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Na Tok&Stok, Carlyle de saída, a volta do breakeven e o retorno da curadoria

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Ghislaine Dubrule Tok&Stok
Tempo de Leitura:11 Minuto, 21 Segundo


A família Dubrule e a gestora de private equity Carlyle acumulam 12 anos de uma relação intensa na gestão da Tok&Stok. Não foram poucos os períodos de conflito, principalmente nos últimos anos. Agora, ao que tudo indica, essa relação está perto do fim.

“Realmente, eles precisam sair. Eles colocam isso para nós e temos de achar uma proposta que seja boa, em primeiro lugar, para a empresa, que é super importante, e em segundo lugar para os sócios”, diz a fundadora Ghislaine Dubrule, em entrevista exclusiva ao NeoFeed. “Temos de definir esse caminho. E é isso o que estamos construindo.”

Em maio do ano passado, Dubrule voltou à gestão da rede varejista de móveis e decoração, mas só foi anunciada oficialmente no comando operacional em agosto. A fundadora da Tok&Stok havia liderado a empresa da entrada do Carlyle, em 2012, até 2017. A partir daí, seis executivos de mercado sentaram na cadeira de CEO e tentaram profissionalizar a companhia.

Rentabilidade é o principal desafio da Tok&Stok neste momento. No ano passado, os acionistas controladores (Carlyle e família Dubrule) fizeram um aporte de R$ 100 milhões na companhia e renegociaram uma dívida de R$ 350 milhões com os bancos. A partir de 2025, a Tok&Stok começa a pagar os juros dessa operação financeira, que vai até 2029.

“Hoje estamos estáveis, o fluxo de caixa está super controlado. Estamos em breakeven. O que é um grande passo de onde estamos vindo”, afirma a CEO. “Estamos esperando fechar um Ebitda que vai crescer de 25% a 30% em 2024.”

A CEO da Tok&Stok disse ao NeoFeed, no ano passado, que a empresa iria voltar a fazer o básico com seu retorno. E o que isso sinalizava? Colocar novamente a loja física no centro da operação e apostar nas coleções próprias com curadoria.

As lojas físicas voltaram a ser a grande vitrine da varejista de móveis e decoração, com a aposta em colaborações – na quinta-feira, 13 de junho, o estilista Alexandre Herchcovitch lançou uma coleção com designs para casa assinados por ele.

Mas, se no ano passado havia a expectativa de ter expansão orgânica em 2024, os planos mudaram. Não será aberta nenhuma loja neste ano. A empresa continua com 51, após ter fechado 17 no primeiro semestre de 2023. “O período macroeconômico é muito complicado. Todo o varejo está em uma situação que não é tão favorável”, diz Ghislaine.

Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

O que mudou na Tok&Stok com um ano da sua gestão?
A grande batalha foi repor os processos. Essa questão de gestão, de organização de todos os controles que a empresa tinha e foram todos perdidos. Era uma situação difícil de recolocar a gestão no lugar. E é muito importante a gestão no varejo porque o varejo é muito volátil em tudo.

Quais processos estavam ruins?
Como nós temos uma empresa nacional e lojas espalhadas pelo território, de norte a sul, você tem de ter um profundo controle na gestão para monitorar essas lojas remotamente que estão à distância. Então demanda de nós muita definição de indicadores, de ajuste o tempo todo e gestão com eles. Hoje, a tecnologia facilita muito, é muito prático. Mas isso foi uma grande batalha e a Tok&Stok realmente é uma empresa muito bem definida nos seus processos, nos seus controles e isso fez com que tenhamos conseguido desenvolver rapidamente e estruturar também muito bem. E ter uma logística também super bem controlada.

Havia problemas de logística?
Na logística, por exemplo, um dos problemas era a logística reversa. Se você não tem um controle muito bem estabelecido sobre a reversa, você perde muita coisa: Ebitda, lucratividade. Tudo isso tem de ser bem ajustado e definido.

“Se você não tem um controle muito bem estabelecido sobre a logística reversa, você perde muita coisa: Ebitda, lucratividade…”

Como você recuperou o interesse pelas lojas físicas?
Conseguimos refazer a nossa jornada nas lojas e o circuito comercial, muito melhor definido. Voltamos com essa questão de privilegiar e priorizar a nossa coleção, voltar com os lançamentos que tinham sido colocados em stand by por “n” situações. Essa volta da inovação para nós é muito importante na marca: inovar o tempo todo, lançar novos produtos, novas coleções, para fazer movimento nas lojas. Realmente essa é a Tok&Stok que demonstra que tem uma curadoria e faz um trabalho de mais exclusividade. Não é produto por produto, preço pelo preço.

O cliente voltou para as lojas?
Essa jornada do cliente e o fato de nossas lojas serem renovadas o tempo todo. Temos um calendário comercial que reimplementamos. Ele faz com que nossas lojas sejam renovadas por setor. E, junto com isso, a gente trabalha esse calendário comercial na nossa comunicação e também na renovação das linhas. Temos, a cada mês, a renovação de uma parte da coleção da Tok&Stok. Isso movimenta muito as lojas. Não são lojas paradas. Então, essa jornada do cliente foi muito importante.

E a questão do e-commerce?
Ele está voltando a ser rentável, lucrativo. O nosso e-commerce tinha passado por um período de não lucratividade, não rentabilidade. Era o produto pelo produto e promoção, promoção e promoção. Era guerra de preço. Mudamos a nossa vitrine e a comunicação, que está muito muito mais alinhada com as nossas lojas físicas hoje. A jornada desse cliente omnichannel é muito mais harmônica, fala a mesma linguagem. A comunicação do site é muito mais inspiracional e aspiracional. Os banners não são mais produto e preço; são banners de ambientação, que demonstra toda uma história do que é esse ambiente, quem mora nesse ambiente, qual é a novidade dentro do ambiente pelas novas coleções e produtos.

Mas isso se traduz em números?
Estamos percebendo um crescimento no fluxo. Estamos com o crescimento também na receita, de mais de 10%. Ficamos muito felizes porque esse período foi realmente uma mudança e um risco, a gente mudou a comunicação 180º.

E sem mudança de tecnologia?
Estamos lançando agora uma nova plataforma, chamada de “headless”. Ela é uma camada superior dentro dessa plataforma de relacionamento com o cliente que permite uma experiência muito mais veloz. Aumenta a velocidade da jornada dentro do site, ou seja, você pode ir mais rapidamente ao que você quer verificar, ver e comprar. Tem toda uma experiência muito mais fácil, também, para nós, do lado da empresa, de construir a nossa vitrine, que fica mais elegante e bonita, dentro de uma sequência. Na loja a gente apresenta nossos produtos com as diversas cores, mas na sequência do mesmo produto. No site, era randomizado e a relevância fazia esse ajuste na página do produto. Hoje estamos interferindo nisso e dando essa experiência melhor da nossa vitrine.

“Estamos lançando agora uma nova plataforma, chamada de “headless”. Ela é uma camada superior dentro dessa plataforma de relacionamento com o cliente”

O que você está me dizendo é que mudou o perfil e o site deixou de atrair só o consumidor que busca preço baixo?
Mudou esse perfil. Não que o cliente que vá ao nosso site não encontre também oportunidade. O problema é que antes tínhamos muitos oportunistas que vinham, então havia um crescimento de participação de clientes novos, que não voltavam. Eram os oportunistas de desconto, de promoção. Isso baixa a lucratividade de forma extremamente negativa. Então, percebemos que nesse movimento de participação do cliente novo, do cliente fiel, que esse oportunista não está mais no primeiro lugar. E que realmente os clientes fiéis à marca estão novamente comprando e voltando de forma recorrente.

Quando você assumiu, tinha muita perda?
A gente tinha muita perda em tudo, loja física então…

Foi essa a parte que mais assustou você?
Sim, sim. Por muitas questões que eu não vou entrar tanto no mérito, mas havia outra estratégia de abertura de capital, de fazer o IPO. Havia a estratégia de lançar outro modelo de loja, que era essa loja de conveniência em todos os shoppings do Brasil, que se chamava Studio. Inclusive nem conectava muito com a marca Tok&Stok. Havia um projeto muito forte também de tecnologia. Era o momento do digital em 2019, 2020 e 2021, de digitalizar a empresa e fazer a transformação digital. Havia, no fundo, uma certa desconexão com a verdadeira operação da Tok&Stok. E era algo que podia ter dado certo. A gente tem que arriscar às vezes nas empresas. Os movimentos são difíceis, mas temos de achar o caminho certo para o crescimento e para a rentabilidade.

Mas digitalizar foi um passo importante, não?
Realmente digitalizar e fazer o melhor possível para que tudo seja mais fácil, tanto no trabalho interno das equipes como em toda jornada do cliente, mas por “n” motivos a situação foi complexa. E foi complicado pela questão da pandemia. Então, não foi também um período fácil de gerenciar. Enfim, acredito que pessoas que vêm de outro mundo de gestão talvez não entendam totalmente o que significa a gestão do varejo.

Mas a Tok&Stok vai para o IPO?
Esse é o sonho. Ele continua. Acho que essa empresa merece, mas ainda temos muito caminho para percorrer.

Como estão as finanças da companhia?
Hoje estamos estáveis, o fluxo de caixa está super controlado. Estamos em breakeven. O que é um grande passo de onde estamos vindo. A projeção para esse nosso exercício de 2024 é positivo. No fim do ano, espero poder dizer para você que a gente cumpriu o nosso orçamento, que fizemos a lição de casa e entregamos um Ebitda positivo.

Qual é a expectativa?
Estamos esperando fechar um Ebitda que vai crescer de 25% a 30% em 2024. No último quadrimestre do ano passado, começamos a crescer de novo, quando tivemos uma receita mais consistente e voltando a ter melhores números. Mas não entregamos o Ebitda positivo, foi negativo em 2023. Mas quero crer, por todos os sinais que estamos vendo, seja do fluxo no e-commerce, que está crescendo com rentabilidade e lucratividade, seja nas nossas lojas que também estão entregando, que estamos batendo a meta.

“No último quadrimestre do ano passado, começamos a crescer de novo, quando tivemos uma receita mais consistente e voltando a ter melhores números”

Tok&Stok Studio não existirá mais?
Não, não mais. Temos mais duas que estão bem, porque são colocadas em shoppings de muito fluxo. Essas duas ainda estão dentro do objetivo do Ebitda, dão resultado pelos números delas. Mas não vamos fazer.

A loja física tem futuro?
Acredito que a loja física ainda tem futuro. Muita gente pergunta se será tudo pelo online? Não, pelo nosso segmento, pelo tipo de produto que a gente vende, pela vontade de oferecer essa jornada inspiracional para o nosso cliente. Você não vê lojas assim no Brasil, que permitam ao cliente ter essa experiência como se fosse uma experiência de casa, de ter todos os ambientes da casa, de ter de forma variada, por tendência, acabamento, por proposta de valor, de lifestyle diferenciado, isso é difícil. Acredito que a loja física tem o seu papel e a sua importância dentro dessa jornada.

Há previsão de abertura de lojas ainda este ano?
Nenhuma. Primeiro o Ebitda positivo. Temos ainda 51 lojas, contando o outlet, em todo o território. Temos realmente que crescer e ter esse Ebitda positivo porque temos um desafio grande que é pagar a nossa dívida com os bancos.

Como está a questão da dívida neste momento?
Conseguimos negociar a reestruturação no ano passado, mas vamos começar em 2025 a pagar os juros dessa dívida cujo “balão”, como eles dizem, fica lá em 2029. Precisamos honrar esse compromisso para não fazer uma nova negociação. Provavelmente temos um curso para capitalizar um pouco mais a empresa, mas vamos seguir firme.

E como está a relação com o Carlyle?
A gente ainda tem de definir bem o caminho porque, sem dúvida, eles estão procurando um caminho para poder fazer a saída deles. Faz 12 anos que estão conosco. Então essa saída é sempre um motivo de uma conversa mais difícil. Mas sempre nos demos muito bem com eles, afinal, é uma convivência de 12 anos e temos de ficar bem. Mas temos de definir esse caminho. Realmente, eles precisam sair, eles colocam isso para nós e a gente tem de achar uma proposta que permita que seja boa, em primeiro lugar, para a empresa, que é super importante, e em segundo lugar para os sócios. Isso que estamos construindo.

Recentemente, o CEO da Decolar analisou para o NeoFeed quanto a empresa dele ganhou com duas concorrentes que sumiram do setor de turismo. No seu mercado, seus concorrentes estão em busca de recuperar a rentabilidade. Essa “nova Tok&Stok” passou a ser mais atrativa para os clientes?
Essa é uma pergunta difícil de responder porque o varejo ainda está em uma fase difícil. O período macroeconômico é muito complicado. Todo o varejo está em uma situação que não é tão favorável. É difícil também entender essa captação de clientes que estão decepcionados pelo lado mais “comoditizado” do produto. Sabemos que temos um cliente fiel à nossa proposta de valor. Temos de ficar nessa proposta de curadoria. Temos uma coleção de 8 mil a 10 mil produtos no máximo. Nossos concorrentes, às vezes, entram em coleção infinita de produto, com 35 mil a 45 mil, colocando marcas e produtos agregados, catálogos de fábricas. É uma questão de ser marketplace. Querem ser uma Amazon, um Mercado Livre da vida. É outra proposta. A nossa é de curadoria, 80% da nossa coleção é exclusiva, desenvolvida em casa.





Fonte: Neofeed

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Saint-Gobain reforça estrutura (e a relevância) do Brasil em seu mapa global

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Saint-Gobain reforça estrutura (e a relevância) do Brasil em seu mapa global
Tempo de Leitura:5 Minuto, 7 Segundo


Aos 61 anos, Javier Gimeno é um veterano de Saint-Gobain. Após iniciar sua carreira no grupo francês em 1987, ele cumpriu diversas escalas nas operações da gigante de materiais de construção, avaliada em € 45,2 bilhões. Da sua terra natal, a Espanha, até a França e a região Ásia-Pacífico.

Desde 2021, o executivo está instalado em São Paulo, de onde comanda os negócios da empresa na América Latina. Tradicionalmente, a região representa cerca de 10% das vendas da companhia, que, nos dados mais recentes, apurou uma receita global de € 35 bilhões nos primeiros nove meses de 2024.

Em outro dado que reforça a relevância da região, o Brasil costuma figurar entre os cinco principais mercados globais da Saint-Gobain. E para se manter nesse clube seleto, o País está no centro de parte dos próximos investimentos na América Latina, com foco em produção, pesquisa e inovação.

“A Saint-Gobain tem muita confiança na América Latina”, diz Gimeno, vice-presidente sênior e CEO da Saint-Gobain para a América Latina, ao NeoFeed. “E o Brasil é, sem dúvida, o centro de gravidade da nossa presença aqui. O País joga o papel de catalisador do grupo na região.”

O grupo entende que, como um player importante nesse jogo, o Brasil já está bem atendido no que diz respeito à capacidade de produção. Hoje, a empresa mantém 58 fábricas no País e 90 na América Latina. Mas há exceções nesse campo, com abertura para investimentos seletivos em novas unidades.

Nesse contexto, a Saint-Gobain está dando andamento às negociações para o início da construção de uma nova linha de placa de gesso – material usado em construções como as paredes de drywall – no Brasil, ainda neste ano e com início de operação previsto para 2026.

Segundo Gimeno, a unidade vai demandar um aporte de “dezenas de milhões de euros”. Em 2024, o grupo inaugurou uma segunda linha em Mogi das Cruzes (SP). Com o novo projeto, sua capacidade anual de produção total no segmento deve saltar de 80 milhões para 140 milhões de metros quadrados.

O executivo não revela, porém, onde será instalada a nova planta e diz apenas que provavelmente será na região Nordeste. Mas, conforme apurou o NeoFeed, a Saint-Gobain já mantém negociações com o governo da Bahia para que a cidade de Feira de Santana abrigue o projeto.

Ainda na área fabril, a companhia está reservando espaço para investimentos em automação e digitalização em outras unidades. Além de projetos para acelerar a descarbonização dos seus processos, dentro da meta de reduzir suas emissões de carbono em 33% até 2030.

O plano de curto e médio prazo da Saint-Gobain para o Brasil também passa pela expansão do centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da companhia instalado em Capivari, cidade que fica a cerca de 400 quilômetros de São Paulo. Hoje, essa estrutura é formada por mais de 70 cientistas e a ideia é dobrar esse time nos próximos doze meses.

Javier Gimeno, vice-presidente sênior e CEO da Saint-Gobain para a América Latina

“O driver dessa expansão é a nossa necessidade de fugir do risco de comoditização dos nossos produtos”, afirma o CEO. “São produtos mais técnicos, inovadores e mais respeitosos com o meio ambiente. E que acreditamos que se traduzem rapidamente em crescimento adicional.”

A unidade é um dos seis centros de P&D do grupo no mundo e o único na América Latina. A localização e a adaptação de produtos globais para o mercado local é uma de suas atribuições. Mas essa equipe também se dedica a desenvolver inovações adotadas em outras operações da empresa.

“Esse centro tem um papel relevante em linhas e produtos em que o Brasil é reconhecido no mundo inteiro”, observa Gimeno. “Isso inclui, por exemplo, os impermeabilizantes asfálticos e as placas de fibrocimento.”

Leve e sustentável

O contexto por trás desses dois novos projetos de expansão envolve dois eixos. O primeiro segue a orientação global do grupo de reduzir sua dependência do mercado europeu e avançar nos Estados Unidos e em mercados emergentes como a América Latina e, principalmente, o Brasil.

Já o segundo vem no rastro da pegada, também global, de construção leve e sustentável. A ideia é priorizar ofertas que exijam menos recursos para produção. Além de reduzir custos e permitir instalações mais rápidas e mais fáceis, entre outras vantagens.

Gimeno diz que o portfólio atual já tem itens cuja fabricação utiliza 50% menos energia e traz ganhos de produtividade de cerca de 20%. Mas há um outro dado que sustenta essa aposta: a percepção de uma demanda cada vez maior por esses produtos e, ao mesmo tempo, a penetração ainda baixa no Brasil.

“No caso, por exemplo, das placas de gesso, o consumo no Brasil é de apenas 0,8 metro quadrado por ano. Nos Estados Unidos, são 10 metros”, diz o executivo. “Então, nós acreditamos que temos espaço para aumentar radicalmente essa taxa de penetração.”

Essa visão é o que também dá fôlego para que a Saint-Gobain atravesse o cenário macroeconômico do País, que Gimeno classifica como de “leitura difícil”, com a mescla de bons indicadores, como a queda na taxa de desemprego, com dados nada favoráveis, como a elevação da taxa de juros.

Já no campo de aquisições, ele diz que, no Brasil, a Saint-Gobain pode olhar apenas para acordos de menor porte, que complementem a oferta. O mesmo não acontece em outros países da região. No México, por exemplo, o grupo acabou de concluir a compra da Ovniver, seu maior acordo na região.

Ainda no que diz respeito aos M&As, Gimeno desconversou sobre uma possível venda da Telhanorte. Operação de varejo de materiais de construção do grupo no Brasil, a marca convive, há anos, com rumores sobre um acordo nessa direção.

“Essa é uma pergunta que está na mesa desde a minha chegada. A Saint-Gobain não ia vender e não vendeu. Mas não vai ampliar a exposição ao varejo brasileiro e vem otimizando essa rede”, diz. “E vamos dar sequência em 2025, com algumas lojas não rentáveis sendo fechadas. Mas nada brutal.”



Fonte: Neofeed

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BlackRock vê novo piso tarifário nos EUA e compara política à de 1930

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taxas impostos
Tempo de Leitura:2 Minuto, 35 Segundo


O adiamento em um mês das tarifas americanas de 25% sobre o México e o Canadá trouxe algum alívio para o mercado. Mas ainda é incerto se o governo americano manterá a alíquota sobre os produtos vizinhos.

Caso os planos avancem, segundo a BlackRock, as taxas poderiam se aproximar das praticadas pelos Estados Unidos na década de 1930 – período em que o país aumentou significativamente os preços dos produtos importados para proteger sua indústria e agricultura durante a Grande Depressão.

Esse aumento protecionista agravou a crise, desencadeando retaliações de outros países e reduzindo o comércio global. Os Estados Unidos só retomariam a abertura comercial a partir de 1934, sob o comando de Franklin D. Roosevelt.

“A chave para os mercados é entender por quanto tempo as tarifas de 25% irão durar: quanto mais tempo permanecerem, maior será o impacto nas cadeias de suprimentos”, diz a BlackRock, maior gestora do mundo, com US$ 11,6 trilhões sob gestão.

“As implicações econômicas podem ser maiores do que os efeitos diretos. Tarifas prolongadas, como as propostas, podem prejudicar o crescimento e aumentar a inflação”, complementa trecho do relatório.

Outra questão importante, alerta a gestora, é a retaliação desses países contra os Estados Unidos. “Assim como os EUA, o Canadá e o México estão posicionando as tarifas como uma questão de segurança nacional, incentivando o consumo de produtos não americanos e limitando a dependência do comércio transfronteiriço.”

Porém, os analistas da BlackRock acreditam que as tarifas de 25% serão usadas apenas como uma barganha de negociação, visto o adiamento das tarifas após o México e o Canadá aceitarem reforçar a segurança de suas fronteiras. Mas as tarifas de 10%, como as impostas à China, serão a “nova base” da economia americana, visando garantir maior arrecadação de impostos em meio a uma sequência de déficits fiscais.

Ainda que menor, a taxa de 10% não está imune a retaliações. A China, após ser taxada pelos Estados Unidos, impôs tarifas de 10% a 15% sobre produtos americanos, além de ter dado início a uma investigação antitruste contra o Google.

“As tarifas serão uma ferramenta chave do novo governo americano, como sinalizado durante a campanha presidencial.”

Diante do potencial inflacionário das políticas de Trump, a BlackRock tem recomendado a compra de ouro e mantém recomendação “underweight” para os títulos de longo prazo do Tesouro americano.

As discussões tarifárias, na avaliação da BlackRock, também devem minar a confiança do investidor no curto prazo, gerando pressões adicionais sobre o mercado americano nos próximos meses.

A gestora, no entanto, segue otimista com o desempenho das bolsas de Nova York para uma janela de 6 a 12 meses. expectativa de crescimento de lucros e da economia americana sustenta a tese, assim como a perspectiva de desregulamentação e investimentos em inteligência artificial.

“Os mercados podem se ajustar a um novo regime de tarifas de 10% se o crescimento permanecer sólido e a inflação controlada. As grandes empresas de tecnologia podem ter um bom desempenho, dados os balanços sólidos, a resiliência dos lucros e seu papel central no desenvolvimento da IA”, afirma o relatório.



Fonte: Neofeed

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No plano bilionário de recompra de ações do UBS, ser “grande demais para quebrar” virou um problema

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No plano bilionário de recompra de ações do UBS, ser
Tempo de Leitura:2 Minuto, 23 Segundo


O banco suíço UBS anunciou que realizaria a recompra de US$ 3 bilhões em ações em 2025, sendo US$ 1 bilhão no primeiro semestre e mais US$ 2 bilhões na segunda metade do ano. Os planos, porém, podem ser prejudicados por reformas no regime de capital dos bancos na Suíça, de acordo com o Financial Times.

Com a perspectiva de novas regras por parte do governo, a instituição terá de se preparar para um possível aumento relevante nos requisitos de capital destinados a bancos considerados “grandes demais para quebrar”. Até o momento, o mercado não sabe quais serão essas novas normas.

Na visão do CEO do UBS, Sergio Ermotti, uma “reação exagerada” do governo suíço pode prejudicar a competitividade do banco. “Não parece ser o momento certo para fazer experimentos com o aumento de exigências, justamente quando a economia precisa que o sistema bancário seja uma fonte de estabilidade e força”, afirmou Ermotti ao FT.

Essa competitividade do UBS trouxe frutos no quarto trimestre de 2024. O banco entregou resultados financeiros superiores aos esperados pelos analistas, atingindo um lucro líquido de US$ 770 milhões nos últimos três meses de 2024, impulsionado por sua divisão de investimentos.

O lucro antes de impostos dessa divisão também superou as expectativas, chegando a US$ 486 milhões. Por outro lado, a unidade de gestão de fortunas, que costuma se destacar no banco, decepcionou, registrando captação menor do que o esperado.

Os números levaram o banco, que continua no processo de integração do Credit Suisse, ao seu quarto trimestre consecutivo de lucratividade. Sua receita total também registrou valorização de 7% nos três últimos meses do ano, atingindo US$ 11,6 bilhões.

No recorte da receita de mercados globais, o banco saltou 44% no trimestre, com maior volume de negociações em ações e câmbio. O número foi impulsionado pela forte demanda de clientes institucionais e privados, que se fortaleceram pelo aumento do apetite por risco com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Os resultados seguiram a tendência vista nos grandes bancos de Wall Street, que reportaram seus números nas últimas semanas. Por lá, o francês BNP Paribas também divulgou uma recuperação em sua divisão de investimentos, que elevou os lucros em mais de 15% no trimestre.

Na visão do UBS, o primeiro trimestre de 2025 deve surfar nas “condições de mercado construtivas”. Apesar disso, o banco acredita que o sentimento dos investidores pode ser afetado por um cenário macro incerto fora dos Estados Unidos, além do aumento nas incertezas nas dinâmicas econômicas e de comércio global, o que pode mudar as perspectivas ao longo do ano.

Com a notícia do possível cancelamento na recompra de ações do UBS, os papéis do banco estavam em queda de 6,6% na bolsa de valores de Zurique. Em 12 meses, as ações sobem 15,6%.



Fonte: Neofeed

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