Negócios
Na Panvel, o retail media vai ganhar espaço no balcão
A partir do Rio Grande do Sul, a Panvel foi uma das primeiras redes de farmácias do Brasil a explorar fronteiras nas quais, posteriormente, se tornou uma das referências do setor. Entre elas, os investimentos em canais digitais e em marcas próprias.
Após consolidar esses cases, o grupo, que também abriga a Dimed Distribuidora e o laboratório Lifar, quer avançar em um outro balcão, ainda bastante recente para todo o varejo: o retail media, um segmento que, no Brasil, tem a RD (Raia Drogasil) como pioneira entre as farmácias.
“Estou há 28 anos no varejo e, desde então, escuto que o varejo é mídia”, diz Julio Mottin Neto, CEO do grupo Panvel, ao NeoFeed. “E agora virou mídia mesmo. Quando se tem 7 milhões de acessos nas suas plataformas digitais, isso é audiência. Então, está na hora de ganharmos dinheiro com isso.”
O volume de acessos mensais em seu site e aplicativo foi um dos fatores que levaram a Panvel a decidir investir na estruturação de um braço dedicado a essa vertente, há pouco mais de um ano. Atualmente, o time da área, que tem perspectivas de expansão, conta com 15 profissionais.
Se a audiência digital foi um dos motores da criação da unidade, as lojas físicas mostram como a Panvel está acelerando essa aposta. Em 2024, a rede realizou um projeto-piloto com a instalação de duas telas de mídia – uma no balcão e outra no check-out – em 20 de suas unidades no Rio Grande do Sul.
Agora, o plano é começar a escalar esse piloto e chegar a 100 lojas com displays até o fim do primeiro semestre de 2025. Incluindo nessa conta Santa Catarina, Paraná e São Paulo, os outros três estados em que a rede tem presença.
“A RD (Raia Drogasil) já andou muito rápido nisso. Mas estamos tendo uma procura muito grande”, afirma Neto. “E, nesse caso, acho que vamos extrapolar a fronteira dos fornecedores do setor para outros segmentos, como empresas de viagens e hotéis.”
Esse projeto reforça o portfólio da Panvel nesse novo espaço, hoje mais concentrado em uma plataforma “self-service”, na qual os anunciantes conseguem escolher e comprar mídia nos canais digitais do grupo – de banners a uma posição privilegiada na busca do app e do site da empresa.
“Eles escolhem, por exemplo, os canais e o tipo de público. Um anúncio de fralda não vai aparecer para todo mundo”, afirma Neto. “É aí que está o furo da bala do retail media. Você consegue ir peneirando, em vez de espalhar chumbo.”
No que diz respeito a essa plataforma, a lista de anunciantes que trabalham com a Panvel já conta com mais de 20 empresas de grande porte. A relação inclui nomes como Unilever, Nestlé, Nivea e Sanofi.
“A indústria percebeu que investir na mídia tradicional já não dá mais o mesmo retorno. E, na mídia digital, os preços estão subindo cada vez mais”, diz Neto. “Então, o varejo está entrando para resolver esse problema. Com os dados do setor, a assertividade e o retorno aumentam, enquanto o custo cai.”
Como a operação ainda é recente, ele ressalta que esse braço ainda “não virou o ponteiro” dentro do balanço do grupo, que faturou R$ 3,1 bilhões de janeiro a setembro deste ano. Mas que a projeção é dobrar a receita da unidade entre 2024 e 2025, de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões.
Outros dados dão mais otimismo a Panvel. Com a participação de 150 grandes anunciantes, uma pesquisa de outubro divulgada pela plataforma Newtail mostra que 67% dessas empresas ampliaram seus investimentos em retail media nos últimos 12 meses.
Dentro de um universo que incluiu companhias como BRF, Ambev, Coca-Cola e Casas Bahia, os anunciantes responderam com quais varejistas fizeram essas ações. A Panvel foi citada por 29% deles, o mesmo índice de Magazine Luiza e RD. E ficou atrás apenas da Amazon (81%) e do Mercado Livre (62%).
Uma segunda pesquisa reforça essas boas perspectivas. Conduzido pela consultoria eMarketer, o estudo projeta que os gastos com retail media na América Latina chegarão a quase US$ 2 bilhões em 2024, com destaque para o Brasil, que terá o dobro da média global de 20,3% de crescimento, e o México.
Em expansão, a mesma batida
Se planeja apertar o passo em retail media, em expansão de lojas, a ideia da Panvel não é acelerar, mas sim, manter o ritmo de 60 aberturas anuais registrado desde 2020. Na época, o grupo captou R$ 480 milhões em um re-IPO para dar mais velocidade a essa frente, que, hoje, inclui 612 unidades.
“Se o cenário macro fosse mais favorável, 2025 seria um ano de acelerar o crescimento”, diz Neto. “Mas o que está se desenhando é desafiador, não vamos nos arriscar a crescer mais. Vamos manter a mesma batida e será um ano mais de colhermos o que plantamos desde 2020.”
Ele ressalta que o patamar de investimento do ano também vai se manter em R$ 160 milhões. Há mudanças, porém, na tese de expansão. Incluindo o maior foco no Paraná e em Santa Catarina, além de 4 unidades em São Paulo, o maior volume desde que a rede desembarcou nessa praça, em 2016.
Antes de cumprir esse roteiro, na B3, as ações da Panvel encerraram as negociações da segunda-feira, 12 de dezembro, com queda de 1,63%, cotadas a R$ 9,06. No ano, os papéis da companhia, avaliada em R$ 1,3 bilhão, acumulam um recuo de 32,1%.
Negócios
O alcance global da Ambipar na liderança das soluções ambientais
Nos últimos anos, a busca por soluções ambientais se tornou um tema estratégico para todas as empresas. Alinhar-se às demandas ambientais não é mais opcional, mas essencial para que as companhias permaneçam competitivas e atendam às expectativas de investidores, consumidores e órgãos reguladores.
Nesse contexto, a Ambipar tem se destacado globalmente. Multinacional brasileira líder em soluções ambientais, a companhia ajuda empresas de diferentes setores a implementar ações práticas para redefinir a forma de cuidar do planeta, moldando estratégias a partir de medidas efetivas e inovadoras.
Com presença em 41 países e seis continentes, a Ambipar conta com mais de 23 mil colaboradores e mais de 500 bases operacionais. O foco é claro: oferecer soluções ambientais que abordem os desafios mais urgentes do planeta, incluindo descarbonização, economia circular, transição energética, prevenção e recuperação ambiental.
“Na Ambipar, acreditamos que a solução para os desafios ambientais passa pela integração entre inovação, colaboração e responsabilidade”, diz Fabrício Fonseca, CEO da Ambipar Environment, vertical que toca os projetos de economia circular e descarbonização do grupo. “Nosso trabalho é transformar resíduos em oportunidades que acelerem a descarbonização de nossos clientes e do planeta.”
O conceito de economia circular, um dos pilares de atuação da Ambipar, engloba medidas práticas para reduzir o desperdício ao reintegrar materiais ao ciclo produtivo. A Ambipar ajuda seus clientes a desenvolver soluções como a logística reversa, garantindo que resíduos sejam transformados em novos recursos e produtos.
Com presença em 41 países e seis continentes, a Ambipar conta com mais de 23 mil colaboradores e mais de 500 bases operacionais
Um exemplo é a planta de mineração urbana localizada em São José dos Campos (SP). Essa unidade, a maior da América Latina, processa até 80 mil toneladas de eletroeletrônicos por ano, separando e reaproveitando materiais como ferro, cobre e alumínio.
Ao fazer isso, a Ambipar auxilia os clientes não apenas a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mas também a diminuir a pressão sobre a exploração de recursos naturais.
Outro destaque é o Circular Pack, um selo pioneiro que certifica a logística reversa de embalagens pós-consumo. Trata-se de uma iniciativa que promove a reciclagem e fortalece a cadeia de valor – incluindo cooperativas de catadores –, garantindo que as empresas atendam à legislação vigente.
A Ambipar possui ampla gama de iniciativas que reforçam o conceito de soluções ambientais. Entre elas está a Circular, uma parceria com a Associação Nacional dos Catadores (Ancat), que visa estruturar cooperativas de reciclagem no Brasil, oferecendo capacitação e melhores condições de trabalho para os profissionais da reciclagem.
Outro exemplo é o projeto em parceria com a indústria química Dow, que busca aumentar a reciclagem de polietileno no Brasil. A meta é ampliar a capacidade de processamento de resíduos plásticos de 2 mil para 60 mil toneladas por ano até 2030. O esforço inclui a construção de novas instalações e a utilização de tecnologias avançadas para garantir maior eficiência na reciclagem.
No setor agrícola, a Ambipar desenvolve soluções como o uso de biocápsulas e drones para restauração de áreas degradadas. A tecnologia reduz custos e aumenta a produtividade, melhorando em até 60% a eficiência da semeadura nesse tipo de solo.
O grupo desenvolveu a plataforma Ambify, que permite que indivíduos e empresas calculem e compensem sua pegada de carbono de forma transparente e rastreável
Além disso, o grupo desenvolveu a plataforma Ambify, que permite que indivíduos e empresas calculem e compensem sua pegada de carbono de forma transparente e rastreável.
Para levar aos clientes o que há de mais inovador em soluções ambientais, a Ambipar investe fortemente em seu Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Dos laboratórios da empresa saíram produtos como o Ecosolo, um adubo orgânico produzido a partir de resíduos da indústria de papel e celulose, que ajuda a sequestrar carbono no solo. A empresa também desenvolveu o Sabonete Collagen, fabricado com colágeno, um resíduo da indústria farmacêutica transformado em cosméticos sustentáveis.
Outros exemplos incluem a Natural Cat, areia para gatos feita de erva-mate e celulose reciclada, e o Ecovaso, vasos biodegradáveis feitos a partir de lodo da indústria de celulose, que podem ser plantados diretamente no solo, promovendo maior retenção de umidade e decomposição natural.
A companhia também se destaca pelo modelo de Franquias Sociais, que profissionaliza cooperativas de reciclagem em parceria com empresas como a Klabin, gigante da indústria de embalagens e papel.
Em cidades como Telêmaco Borba, no Paraná, e em localidades no interior de São Paulo, essas iniciativas geraram impactos significativos, incluindo o aumento da renda de catadores e a ampliação da capacidade de reciclagem.
Em Telêmaco Borba, a cooperativa ReciclaTB viu a renda média dos cooperados saltar de R$ 1,2 mil para R$ 4 mil, graças à infraestrutura e capacitação oferecidas pela Ambipar.
“Transformar a vida das pessoas por meio da reciclagem é um dos nossos maiores orgulhos”, diz Fonseca. “O modelo de Franquia Social não só melhora a infraestrutura, mas promove dignidade, capacitação e gera impactos socioeconômicos relevantes.”
Diante de legislações cada vez mais rigorosas e de uma sociedade mais exigente, a Ambipar mostra que é possível alinhar propósito ambiental a rentabilidade.
“As soluções ambientais que oferecemos ajudam nossos clientes a atingir metas de ESG e a criar valor compartilhado”, diz Fonseca. “Estamos não apenas cuidando do planeta, mas também garantindo a perenidade dos negócios.”
Negócios
Reag compra Berkana e Hieron e reforça gestão de patrimônio
Depois de algumas aquisições em asset management, como a Quasar e a Empírica, a Reag Investimentosa, de João Carlos Mansur, acaba de anunciar duas aquisições em wealth management. São elas a Berkana Investimentos e a Hieron Patrimônio Familiar passam a fazer parte da Reag.
A Berkana é um multi-family office desde 2008 e hoje atua também com venture capital e no setor do agronegócio. A empresa está em São Paulo, mas possui atuação global.
Já a Hieron, liderada por Reinaldo Lacerda e Robert van Dijk, tem uma asset e um wealth management e sua matriz é em São Paulo. A companhia mantpem escritórios em Belo Horizonte e representantes em Londres, Genebra e Dubai.
“A Reag compartilha a preocupação com a segurança dos clientes, com a cultura de serviço, e rentabilidade. Estamos diante de um momento de crescimento e expansão, e juntos entregaremos benefícios reais e substanciais para nossos clientes”, afirmou Luiz Lima, fundador da Berkana, em nota.
“Vamos ampliar nossa atuação com produtos inovadores e estratégias sólidas, criando escala e soluções personalizadas que agreguem valor aos nossos clientes”, acrescentou Lacerda, da Heiron, também em nota.
Robert van Dijk assume como CEO da área de wealth e asset management da Reag. Com mais de 45 anos de experiência no mercado financeiro e de capitais, Van Dijk traz uma trajetória como CEO da Principal Financial Group do Brasil e foi diretor executivo em instituições como Banco Votorantim e Bradesco, onde criou e liderou a BRAM. No período entre 2016 e 2018 Robert atuou com destaque no cargo de presidente da Anbima.
Lideram também esse projeto da vertical de asset e wealth management executivos como Carlos Maggioli, cofundador da Quasar Asset Management; Dario Tanure, cofundador da Rapier Investimentos; Leonardo Calixto, cofundador da Empírica; Luiz Lima e Reinaldo Lacerda.
A Reag é um grupo financeiro que já soma mais de mais de R$ 200 bilhões sob gestão. E também possui áreas como serviços fiduciários, crédito, distribuição e assessoria financeira.
O apetite por aquisições da empresa vem ocorrendo em vários setores financeiros. No ano passado a empresa adquiriu a plataforma BizHub Ventures da Alvarez & Marsal (A&M), consultoria especializada em gestão de empresas, e entrou no segmento de venture capital com o lançamento da Reag Growth & Ventures.
Em 2022 e 2023, a empresa adquiriu as gestoras de patrimônio Rapier Investimentos e Quadrante Investimentos.
Negócios
Em reestruturação, Azul lança ofertas de troca de dívida e emissão de R$ 500 milhões
A companhia área Azul anunciou nesta quarta-feira, 18 de dezembro, o lançamento de ofertas de troca de dívida como parte da implementação de suas transações de reestruturação e recapitalização cujos termos a empresa vem trabalhando nos últimos meses.
Em fato relevante, a empresa detalha a proposta, que inclui a substituição de notas sêniores garantidas de primeiro e segundo grau, com vencimentos em 2028, 2029 e 2030, por novas emissões com as mesmas condições de vencimento e juros.
Além disso, a empresa segue pedindo aos credores a eliminação de termos “restritivos”, liberação de garantias e eliminação de eventos de inadimplência. Segundo a empresa, o objetivo é otimizar a estrutura financeira, convertendo parte das dívidas em ações preferenciais.
Uma das ofertas é da Azul Secured Finance LLP aos detentores elegíveis de suas notas sêniores garantidas em uma base de primeiro grau, com vencimento em 2028 e juros de 11,93%. Pode-se
trocá-las por novas notas sêniores garantidas em primeiro grau, com mesmo vencimento em 2028 e juros de 11,930%.
A outra oferta é aos detentores elegíveis de suas notas sêniores garantidas em uma base de segundo
grau e juros de 11,5% com vencimento em 2029 e notas sêniores garantidas em segundo grau e juros de 10,875% com vencimento em 2030. Pode-se trocá-las por tais notas da série relevante por novas notas de 11.500%, com vencimento em 2029, e 10,875%, com vencimento em 2030, conforme aplicável, a serem emitidas pela Emissora.
A Azul afirmou que a consumação das trocas de dívida está condicionada ao envolvimento de pelo menos 66,67% do valor principal em aberto de cada série dos títulos existentes e pelo menos 95% do valor principal do que chamou de “notas 2L”, além da emissão das chamadas “notas superprioritárias”.
O prazo para participação antecipada para as ofertas de troca é 7 de janeiro e o prazo final é 15 de janeiro.
As operações preveem uma emissão de novas ações da Azul em três fases, com a companhia estimando que as primeiras ocorram até abril de 2025.
Simultaneamente, a Azul concordou com um grupo de credores em emitir até US$ 500 milhões em notas superprioritárias com vencimento em 2030, destinadas a reforçar o caixa da companhia.
Nesse sentido, esses recursos incluem o pagamento antecipado de US$ 157,5 milhões em dívidas-ponte e devem viabilizar maior flexibilidade operacional.
Como parte de tais recursos brutos, US$100 milhões seriam liberados para a Azul mediante o cumprimento de condições específicas.
As ações da Azul acumulam queda de 72% este ano. O mercado está acompanhando uma possível fusão com a concorrente Gol, que vem sendo ventilada ao longo do ano.
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