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Inflação e atividade “atropelam” mercados, mas o pior já passou?

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inflação em alta
Tempo de Leitura:4 Minuto, 48 Segundo


Índices de preços ao consumidor e ao produtor e expectativas de inflação de curto e longo prazo nos EUA estão no centro do calendário econômico nos próximos dias e podem renovar o temor de que o Federal Reserve (Fed) está demorando demais para cortar o juro e ressuscitar a avaliação de que a maior economia do mundo caminha para o “buraco”.

Ante um mercado de trabalho mais fraco que o esperado, o risco de recessão nos EUA foi gatilho que, turbinado pela alta do juro e a pressão de operações carry-trade no Japão, precipitou a desalavancagem de posições no mercado financeiro global e a intensa deterioração de ativos no início de agosto.

Em 24 horas, a calmaria foi restabelecida, inclusive, com a garantia do BC japonês de que, por ora, o juro não subirá. Mas até quando? A reversão do carry-trade foi desencadeada pelo aumento do juro pelo Banco do Japão, de 0,1% para 0,25%. A taxa nominal mais que dobrou, mas segue na lanterna do ranking de 40 nações elaborado pelo economista Jason Vieira, do MoneYou.

Em média, a taxa nominal vigente nesse elenco fechou julho a 7,29%. Discrepância que atiça especuladores que levaram um tranco, mas sabem que o juro no país asiático segue negativo. Logo, um convite para a tomada de recursos para aplicação em mercados com retorno mais alto – a exemplo do Brasil com juro nominal de 10,50% e real de 7,36%, segundo o MoneYou.

Mas é fato que, por ora, a tensão nos mercados amainou. Até por isso, as atenções se voltam para o seguro território de estatísticas compiladas por institutos de pesquisa. É certo, porém, que a cada anúncio de novos dados paire o receio de que a “assombração” do hard landing nos EUA reapareça.

A inflação ao consumidor norte-americano em julho sai na quarta-feira, 14 de agosto, projeções para inflação em 1 ano, 5 e 10 anos serão divulgadas na sexta, 16. Entre esses eventos, uma bateria de indicadores da China será disparada: juros, empréstimos bancários, investimentos e mercado de trabalho.

As informações das maiores economias do planeta não diminuem, contudo, a relevância da agenda local focada na atividade. E que pode reforçar sinais positivos já capturados pela produção industrial e indicadores da indústria e serviços monitorados por Índices de Gerentes de Compra (PMI, na sigla em inglês) da S&P Global.

O IBGE registrou, em junho, alta mensal da produção industrial de 4,1%, bem acima do esperado; a S&P atestou a elevação, em julho, de indicadores do patamar de 54 pontos para 56 em serviços e de 52 para 54 pontos na indústria. Resultados robustos. Acima de 50, esses marcadores refletem expansão.

Nos próximos dias, IBGE, IBRE/FGV e Banco Central divulgarão pesquisas de Serviços, Varejo, Monitor do PIB e Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). Todos de junho e, portanto, fim de semestre.

Selic em alta deve ser dimensionada

Somados ao vigor do mercado de trabalho, os novos dados favorecem a revisão de projeções para o PIB do 2º trimestre e para o ano, embora ajustes já estejam ocorrendo. E para cima. Bancos e consultorias estimam expansão entre 0,50% e 1% para o trimestre e de 2,1% a 2,50% para 2024 fechado.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, que prevê alta de 0,5% do PIB no 2º trimestre e de 2,1% no ano, alerta que, apesar da surpresa na produção industrial de junho, o setor apresentou inconsistências. “O desempenho de maio e abril teve retração e frustrou expectativas. E é necessário considerar que a Indústria, no cômputo do PIB, é inferior a Serviços, o grande protagonista da leitura da atividade pela ótica da oferta”, diz.

Mas ele reconhece que ainda que a indústria em junho não seja um indicativo tão sólido para grande otimismo, não se deve negligenciar o desempenho da atividade, em especial, a ótima dinâmica do mercado de trabalho.

Alimentando otimismo moderado em relação à atividade, o economista-chefe da Ativa pontua que o congelamento de R$ 15 bilhões no Orçamento do governo terá contribuição negativa para o PIB de 2024, dado que haverá uma injeção menor de dinheiro na economia. Entretanto, afirma, o congelamento denota algum grau de responsabilidade do governo, “ainda que estimemos que o esforço seja insuficiente” para assegurar o cumprimento da meta fiscal.

A economia embalada por trabalho e renda, associada à persistente valorização do dólar ante o real sobretudo por razões externas nos últimos dias, chancelou a preocupação do BC com o alcance da meta de inflação.

Não à toa, o Copom afirmou, na ata divulgada na terça-feira 6 de agosto, que “não hesitará” em subir a Selic caso persistam as tendências recentes nas expectativas e na dinâmica do câmbio – variável central em observação.

Embora o mercado futuro precifique alta da Selic, a mensagem do Copom foi compreendida por economistas que, em análises sobre a ata, avaliam ser improvável um aumento da taxa. Inclusive, dada a chance de o Fed cortar o juro em setembro em 0,50 ponto percentual ou, no mínimo, em 0,25.

Confirmado, esse movimento tende a enfraquecer o dólar lá fora e aqui, freando o peso do câmbio na inflação. Alívio não desprezível. Quanto a um eventual aumento de juro pelo Copom, Sanchez não faz tempestade em copo d’água. E alerta:

“Ainda que [ocorra] e afete alguns canais de transmissão mais rapidamente, o verdadeiro impacto da política monetária se dá com defasagem de até 18 meses. Assim, qualquer decisão do BC neste ano terá impacto relevante apenas nos próximos anos. Se a decisão de elevar o juro for tomada em setembro, estimamos impacto aproximado de 75% em 2025 e 25% em 2026.”



Fonte: Neofeed

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“Overdose” fiscal mobiliza equipe econômica e engessa mercado

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ajuste fiscal corte de gastos
Tempo de Leitura:5 Minuto, 3 Segundo


Truncada por um feriado com a paralisação dos mercados nos EUA pelo Dia de Ação de Graças na quinta-feira, 28 de novembro, e queda na liquidez global e local, a quarta semana do mês será pautada pela política fiscal que volta a ser protagonista no Brasil após a conclusão da intensa agenda da Cúpula do G20.

As medidas que preveem corte de gastos seguem em destaque no Executivo, enquanto o Congresso, que ainda precisa votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a proposta de Orçamento para 2025, deve apressar os trabalhos para, em seguida, deflagrar a contagem regressiva para o recesso parlamentar que tem início em 23 de dezembro e termina em fevereiro.

Em breve, portanto, o clima será de fim de festa e novembro deverá desembarcar do calendário com uma “overdose” de dados fiscais a ser disparada a partir de sexta-feira, 22 de novembro, com a divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas no 5º bimestre.

Ocasião em que bloqueio e/ou contingenciamento de despesas podem ser anunciados, mirando o cumprimento da meta fiscal fixada em zero neste ano, mas com a possível utilização da margem de tolerância de déficit equivalente a 0,25% do PIB (R$ 28,8 bilhões este ano) autorizada pelo arcabouço fiscal. Na quinta-feira, 21 de novembro, o ministro Fernando Haddad antecipou que, desta vez, haverá um bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento.

Se não sofrer atraso pela recorrente mobilização de servidores por reajuste salarial e estruturação de carreiras, o Tesouro divulgará na quarta, 27, o Relatório Mensal da Dívida Pública de outubro. E, no dia seguinte, 28, o resultado das contas do governo central – critério que reúne Tesouro, Banco Central e Previdência. Na sexta-feira, 29, é a vez de o BC publicar o desempenho das contas públicas consolidadas. Também de outubro.

Insumo para uma miríade de projeções de mercado, todos esses documentos são relevantes. Porém, neste momento, o pacote de medidas de corte de gastos, que deve mirar 2025 e 2026, é um concorrente de peso.

É imensa a expectativa no mercado com essas medidas que já passaram por prolongada discussão dentro do governo, capitaneadas pelo presidente Lula, mas com desfecho atropelado pela Cúpula do G20. A reunião de chefes de Estado e de Governo, além de privilegiar obviamente uma agenda global, deslocou para o Rio de Janeiro a base do governo brasileiro que tende a estar novamente alinhada para uma semana “cheia”, na segunda, 25 de novembro.

É fato que as propostas para limitar a expansão das despesas podem ser anunciadas a qualquer momento. Mas sob o risco de serem ofuscadas pela arrecadação federal – divulgada na quinta-feira, 21 de novembro – renovando recordes. Em outubro, a expansão real foi de 9,77% e, em dez meses, de 9,69%, saltando a R$ 2,182 trilhões.

Trâmite no Congresso recomenda cautela

Embora amplamente aguardadas, as medidas de corte de gastos terão longo caminho a percorrer para se tornarem efetivas porque deverão ser encaminhadas ao Congresso na forma de Proposta de Emenda à Constituição e Projeto de Lei – sinalização dada há tempos pelo ministro Fernando Haddad.

Esse trâmite congressual conhecido sugere, a priori, que as propostas dificilmente serão aprovadas a toque de caixa ou na íntegra. Porém, prevalece a expectativa de que as medidas reforçarão a âncora fiscal tendo, portanto, uma repercussão positiva, avaliam economistas de instituições financeiras. No mínimo, porque o prometido terá saído do papel.

Já o impacto nos preços dos ativos poderá ser limitado, dada a demora do governo em obter consenso entre os ministros, sobretudo da área social e militar, para amarrar as decisões. E pela necessidade de análises mais detalhadas das medidas por especialistas do mercado e da academia.

Nesse contexto, a expectativa é de que efeitos do anúncio do pacote nos preços dos ativos sejam pontuais. E as atenções deverão se concentrar no dólar que segue forte no exterior, ante a escalada do conflito Rússia-Ucrânia. Fator que leva bancos e consultorias a revisarem suas projeções sem esboçar, por ora, confiança no fortalecimento do real.

Mas as revisões também levam em conta incertezas fiscais locais e, adicionalmente, a mutação em curso nas duas maiores economias do planeta. A China tem anunciado estímulos fiscais pesados à atividade, mas sem convencer investidores de que conseguirá dar fôlego ao PIB que perde tração.

Os EUA, por sua vez, trocarão de governo, em 20 de janeiro, com Donald Trump fortalecido pela conquista da Câmara e Senado pelo Partido Republicano – uma composição de poder que reforça o perfil protecionista e expansionista em termos fiscais e inflacionário da nova gestão.

Em meio a essa somatória de eventos, as projeções para o dólar avançam e arrastam prognósticos para juro e inflação. Embora a última edição da Focus aponte estimativas medianas de, respectivamente, R$ 5,55 e R$ 5,48 para o final de 2024 e 2025, instituições não descartam R$ 5,70 para os dois períodos.

Esse patamar já foi incorporado aos cenários da XP, LCA e Itaú Unibanco que justifica o ajuste – vindo de R$ 5,40 para 2024 e R$ 5,20 em 2025 – “por incertezas fiscais locais somadas às externas, com perspectiva de um dólar mais forte globalmente e a despeito do aumento do diferencial de juros”.

Diferencial em expansão apesar da perspectiva de corte mais lento e provavelmente menor do juro americano pelo Federal Reserve a ser compensado, porém, pela alta prolongada ou mais forte da Selic pelo Banco Central do Brasil.

Nos EUA, a resiliência da economia não apressa cortes. No Brasil, a desancoragem das expectativas de inflação, que flerta com 4,8% em 2024 e até 5% em 2025, incentiva a alta da Selic ao refletir câmbio pesado e atividade robusta com aumento do PIB para até 3,3% ou mais este ano. E queda menos acentuada no próximo.

Resultado: a curva de juros indica que a Selic poderá arranhar 13% ao final do ciclo de aperto monetário, mantendo distante a “melhor” aposta para a retomada de cortes – outubro de 2025. Antessala do eleitoral 2026.



Fonte: Neofeed

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Wealth Point #30 – Cassiano Leme, da Constância Investimentos, e Valter Bianchi Filho, da Fundamenta

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Agibank chega a 1.000 pontos físicos e mira R$ 100 bilhões em concessão de crédito

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Agibank chega a 1.000 pontos físicos e mira R$ 100 bilhões em concessão de crédito
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Enquanto os grandes bancos estão reduzindo sua base de agências, o Agibank segue apostando na abertura de unidades físicas. Nesta sexta-feira, 22 de novembro, o banco especializado em crédito consignado inaugura sua milésima unidade, na cidade de São Pedro, no interior de São Paulo.

E a ideia é não parar por aí. Com plano de alcançar R$ 100 bilhões em concessão de crédito até 2030, o Agibank planeja aprofundar sua pegada física pelo País. A intenção é chegar a 2,5 mil unidades no período, mesclando atendimento presencial e serviços digitais, para atrair o público pensionista e de baixa renda.

“Quando a gente olha o Brasil de menor renda, baixa escolaridade, os pensionistas, percebemos que formatos apenas digitais ou presenciais estão muito distantes de atender a realidade dos clientes”, diz Glauber Correa, CEO do Agibank, ao NeoFeed.

Somente neste ano, o Agibank, que conta com a Vinci Partners como sócia desde 2020, inaugurou 100 dos chamados Smart Hubs pelo País. Nessas unidades, que não possuem caixa eletrônico, nem porta giratória, os clientes do Agibank recebem orientação financeira e auxílio para acessar serviços financeiros como crédito, seguros, contas e cartões no aplicativo.

O foco até então eram as cidades com mais de 100 mil habitantes. Agora, o banco pretende também ter presença em municípios com mais de 50 mil pessoas, com destaque para as regiões Norte e Nordeste, onde tem planos de abrir 200 lojas somente no ano que vem.

A questão do atendimento é particularmente importante para alcançar o público pensionista, que vem crescendo fortemente e é um dos principais focos do banco nos últimos anos – quase 80% do portfólio de crédito é composto pelo consignado de INSS.

Segundo o CFO do Agibank, Marcello Dubeux, os investimentos em unidades físicas visam a acompanhar o envelhecimento da população brasileira. Dados do IBGE apontam que, de 2000 a 2023, a proporção de idosos (60 anos ou mais) quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. E, em 2070, cerca de 38% dos habitantes do País serão idosos.

A maior presença física pelo País é vista como um dos motivos pelo qual o Agibank fechou o terceiro trimestre com 3,6 milhões de clientes ativos, aumento de 46% em relação ao mesmo período de 2023, e uma carteira de crédito de cerca de R$ 22 bilhões, alta de 55,2%.

Glauber Correa, CEO do Agibank

Correa diz que os Smart Hubs possuem custos 90% menores quando comparados com agências bancárias, o que torna essa rede muito mais leve em termos financeiros. “O custo de implantação é muito baixo, próximo de US$ 30 mil”, afirma.

Para financiar a expansão da base de pontos de atendimento, o Agibank vai utilizar recursos próprios. No terceiro trimestre deste ano, o banco registrou um lucro líquido de R$ 206 milhões, alta de 49,6% em base anual, com receita de R$ 1,9 bilhão, crescimento de 41,1%.

Em julho, o Agibank reforçou o caixa com a emissão de R$ 2,3 bilhões em debêntures. Três meses depois, acrescentou mais R$ 400 milhões em letras financeiras, com o objetivo de manter o ritmo de crescimento da concessão de crédito. “Estamos na franja para onde podemos avançar no segmento do INSS”, diz Correa.

Com esse plano de expansão, o tema de IPO invariavelmente volta para mesa. Sobre o assunto, Correa diz que esse movimento, tanto no mercado local quanto no exterior, “é sempre analisado”, mas que a empresa “não tem nada na mesa agora”.

Em relação à notícia publicada pelo jornal Valor Econômico, que diz que o banco contratou o Goldman Sachs para vender uma fatia minoritária, ele se limitou a dizer que “o Agibank não está em processo de venda”.





Fonte: Neofeed

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