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Tentativa de assassinato de Trump: a longa história de violência contra presidentes dos EUA

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Tentativa de assassinato de Trump: a longa história de violência contra presidentes dos EUA
Tempo de Leitura:3 Minuto, 23 Segundo


Os assassinatos políticos nos Estados Unidos têm uma história longa e perturbadora.

A tentativa de assassinato de Donald Trump, que escapou por pouco da morte quando uma bala atingiu sua orelha direita enquanto ele discursava em um comício de campanha na Pensilvânia, no sábado, 13 de julho, destaca o perigo daqueles que buscam votos em um país cuja constituição garante aos cidadãos o direito de portar armas.

Trump se junta a um clube não tão exclusivo de presidentes, ex-presidentes e candidatos presidenciais dos EUA que foram alvo de balas. Das 45 pessoas que serviram como presidente, quatro foram assassinadas durante o mandato.

Dado ao status quase mítico dos presidentes dos EUA e o papel de superpotência do país, os assassinatos políticos atingem o cerne da psique americana.

O assassinato de Abraham Lincoln em 1865 e o de John F. Kennedy em 1963 são momentos-chave na história dos Estados Unidos. James Garfield (1881) e William McKinley (1901) são menos lembrados, mas mesmo assim suas mortes abalaram o país na época.

Foi depois do assassinato de McKinley que o Serviço Secreto dos EUA foi incumbido de fornecer proteção o tempo inteiro aos presidentes. O último presidente americano a ser baleado foi Ronald Reagan, que ficou gravemente ferido e precisou de uma cirurgia de emergência em 1981.

Reagan estava saindo de um hotel em Washington depois de fazer um discurso quando o atirador John Hinckley Jr. disparou tiros de uma pistola calibre 22. Uma das balas ricocheteou na limusine do presidente e atingiu-o na axila esquerda. Reagan passou 12 dias no hospital antes de retornar à Casa Branca.

Outros presidentes foram baleados, mas felizmente não ficaram feridos. Em 1933, um homem armado disparou cinco tiros contra o carro do então presidente eleito Franklin D. Roosevelt. Roosevelt não foi atingido, mas o prefeito de Chicago, Anton Cermak, que falava com Roosevelt depois que o presidente recém-eleito fez alguns breves comentários ao público, ficou ferido e morreu 19 dias depois.

Em setembro de 1975, o presidente Gerald Ford sobreviveu a duas tentativas distintas de assassinato – ambas cometidas por mulheres. A primeira ocorreu em 5 de setembro, quando Lynette (Squeaky) Fromme, uma seguidora do líder do culto Charles Manson, tentou atirar em Ford enquanto ele caminhava por um parque em Sacramento, na Califórnia, mas sua arma falhou e não disparou.

Em 22 de setembro, Sara Jane Moore, uma mulher ligada a grupos radicais de esquerda, disparou um tiro contra Ford quando ele saía de um hotel em São Francisco, mas errou o presidente.

Os candidatos presidenciais não estiveram isentos de tentativas de assassinato, incluindo, nomeadamente, o senador Robert F. Kennedy, morto em 1968, e George Wallace baleado e deixado paralisado em 1972.

Em 1912, o ex-presidente Theodore Roosevelt foi atingido no peito por uma bala calibre 38 enquanto fazia campanha para reconquistar a Casa Branca. Mas a maior parte do impacto da bala foi absorvida por objetos no bolso do peito da jaqueta de Roosevelt. Mesmo tendo levado um tiro, Roosevelt fez um discurso de campanha com a bala ainda no peito.

Outras figuras com poder político significativo – embora não eleito – também tiveram as suas vidas interrompidas por tiros, mais notavelmente Martin Luther King Jr. em 1968, poucos meses antes da morte de Bobby Kennedy.

Em um país com mais armas do que pessoas, e com armas de fogo facilmente disponíveis, não é surpreendente que os tiroteios sejam invariavelmente o meio preferido de matar ou tentar matar titulares de cargos políticos.

Tal como Trump, a maioria das tentativas de assassinato ocorre quando candidatos e políticos estão em espaços públicos com multidões de pessoas nas proximidades. Há uma longa história de políticos que insistem, contra o conselho dos seus conselheiros de segurança, em “pressionar a carne” em eventos que põem em risco a sua segurança. Trump teve a sorte extraordinária de escapar apenas com ferimentos leves.

Thomas Klassen é professor da Escola de Políticas Públicas e Administração da Universidade de York, no Canadá.

Este artigo foi publicado originalmente no The Conversation.



Fonte: Neofeed

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Na agricultura familiar, uma solução (e um problema) para o combate contra a fome

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Na agricultura familiar, uma solução (e um problema) para o combate contra a fome
Tempo de Leitura:6 Minuto, 0 Segundo


É impossível pensar o combate à fome no Brasil sem a agricultura familiar. De tudo o que chega às nossas mesas, 70% vêm das roças e fazendas desses pequenos produtores. São frutas, legumes, verduras, milho, mandioca, batata, feijão, ovos, leite, suínos, aves… alimentos frescos e nutritivos, produzidos, frequentemente, em sintonia com a natureza — mesmo em contextos mais modernizados.

Assim, a agricultura familiar, além de garantir a soberania alimentar nacional, fortalece as economias de suas regiões e, por ser local e diversificada, promove a produção e distribuição de alimentos frescos e saudáveis em áreas mais vulneráveis, onde a agroindústria costuma não chegar. Protege ainda o meio ambiente e preserva as tradições culturais, ao incluir povos indígenas e quilombolas, entre outras comunidades nativas. Um instrumento poderoso rumo a um Brasil bem nutrido, inclusivo e sustentável.

Pelas imagens na tevê, com monoculturas a perder de vista e máquinas ultramodernas, tem-se a impressão de que o campo é do agronegócio. Só que não.

Embora ocupe 23% das terras das terras agropecuárias, a agricultura familiar concentra 76,5% das propriedades rurais. Em 3,9 milhões das 5,1 milhões de unidades produtivas, espalhadas Brasil afora, a lida com a lavoura e os animais cabe a famílias, geralmente, em uma tradição passada entre gerações — e cujos rendimentos anuais somam, no máximo, R$ 500 mil.

Outro exemplo da potência dos produtores familiares? Eles empregam quase 70% da força de trabalho do setor agrário e respondem por 23% do valor bruto da produção agropecuária — cujo volume financeiro total deve fechar 2024 em R$ 1,142 trilhão.

Se os produtores familiares brasileiros fossem um país, seriam o oitavo maior produtor de alimentos do mundo, à frente do Japão, Alemanha e Canadá.

Mas, em mais uma das desigualdades brasileiras, apesar da importância da agricultura familiar, para a economia e a segurança alimentar do país, nem sempre a comida chega ao prato de quem a produz. Seis em cada dez moradores (63,8%) das áreas rurais, em maior ou menor grau, não se alimentam de forma adequada.

Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan), a partir de entrevistas com 35 mil pessoas, em 2022, mostra ainda: 18,6% do habitantes do campo vivem o estágio mais grave de insegurança alimentar. Não têm o que comer hoje e não sabem quando farão a próxima refeição.

“Ao mesmo tempo que os agricultores familiares representam um potencial de alívio para a insegurança alimentar no país, eles representam uma público alvo das ações de combate à fome”, diz Maria Siqueira, diretora do Pacto Contra a Fome, em conversa com o NeoFeed.

Historicamente, os entraves ao pleno desenvolvimento da agricultura familiar são dois: a falta de assistência técnica e dificuldade de acesso ao crédito agrícola.

A literatura internacional mostra: com a capacitação dos trabalhadores rurais, a produtividade das lavouras, a qualidade dos alimentos e a renda dos agricultores aumentam. Mas apenas 18% deles contam com esse tipo de orientação.

Com conhecimento técnico, inclusive, a transição para sistemas agroecológicos fica não apenas mais fácil com ganha celeridade.

E o trabalho nem seria tão complicado. O cultivo praticado no Brasil por esses produtores é facilmente adaptável aos modelos sustentáveis. A maioria, exatos 67%, não usa insumos industriais no manejo das plantações.

Acesso ao crédito

Os desafios impostos pela agricultura familiar aos formuladores de políticas públicas são enormes, mas, aos poucos, o Brasil parece retomar os eixos. Criado em 1995, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) serve de paradigma.

Depois de aumentos sucessivos nas taxas de juros, ao longo dos últimos anos, o Plano Safra 2024/25, uma das principais políticas do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), facilitou o acesso ao crédito, ao reduzir os juros dos empréstimos. As taxas hoje variam de 0,5% a 6% — a título de comparação, no período 2021/22, esses índices iam de 5% a 6%.

Anunciado em julho de 2024, o novo programa procura incentivar a produção orgânica, agroecológica e de alimentos da sociobiodiversidade. Para quem cultiva arroz orgânico, sem agrotóxicos e adubos químicos, por exemplo, as taxas são de 2%. Para os agricultores do grão convencional, de 3%.

As propriedades familiares ocupam o equivalente a 23% das terras agropecuárias do país

Apenas 15% dos produtores familiares conseguem acesso à crédito

Um dos entraves ao desenvolvimento da agricultura familiar no Brasil é a falta de assistência técnica

Levantamento do MDA, divulgado em novembro de 2024, mostra: nos quatro primeiros meses do Plano Safra 2024/2025, dos R$ 76 bilhões disponibilizados pelo Pronaf, a agricultura familiar acessou cerca de R$ 29,5 bilhões — aumento de 4% em relação ao mesmo período da safra anterior.

No último plano, foram celebrados 1,7 milhão de contratos. São 18% a mais em número de operações e 12%, em volume contratado. É, sem dúvida, um avanço, mas ainda muito longe do ideal.

“As evidências têm apontado que esse é o caminho”, avalia a diretora do Pacto. “O que não significa que não tenhamos ainda grandes desafios que precisam ser perseguidos.” Maria se refere, por exemplo, às profundas diferenças entre as concessões de créditos, quando analisadas individualmente as regiões do país.

O estudo Agricultura Familiar Brasileira: Desigualdades no Acesso ao Crédito, apresentado em 2023, pela ONG Climate Policy Initiative, em parceria com a PUC-Rio, é revelador do longo caminho ainda a ser percorrido: apenas 15% dos agricultores familiares obtêm crédito. E os contratos do Sul do país têm um valor médio por hectare 18 vezes maior que do Norte, tradicionalmente mais pobre —R$ 1,451 mil contra R$ 83.

Por isso, em todas as áreas de atuação, não só na agricultura familiar, uma das premissas do Pacto Contra a Fome é a de políticas públicas baseadas em evidências — em ajudar o governo federal na coleta e interpretação de dados, como insiste a economista e empresária Geyze Diniz, idealizadora, cofundadora e presidente do conselho de administração do movimento, desde o lançamento da coalização, em abril de 2023.

Afinal, é impossível transformar uma realidade de forma estruturante sem conhecê-la a fundo.

Dois Brasis

Outra aposta dos estudiosos para combinar a promoção da agricultura familiar com o combate à fome é a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Lançado em 2003, o projeto foi praticamente abandonado nos últimos anos.

Por meio do PAA, o governo federal compra os alimentos vindos da agricultura familiar e os doa para projetos de assistência a pessoas em situação de insegurança alimentar. Para os agricultores, é uma reserva de mercado, a garantia de que as suas produções serão integradas à cadeia de consumo.

Como em várias esferas da vida social e econômica brasileira, também no campo é possível constatar a existência de dois Brasis.

De um lado, a agropecuária de commodities, aquela que passa na televisão — dinâmica, com a cadeia produtiva bem estruturada, que exporta e produz receita. Do outro, milhões de produtores familiares, com poucos recursos; muitos passando fome.

E o direito básico à alimentação de todos os brasileiros só estará de fato garantido com o fim das discrepâncias entre essas duas forças. Ambas importantíssimas para o desenvolvimento do país e a construção de um futuro mais farto e justo.





Fonte: Neofeed

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Wealth Point #32 – Joaquim Azevedo, da Sequóia Properties, e Felipe Nobre, da Jera Capital

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Fonte: Neofeed

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Madero persegue dois números a partir de 2025: 800 restaurantes e 30% da receita em delivery

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Os restaurantes Madero Burguer, Madero Grill e Jeronimo estão preparados para atender cinco milhões de clientes em dezembro. O mês é o de maior movimento para o grupo criado por Junior Durski. Mas enquanto contabiliza os pratos que saem das cozinhas de cada uma dessas marcas, o empresário e chef finaliza o preparo dos números para 2025.

O grupo está voltando a ter apetite por crescimento. Com 275 lojas em operação, os últimos dois anos foram de redução do investimento. O motivo desse aperto era a necessidade de voltar a ter um equilíbrio entre a geração de caixa e o endividamento.

A dívida líquida da companhia era de R$ 594,9 milhões em setembro de 2024, uma alavancagem de 1,07 vez para um prazo médio de 2,9 anos. Em 2020, a alavancagem do Madero chegou a 15,03 vezes a geração de caixa.

“Temos um número na empresa de dívida líquida sobre o Ebitda de uma vez. É o ponto para voltar a crescer. Chegaremos até o começo de 2025 e aí, sim, mantendo esse número, com geração de caixa, a gente volta a crescer”, diz Durski em entrevista ao Números Falam, programa do NeoFeed que tem o apoio do Santander Select.

“Esse custo vai para CDI+2,75% a partir de abril de 2025. A situação financeira da companhia, que é muito boa e com expectativas excelentes, foi revista”, complementa Ariel Szwarc, CFO do Madero.

Com Ebitda Ajustado dos últimos 12 meses de R$ 576 milhões, encerrados em setembro deste ano, para uma margem Ebitda de 32%, o plano de abertura de lojas vai começar a ganhar tração.

Embora o exterior seja atrativo para uma expansão, Durski ainda vê potencial para crescer no País. A marca, por exemplo, chegou recentemente no Nordeste.

“Podemos chegar a 600, 700, 800 restaurantes tranquilamente no Brasil. O Jerônimo é uma marca que pode fazer uma expansão grande. E o Madero também tem muito potencial”, diz Durski.

Um modelo que começa a ser experimentado pela companhia é a loja híbrida, com totens do Madero e do Jeronimo. O cliente escolhe qual cardápio prefere e retira no balcão. No primeiro mês de experiência em uma unidade da rua Oscar Freire, em São Paulo, as vendas aumentaram mais de 70%.

Em paralelo à expansão orgânica, o Madero quer elevar a participação do delivery nas receitas da companhia. Um negócio que começou na pandemia “meio a contra gosto” do chef Junior vem ganhando espaço no faturamento.

Até o começo de 2024, o delivery vinha representando em torno de 15% da receita líquida do grupo. Ao longo do ano, essa representatividade foi aumentando e atingiu 20,2% no terceiro trimestre. O plano é chegar a 30% no curto prazo.

Com o ajuste no balanço da companhia, Junior Durski continua sonhando com o IPO da empresa. Ele diz que é uma maneira de perenizar a companhia e acelerar o plano de crescimento. Mas ele não tem pressa. “Se tiver uma janela, vamos para o IPO. Se não tiver, estamos felizes também”, diz ele.





Fonte: Neofeed

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