Negócios
Grupo CCR tem estratégia para a próxima década focada na criação de valor sustentável
Líder em infraestrutura de mobilidade no Brasil, o Grupo CCR lançou a ‘Ambição 2035’, um plano estratégico de longo prazo alinhado à sua Visão de liderar o setor de mobilidade no País com foco na criação de valor sustentável. A estratégia estabelece uma série de metas e compromissos operacionais, financeiros e de sustentabilidade, e contempla um pipeline de R$ 190 bilhões em oportunidades de investimentos em concessões rodoviárias e de mobilidade urbana, com o objetivo de desenvolver essas frentes de forma rentável e seletiva.
A Ambição 2035 está estruturada em quatro eixos. Miguel Setas, CEO do Grupo CCR dá detalhes de cada um dos pilares que sustentam a estratégia. O primeiro deles é o que chama de “crescimento rentável e seletivo.” Nesse contexto, o Grupo definiu o objetivo de entregar um crescimento anual de pelo menos um dígito alto, ou seja, próximo de 10% do Ebitda. “Esse é um crescimento mínimo que, obviamente, poderá ser superado”, diz Setas.
Também no âmbito do crescimento rentável e seletivo está o aumento da participação dos negócios adjacentes do Grupo – como varejo, real state, estacionamentos e publicidade, – dos atuais 6% para mais de 10% em relação ao total de suas receitas. Além disso, o Grupo CCR ambiciona reforçar a liderança na plataforma de Rodovias, ganhar escala global em Mobilidade Urbana e participar de movimentos de consolidação no setor de Aeroportos.
O segundo pilar do “Ambição 2035” foi definido como “geração de valor”. Nesse caso, Setas afirma que a expectativa é chegar a 2035 com a relação Opex caixa/receita líquida abaixo de 35%, sendo que em 2023 o índice foi de 40,3%. Isso será possível com a execução de pelo menos 100 iniciativas de otimização de custos, além da ampliação do uso de novas tecnologias capazes de gerar mais eficiência, como inteligência artificial e realidade virtual. Ainda neste pilar, outras duas metas são atingir um Total Share Return (TSR) maior que o custo de capital e perseguir a política de dividendos com payout de 50%.
O terceiro eixo do plano de futuro da empresa é a manutenção de um “balanço robusto” nos próximos anos. A empresa prevê alavancagem de 2,5x a 3,5x e um potencial de reciclagem de capital entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões. O objetivo deverá ser atingido com a venda de participação acionária em ativos, desinvestimento de ativos selecionados e destravamento de valor das plataformas.
Setas lembra que os recursos trazidos por essas operações ajudarão a reforçar a capacidade de investimento do Grupo CCR. Além disso, as metas incluem o endividamento líquido zero na holding e o compromisso com a manutenção do rating de crédito AAA em nível local. O quarto pilar do projeto “Ambição 2035” é definido por Setas em uma frase que não deixa margem a dúvidas: “O Grupo CCR assumiu o compromisso de ser protagonista da agenda sustentável.”
Nesse aspecto, chama a atenção o compromisso da companhia em se tornar neutra em carbono nos escopos 1 (emissões diretas relacionadas às suas atividades) e 2 (energia elétrica) até 2035. Trata-se de uma decisão relevante: é a primeira companhia do setor de infraestrutura de mobilidade a se comprometer com essa meta.
O Grupo CCR também mira a gestão sustentável de sua cadeia de valor, com 100% dos fornecedores aderentes às políticas de sustentabilidade e compliance da companhia. Outras metas assumidas são de ter planos de resiliência climática para 100% dos ativos e 100% das operações abastecidas com energia elétrica renovável ainda em 2025.
Na frente social, o Grupo CCR assumiu o compromisso de investir R$ 750 milhões em projetos de impacto social até 2035. A empresa também ambiciona ampliar a representatividade de mulheres e pessoas negras na organização e na liderança, além de manter padrões de governança de nível internacional.
Desde sua fundação em 1999, o Grupo CCR se consolidou como a maior empresa de infraestrutura de mobilidade do País, contando com 17 mil colaboradores e presença em 13 estados brasileiros e quatro países, além de um histórico de serviços prestados a milhões de clientes.
Todos os dias, 2,5 milhões de veículos transitam nos 3,9 mil quilômetros de rodovias que administra em cinco estados do País, enquanto 3 milhões de passageiros acessam os metrôs, trens, VLT e barcas administrados pela empresa. Por ano, 43 milhões de pessoas passam por seus 20 aeroportos.
Atualmente, o Grupo CCR está realizando o maior investimento de sua história, destinando R$ 33 bilhões a projetos de melhorias e modernização de rodovias, ativos de mobilidade urbana e aeroportos. Os números superlativos reforçam o papel da CCR como protagonista nos setores em que atua e mostram que as metas estabelecidas há 25 anos não só foram cumpridas como, em várias dimensões, acabaram superadas.
Negócios
China produz mais carros do que precisa (e isso é um grande problema)
A China se tornou um grande polo automotivo nos últimos anos, ganhando dominância principalmente no desenvolvimento de veículos elétricos, que circulam nas ruas das maiores metrópoles do mundo. Porém, o país está produzindo mais carros do que a sua população pode absorver, o que cria um grande problema para as montadoras.
De acordo com dados divulgados pela Associação Chinesa de Carros de Passageiros na quinta-feira, 9 de janeiro, as vendas de automóveis aumentaram 5,5% em 2024, totalizando 22,9 milhões de veículos. Apesar do crescimento, a demanda está abaixo da metade da capacidade projetada pelas empresas.
O resultado dessa equação obriga muitas das montadoras a reduzir preços e até mesmo expandir suas vendas internacionais para se manterem competitivas em um mercado cada vez mais acirrado.
No último ano, até 227 modelos de carros reduziram seus preços, comparados a 148 modelos no ano anterior, de acordo com Cui Dongshu, secretário-geral da associação.
Nessa leva, até a Tesla, pioneira no segmento de elétricos, passou a oferecer financiamento com juros zero por cinco anos para seus veículos, além de reduzir o preço do Model Y para o equivalente a menos de US$ 33 mil. O modelo chega a custa US$ 45 mil nos Estados Unidos.
Nessa corrida, as marcas nacionais ainda se mantêm mais fortes. Até o fim do ano, as empresas domésticas representaram 61% do mercado local, um aumento de 8,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
As estrangeiras, por outro lado, são as que mais perdem espaço. Gigantes como General Motors, Volkswagen e Toyota têm buscado alternativas e parcerias para reduzir as perdas de participação no território chinês, em grande parte apostando nos veículos elétricos. Porém, a briga está cada vez mais complexa.
Isso porque, em 2024, 23 marcas de carros elétricos deixaram o mercado chinês ou foram consolidadas por outros players, enquanto 12 novos fabricantes chegaram ao mercado, afirmou Stephen Dyer, diretor-gerente da AlixPartners, ao The Wall Street Journal.
“O período de 2025 a 2027 marcará a fase de eliminação na indústria automotiva”, escreveu He Xiaopeng, CEO da fabricante de veículos elétricos Xpeng, em uma carta interna obtida pelo WSJ. “A competição em 2025 será mais acirrada do que nunca.”
Essa fase de “ajuste”, por outro lado, não é algo desconhecido para os chineses. Os governos inicialmente incentivam as indústrias com subsídios e suporte político e, ao atingir uma massa crítica, deixam que as marcas disputem entre si. O mesmo acontece em setores como aço, eletrônicos e até mesmo no segmento de energia.
Via de regra, as empresas que “ganham” essa competição costumam se tornar líderes mundiais em seus setores, como é o caso da BYD, que está entre os principais fabricantes de elétricos do mundo.
É com essa tática que a China projeta vender mais carros elétricos do que tradicionais já em 2025, com um crescimento de 20% na comercialização desses modelos ao longo do ano.
Em 2024, mais da metade dos carros emplacados por lá já são elétricos ou híbridos plug-in. No fim do ano, Xi Jinping, o presidente chinês, destacou o marco de 10 milhões de unidades produzidas desses veículos em 2024.
Para base de comparação, a venda desses veículos na China já se aproxima do tamanho do mercado automotivo dos Estados Unidos como um todo. Por lá, foram vendidos cerca de 15,9 milhões de carros em 2024, segundo a Wards Intelligence.
Na tentativa de continuar crescendo dentro do país, empresas como a Volkswagen têm buscado companhias nacionais para firmar parcerias e fortalecer suas vendas. A empresa fechou um acordo de compartilhamento de carregadores super rápidos com a Xpeng, com quem também planeja desenvolver carros em conjunto em um futuro próximo.
Negócios
BlackRock leva tombo de US$ 600 milhões ao apostar em empresa de terceirização de seguros
A BlackRock, a maior gestora de private equity do mundo, com US$ 11,5 trilhões de ativos sob gestão, amargou um prejuízo de US$ 600 milhões no investimento na Alacrity, uma empresa de terceirização de seguros, que carregava uma dívida de US$ 1,5 bilhão.
De acordo com o jornal britânico Financial Times, que revelou com exclusividade detalhes do tombo da gestora no negócio, o controle da Alacrity havia sido assumido inicialmente por um grupo de fundos de crédito privado liderado pela Antares Capital, Blue Owl Capital, KKR e Goldman Sachs Asset.
A BlackRock comprou uma participação controladora no negócio em fevereiro de 2023, por meio de sua estratégia Long Term Private Capital (com capital de US$ 4,3 bilhões), da empresa de private equity Kohlberg & Co.
A operação para recuperar a Alacrity mirava reestruturar duas dívidas da empresa. A principal, de US$ 1 bilhão, que estava em aberto na época do investimento da BlackRock, e a restante, US$ 500 milhões, emprestada pelo braço de gestão de ativos do Goldman.
Essas dívidas serão trocadas por um novo empréstimo a prazo de US$ 450 milhões, bem como US$ 250 milhões em ações preferenciais como parte do acordo. Os credores seniores deterão 90% da empresa quando a reestruturação for finalizada. A Goldman Sachs Asset Management ficará com 10%.
De acordo com o jornal, o investimento de capital de mais de US$ 600 milhões da BlackRock na Alacrity será eliminado como parte da reestruturação.
O caso da Alacrity é o mais recente de grande reestruturação a atingir o crescente setor de crédito privado, que tem sido marcado por um problema – as empresas apoiadas por capital privado para as quais emprestaram dinheiro lutam com taxas de juros mais altas.
No ano passado, um grupo de credores de crédito privado liderados pela Blue Owl e Ares Management sofreu perdas em empréstimos que fizeram para a problemática empresa de software Pluralsight. A reestruturação também eliminou US$ 4 bilhões que a Vista Equity Partners e outros investidores haviam investido no negócio.
A aquisição da Alacrity ocorre em um momento em que a BlackRock tem trabalhado duro para construir uma carteira de investimentos alternativa.
A gestora concordou em pagar US$ 28 bilhões no ano passado para comprar grandes players em infraestrutura, crédito privado e dados de mercados privados. Suas equipes de private equity executam uma variedade de estratégias e administram US$ 43 bilhões em ativos de clientes.
A Alacrity é o mais recente dos sete investimentos divulgados publicamente da estratégia Long Term Private Capital. Na época do investimento da BlackRock, o chefe do fundo, André Bourbonnais, chamou a empresa de “líder de mercado diferenciada” com “forte impulso” na gestão de reivindicações de seguros.
No entanto, seus negócios sofreram depois que a BlackRock investiu, e ela finalmente contratou consultores para liderá-la nas negociações de reestruturação com seus credores no ano passado.
O fundo que fez o investimento na Alacrity foi comercializado para investidores como premissa de buscar participações controladoras de pelo menos US$ 500 milhões. Sua taxa interna de retorno foi de 33% até o início de 2024. A BlackRock estava comercializando um segundo fundo de US$ 5 bilhões no ano passado, mas optou por encerrá-lo.
Momento delicado
O momento dessa perda financeira é crítico para a BlackRock, pois ela se prepara para divulgar seus lucros do quarto trimestre em 15 de janeiro.
No terceiro trimestre, a gestora americana comandad por Larry Fink registrou a cifra recorde de ativos sob gestão, de US$ 11,5 trilhões, uma alta de 26% na comparação anual, impulsionada por uma recuperação nos mercados e um fluxo também recorde de novos investimentos.
Grande parte do novo capital dos investidores foi direcionada aos ETFs e fundos de índice, que são os preferidos da BlackRock. Apesar de apostar em seu carro-chefe, a empresa também vinha expandindo sua atuação em ativos alternativos, como os explorados pela bandeira Long Term Private Capital.
Analistas preveem que a gestora reportará no quarto trimestre lucros de US$ 11,38 por ação, um aumento significativo de US$ 9,66 por ação no ano anterior. A receita está projetada para atingir US$ 5,63 bilhões, acima dos US$ 4,63 bilhões de 2024.
O recente acordo definitivo da BlackRock para adquirir a HPS Investment Partners por aproximadamente US$ 12 bilhões ressalta seus movimentos estratégicos para expandir suas capacidades de investimento.
A reestruturação da Alacrity, no entanto, destaca os riscos inerentes a tais investimentos de larga escala e os desafios de gerenciar ativos carregados de dívidas. Essa perda de reestruturação pode impactar o sentimento do investidor e a perspectiva financeira da BlackRock.
Negócios
Na Petz, o Ebitda fala mais sobre a empresa do que o lucro
O indicador preço sobre o lucro é uma maneira de medir se uma ação está barata ou se está cara. Na Petz, esse índice está em 359,94. Em uma leitura rápida significa que o investidor está pagando caro pela empresa.
No entanto, o caso da Petz está entre as exceções. A companhia tem alguns elementos não caixa que mexem com a última linha do balanço, ou seja, são apenas contábeis e não saem do bolso da companhia.
“O lucro, no caso da Petz, não é o número que melhor reflete a companhia. Eu iria mais pelo Ebitda, que é uma proxy muito melhor de geração de caixa do que o lucro”, diz Aline Penna, CFO da Petz, ao Números Falam, programa do NeoFeed que tem o apoio do Santander Select.
Há dois fatores que explicam esse efeito contábil. O primeiro é o plano de stock option que foi emitido no auge da pandemia, quando o preço da ação estava perto de R$ 23 – em tela a PETZ3 negocia hoje a R$ 4,12.
Esse benefício aos executivos está reservado no patrimônio da companhia a R$ 23, mesmo a ação valendo cerca de 18% desse valor. Isso faz com que a empresa tenha um downside no lucro de aproximadamente R$ 25 milhões.
O segundo fator é a depreciação. Por mais que a empresa tenha crescimento no Ebitda – no terceiro trimestre, último balanço publicado, a alta foi de 14%, para R$ 74,6 milhões -, o histórico de investimento em abertura de lojas faz com que essa perda de valor com o ativo no tempo apareça nos números.
“Agora a depreciação está desacelerando e o nosso lucro vai ter uma trajetória de melhora. Mas, neste momento, ele não reflete tudo o que estamos vendo”, diz Penna.
“O filme que vemos para frente só mostra indicadores positivos”, complementa.
Desde meados de agosto do ano passado a Petz está em processo de fusão com a Cobasi. O acordo prevê a criação de uma plataforma pet nacional, com presença em mais de 140 cidades, com 494 lojas. A operação continua sob análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Enquanto o aval do Cade não sai, a Petz vem investindo no aumento da participação dos produtos de marca própria, que geram melhores margens para os resultados.
Do total de vendas da companhia, 40% está no segmento não alimentar. Nesse, a empresa é dominante e consegue liderar vários segmentos, como o dos tapetes higiênicos.
O Super Secão, por exemplo, marca adquirida em 2021, é a líder de vendas tanto nas lojas Petz como nas concorrentes. Somadas às demais marcas próprias, a empresa detém 80% de market share.
No entanto, 60% das vendas da companhia estão na categoria food. E nessa a Petz tem uma penetração menor, principalmente em ração seca. Por esse motivo, em dezembro a empresa lançou a ração Selections, em linha com o que os pares internacionais também fazem.
“Nesse cenário de competição, é importante ter marcas que o cliente só encontra na Petz ou, eventualmente, junto com a Cobasi, marcas que só serão encontradas nas duas redes”, diz a CFO.
“A Petz está em um mercado que cresce muito, praticamente não tem dívida, o que é bom no contexto atual, e não tem incentivo fiscal”, complementa.
Com valor de mercado de R$ 1,9 bilhão, a ação da Petz acumula alta de 7% em 12 meses.
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