Negócios
Ação da Azul desaba com plano para renegociar dívida e evitar recuperação judicial
A Azul está com dificuldades para lidar com sua dívida e está vasculhando as opções disponíveis no mercado para se livrar do problema. No pior cenário, a companhia pode ter que entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, recorrendo ao Chapter 11.
De acordo com uma reportagem da agência Bloomberg, que conversou com fontes próximas à empresa, a esperança da Azul está na fusão com a Gol. O negócio teria a função de convencer os credores de que a nova empresa contaria com níveis de dívida mais baixos e melhores perspectivas de crescimento.
Essa abordagem, porém, é vista como a menos provável, em função da necessidade de caixa iminente da Azul e dos fracos resultados financeiros da companhia. Como um agravante, a Gol também entrou com um pedido de recuperação em janeiro deste ano nos Estados Unidos, após enfrentar US$ 2,7 bilhões em passivos e realizar algumas rolagens de dívida.
A segunda opção, que parece ser a mais estudada no momento pela Azul, é a realização de um follow-on. Nessa direção, a empresa estaria trabalhando com o Citigroup, que também atua como seu consultor em uma possível fusão com a Gol, para estruturar uma oferta subsequente de ações.
Por último, a companhia também cogita emitir títulos de dívida por meio da Azul Cargo, sua unidade de cargas. Nenhuma das possibilidades animou, porém, o mercado, o que fez com que as ações da Azul registrassem uma queda de 22%, para R$ 5,65, por volta das 12h desta quinta-feira, 29 de agosto.
No início do mês, o BTG rebaixou a recomendação dos papéis da Azul após mostrar preocupação com sua alavancagem, que atingiu 4,25 vezes no segundo trimestre. Segundo o banco, a forte depreciação do real causou “alguns danos” na estrutura financeira da empresa.
“Acreditamos que o mercado irá monitorar de perto a desalavancagem financeira da empresa e vemos notícias potenciais de um acordo com a Gol como o principal risco de alta para o nosso call (juntamente com um real mais forte)”, escreveram os analistas.
Já em relatório divulgado nessa quinta-feira, os analistas da Ativa Research observaram que, ao renegociar suas dívidas com os credores no ano passado, a Azul acordou em pagar um cupom fixo de 7,5% e ações à R$ 36, que seriam emitidas entre o segundo semestre de 2024 e o mesmo período de 2027.
“Como este valor é muito superior à cotação atual da ação, é natural que a Azul esteja buscando formas de renegociar este liability, ao passo que também é natural que os credores cobrem um pedágio para aceitarem renegociar novamente os valores que têm a receber da empresa”, afirma a corretora em relatório enviado ao mercado.
Há outras possibilidades, porém, na mesa. O Senado aprovou, na quarta-feira, 28 de agosto, a destinação de R$ 5 bilhões para as aéreas através do fundo do BNDES. “Acreditamos que todas as empresas, inclusive a Azul, devem acessar os recursos do fundo, que espera sanção presidencial, o que acreditamos que deve acontecer nas próximas semanas”, ressalta a Ativa.
Negócios
No plano bilionário de recompra de ações do UBS, ser “grande demais para quebrar” virou um problema
O banco suíço UBS anunciou que realizaria a recompra de US$ 3 bilhões em ações em 2025, sendo US$ 1 bilhão no primeiro semestre e mais US$ 2 bilhões na segunda metade do ano. Os planos, porém, podem ser prejudicados por reformas no regime de capital dos bancos na Suíça, de acordo com o Financial Times.
Com a perspectiva de novas regras por parte do governo, a instituição terá de se preparar para um possível aumento relevante nos requisitos de capital destinados a bancos considerados “grandes demais para quebrar”. Até o momento, o mercado não sabe quais serão essas novas normas.
Na visão do CEO do UBS, Sergio Ermotti, uma “reação exagerada” do governo suíço pode prejudicar a competitividade do banco. “Não parece ser o momento certo para fazer experimentos com o aumento de exigências, justamente quando a economia precisa que o sistema bancário seja uma fonte de estabilidade e força”, afirmou Ermotti ao FT.
Essa competitividade do UBS trouxe frutos no quarto trimestre de 2024. O banco entregou resultados financeiros superiores aos esperados pelos analistas, atingindo um lucro líquido de US$ 770 milhões nos últimos três meses de 2024, impulsionado por sua divisão de investimentos.
O lucro antes de impostos dessa divisão também superou as expectativas, chegando a US$ 486 milhões. Por outro lado, a unidade de gestão de fortunas, que costuma se destacar no banco, decepcionou, registrando captação menor do que o esperado.
Os números levaram o banco, que continua no processo de integração do Credit Suisse, ao seu quarto trimestre consecutivo de lucratividade. Sua receita total também registrou valorização de 7% nos três últimos meses do ano, atingindo US$ 11,6 bilhões.
No recorte da receita de mercados globais, o banco saltou 44% no trimestre, com maior volume de negociações em ações e câmbio. O número foi impulsionado pela forte demanda de clientes institucionais e privados, que se fortaleceram pelo aumento do apetite por risco com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.
Os resultados seguiram a tendência vista nos grandes bancos de Wall Street, que reportaram seus números nas últimas semanas. Por lá, o francês BNP Paribas também divulgou uma recuperação em sua divisão de investimentos, que elevou os lucros em mais de 15% no trimestre.
Na visão do UBS, o primeiro trimestre de 2025 deve surfar nas “condições de mercado construtivas”. Apesar disso, o banco acredita que o sentimento dos investidores pode ser afetado por um cenário macro incerto fora dos Estados Unidos, além do aumento nas incertezas nas dinâmicas econômicas e de comércio global, o que pode mudar as perspectivas ao longo do ano.
Com a notícia do possível cancelamento na recompra de ações do UBS, os papéis do banco estavam em queda de 6,6% na bolsa de valores de Zurique. Em 12 meses, as ações sobem 15,6%.
Negócios
Alívio na bolsa brasileira é temporário, diz Ibiuna (e Trump ainda vai gerar muita volatilidade)
As expectativas da Ibiuna Investimentos para o mercado internacional seguem pouco otimistas, com riscos associados às políticas econômicas de Donald Trump. Para a gestora, a volatilidade dos últimos dias deve se tornar uma constante nesse novo cenário, mesmo com os Estados Unidos fechando acordos comerciais.
“A incerteza sobre a magnitude, a abrangência e o cronograma de implementação do programa de novas tarifas americanas, além de seu impacto sobre cadeias produtivas, tende a gerar ainda mais volatilidade”, afirma a carta mensal gestora, entre as maiores independentes, com R$ 16 bilhões em investimentos,
A Ibiuna espera que essas tarifas tenham efeitos inflacionários sobre a economia dos EUA, reduzindo o espaço para cortes de juros pelo Federal Reserve. O cenário é agravado pelo crescimento acima do potencial e pela taxa de desemprego abaixo do equilíbrio.
“As tarifas devem ser mais um obstáculo para o Fed cortar juros”, afirma a gestora. “Mas também para o crescimento dos Estados Unidos no médio prazo e, especialmente, para seus parceiros comerciais. Por outro lado, os países afetados devem enfrentar menor perspectiva de crescimento, gerando pressões por acomodação na política monetária.”
Nesse contexto, a gestora reforçou apostas em posições defensivas, privilegiando ativos que se beneficiam de um dólar forte e da menor sincronia entre as políticas monetárias dos EUA e de outras economias desenvolvidas e emergentes.
Alta do Ibovespa não é duradoura
A alta de 4,9% do Ibovespa em janeiro, que marcou o melhor mês da bolsa brasileira desde agosto de 2024, reflete esse alívio internacional. Mas, para a Ibiuna, o movimento não é sustentável, pois não ocorreram mudanças nos fundamentos do mercado local.
“O alívio observado em janeiro não deve se mostrar duradouro. Vemos o movimento como reflexo do cenário global, somado a um calendário sazonalmente mais favorável. A preocupação com a ausência de uma resposta consistente para o equacionamento de uma dívida pública em trajetória explosiva permanece”, destaca a gestora.
Além da questão fiscal, dois outros fatores de risco emergem: a desaceleração da economia brasileira diante da alta de juros e – principalmente – o risco de o governo adotar uma postura contracíclica para manter a economia aquecida, o que poderia gerar danos adicionais às contas públicas.
“Essa desaceleração é crucial para recolocar a inflação em trajetória de convergência à meta, mas será suficiente para interromper o ciclo de deterioração consistente das expectativas de inflação?”, questiona a Ibiuna. “Até termos maior clareza, seguimos com posições defensivas nos ativos do país.”
Negócios
China reage às tarifas de Trump com “canelada” no Google, à espera de negociação
O governo chinês reagiu na mesma moeda à imposição de tarifas de importação de 10% dos Estados Unidos. Na terça-feira, 4 de fevereiro, quatro dias após a taxação assinada pelo presidente Donald Trump, os chineses retaliaram, além de terem aplicado um “troco” adicional: abriram uma investigação antitruste contra o Google.
No anúncio, o governo da China impôs tarifas adicionais entre 10% e 15% sobre gás natural liquefeito, carvão, petróleo bruto e equipamentos agrícolas dos EUA, que entrarão em vigor em 10 de fevereiro.
A China também vai impor tarifas sobre importações de carros dos EUA e controles adicionais de exportação de metais raros (de tungstênio e mais de duas dúzias de outros produtos e tecnologias ligados a esses minerais, com efeito imediato).
O pacote de retaliação era esperado, mas causou surpresa por incluir um tema alheio à disputa comercial entre os dois países – a abertura de uma investigação sobre o Google por parte do órgão regulador antitruste chinês, por suspeitas de violações de leis antimonopólio.
Embora o mecanismo de busca esteja bloqueado na China — junto com a maioria dos negócios da empresa controladora Alphabet — a gigante tech americana lucra com empresas chinesas que anunciam no exterior.
A investigação antitruste sobre o Google foi recebida como outra moeda de troca, semelhante à investigação da China sobre a fabricante de chips americana Nvidia.
A resposta chinesa às tarifas de Trump, porém, foi bem mais suave do que o padrão adotado pela China desde o início da guerra comercial com os EUA, durante o primeiro mandato de Trump.
No total, as novas tarifas atingiram cerca de US$ 14 bilhões em produtos americanos, de acordo com levantamento do Citi, ou menos de 10% do total das importações dos EUA em 2023, o último ano para o qual havia dados completos.
Por essa razão, além do prazo de seis dias para as tarifas entrarem em vigor, analistas ocidentais veem a resposta chinesa como um “movimento simbólico” – ou seja, apenas um ponto de partida para negociação, pois o presidente americano deve conversar esta semana com o líder chinês Xi Jinping.
“A retaliação chinesa não foi uma resposta de escalada”, disse Chris Beddor, vice-diretor de pesquisa da China na Gavekal, empresa de pesquisa e de serviços financeiros com sede em Hong Kong. “Eles estão claramente visando negociações e um acordo.”
Trump irritou aliados vizinhos e investidores com o anúncio na sexta-feira à noite de impostos de importação para Canadá e México (25%) e China (10%), que ele acusou de não conseguirem conter a imigração e o fluxo do opioide mortal fentanil para os EUA. Juntos, os três países respondem por 41,75% das importações dos EUA.
Estratégia do porrete
O temor de que Trump cumpriria sua promessa de sobretaxar importações de países com os quais os EUA têm déficit comercial para atrair de volta indústrias para o país durou muito pouco.
Já na segunda-feira, 3, o presidente americano suspendeu por 30 dias a imposição de tarifas contra o México e o Canadá, após negociações com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau.
Sheinbaum se comprometeu a enviar 10 mil soldados para a fronteira com os EUA, promessa semelhante do primeiro-ministro canadense.
O recuo de Trump reforçou a percepção que sua estratégia é primeiro fazer ameaças por meio de imposição de tarifas duríssimas para obrigar os países ameaçados a sentar para negociar – ou seja, a adoção de tarifas teria efeito, no máximo, temporário, até os EUA obterem concessões.
Na segunda-feira, 3, o mercado financeiro americano deu mostras de apostar nessa estratégia de Trump – apesar de, após a posse, acreditar que Trump entregaria as coisas boas que havia prometido, como desregulamentação e impostos mais baixos, antes de passar para as tarifas.
O S&P 500 fechou a sessão de segunda-feira em queda de apenas 0,8%, apesar de todo o ruído em torno das tarifas contra os principais parceiros comerciais dos EUA.
Ao longo do dia, o S&P caiu quase 2% no seu pior momento – antes de a presidente mexicana anunciar acordo com Trump, suspendendo a imposição e tarifas -, índice típico de um dia ruim, mas dificilmente indicativo do colapso da ordem comercial global.
Agora, o cenário mais viável é o de repetição do que ocorreu o primeiro mandato de Trump, quando as tarifas de importação foram constantemente elevadas e depois cortadas, o que reforça a ideia de que elas não durarão por muito tempo e servirão de chamariz para Trump forçar países, aliados ou não, fazer concessões ao presidente americano.
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