marfrig, dona de uma fatia de 50,49% da operação. Gularte, inclusive, atuava como CEO da companhia até agosto de 2022, quando foi anunciado para assumir o mesmo posto na BRF, a partir da indicação da controladora, cujas ações registravam alta de 7,24% por volta das 13h15.
De volta ao campo da BRF, o balanço trimestral que acompanhou a distribuição de juros sobre capital próprio e a recompra de ações também trouxe alguns marcos para a companhia. Entre eles, a maior geração de caixa operacional da sua história, de R$ 3 bilhões, contra R$ 558 milhões um ano antes.
Em outros indicadores, a empresa reduziu sua dívida líquida entre julho e setembro, na base anual, em 33,7%, para R$ 6,86 bilhões, a menor cifra desde 2015. Já a alavancagem saiu de 2,66 vezes para 0,71 vez, o menor patamar da história do grupo.
Programa de eficiência adotado na gestão de Gularte, o BRF+ também registrou índices recorde, ao capturar R$ 330 milhões no trimestre e alcançar a soma de R$ 1,13 bilhão no acumulado de janeiro a setembro.
No trimestre, a BRF reverteu ainda o prejuízo líquido de R$ 262 milhões apurado há um ano ao contabilizar um lucro líquido de R$ 1,13 bilhão. A receita líquida, por sua vez, avançou 12,4%, para R$ 15,5 bilhões, enquanto o Ebtida ajustado cresceu 146,4%, para R$ 2,96 bilhões.
Um novo patamar
Em relatório no qual salientou o “ciclo de pico” da empresa, forte da receita ao lucro, o BTG Pactual ressaltou outros indicadores, como a margem Ebitda ajustada recorde de 19,1%, além do Ebitda ajustado acima do consenso e da geração de fluxo de caixa livre mais robusta.
“Isso permitiu que a BRF anunciasse a distribuição de juros sobre capital próprio, o primeiro desde 2016, juntamente com um novo programa de recompra de ações. Esperamos que venha mais quando o resultado do ano fiscal for divulgado”, escreveu o banco.
Entre outros pontos, os analistas do BTG também observaram que a operação brasileira da BRF “roubou a cena” no período, com uma margem Ebitda recorde de 16,6% e um Ebitda de R$ 1,2 bilhão, 10% acima das projeções do banco.
Ao destacar a frase “que seja eterno enquanto durar”, o BTG disse acreditar que a BRF já superou a fase em que os investidores questionariam sua capacidade de entregar níveis históricos de margem normalizados.
“Mas, a menos que estejamos inclinados a acreditar que as margens e o crescimento de alguma forma aumentaram em relação ao histórico, as avaliações não parecem deixar muito valor a ser capturado”, acrescentou o banco, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 25 para a ação.
Já o Goldman Sachs frisou que o balanço da BRF se fortaleceu ainda mais e que a empresa manteve seu bom momento, ao apontar que o mercado internacional seguiu sendo responsável pela maior parte da “surpresa” na lucratividade da companhia, enquanto o Brasil sustentou margens sólidas.
Ao ressaltar possíveis upsides em frentes como ganhos operacionais contínuos, preços de grãos mais baixos e a abertura de novos mercados – foram 13 habilitados no trimestre e 70 no ano -, o banco manteve, porém, a recomendação neutra e o preço-alvo de R$ 24 para o papel.
As ações da BRF registravam uma ligeira queda de 0,24% na B3 por volta das 13h15, cotadas a R$ 24,88. Os papéis têm uma valorização, no entanto, de 80,1% no acumulado de 2024. A BRF está avaliada em R$ 40,7 bilhões.
Negócios
Personalização é segredo do Nubank para servir a 100 milhões no Brasil, diz CEO
No início de novembro, o Nubank alcançou a marca de 100 milhões de clientes no Brasil. Isso corresponde a mais de 57% da população adulta do país, e inclui também mais de 4,5 milhões de empresas (contas PJ) e 3,7 milhões de jovens de 10 a 17 anos que escolheram o Nu para otimizar sua jornada financeira. Ao oferecer soluções financeiras inovadoras, transparentes e simples, a companhia promoveu às pessoas a possibilidade de gerir melhor seu dinheiro e eliminar burocracias por meio da inclusão financeira para diferentes faixas etárias e segmentos.
“Dez anos atrás, o Nu era um cartão roxinho, sem tarifas, gerenciado através de um aplicativo. Desde então, adicionamos dezenas de produtos e começamos a ver esse crescimento se tornar cada vez mais exponencial, não apenas em número de clientes, mas também em engajamento, receita, e mantendo altos níveis de satisfação”, afirma Livia Chanes, CEO do Nubank no Brasil.
A executiva atribui o sucesso conquistado à missão da empresa e ao seu modelo de negócios. A operação 100% digital e com foco em eficiência permite ao Nu manter seus custos em média 85% mais baixos do que os de incumbentes. A vantagem é repassada aos clientes em tarifas mais baixas e investimento em inovação de produtos. Soma-se a isso à facilidade de uso do app e ao reconhecido atendimento ao cliente do Nu, e o crescimento é explosivo, reflete Livia.
Segmentação para impulsionar o crescimento
A base de clientes do Nu foi se diversificando, e hoje atinge todas as faixas de renda e idades. “À medida que começamos a alcançar uma escala massiva, observamos que nossa base de clientes também se tornava mais heterogênea, similar à representatividade da população brasileira,” diz a CEO.
Com uma base tão diversa, o Nubank decidiu dividir suas estruturas internas e externas por segmentos, com o intuito de entregar uma proposta de valor que fizesse sentido para o momento de vida de cada cliente – inclusive aqueles que eram adeptos do cartão roxinho desde 2014 e cresceram, aumentaram sua renda e começaram a esperar mais da instituição.
O primeiro grande passo em direção à segmentação do portfólio foi o lançamento em 2021 do cartão de crédito black, exclusivo para a alta renda, que evoluiu até chegar à experiência Ultravioleta. Além do cartão de metal com cashback que rende a 200% do CDI, os clientes de alta renda contam com opções de investimento adequadas a suas necessidades e uma experiência exclusiva de viagens que inclui conta global e um portal de compra de passagens e reserva de hotéis com condições especiais, entre outras vantagens.
De 2022 para 2023, o número de clientes Ultravioleta dobrou, e o volume de compras do cartão cresceu 70%. O Nubank almeja expandir ainda mais sua principalidade nesse mercado, que representa uma oportunidade de R$ 200 bilhões e abrange cerca de 4 milhões de pessoas no país.
Para os clientes de renda intermediária e ambições similares à alta renda, segmentados no Nu com o nome SuperCore, a empresa lançou em 2024 o Nubank+, uma evolução da experiência Nubank, com benefícios exclusivos, como cashback em todas as compras, acesso gratuito por um ano ao serviço de streaming Max, e benefícios de acesso em ações de marketing, como a “The FRIENDS™ Experience” em São Paulo.
Mass market: o perfil do brasileiro
Uma das prioridades do Nu é ganhar principalidade nos segmentos de alta renda e SuperCore, já que a proposta de valor para o segmento chamado Mass Market – que inclui por volta de 90% da população brasileira – está melhor sedimentada, explica Livia.
Para este público, a empresa se destaca desde o início pelas tarifas baixas e por seus modelos de ponta em concessão de crédito responsável, prioridade para o segmento. Um exemplo é o cartão com a função de construir limite, que começa a partir de 50 reais por mês e pode ser incrementado conforme o comportamento positivo de crédito.
O Nubank oferece ainda produtos aos quais o Mass Market não costumava ter acesso, relata Livia, como é o caso das Caixinhas – ferramenta de organização financeira que permite guardar dinheiro com objetivos concretos. Hoje, mais de um em cada cinco clientes mass market (21,5%) já tem uma Caixinha, sendo a de reserva de emergência a mais prevalente.
Segmentação além da renda
Além de segmentar a base em faixas de renda, o Nu vem abrindo novas verticais de crescimento em segmentos antes não explorados, como é o caso das de pequenas e médias empresas, um mercado que representa aproximadamente R$ 130 bilhões em oportunidades de receita no país. O Nubank oferece produtos para PJ desde 2019, e atingiu, em 2024, 4,5 milhões de clientes, um aumento de 31% em comparação ao ano anterior.
Dentre as facilidades oferecidas estão conta, Caixinhas, Pix, tap to pay, e soluções de crédito – prioridade também nesse segmento. Além de permitir a transferência de limites entre os cartões de crédito PF e PJ, ferramenta inovadora no mercado, em 2024 o Nubank lançou o Capital de Giro.
Crescer entre o público PJ é também uma forma de aumentar o engajamento dos empreendedores em suas contas pessoa física, explica Livia. A oportunidade é especialmente importante entre o público de alta renda, já que aproximadamente 50% nessa faixa são donos do próprio negócio, e ainda podem trazer empreendimentos de maior porte.
Outra vertical que abre espaço para atender a um público antes não coberto pela instituição é a solução para menores de 18 anos. De 2022 para cá, o Nu conquistou 3,7 milhões de clientes nesse segmento, e outros 600 mil que começaram antes dos 18 e hoje já usam os produtos “para adultos”. Hoje, a empresa oferece nesse portfólio produtos como conta, cartão de débito, Pix e Caixinhas – com o objetivo principal de contribuir com uma jornada financeira responsável desde o início, sob supervisão dos pais ou responsáveis.
Para Livia, o que trouxe o Nu até aqui é muito similar ao que vai continuar levando a empresa a novos patamares no futuro: “Somos capazes de atender com excelência a uma jornada financeira completa, desde o primeiro acesso até produtos mais sofisticados. Não só isso, mas estamos investindo em ferramentas cada vez melhores, inclusive em inteligência artificial de ponta, para ajudar o cliente a administrar suas finanças e avançar em uma jornada financeiramente saudável, sempre otimizando seu patrimônio, independente do tamanho dele”.
Saiba mais sobre a segmentação de clientes do Nubank:
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