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Bradesco engata rali na contramão do caos nas bolsas de valores pelo mundo

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Bradesco engata rali na contramão do caos nas bolsas de valores pelo mundo
Tempo de Leitura:4 Minuto, 23 Segundo


Em meio a um amplo plano de reestruturação, o Bradesco divulgou seu resultado do segundo trimestre nesta segunda-feira, 5 de agosto. Essa agenda não previa, claro, o cenário de fortes quedas nas bolsas de valores em todo o mundo desde as primeiras horas do dia, diante do temor de recessão nos Estados Unidos.

Até aqui, porém, os papéis do banco parecem estar à parte desse “caos”. Depois de abrirem o dia com ligeira alta de 0,4%, as ações preferenciais do Bradesco registravam alta de 6,11% na B3, por volta das 12h38, cotadas a R$ 13,30, dando à empresa um valor de mercado de R$ 133,4 bilhões.

“É uma reação absolutamente extremada”, disse Marcelo Noronha, presidente do Bradesco, em conversa com jornalistas, sobre a reação do mercado em relação aos EUA. “Até alguns dias, havia a expectativa de que o FED pudesse mexer nos juros. E havia essa dúvida porque a atividades nos EUA está colossal. A economia americana está bombando.”

Na contramão dessa resposta “extremada”, a reação positiva ao balanço Bradesco se explica, em boa medida, por alguns indicadores que confirmaram e reforçaram os primeiros sinais de recuperação que já haviam sido enviados há três meses, no resultado do primeiro trimestre.

Entre abril e junho, o banco apurou um lucro líquido recorrente de R$ 4,71 bilhões, o que representou um avanço de 4,4%, em base anual, e de 12% na comparação com o primeiro trimestre do ano. O valor veio acima das projeções, que apontavam para a faixa de R$ 4,3 bilhões.

Já a rentabilidade sobre o patrimônio (ROAE) veio no patamar de 10,8%, uma queda de 0,1 ponto percentual sobre igual período, um ano antes, mas uma ligeira alta de 0,6 ponto percentual em relação ao intervalo de janeiro a março desse ano.

Apesar do recuo, em base anual, de 5,9%, houve avanços também na margem financeira, um dos indicadores que o mercado vem olhando com atenção e que, com R$ 15,6 bilhões, apresentou uma expansão de 2,8% sobre o primeiro trimestre.

Da mesma forma, a margem com clientes caiu 8,4%, ano contra ano, mas registrou um crescimento de 5% ante o primeiro trimestre. Esse pacote de bons sinais ganhou ainda o reforço dos avanços na carteira de crédito expandida.

Entre os números nesse espaço, o Bradesco registrou uma expansão anual de 5% e trimestral de 2,5%, para R$ 912,1 bilhões. O segmento de pessoa física avançou 5,7% e 2,5% nessas mesmas bases, para R$ 381,8 bilhões.

No trimestre, o segmento de pessoas jurídicas avançou 4,5% anualmente e 2,5% trimestre contra trimestre, para R$ 530,3 bilhões. Em micro, pequenas e médias empresas, o crescimento anual foi de 10,2%, para R$ 184 bilhões e, em grandes empresas, de 1,7%, para R$ 346,2 bilhões.

A inadimplência acima de 90 dias ficou em 4,3%, o que representou uma melhora de 1,4 ponto percentual na comparação anual e de 0,5 ponto percentual no trimestral. A provisão para devedores duvidosos (PDD) foi de R$ 7,3 bilhões, um recuo anual de 29,3% e de 6,7% sobre o trimestre anterior.

Já a receita de prestação de serviços, a expansão anual foi de 6,4% e a trimestral de 5,1%. Enquanto as despesas operacionais, na casa de R$ 14,5 bilhões, representaram uma alta anual de 8,3% e trimestral de 10,6%.

“Estamos crescendo a carteira sem nenhum desvio ou aceleração maior do que devia, com um bom mix e chamando menos PDD”, afirmou Noronha. “Havia uma dúvida dos analistas se teríamos tração para conseguir virar. Estamos provando que sim e crescendo em todos os segmentos”.

Ao ressaltar que parte da melhora no avanço da carteira de crédito e na recuperação das margens começou a se materializar com maior propriedade em junho, ele observou que a expectativa é de que essa captura ganhe mais aceleração a partir do terceiro trimestre.

Noronha também aproveitou para reforçar o guidance do banco para o ano. Em especial, a expectativa de entregar um lucro líquido acima do resultado implícito nas projeções do banco, que apontam para a faixa de R$ 28,1 bilhões a R$ 34,8 bilhões.

“Tenho convicção de que vamos entregar esse lucro implícito. Vai ser daí para cima”, afirmou Noronha. Ele ressaltou que as ações do banco ainda estão sendo negociadas com um grande desconto, mesmo com o rali de hoje.

“Mas isso é natural. Enquanto não entregarmos um ROAE melhor, seremos questionados. Faz parte do jogo”, afirmou ele. “Seguiremos passo a passo. Temos que nos provar trimestre a trimestre e é isso o que estamos fazendo.”

No que diz respeito ao Goldman Sachs, o Bradesco, em linhas gerais, parece ter passado no teste do trimestre. Em relatório, o banco destacou que indicadores como a margem do cliente, a qualidade dos ativos e o ROAE no maior nível desde o terceiro trimestre de 2022 mostram “tendências positivas”.

Segundo os analistas do Goldman Sachs, que têm recomendação neutra e preço-alvo da ação de R$ 14, o principal motor por trás dessa última frente foi a redução observada nas provisões para devedores duvidosos.



Fonte: Neofeed

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Números Falam #31 – Junior Durski, CEO do Madero, e Ariel Szwarc, CFO do Madero

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Madero podcast números falam

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XP se une a três executivos ex-Santander e reforça ligação com o agronegócio

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agronegócio dinheiro
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O agronegócio não tem importância apenas para o PIB brasileiro. Entre os clientes ligados ao agro atendidos pelas assessorias de investimento da XP, 25% são empresas com mais de R$ 100 milhões de faturamento.

Se o agro ajudou a XP a ganhar market share no investment banking, estruturando dívidas como CRAs e CRIs para o setor enquanto os grandes bancos consideravam o segmento pequeno e difícil, chegou o momento de olhar com mais cuidado para o wealth management. E a estratégia para agregar tudo isso é o B2B.

E surgiu uma oportunidade para a XP ampliar a sua rede de assessoria de investimentos focada no agronegócio com três ex-executivos do Santander. Eles lançaram a Sogima, assessoria de investimentos que nasce totalmente dedicada aos clientes do agronegócio, e plugada à XP.

“Eu realmente me surpreendi: XP no agro? Mas fomos conversando e percebi que há uma grande estrutura e ao mesmo tempo uma grande oportunidade de crescimento na rede”, afirma Ricardo França, sócio fundador da Sogima, ao NeoFeed.

França, que era superintendente regional de agronegócios do Santander, foi convencido por dois colegas de trabalho no banco, David Mailler Bocalon e Clemilson Franco, a empreender.

Neste início, eles estão movimentando a própria carteira de relacionamento e deram início a conversas com cerca de 90 potenciais clientes. A sede da Sogima será na capital paulista, mas os sócios planejam abrir escritórios no interior – embora ainda não tenham um destino definido.

Nos próximos meses, eles saem em busca de contratações de assessores que conhecem o agro para ajudar na meta de chegar a R$ 1 bilhão de captação em dois anos.

Para a XP, que criou mesas específicas de atendimento, como as de hedge cambial e commodities, para o cliente agro para o seu B2B, o diferencial está nas soluções customizadas para esse público, que não encontra o que procura nas grandes instituições financeiras.

“Já temos a Nexgen muito forte em Goiânia, e a Rio Negro em Campo Grande e agora temos a Sogima atuando mais no interior do Sudeste. E assim a gente ocupa bem esse tabuleiro”, afirma Bruno Ballista, sócio e head de assessoria e relacionamento com o cliente XP.

ricardo frança sogima
Ricardo França, sócio-fundador da Sogima

Atualmente, os clientes agro dos escritórios parceiros da XP estão localizados principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Paraná. E as principais soluções demandadas são commodities, operações compromissadas, renda variável, câmbio e produtos estruturados.

A Sogima nasce atendendo clientes pessoas jurídica e física ao mesmo tempo, e tendo como estratégia explorar o crédito colateralizado para ajudar produtores a se financiarem.

Na visão de França, o agronegócio cada vez mais procura o mercado de capitais, já que as linhas subsidiadas pelo governo são limitadas a R$ 3 milhões por CPF ou CNPJ, o que só atende ao micro produtor rural.

“Os muito pequenos têm acesso a linhas do governo, como tem que ser. E os grandes têm acesso ao mercado de capitais com grandes bancos. Há um vácuo para os players médios, e achamos que há uma grande oportunidade aí”, diz ele.

A crise do agronegócio, que registrou um boom de recuperações judiciais neste ano, não preocupa o sócio-fundador da Sogima. Ele vê um ciclo natural desse mercado, que apenas não era notado pelo setor financeiro antes porque não havia ninguém lá. E com a atenção conquistada nos últimos anos, muitos aventureiros entraram nesse mercado.

“O agronegócio é cíclico. Mas o que aconteceu este ano não foi uma quebra de safra, foi muito aventureiro que alavancou e deu problema. Os produtores mais maduros já passaram por isso e estão preparados para fases ruins”, afirma França.





Fonte: Neofeed

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O preço da morosidade: governo desiste de construir hidrelétrica de R$ 2,5 bilhões em Mato Grosso

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trecho do rio da UHE Castanheira
Tempo de Leitura:4 Minuto, 21 Segundo


BRASÍLIA – Depois de 13 anos de tentativas para licenciar a construção da usina hidrelétrica Castanheira, projeto de R$ 2,5 bilhões que seria construído na região nordeste do Mato Grosso, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) resolveu desistir do plano.

O NeoFeed obteve detalhes do caso, que teve seu desfecho final na sexta-feira, 13 de dezembro. A EPE, órgão que é vinculado ao Ministério de Minas e Energia, pediu o cancelamento formal de registro da usina, sob argumento de que a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Mato Grosso teria imposto uma série de dificuldades para licenciar a obra ao longo dos últimos anos.

Segundo a EPE, a secretaria ambiental agendou e cancelou, em dois momentos, as audiências públicas que seriam realizadas para discussão do projeto, além de não ter emitido um parecer técnico sobre o empreendimento.

Paralelamente, a construção da hidrelétrica na região norte do Mato Grosso, próximo ao Estado do Amazonas, também sofreu um revés com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Depois de uma série de audiências e visitas a terras indígena da região, a Funai havia dado sinal verde para o projeto em 2022. Em 2023, porém, a nova diretoria da fundação suspendeu o ato anterior e colocou todo o processo em suspenso.

Ao formalizar a desistência do processo para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a EPE relatou dezenas de encontros e pedidos sobre a usina realizados desde 2011, quando obteve autorização para elaboração dos estudos de viabilidade técnico-econômica do projeto.

Nos últimos 13 anos, conforme cálculos apresentados, a estatal diz que foram gastos mais de R$ 15,4 milhões de dinheiro público para estudar a hidrelétrica, envolvendo a mobilização de centenas de pessoas, contratações de terceiros e levantamento de dados técnicos. Tudo isso, agora, será inutilizado.

Prevista para ser erguida no rio Arinos, um dos principais afluentes no Juruena, a hidrelétrica Castanheira tinha capacidade projetada de 140 megawatts de energia, potência capaz de atender ao consumo elétrico de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o suficiente para atender o consumo residencial de capitais como Recife (PE) ou Porto Alegre (RS).

A usina previa a construção de um reservatório de 94,7 km², nos municípios de Juara e Novo Horizonte do Norte, em Mato Grosso. De acordo com os dados técnicos, a hidrelétrica não interferia diretamente em unidades de conservação ambiental, terras indígenas ou áreas urbanas dos municípios.

“Fica evidente a complexidade de temas tratados no âmbito do licenciamento ambiental da hidrelétrica Castanheira, assim como a diversidade de interlocutores envolvidos no processo”, diz a EPE. “Por mais de uma década a EPE empenhou esforços em diálogos com os órgãos envolvidos no licenciamento.”

Em fevereiro de 2024, a Sema sinalizou que faria o arquivamento do licenciamento da usina, por causa da “inércia do interessado”. Em abril, a EPE apresentou contrapontos e pediu que a secretaria revisasse sua posição. Paralelamente, o órgão federal acionou a Casa Civil do Estado do Mato Grosso, para reforçar o interesse na obra e reclamar da “impossibilidade de debate sobre o projeto e a ausência de oportunidade de pactuar os compromissos”.

Trecho no mapa onde a usina hidrelétrica seria construída

Localização da usina na região norte do Mato Grosso, próximo ao Estado do Amazonas

Em resposta, a Casa Civil encaminhou uma manifestação da Sema, que manteve o indeferimento por “não atendimento das solicitações de estudos complementares”. Segundo a EPE, a secretaria ambiental não apresentou justificativas sobre os pontos elencados pela autarquia federal.

Sobre os estudos indígenas, a EPE afirma que ocorreram visitas a várias aldeias da região, em maio de 2022, para os povos Rikbaktsa, Kayabi, Apiaká e Munduruku. “As reuniões contaram com a participação das comunidades e principais lideranças indígenas, de profissionais da empresa de consultoria responsável pelos estudos, representantes da Funai (Sede e Regional) e da EPE”, afirma.

A Funai aprovou o Estudo de Componente Indígenas e considerou que a oitiva foi realizada com êxito. No entanto, em março de 2024, a EPE diz que “foi surpreendida”, quando “a Funai informou a revisão dos seus posicionamentos expressos em julho de 2022, sem que fossem apresentados fatos novos ou justificativa técnica para motivar tal mudança de entendimento”.

Com a desistência, a EPE afirmou que os estudos de engenharia realizados, incluindo levantamentos de campo, investigações geológicas, além das informações socioambientais e de sondagens manuais e mecânicas, estão armazenados na autarquia, mas que o material deverá ser doado ou descartado após o cancelamento do processo.

“A EPE se compromete a disponibilizar os estudos até então realizados para que a sociedade possa ter conhecimento dos dados apurados e eventualmente possam utilizá-los futuramente”, afirmou a autarquia à Aneel. “Por todos os motivos elencados não há justificativa para a EPE continuar conduzindo o processo deste projeto.”

A decisão do governo federal de colocar a obtenção da licença prévia ambiental de projetos hidrelétricos sob responsabilidade da EPE se deve, justamente, à sensibilidade do tema, principalmente quando se trata do bioma Amazônia.

Ao entrar diretamente no processo de licenciamento, o governo federal quer mostrar aos investidores que o projeto é viável e seguro. Logo, o empreendimento pode ir à leilão, porque já tem uma chancela que sinaliza a sua viabilidade. Foi tudo o que não ocorreu neste caso.



Fonte: Neofeed

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