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Menos impulso fiscal e mais juro colocam 2025 em xeque

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2025 impasse
Tempo de Leitura:5 Minuto, 9 Segundo


Não tem tempo bom no curto prazo. Essa é a visão de quem está atento à inflação, ao juro exigido para combatê-la e à dívida pública em contínua ascensão. Mas não há chuva ou trovoada no horizonte de quem aplaude a atividade movida pelo mercado de trabalho, alta na renda e transferências governamentais. Bonança que acarreta, hoje, um custo elevado que vai pesar em 2025 e agravar o risco fiscal.

A visão do cenário econômico é dúbia, mas não uma novidade nesta cabeça de trimestre imune à decisão da Moody’s que, na virada do mês, aproximou a nota de crédito brasileira do “grau de investimento” – um selo de bom pagador.

Mais inclinada ao desempenho da atividade e menos às incertezas fiscais, a avaliação da agência foi evento positivo que, entretanto, não repercutiu nos preços dos ativos. Tampouco, sensibilizou economistas a ponto de influenciar a revisão de projeções de indicadores-chave para 2024 e 2025.

A atualização de cenários reprisa aumento nas estimativas para o PIB, inflação e Selic este ano. E aponta desaceleração desses indicadores no próximo. A taxa de câmbio pouco se move na mudança de calendário. Na seara fiscal, as projeções sofrem ajustes cosméticos. E estão em fase de consolidação.

Esse é o saldo do levantamento do NeoFeed, a partir de revisões de cenários divulgadas, nos últimos dias, pela Azimut Brasil Wealth Management, Banco do Brasil, Bradesco, BTG Pactual, Itaú Unibanco, J.P. Morgan, Monte Bravo Corretora, Santander Brasil, XP e Febraban que, em pesquisa própria, reúne a a avaliação de 20 bancos a cada 45 dias – período pós-Copom.

A política fiscal segue como pedra no sapato do governo. E persiste a expectativa de déficit de 2024 até 2027, a despeito da utilização da margem de tolerância, de 0,25% do PIB, prevista no arcabouço fiscal e que viabiliza a meta zero contratada para este ano e para 2025, mesmo sem equilíbrio das contas.

As projeções para o resultado primário em 2024 oscilam de déficit de 0,4% a 0,6% do PIB; para 2025, de 0,5% a 1%. Para a dívida bruta em proporção do PIB, as estimativas para este ano vão de 76% a 79% e, para 2025, de 81,1% a 84,2%. Estabilidade não está no script.

“No campo fiscal ainda não existem expectativas de correção de rumo por parte do governo, o que prejudica a trajetória da dívida pública no médio e longo prazo, com aumento da volatilidade e prêmio de risco às taxas de juros”, avalia a Azimut que sintetiza a opinião se seus pares ao apontar como “questão central a viabilidade de ajuste baseado apenas em alta de receitas quando, ao mesmo tempo, a maior parte dos gastos apresenta crescimento incompatível com a restrição imposta à expansão total de despesas”.

Correção de rota

O PIB deverá crescer entre 3% e 3,2% em 2024. Para o ano que vem é consenso que a atividade esfriará para a faixa de 1,5% a 2,4%, sendo o Bradesco mais otimista entre as instituições pesquisadas. O Itaú prevê expansão de 3,2% este ano e 2% para 2025.

Para o Bradesco, que vê o PIB em baixa discreta de um ano para outro, “o câmbio mais apreciado, em um contexto global desinflacionário, deve permitir que a economia ainda apresente expansão próxima ao potencial com alguma desaceleração da inflação”. Para este ano, o Bradesco está com a maioria e espera PIB de 3%.

As projeções para o IPCA em 2024, apontam as casas pesquisadas, variam de 4,4% a 4,7%. Para 2025, os prognósticos oscilam de 3,9% a 4,2%. Divorciada da meta de 3%, a inflação, sujeita a pressões adicionais pela estiagem prolongada e câmbio firme, justifica a perspectiva de mais aperto monetário.

Não por acaso, a Selic, hoje em 10,75%, poderá avançar a 11,25% ou 11,75% em dezembro, esticando até 12,25% no início do ano que vem, como apontam o BB e a sondagem da Febraban. A queda virá em 2025. Em pílulas. Monte Bravo vê Selic a 10,25% em dezembro; Bradesco e Santander a 10,5%. Para Itaú, BB e XP, a taxa fechará 2025 em, respectivamente, 11%, 11,5% e 12%.

Calibrado entre R$ 5,20 e R$ 5,50 para 2024 e entre R$ 5,10 e R$ 5,60 para 2025, o dólar parece menos sujeito a pressões locais e mais exposto ao diferencial de taxas de juro – em alta aqui e em queda sobretudo nos EUA, favorecendo a apreciação do real. Entretanto, a força da economia americana e o recado da ata do Federal Reserve, divulgada na quarta, 9 de outubro, desautorizam otimismo rasgado. O corte do juro nos EUA será mais lento.

“O câmbio é sinal do ‘copo meio cheio ou meio vazio’ em que estamos. A remuneração dos Treasuries de 10 anos em 3,60%, até recentemente, não levou o dólar a R$ 5,00. E a piora da taxa a 4% não arrastou o dólar além de R$ 5,60”, diz Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo Corretora.

“Nossa aposta é que, depois das eleições americanas e encaminhamento de risco menor no Oriente Médio, o fluxo de recursos vai promover a apreciação do câmbio, o arrefecimento dos juros e a melhora da bolsa”, informa.

Por outro lado, a alta da Selic pesa contra a perspectiva favorável à atividade no médio prazo, observa Mathias para quem essa perspectiva reflete o varejo beneficiado pelo crescimento da renda e do crédito e pelo menor desemprego em uma década. Combinação que, no curto prazo, sanciona previsões de PIB positivo no terceiro e no quarto trimestres, mas perdendo fôlego.

Mais ou menos otimistas, as instituições são parceiras, porém, no alerta endereçado ao governo: a atividade será afetada pela desaceleração do impulso fiscal e pelo efeito defasados da interrupção do corte de juro no primeiro semestre a ser revertido, de vez, pelo aumento nada trivial da Selic.

Fatura que cairá no “balcão” da Fazenda de Haddad e do BC de Galípolo em janeiro de 2025. Por ora, data preferencial para a derradeira elevação da taxa básica no atual ciclo monetário. A ver.





Fonte: Neofeed

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Bate e “rebate”: o custo das comissões (escondidas) dos investimentos

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Bate e “rebate”: o custo das comissões (escondidas) dos investimentos
Tempo de Leitura:5 Minuto, 48 Segundo


O dia 1º de novembro será um divisor de águas para a indústria dos investimentos. Nesse dia, entra em vigor a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que dará transparência às comissões pagas pelos investidores em diversos produtos e serviços financeiros.

Atualmente, o modelo mais praticado pela indústria no Brasil é o comissionado, ou seja, a venda de um produto financeiro gera uma comissão ao distribuidor, chamado de rebate. O problema é que não há transparência sobre essas comissões: o cliente paga e nem sabe quanto dinheiro está deixando na mesa.

O NeoFeed teve acesso com exclusividade a um estudo feito pela Rubik Capital. A gestora de recursos e de patrimônio criou um banco de dados sobre as comissões pagas por mais de 40 famílias atendidas no seu wealth management entre dezembro de 2020 a setembro de 2024. A ideia era entender o peso da remuneração comissionada dos ativos financeiros na alocação de recursos.

O resultado é que, em média, essas famílias pagaram em rebates, sem saber, de 0,40% a 0,60% ao ano do total do portfólio. Essa variação depende da plataforma usada e o perfil da carteira do cliente, pois cada produto tem sua dinâmica de comissionamento e cada plataforma uma política de remuneração.

Isso significa que, considerando uma carteira de R$ 10 milhões, entre R$ 40 mil e R$ 60 mil foram pagos em taxas de comissionamento por ano – a maior parte, em taxas para o vendedor.

Os multi family offices, como a Rubik, devolvem esse valor de distribuição para o cliente em forma de cashback. Os family offices cobram pelo seu serviço no modelo de fee based, ou seja, uma taxa fixa anual acordada entre as partes.

“Na prospecção dos clientes, pedimos a carteira com a data da compra de cada ativo. Montamos uma planilha mostrando o quanto custou ter cada coisa e comparamos com o custo que ele pagaria em fee”, afirma Cassio Zeni, sócio-fundador e CEO da Rubik Capital.

Fundada em 2020 em Curitiba, a Rubik tem R$ 1,2 bilhão sob gestão e consultoria e buscou mostrar aos clientes que aquilo que eles pagavam em comissões e nem sabiam, muitas vezes, era suficiente para arcar com o custo anual cobrado pelo family office.

“Muitas vezes, o que o cliente pagou em comissão sem saber é o mesmo que ele pagaria em fee. Mas a principal diferença para nós não é o custo, e sim que no fee based não há um viés na escolha dos ativos”, diz Zeni.

O maior “custo” do rebate está nas operações do mercado secundário de renda fixa ou nos Certificado de Operações Estruturadas (COEs). Essas são chamadas pelo mercado de “spreads na cabeça”, ou seja, operações que remuneram o vendedor no momento da venda.

Nos COEs, por exemplo, essa taxa fica em torno de 6% do valor investido, sendo que metade desse valor é repassado como comissão e a outra metade fica com a corretora. Isso significa que a cada R$ 100 investidos, apenas R$ 94 vão, de fato, para a aplicação.

As operações no mercado secundário de debêntures, os CRIs e CRAs remuneram da mesma forma. Pelos dados da Rubik, as suas comissões são de até 3% sobre o valor de face, podendo chegar a 6% em papéis de mais risco.

Já os títulos públicos negociados pelas plataformas geram um spread de 2% a 6%, que é abatido da taxa de remuneração desses papéis, o que resulta, em média, em uma taxa 0,45 pontos percentual ao ano menor para o investidor. E a depender do prazo do título, quanto mais longo, maior o impacto.

Para entender o impacto desse rebate no patrimônio, a Rubik calculou que ficou na mesa cerca de R$ 2 milhões, caso esse comissionamento pudesse ser investido.

A Rubik também analisou mais de 3 mil fundos de investimento nesse período de quase quatro anos. Nesse produto, a comissão paga aos vendedores é uma parcela da taxa de administração do fundo. Em média, a cada 1% cobrado de taxa de administração, 0,4 ponto percentual é rebate para assessores de investimento.

Caso esse rebate aos vendedores voltasse para o investidor como cashback, segundo os cálculos da casa, considerando um patrimônio de R$ 10 milhões com essa taxa média, é possível ter de volta cerca de R$ 500 mil em 10 anos.

Em busca da transparência

A cultura de investimentos no Brasil com base na remuneração comissionada evoluiu com os bancos e depois com as assessorias de investimentos. A indústria de wealth management vem, nos últimos anos, discutindo sobre o seu modelo de negócio e as taxas que estão escondidas dos investidores.

Muitos clientes não sabem e acreditam que não pagavam nada pelos produtos. Por esse motivo, a regulação CVM 179 dará transparência a esses custos. Não que o comissionamento seja mais barato do que o fee based, porque depende de cada portfólio. Mas, nas condições atuais, um é transparente e outro não.

“Hoje, temos de ter esse trabalho todo para mostrar para o cliente esses custos. Com a CVM 179, será um trabalho a menos ter de explicar que todos os modelos são de fato remunerados, mas de formas diferentes”, afirma Zeni.

“Assim, poderemos focar mais em fazer gestão de patrimônio”, diz o CEO da Rubik Capital, que afirma que a gestora atua de forma independente para não ter vinculação com outras instituições financeiras e poder repassar para os clientes as comissões de distribuição. E os clientes mais sofisticados, em geral de maior patrimônio, já entendem o valor disso.

O NeoFeed procurou as maiores plataformas de investimento do País para saber como está a adequação à CVM 179 (que não incidirá sobre os bancos, que são regulados pelo Banco Central) e como será o acesso às informações dessas comissões a partir da sua entrada em vigor.

Para Leandro Côrrea, vice-presidente de clientes da Warren, a transparência é essencial para o funcionamento saudável do setor financeiro e a nova regulação acabará com a assimetria de informação entre instituições e investidores, o que trará benefícios para todos.

A Warren colocou no ar os itens obrigatórios da CVM 179 desde setembro e também se adiantará na disponibilização do relatório trimestral, que terá que expor os custos de cada operação para os clientes no período, a partir de dezembro. Pela norma, será obrigatório a partir de março de 2025.

“Com a CVM 179 o investidor passará a ter o poder de julgar melhor se está tendo um bom serviço versus o preço que ele está pagando. Além de reduzir os conflitos de interesse inerentes à atividade de distribuição de investimentos”, afirma Côrrea.

De acordo com ele, com o tempo, o modelo comissionado deve se tornar insustentável, pois haverá um movimento de redução das remunerações. “Neste cenário, o fee fixo pode se fortalecer e os bons assessores que oferecem um serviço extraordinário aos seus clientes tomarão essa frente”, diz.

Procurados, XP, BTG, Safra e Inter preferiram não comentar.





Fonte: Neofeed

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Na Azzas 2154, Paulo Kruglensky saiu mesmo. O NeoFeed estava certo

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Arezzo e Soma
Tempo de Leitura:1 Minuto, 56 Segundo


Em agosto deste ano, o NeoFeed publicou a informação de que Paulo Kruglensky, que havia assumido como chief integration officer da Azzas 2154 para tocar a integração da Arezzo com o Grupo Soma, estava deixando a companhia, quatro meses depois de assumir o cargo.

Na ocasião, a Azzas correu para negar a informação depois de a matéria ter sido publicada. E Kruglensky deu uma entrevista dizendo que não sabia o que iria fazer, num claro movimento para conter danos de sua saída no preço das ações da empresa.

Em entrevista ao NeoFeed depois de a matéria ter sido publicada, disse que ficaria na empresa. O NeoFeed manteve a informação publicada, baseada em fontes próximas a companhia – apesar de a Azzas tentar desmentir a reportagem.

Mas, ao contrário do que disse, Kruglensky deixou, de fato, a Azzas no fim de agosto, confirmando as informações publicadas pelo NeoFeed. O que traz uma indagação para esse episódio: dá para manter a confiança em quem adota essa postura?

Em reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, nesta terça-feira, 15 de outubro, traz, mais uma vez, a informação da saída de Kruglensky, no fim de agosto. A Azzas não informou ao mercado sobre a saída do executivo.

Como informou o NeoFeed, ele teve desentendimentos com Birman, o que teria motivado seu pedido para deixar a companhia. “Acreditamos que Paulo fez o trabalho que precisava ser feito e a fase seguinte caberia mais ao perfil da Bain”, disse Birman, ao Valor Econômico.

A reportagem também aborda questões relacionadas a governança da Azzas 2154, com preocupações crescentes sobre as diferentes visões para a empresa que podem afetar o processo de fusão entre Arezzo e Grupo Soma.

Há diferenças de estilo e de cultura de gestão entre Alexandre Birman, presidente da Azzas 2154, e Roberto Jatahy, fundador do Grupo Soma e diretor da unidade de vestuário feminino do grupo, de acordo com a reportagem.

Procurado, a Azzas mandou o seguinte comunicado ao NeoFeed:

“O Azzas 2154 informa que o executivo Paulo Kruglensky desempenhou papel fundamental durante o período de associação das marcas Arezzo&Co e Grupo SOMA até a formação de seu Conselho de Administração.

A empresa reconhece toda a dedicação e parceria de Kruglensky durante este importante período e agradece a excelência no desempenho de suas funções.”





Fonte: Neofeed

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Fundo da Rio Bravo “fecha” agências bancárias e foca em saúde e bem-estar

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Fundo da Rio Bravo
Tempo de Leitura:1 Minuto, 49 Segundo


A Rio Bravo está ajustando o seu portfólio de ativos do fundo imobiliário Rio Bravo Renda Varejo, o RBVA11, e fazendo a readequação de um imóvel na região do Brooklin, zona sul de São Paulo.

O espaço, que antes hospedava uma agência do banco Santander, agora abrigará uma unidade da Ultra, rede de academias com 40 anos de operação e presença em 12 estados.

Com o contrato de 120 meses, a nova locação deverá gerar um impacto anual positivo de R$ 0,045 por cota no resultado do RBVA e será a primeira aposta em saúde e bem-estar.

“Nós estamos realizando uma reformulação total dentro do nosso portfólio, para que ele fique cada vez mais diversificado e atraente para o nosso público”, afirma Alexandre Rodrigues, sócio da Rio Bravo, ao NeoFeed.

“O fundo, que antes era destinado a bancos, hoje tem apenas 32% de seu portfólio composto por eles, dando espaço para muitos outros segmentos atrativos do varejo, como saúde e bem-estar”, complementa.

Nessa movimentação, o fundo, que conta com patrimônio de R$ 1,3 bilhão e aproximadamente 64 mil cotistas, já vendeu R$ 180 milhões em agências bancárias, que retornaram cerca de R$ 40 milhões em lucro aos acionistas.

Além das vendas, o fundo já realizou outras três conversões de agências bancárias em novos ativos. Nesses locais, surgiram novos locatários de segmentos como self storage, supermercado e uma loja de vendas da Plano & Plano.

“Esse trabalho ajuda a provar que o mercado talvez estivesse errado em relação ao ceticismo que tinha com as agências bancárias. Nós estamos conseguindo mostrar que esse pontos tem valor para venda e que também funcionam para locação, como é o caso do nosso novo ativo”, afirma Rodrigues.

Com a entrada em saúde e bem-estar, o fundo passa a atuar em 11 setores e tem perspectiva de aumentar essa gama nos próximos anos. “Nós temos negociações avançadas com outros imóveis, também de outros segmentos, que ao passar do tempo vão chamando a nossa atenção”, diz o executivo.

De acordo com a apuração realizada pelo NeoFeed, o RBVA deve anunciar em breve uma nova locação também no segmento de saúde.





Fonte: Neofeed

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