Connect with us

Negócios

Apenas 10% dos M&As de assessorias de investimento se concretizam (culpa é do valuation)

Prublicadas

sobre

Apenas 10% dos M&As de assessorias de investimento se concretizam (culpa é do valuation)
Tempo de Leitura:4 Minuto, 7 Segundo


O movimento para fusões e aquisições entre as assessorias de investimento está a todo vapor, mas nenhuma grande transação aconteceu neste ano, até agosto. Um estudo da consultoria AAWZ, especialista em M&A, explica por que as conversas, embora intensas, não se convertem em deals.

A “culpa” é dos valuations. Muitas operações acabam travadas por uma expectativa de conseguir valores de um mercado que não existe mais. Com isso, de cerca de 50 conversas que aconteceram nos últimos 12 meses entre assessorias com pelo menos 10 profissionais, houve uma conversão de apenas 10%.

“Os últimos 12 a 24 meses foram difíceis para a atividade de assessoria de investimentos por baixa captação e baixo crescimento da custódia. O que fez as conversas acelerarem”, diz Filipe Medeiros, CEO e fundador AAWZ, em entrevista ao NeoFeed.

“Mas pouca coisa se concretiza de fato porque tem gente apegada aos valuations do mercado de 2020, que não existe mais”, complementa.

O estudo da consultoria mostra que ocorreram cinco M&A entre agosto de 2023 e de 2024 com encerramento de CNPJ (completamente efetivados) e 14 movimentações parciais, ou seja, o CNPJ anterior foi mantido mas houve mudança de 50% do time de uma assessoria para outra.

A maior parte das conversas ocorre entre escritórios de R$ 1 bilhão a R$ 3 bilhões sob custódia, que buscam uma fusão para ganhar escala. Ou entre assessorias de investimento com mais de R$ 3 bilhões querendo incorporar operações menores que agregam em valor, principalmente pela qualidade dos sócios.

Dos cinco M&As assinados, a AAWZ esteve presente em dois. Um desses foi o da Inove, que incorporou a Eu Investimentos, com cerca de R$ 500 milhões sob custódia. Hoje, o escritório plugado na XP totaliza R$ 6 bilhões.

“Acreditamos muito no movimento de consolidação da indústria. Esse foi o nosso terceiro deal e continuamos avaliando alguns outros”, afirma Eduardo Madaleno, CEO da Inove.

“Mas as coisas só andam quando de fato há uma clareza da sinergia e flexibilidade entre as partes na negociação. E o valor de mercado hoje mudou”, complementa.

Segundo Madaleno, o time sênior da Eu Investimentos, de ex-executivos do Itaú BBA, trazia mais qualidade para a operação mais robusta da Inove, com mais processos e governança e um ecossistema mais completo além de investimentos.

O fator tempo

Quando se pega uma janela maior de tempo, o estudo da AAWZ mostra que ocorreram, em média, quatro operações de fusão e aquisição entre o terceiro trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2024 – sempre considerando casas com, no mínimo, 10 assessores.

A média de deals foi caindo nos últimos 24 meses justamente pelas condições macroeconômica. Em 2020, a taxa de juros estava em 2% ao ano e as assessorias cresciam, em média, 70% ao ano. Agora, com a Selic na casa de dois dígitos, o crescimento médio tem sido de 20% ao ano.

Um bom exemplo dessa mudança de realidade no mercado é a própria XP, que foi avaliada em seu IPO a mais de 50x o lucro no fim de 2019 e, agora, está avaliada na Nasdaq a cerca de 15x o lucro.

O problema, na visão de Medeiros, da AAWZ, é que o acordo de sócios pelo partnership das empresas de assessoria não foi atualizado – e o ideal teria sido uma correção de três a quatros vezes no período.

Esses assessores internos “compraram” a sociedade com um valor maior e não aceitam vender com tamanho “desconto”. E isso impede os deals de se concretizarem.

“Muita gente ficou insatisfeita porque fez a empresa crescer e não cresceu a participação junto no momento de boom”, afirma o CEO da AAWZ.

Tomás Zakia, CEO da WIT, que já fez quatro incorporações, sendo a última a da Japi, que tinha cerca de R$ 500 milhões sob custódia, vê tanto o aquecimento nas conversas como um problema de valuation.

“O mercado está superaquecido para fusões. O ROA está menor, a competição entre os escritórios maior e ambiente mais favorável aos bancos. Estamos discutindo com outras casas, mas, de fato, há um descompasso de preço que trava muitas negociações”, afirma ele, que hoje detém R$ 5,2 bilhões sob custódia.

Com o mercado em baixa, o retorno não está sendo o mesmo. Por isso, apesar da tendência de consolidação, o mercado ainda está em expansão com o surgimento de mais assessorias.

Nos últimos 12 meses, nove escritórios foram criados – quase o dobro do número de encerramento de CNPJs. Desses novos negócios, 60% foram fundados por assessores que saíram de outra casa para ter a sua própria empresa. Em 2020, esse percentual era de apenas 25%.

“O mercado fica cada vez mais competitivo, e é preciso entender que a realidade mudou. Com o aumento previsto da taxa de juros, o mercado continuará desafiador e talvez não se veja mais os valuations para esse negócio de quatro anos atrás”, diz o CEO da AAWZ.





Fonte: Neofeed

Negócios

Para acabar com as “ferrovias de papel”, governo quer mexer no marco legal do setor. Não será fácil

Prublicadas

sobre

ministerio_da_infraestrutura_ferrovia
Tempo de Leitura:5 Minuto, 38 Segundo


Menos de quatro anos depois de entrar em vigor, a Lei das Ferrovias deverá passar por uma série de mudanças até o final do ano para destravar projetos e viabilizar investimentos visando a melhora e ampliação da malha ferroviária.

Entre as medidas que estão sendo formatadas – e que vão exigir alterações regulatórias complexas pelo Congresso Nacional -, a que mais chama a atenção é a permissão aportes de recursos públicos no regime de autorizações ferroviárias, hoje exclusivo de projetos, obras e financiamento do setor privado.

O anúncio, feito esta semana pelo secretário Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, foi bem recebido pelo setor, que vinha cobrando do Ministério dos Transportes a mesma iniciativa que a pasta dedica ao segmento rodoviário.

O cenário atual do setor ferroviário é marcado por muitos anúncios de projetos bilionários de expansão da malha, mas poucas obras em andamento. Muito por conta da dificuldade de deslanchar justamente a maior inovação do marco regulatório de 2021 – a criação do regime de autorizações ferroviárias.

No papel, a iniciativa tinha tudo para dar certo: a empresa interessada apresenta projeto no qual fica encarregada de obter licenciamentos junto aos órgãos competentes, de tocar os projetos de engenharia e de viabilidade socioambiental, além da busca de financiamento para construir e explorar novos trechos, a maioria para o transporte de cargas.

Desde 2021, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) recebeu 106 requerimentos, que geraram 45 contratos de autorizações ferroviárias. Juntos, prometem R$ 241,14 bilhões em investimentos para explorar 12.546 km de trilhos, quase metade da malha existente. Apenas dois contratos, porém, saíram da prancheta – o que rendeu às autorizações o apelido de “ferrovias de papel”.

De acordo com especialistas, é muito difícil viabilizar projetos ferroviários apenas com recursos privados, pois normalmente são de longo prazo de construção, com rentabilidade baixa. A participação do Estado é essencial não só com aportes financeiros, principalmente no início, mas também com incentivos fiscais e outros benefícios.

A solução proposta pelo governo de fazer parceria com o setor privado, na prática, se dará por meio de um contrato no formato de PPP (parceria público-privada). No caso das autorizações, o modelo ainda não está definido.

Em outros modelos, caso um determinado projeto necessite de aporte de recursos públicos para sua viabilidade via PPP, haverá um leilão onde qualquer interessado que se qualifique poderá fazer um lance. Este lance será na forma de propor o volume de recursos públicos a ser aplicado no projeto. Quem propor menor volume vence o certame.

“Até então fizemos obras públicas para depois conceder, mas o mundo nos ensina que é possível fazer diferente, fazer leilões com aporte, para elevar a taxa interna de retorno dos projetos para obter uma taxa mínima de atratividade que estimule o setor privado”, disse Ribeiro na Câmara.

Outra mudança é a regulamentação de um chamamento público para trechos com baixa utilização ou mesmo abandonados pelas atuais concessionárias.

Incentivos fiscais por meio de debêntures incentivadas, aceleração da renovação antecipada de concessões (que podem render R$ 20 bilhões ao governo) e a questão da interoperalidade – facilitar à empresa que obteve autorização ferroviária o direito de passagem por uma ferrovia sob concessão para chegar ao destino– também foram citados por Ribeiro.

Esforço político

Luiz Baldez, presidente da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (ANUT), elogia o pacote de promessas do governo, mas reconhece que vai exigir um grande esforço político para ser aprovado no Congresso.

Segundo ele, a solução de adotar a parceria com o poder público como forma de impulsionar as autorizações ferroviárias vai exigir uma mudança importante tanto na Lei das Ferrovias – que cita as autorizações ferroviárias exclusivamente como um modelo de atuação do setor privado – como na lei das PPPs, de 2004.

Isso porque a lei da PPP, por exemplo, fala que o poder público só pode injetar recursos ao longo do projeto, e precisaria fazer uma alteração legal para permitir que o governo coloque o dinheiro na assinatura do contrato.

“Sem um aporte inicial grande do governo, o setor privado não tem segurança jurídica de colocar a parte dele, pois ao longo do projeto o Orçamento público pode ter contingenciamento e outras limitações fiscais”, diz Baldez.

A boa notícia, segundo ele,  é que, em tese, bastaria acrescentar um capítulo à lei das PPPs prevendo essa modelagem. Já a alteração na lei original das autorizações ferroviárias para permitir a parceria com o poder público terá necessariamente de passar pelo Congresso Nacional.

O setor também vê com esperança a possibilidade de destravar outro gargalo, a obtenção de licenciamento ambiental. Baldez explica que um projeto ferroviário de porte (500 km) pode levar de nove a dez anos para entrar em operação.

“São dois anos para fazer projeto, mais dois anos para as licenças ambientais prévias – em caso sensíveis, como na Amazônia, pelo menos mais dois anos” – e outros cinco a seis de obras”, diz.

A esperança repousa num projeto de lei da bancada ruralista que está parado no Senado, o PL 2.159/2021, que afrouxa controles para acelerar a aprovação de licença ambiental. “Na prática, o PL libera a licença prévia ambiental para iniciar o projeto sob o compromisso de a empresa cumprir todas as exigências, sob risco de multa e outras penalizações”, diz Baldez.

Eduardo Schiefler, especialista em direito público e sócio do escritório Schiefler Advocacia, vê muitas dificuldades para aprovar as medidas sugeridas. Isso porque as modelagens de PPPs são complexas em se tratando de obras federais de grande porte – tanto que não há nenhuma em andamento no setor de infraestrutura.

Ele lembra que o marco regulatório do setor ferroviário cita as concessões como regime público de execução de projetos e as autorizações ferroviárias como regime da iniciativa privada.

“Não são alterações simples, viabilizar a utilização da lei da PPP na lei das autorizações teria de se criar uma nova figura jurídica, pois o marco faz menção às concessões”, diz. “Se houver aporte de dinheiro público nas autorizações, por que não fazer por concessão?”

Schiefler adverte que essa alteração no regime de autorização ferroviária sem que isso configure regime público de concessão abre brecha para questionamentos de constitucionalidade. Basta que algum setor que se considere prejudicado entre com uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal: “Aí fica a dúvida: quem vai investir num projeto assim?”

O especialista aponta, tanto na questão da PPP quanto do licenciamento, dificuldades políticas tão graves como jurídicas para serem superadas.

“Com essa discussão sobre a crise fiscal do governo não será simples aprovar aportes públicos num regime de autorização que previa apenas investimentos privados; da mesma forma que, com essas queimadas e todo o debate ambiental, vejo dificuldade política para abrandar a liberação de licenciamento”, prevê Schiefler.



Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

Bank of America vê bolha “se aproximando” da bolsa. E recomenda ouro e bonds como proteção

Prublicadas

sobre

Bank of America vê bolha
Tempo de Leitura:2 Minuto, 39 Segundo


O tão esperado corte de juros nos Estados Unidos representou tamanha injeção de ânimo no mercado de equity que o Bank of America (BofA) está sugerindo cautela aos investidores.

Diante do risco de formação de bolhas na renda variável, o estrategista Michael Hartnett optou por um call um pouco mais conservador, recomendando bonds e ouro como hedges atrativos para se proteger, segundo relatório obtido pelo site MarketWatch.

Na quarta-feira, 18 de setembro, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), começou o afrouxamento da política monetária dos Estados Unidos com força, decidindo por um corte de 0,50 ponto percentual, levando os juros para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Essa foi a primeira redução desde 2020.

A decisão fez com o S&P 500 fechasse o pregão seguinte com recorde, alimentando o ganho visto desde o começo do ano – o índice acumula alta de 20% em 2024. Nesta sexta-feira, 20 de setembro, o índice recuava, em movimento de ajuste após o rally de ontem. Por volta das 16h51, ele caia 0,12%, aos 5.706,84 pontos.

Diante da expectativa de que o movimento pode estimular ainda mais o mercado – isso e a perspectiva de crescimento de dois dígitos dos lucros das companhias –, Hartnett diz que é preciso ter cautela antes de embarcar no otimismo, num momento em que uma recessão ou uma retomada da inflação não estão descartados.

Para investidores que querem se posicionar em ativos mais arriscados, o estrategista do BofA recomenda posições em commodities e ações internacionais. Hartnett diz que essas duas classes devem se beneficiar se o Fed conseguir conduzir o soft landing da economia, sendo que commodities possuem a vantagem de oferecer um hedge contra pressões inflacionárias.

Segundo ele, as ações fora dos Estados Unidos estão mais baratas e estão começando a superar o desempenho dos ativos americanos.

Não é a primeira vez que o estrategista do BofA alerta para bolhas no mercado de renda variável dos Estados Unidos. Ao longo do último ano, ele tratou dos riscos trazidos pelo tema da inteligência artificial (IA), que tem elevado muito fortemente o valuation das big techs.

No caso da situação das empresas de tecnologia, Hartnett não está sozinho. No mês passado, a gestora ativista Elliott Management, que conta com cerca de US$ 70 bilhões em ativos sob gestão, afirmou que as expectativas em torno da IA são “exageradas”, com a tecnologia ainda não entregando as promessas de ganho de produtividade.

Hartnett também já demonstrou preocupação com o afrouxamento monetário. Em junho, segundo a Bloomberg, ele disse que o corte de juros nos Estados Unidos pode ser um indício de problemas na economia.

Muitos economistas destacam que, no passado, o Fed optou por cortes de juros agressivos quando entendia que a economia estava perto de uma recessão ou de uma profunda crise.

Na coletiva após a decisão de reduzir os juros em 0,50 ponto percentual, o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, disse que o ritmo de desaceleração da inflação permitiu o Fed a focar no mercado de trabalho, a fim de evitar uma queda muito dura nos índices de emprego.



Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Negócios

Publicidade nas plataformas de streamings é um “caminho sem volta”, diz Sergio Gordilho

Prublicadas

sobre

Tempo de Leitura:1 Minuto, 57 Segundo


O modo com que o consumidor é impactado pela publicidade vem mudando de acordo com o avanço da tecnologia. Antes, um comercial de 30 segundos no intervalo da novela das nove era a melhor forma de fazer anúncios. Agora, não é mais.

De uns tempos para cá, as marcas perceberam que é possível impactar com mais eficiência nichos específicos de clientes por meio do celular, onde cada indivíduo acessa conforme suas preferências.

No NeoConference, primeiro evento do NeoFeed, Sergio Gordilho, sócio da Agência Africa Creative, disse que a publicidade nos streamings segue a mesma lógica e é a bola da vez para ganhar cada vez mais espaço.

“Antigamente, o brasileiro mudava de roupa para fazer compras. Hoje, ele faz compras o tempo todo, de casa ou onde ele estiver. Essa é uma alteração de comportamento que a publicidade também teve que se adequar”, diz Gordilho.

Gordilho disse que, ao longo das últimas décadas, as marcas deixaram de ser imperadoras na comunicação com o consumidor para se tornarem apenas participantes da conversa.

Com avanço dos vídeos sob demanda e maior uso de redes sociais, segundo ele, as agências publicitárias precisaram pensar em comerciais mais curtos com mensagens assertivas.

Para o sócio da Agência Africa Creative, o surgimento de novos canais de streamings aumenta a concorrência e abre uma janela de oportunidade para as agências publicitárias, com a inserção de comerciais nessas plataformas. Em sua visão, a adoção de mais anúncios é o único caminho viável para conseguir aumentar os lucros nesse tipo de negócio.

“Todo mundo falou que os comerciais terminariam nas plataformas de streaming. Mas, daqui a pouco, as plataformas de streamings devem ter renda maior vinda de comerciais do que assinaturas, porque o dinheiro está aí, investimento está aí”, afirma Gordilho.

Esse é um caminho que muitos já aderiram. Há dois anos, a Netflix lançou um plano com anúncios e o Prime Video, da Amazon, também incluiu comerciais no seu plano básico nos Estados Unidos e na Europa.

“Não tem como achar que só na adesão, em cima de assinatura, qualquer marca se posiciona, porque quando tem a crise, a primeira coisa que você corta são os canais de streaming para economizar. E não tem condição de aumentar o preço porque existe uma competição muito grande”, diz o sócio da Agência Africa Creative.





Fonte: Neofeed

Continue Lendo

Popular