Connect with us

Negócios

“Novo” Banco Central será desafiado pelo grau de desaceleração econômica

Prublicadas

sobre

economia pib desaceleração
Tempo de Leitura:4 Minuto, 43 Segundo


A temperatura da economia brasileira no segundo semestre será calibrada na última semana de outubro com a publicação de indicadores de atividade, política fiscal, mercado de trabalho e finanças. Dados referentes a setembro lotam a agenda e encerram estatisticamente o terceiro trimestre que poderá confirmar desaceleração do crescimento.

O cenário não é de vacas magras, mas exige atenção. Sinais mais contundentes de desaquecimento poderão apertar o cerco ao Banco Central (BC) e à política de juros ou gerar expectativa de que isso acontecerá, inclusive, pela mudança no comando da instituição, a partir de 1º de janeiro.

Exatamente pela proximidade da nova fase – BC liderado pelo economista Gabriel Galípolo já chancelado para o cargo pelo Senado – qualquer manifestação do Palácio do Planalto e arredores sobre a política monetária interessa e produzirá eco. Juro real de 8% impõe desafios.

Não há consenso entre atores financeiros de que Galípolo, mesmo indicado pelo presidente Lula, estará imune a eventuais críticas do Executivo quanto à escalada da Selic para combater, sobretudo, as expectativas de inflação que não cedem. Muito pelo contrário.

As projeções para a inflação se agravam e distanciam-se do centro da meta no embalo de um real fortemente desvalorizado e percepção de que o risco fiscal está longe de ser contido. Condição que, somada à tensão que precede a eleição presidencial nos EUA, eleva prêmios de risco dos ativos no mundo inteiro e, claro, também no Brasil – em particular juro e câmbio.

No campo da atividade, após expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 1% no primeiro trimestre e 1,4% no segundo, ante o período anterior, bancos e consultorias preveem avanço de 0,1% a 0,7% entre julho e setembro. O resultado oficial será conhecido apenas em 3 de dezembro.

O BTG Pactual projeta expansão de 0,7% para o terceiro trimestre e vê acomodação. Exagero ou força de expressão, analistas em geral avaliam, contudo, que a atividade será claramente cadente daqui por diante. Trajetória que tende a reforçar a percepção (negativa) de que algumas condições que puxaram o PIB no primeiro semestre não serão reprisadas na mesma intensidade. O pagamento extra de precatórios está entre elas.

As informações que fecham o terceiro trimestre incluem relatórios do BC sobre operações externas e de crédito; produção industrial, segundo o IBGE; índice de gerentes de compra também do setor industrial pela pesquisa Markit/HSBC; e desempenho das contas públicas com apresentação em dois lances.

Eleição americana, um fator de risco

Se a mobilização de servidores do Tesouro por reajuste salarial e estruturação de carreiras, que se arrasta há meses, não truncar a agenda o órgão anunciará, na quarta-feira 30 de outubro, o resultado primário do governo central, representado pelo Tesouro, BC e Previdência; e na quinta, 31, o BC divulgará o balanço consolidado do setor público.

Dados do mercado de trabalho, também de setembro, deverão ser apresentados nas mesmas datas, 30 e 31, respectivamente, pelo Caged e IBGE – responsável pela Pnad Contínua. A criação de empregos com carteira assinada alcançou 232.500 postos em agosto e poderá avançar mais.

A taxa de desemprego, de 6,6% no trimestre encerrado em junho, a menor em mais de uma década, assim deverá permanecer. Instituições não apontam ruptura desse suporte para um nível de desemprego mais enxuto.

Resultados contábeis dos maiores bancos do País começarão a ser publicados e deverão catalisar a atenção de investidores nos próximos dias. Além do vigor dos lucros obtidos no terceiro trimestre, as concessões de crédito estarão em observação. Inclusive, porque a rubrica é de interesse do governo Lula para quem crédito forte traz crescimento econômico e, com sorte, popularidade.

Reprisando a sequência habitual, o Santander Brasil abre a temporada de relatórios do setor na terça-feira, 29 de outubro, seguido pelo Bradesco na quinta-feira, 31. A maior instituição privada do País, Itaú Unibanco, publicará suas contas em 4 de novembro. E o seu principal rival, Banco do Brasil, apresentará o balanço em 13 de novembro.

A atualização das informações econômico-financeiras de fechamento do terceiro trimestre abrirá espaço para a política local e internacional, em que a eleição norte-americana, em 5 de novembro, será tema dominante. E, a depender de pesquisas e apostas em Donald Trump e Kamala Harris, investidores globais tendem a acelerar a realocação de carteiras.

Indicadores do mercado de trabalho norte-americano com anúncio previsto para sexta-feira, 1º de novembro, podem contribuir para essa movimentação. Os dados catalisam sistematicamente a atenção por sua relevância nas discussões e decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a taxa básica.

E a próxima reunião de política monetária está logo aí, 6 de novembro. Data em que o BC dos EUA e o BC do Brasil ilustram mais uma “superquarta” – carimbo para decisões em calendário coincidente.

No Brasil, as eleições municipais, encerradas no domingo 27 de outubro, marcam o fortalecimento das correntes de centro e centro-direita. Resultado que deve reverberar no Congresso que volta do recesso branco, imposto pelo pleito, com agenda pesada e atenção voltada à Fazenda e Planejamento.

Apesar da regulamentação da reforma tributária sobre o consumo em fase final de avaliação no Senado exigir foco e energia e a proposta de Orçamento de 2025 também, os parlamentares não devem tirar o olho da equipe econômica que, há 10 dias, prometeu em alto e bom som um pacote “relevante” de medidas para contenção de gastos.

Encerrada a participação nos eventos do Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento, os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet voltam ao Brasil e devem ativar a “tesoura”. Mas quem vai decidir o quanto será afiada é o amolador – o presidente Lula.



Fonte: Neofeed

Negócios

Hindenburg liga o “sinal vermelho” para plataforma americana de carros usados

Prublicadas

sobre

Hindenburg liga o
Tempo de Leitura:2 Minuto, 36 Segundo


Depois do Adani Group e da Roblox, a Hindenburg Research tem um novo alvo: a Carvana, uma plataforma americana de compra e venda de carros usados, que está sendo acusada de manipulação contábil.

Em relatório divulgado na quinta-feira, 2 de janeiro, a Hindenburg alega que o portfólio de empréstimos subprime da Carvana possui riscos substanciais e o crescimento dos resultados é insustentável. A casa de research especializada em vendas a descoberto diz que estudou a companhia ao longo de quatro meses, conversando com ex-funcionários e concorrentes.

A Hindenburg, que naturalmente está short na Carvana, diz que o portfólio de empréstimos da empresa é “tóxico”, resultado de “padrões frouxos” de controle. Um ex-diretor da companhia teria dito que a empresa “aprova 100% dos pedidos” de empréstimo, emulando o período anterior à crise financeira de 2008, quando algo parecido ocorria no setor imobiliário.

A casa de research afirma que, através de terceiros, a Carvana esconde o risco de seu portfólio de empréstimos. O objetivo seria valorizar as ações e permitir que o CEO da companhia, Ernest Garcia III, e seu pai, Ernest Garcia II, possam aproveitar a valorização das ações e lucrar com a venda de participação. A prática não seria recente, com a dupla embolsando cerca de US$ 3,6 bilhões entre agosto de 2020 e agosto de 2021.

Segundo Hindenburg, mesmo correndo risco de falência em 2022 e 2023, as ações acumularam alta de 284% no ano passado. Para a casa de research, o turnaround promovido em 2024 não passou de “uma miragem” por conta das manipulações contábeis.

O relatório da Hindenburg pesou sobre as ações da Carvana. Depois de um recuo de queda de mais de 5%, os papéis recuavam 3,94% por volta das 16h52, a R$ 195,34. A companhia está avaliada em US$ 40 bilhões. Procurada por uma série de veículos de mídia, a Carvana não se pronunciou.

A Carvana é o mais recente alvo da Hindenburg, frequentemente acusada de tentar manipular o mercado através de seus relatórios. Em outubro, a casa de research acusou a plataforma de videogames Roblox de inflar seus dados financeiros, além de priorizar crescimento em detrimento da segurança dos usuários, que em sua maioria são crianças.

A Hindenburg também foi considerada responsável por destruir o acordo entre a General Motors (GM) e a montadora de caminhões elétricos Nikola. A empresa acusou a startup e seu fundador, Trevor Milton, de fraude por declarações feitas sobre o desenvolvimento da tecnologia e dos produtos da Nikola.

Outro caso emblemático foi contra o Adani Group, do bilionário indiano Gautam Adani. No começo de 2023, a Hindenburg acusou a holding de manter companhias de fachada em paraísos fiscais para lavagem de dinheiro.

A consultoria também acusou o Adani Group de estar no centro “da maior fraude corporativa da história” e que sua operação apresenta uma “situação financeira precária”, em função de um endividamento excessivo, com alto risco de falta de liquidez no curto prazo.

Como resultado, sete operações que compõem o grupo perderam o equivalente a cerca de US$ 47 bilhões em valor de mercado na ocasião.



Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

Gestora prepara o lançamento do primeiro fundo em mais de 30 anos

Prublicadas

sobre

Gestora prepara o lançamento do primeiro fundo em mais de 30 anos
Tempo de Leitura:2 Minuto, 8 Segundo


A Millennium Management é uma gestora sui generis. Desde a sua criação, em 1989, ela possui apenas um fundo de investimento. Agora, mais de 30 anos após o seu lançamento, a ideia é lançar um novo fundo para se expor a ativos ilíquidos, como crédito privado.

O mercado financeiro em países desenvolvidos viu um boom no crédito privado nos últimos anos com o fim da taxa de juros zero e com os bancos tirando o pé do business de crédito com mais risco. Isso abriu espaço para emissões no mercado privado, que hoje já somam quase US$ 2 trilhões.

Na visão do hedge fund, apesar do grande crescimento recente, ainda há muitas oportunidades para serem exploradas nesse mercado e também em outros menos líquidos, o que justificaria um fundo de investimento específico para essa estratégia.

De acordo com jornais internacionais, a Millennium não decidiu se captaria dinheiro para um novo fundo ou se transferiria de sua base de capital existente. Recentemente, a Millennium levantou US$ 10 bilhões em ativos para investir quando surgirem oportunidades.

O possível movimento de expansão busca sustentar o crescimento que transformou a Millennium em um negócio de cerca de US$ 70 bilhões desde que foi fundada por Izzy Englander. Ele ainda é dono de 100% da gestora, que foi fundada por ele com apenas US$ 35 milhões em ativos.

A casa possui mais de 330 pessoas em seus times de investimentos ao redor do mundo para apenas um fundo, que negocia ações em estratégias fundamentalista e de arbitragem, renda fixa, commodities e estratégias quantitativas em mercados líquidos.

Em 2024, o fundo teve um retorno de 15%, e alcançou US$ 72,1 bilhão sob gestão. Desde o início, o fundo tem um retorno anual médio de 14%.

O Millennium compete com outros grandes hedge funds, como o Citadel, de Ken Griffin, e o Point72, de Steve Cohen.

A Millennium e a Citadel foram os primeiros hedge funds multigestores do mercado, que nos últimos anos têm sido o segmento de crescimento mais rápido da indústria de fundos de hedge de US$ 4,5 trilhões.

Mas o grau de liquidez da Millennium é menor que o resto do mercado. O seu fundo exige cinco anos de investimento, sendo mais perto de prazos de fundos de private equity do que de crédito privado.

Outros fundos de hedge já tentaram entrar no mercado de crédito privado. O Man Group, o maior fundo de hedge listado do mundo, por exemplo, adquiriu no ano passado a empresa de crédito privado dos EUA, Varagon.



Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

BYD cola na traseira da Tesla em busca do título de maior montadora de carros elétricos

Prublicadas

sobre

BYD Yuan Pro
Tempo de Leitura:2 Minuto, 39 Segundo


Na corrida pelo título de maior montadora de carros elétricos do mundo, a Tesla vê a BYD se aproximando pelo retrovisor, com a companhia chinesa registrando vendas recordes no ano passado e a americana apresentando sua primeira queda de vendas em mais de uma década.

A companhia sediada em Shenzhen, que conta com ninguém menos que Warren Buffett como acionista, vendeu 4,3 milhões de carros elétricos e híbridos em 2024, segundo comunicado divulgado na noite de quarta-feira, 1º de janeiro.

O resultado superou o objetivo que tinha estabelecido para o ano, de 3,6 milhões de carros, de acordo com o Financial Times. Considerando apenas veículos elétricos, a BYD vendeu 1,76 milhão de unidades.

A Tesla fechou o ano com a venda de 1,79 milhão de carros, queda de 1% em relação ao registrado no ano passado, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira, 2 de janeiro. A notícia derrubou as ações da montadora de Elon Musk – por volta das 11h58, os papéis caíam 3,79%, a US$ 388,52.

A BYD já teve uma vitória simbólica em cima da Tesla. No terceiro trimestre, a montadora chinesa registrou uma receita trimestral superior a de sua rival – 201 bilhões de yuans (US$ 28,2 bilhões à época), contra US$ 25,2 bilhões da americana.

Os resultados da BYD estão sendo puxados pela forte demanda do mercado chinês por carros elétricos, graças aos bilhões de dólares em subsídios governamentais na última década e ofertas das próprias montadoras para trocar carros a gasolina por elétricos.

A situação faz os analistas projetarem que as vendas destes veículos devem superar a de automóveis a combustão em 2025. Para este ano, as estimativas apontam para um aumento de 20% nos veículos elétricos comercializados, superando 12 milhões de unidades.

A BYD não está sozinha. Outras marcas chinesas também aproveitaram o momento e bateram suas metas no ano passado. A Li Auto, primeira montadora chinesa a ser lucrativa, vendeu 500 mil unidades no ano passado. A Leapmotor, que conta com o apoio da Stellantis, comercializou 290 mil automóveis, e a Xiaomi vendeu 135 mil unidades.

O bom momento, porém, não significa que todos estão ganhando, nem que muitas das ditas vitórias sejam sustentáveis. O mercado chinês registra uma intensa competição, resultando numa forte guerra de preços, que tem arranhado os resultados.

A própria BYD sente as consequências do mercado mais concorrido. O aumento de 24% da receita veio acompanhado por uma piora da margem bruta, que recuou de 22,1% para 21,9%.

A montadora consegue contornar melhor a situação graças a sua estrutura de produção verticalizada. A BYD conta ainda com carros híbridos no portfólio e está expandindo para novos mercados, um deles sendo o Brasil, onde pretende investir R$ 3 bilhões no antigo complexo industrial da Ford em Camaçari, na Bahia, conforme mostrou o NeoFeed.

O avanço para outros países, porém, começa a enfrentar resistências. Em setembro de 2024, o governo dos Estados Unidos anunciou tarifas de 100% sobre carros elétricos chineses. A União Europeia (UE) anunciou, em outubro, a imposição de uma tarifa extra de 17% sobre a importação de veículos da BYD pelos próximos cinco anos.





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Popular