Negócios
A Sete Partners conectou R$ 12 bilhões em negócios entre Brasil e China (e vem mais por aí)
Tem mais de dez anos que o empresário André Skaf está acostumado a pegar o avião com destino à China. Por muito tempo, ele foi ao gigante asiático para, entre outros negócios, comprar painéis de energia solar e inversores para a Move Energia Renovável, companhia de geração distribuída da qual é sócio.
A experiência adquirida ao longo desses anos foi um dos fatores que motivou a fundação da Sete Partners, uma advisory especializada em fomentar negócios internacionais, com destaque para a Ásia e o Oriente Médio. Desde que surgiu, há três anos, a empresa firmou parcerias com empresas chinesas que já resultaram em contratos no valor de aproximadamente R$ 12 bilhões.
Esse valor tende a crescer no curto prazo, considerando os acordos firmados na mais recente viagem de Skaf ao país, na primeira quinzena de junho. Na bagagem, a Sete Partners trouxe quatro novos acordos com empresas chinesas que querem atuar no Brasil, além do compromisso de levar duas companhias brasileiras que querem começar a vender produtos aos chineses.
“Temos atualmente uma grande presença na China, com crescimento importante de negócios com empresas chinesas, tanto no Brasil como na China”, diz Skaf, ao NeoFeed. “As empresas estão confiando cada vez mais no nosso trabalho e outras empresas, chinesas e brasileiras, nos procuram para ajudá-las a crescer nesses mercados.”
Um dos acordos foi firmado com a Shanghai Spacecom Satellite Technology (SSST), empresa de satélite que pretende entrar no País para oferecer soluções de banda larga via satélite, algo parecido com que a Starlink de Elon Musk faz. A companhia chinesa vem num ritmo forte de crescimento, tendo levantado, em fevereiro deste ano, cerca de US$ 933 milhões para financiar a construção de uma rede de satélites, segundo a agência Reuters.
Outro acordo foi com a China Energy Engineering Group (CEE), empresa de produtos e equipamentos voltada ao setor elétrico, como transformadores e inversores, que concorre com nomes como ABB, WEG e Siemens.
A entrada no Brasil é puxada pela State Grid, que no fim do ano passado arrematou o maior dos lotes do maior leilão de transmissão já realizado no País. A CEE vem para ajudar a State Grid entregar quase 1,5 mil quilômetros de linhas de transmissão em corrente contínua (HVDC, na sigla em inglês), uma tecnologia que a empresa domina.
Segundo Skaf, nesse primeiro momento, a Sete Partners vai atuar para estabelecer as operações da SSST no Brasil e ajudar a CEE na prospecção de negócios.
Outros dois acordos são pelo lado da estruturação financeira, outro tipo de trabalho que a assessoria desenvolve, além da assessoria para estabelecimento de operações nos locais em que atua.
Um deles foi firmado com a Alibaba para desenvolvimento de uma plataforma de trade finance para ajudar no financiamento e no fluxo de negócios bilaterais entre Brasil e China.
O quarto foi com o braço de commodities da fabricante de máquinas e equipamentos Sinomach, para financiar parte da produção agrícola no Brasil, com a originação de produtos acabados na China.
Os acordos também preveem o caminho contrário, da chegada de empresas brasileiras à China. A Sete Partners também está trabalhando para ajudar a levar os produtos da fabricante de sucos naturais Natural One e da Tropicool, empresa de alimentos e bebidas como açaí, geleias de cupuaçu que conta com o jogador Neymar Jr. como garoto propaganda, às gôndolas dos mercados chineses.
Essas duas marcas estão sendo levadas à China pela Sete Partners, que ficará responsável pela estruturação de todo o plano de negócios das empresas, para o desenvolvimento das marcas no mercado chinês.
A chegada das duas marcas conta ainda com a ajuda da Tianjin Food Sete (TF7), joint venture de alimentos que a Sete Partners fez com a Tianjin Foods. A TF7 atuará como principal importadora para a Natural One e a Tropicool, enquanto a Sete Partners vai trabalhar as marcas dentro do país.
O acordo amplia o escopo da TF7. Fundada no ano passado, a empresa começou com a importação de carnes bovina, suína e de frango de frigoríficos brasileiros. Nessa frente, Skaf espera atingir um volume mensal de 400 a 500 contêineres, correspondendo a cerca de US$ 60 milhões, uma fatia em torno de 15% das exportações de carnes do Brasil para a China.
Oportunidades
Os esforços da Sete Partners para ampliar o comércio com a China parte do pressuposto que ainda há muito a ser explorado. Mesmo com a China sendo o maior parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral atingindo o patamar histórico de US$ 157,5 bilhões em 2023, segundo estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Skaf entende que é preciso ir além da pauta de importação e exportação.
“Existe uma relação muito grande entre os países, mas podemos fazer melhor, porque tem muitas empresas chinesas que poderiam atuar no Brasil, e vice-versa.”
Um segmento em que a Sete Partners está conseguindo avançar com negócios é a parte de construção e infraestrutura, em que as companhias brasileiras foram duramente atingidas pela crise econômica de 2015 e os escândalos de corrupção desvendados pela Operação Lava-Jato.
A Sete Partners está envolvida na intermediação de negócios assinados com empresas chinesas para este ano. Cinco grandes contratos já foram assinados na ordem de R$ 8 bilhões. Desse total, cerca de R$ 2 bilhões estão em execução avançada e outros R$ 6 bilhões previstos para começarem nos próximos meses.
Boa parte desses recursos vem da PowerChina (Power Construction Corporation of China), gigante do setor de construção, presente em 130 países, para quem a Sete Partners presta consultoria há dois anos para se estabelecer no Brasil e fechar parcerias com nomes locais.
Um desses acordos foi firmado em março do ano passado, com a OEC, braço de engenharia do grupo Novonor, para disputar novos projetos. A PowerChina também firmou uma parceria, em 2019, com a Mendes Júnior para atuar nas obras da Linha 2-Verde do Metrô de São Paulo.
A maior parte desse montante será gerada por acordos de EPC, ou ‘Engineering Procurement and Construction’. Tratam-se de contratos que incluem toda a parte de engenharia, gestão financeira, controle de compras, compra de equipamentos e construção de grandes obras como um todo.
A expectativa é que um pipeline adicional de R$ 20 bilhões vire contratos assinados em um prazo de dois anos. “Também estamos agregando um braço de soluções de equipamentos, para redução dos custos das obras, uma vez que estão faltando equipamentos novos para projetos de infraestrutura do Brasil”, diz Skaf. “Estamos olhando para várias soluções para o mercado de infraestrutura.”
Para Skaf, esses acordos são apenas o começo. Para facilitar o intercâmbio com a China, a Sete Partners abriu um escritório no país. Localizada em Xangai, a representação terá uma equipe dedicada para expandir os negócios da empresa.
Negócios
Como fazer uma alocação eficiente em imóveis (e os cuidados com a tributação)
Com a reforma tributária e um governo buscando mais arrecadação, os investidores em imóveis ficaram preocupados. O texto, aprovado na Câmara dos Deputados (e que vai agora para sanção presidencial) previu um redutor de 50% na alíquota para a incorporação imobiliária e de 70% para o segmento de locação.
A reforma também prevê que pessoas físicas que ganham mais de R$ 240 mil ao ano com aluguéis, vindo de três ou mais imóveis, terão de recolher a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) referentes à atividade. Até então, essa alíquota não existia. Mas os especialistas ainda esperam muitas discussões, pois a medida não é clara.
Apesar disso, os imóveis são considerados o tipo ativo seguro para gerações que passaram por um grande período inflacionário. Por isso, muitos procuram montar um portfólio que gere renda mensal e com potencial de valorização ao longo do tempo.
“A característica um pouco ilíquida do imóvel fez com que essas famílias pudessem fazer a transição de riqueza entre as gerações sem grande preocupação de essa riqueza se perder ao longo do tempo, mostrando-se uma proteção contra a inflação”, afirma Felipe Nobre, CEO da Jera Capital, em entrevista ao Wealth Point, programa do NeoFeed que tem o apoio do Banco Master.
A recomendação para quem tem um portfólio de imóveis é deixá-los dentro de uma estrutura jurídica. “Existem estruturas societárias que são mais eficientes do ponto de vista tributário. Uma coisa muito básica é que se você tiver imóvel na pessoa física você vai ter uma tributação maior na sua renda do que se esse imóvel estiver em uma pessoa jurídica”, diz Joaquim Azevedo, CEO da Sequóia Properties.
Enquanto a bolsa de valores cai, o real se desvaloriza e a inflação corrói os rendimentos, há muitas oportunidades no mercado imobiliário. Mas para quem quer montar um portfólio de imóveis é importante se ater na diversificação e não apenas em uma tese.
“Existem alguns segmentos que têm baixa correlação com o PIB ou com a renda, mais relacionados à mudança de comportamento do consumidor ou mudança de comportamento no longo prazo, como data centers, logística, imóveis de segunda moradia e fazendas. É importante estar atento a esse mix no portfólio”, afirma Nobre.
Para Azevedo, o investimento direto em imóveis tem vantagens em relação a instrumentos financeiros como fundos imobiliários por não ter uma oscilação grande do valor patrimonial dependendo do ciclo de juros e outros indicadores macroeconômicos. E por estar mais atrelado à demanda do mercado imobiliário, que é mais previsível de ser estimada.
“A oferta de imóveis é muito mais fácil de você ler, porque quando você começa a fazer um prédio, você sabe que daqui a três anos esse prédio vai estar chegando no mercado. Então, você consegue saber quanto que você vai ter, por exemplo, de área locável de escritório em São Paulo em 2026, 2025. É isso que o investidor deve ser atentar agora”, afirma o CEO da Sequóia Properties.
Negócios
O alcance global da Ambipar na liderança das soluções ambientais
Nos últimos anos, a busca por soluções ambientais se tornou um tema estratégico para todas as empresas. Alinhar-se às demandas ambientais não é mais opcional, mas essencial para que as companhias permaneçam competitivas e atendam às expectativas de investidores, consumidores e órgãos reguladores.
Nesse contexto, a Ambipar tem se destacado globalmente. Multinacional brasileira líder em soluções ambientais, a companhia ajuda empresas de diferentes setores a implementar ações práticas para redefinir a forma de cuidar do planeta, moldando estratégias a partir de medidas efetivas e inovadoras.
Com presença em 41 países e seis continentes, a Ambipar conta com mais de 23 mil colaboradores e mais de 500 bases operacionais. O foco é claro: oferecer soluções ambientais que abordem os desafios mais urgentes do planeta, incluindo descarbonização, economia circular, transição energética, prevenção e recuperação ambiental.
“Na Ambipar, acreditamos que a solução para os desafios ambientais passa pela integração entre inovação, colaboração e responsabilidade”, diz Fabrício Fonseca, CEO da Ambipar Environment, vertical que toca os projetos de economia circular e descarbonização do grupo. “Nosso trabalho é transformar resíduos em oportunidades que acelerem a descarbonização de nossos clientes e do planeta.”
O conceito de economia circular, um dos pilares de atuação da Ambipar, engloba medidas práticas para reduzir o desperdício ao reintegrar materiais ao ciclo produtivo. A Ambipar ajuda seus clientes a desenvolver soluções como a logística reversa, garantindo que resíduos sejam transformados em novos recursos e produtos.
Com presença em 41 países e seis continentes, a Ambipar conta com mais de 23 mil colaboradores e mais de 500 bases operacionais
Um exemplo é a planta de mineração urbana localizada em São José dos Campos (SP). Essa unidade, a maior da América Latina, processa até 80 mil toneladas de eletroeletrônicos por ano, separando e reaproveitando materiais como ferro, cobre e alumínio.
Ao fazer isso, a Ambipar auxilia os clientes não apenas a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mas também a diminuir a pressão sobre a exploração de recursos naturais.
Outro destaque é o Circular Pack, um selo pioneiro que certifica a logística reversa de embalagens pós-consumo. Trata-se de uma iniciativa que promove a reciclagem e fortalece a cadeia de valor – incluindo cooperativas de catadores –, garantindo que as empresas atendam à legislação vigente.
A Ambipar possui ampla gama de iniciativas que reforçam o conceito de soluções ambientais. Entre elas está a Circular, uma parceria com a Associação Nacional dos Catadores (Ancat), que visa estruturar cooperativas de reciclagem no Brasil, oferecendo capacitação e melhores condições de trabalho para os profissionais da reciclagem.
Outro exemplo é o projeto em parceria com a indústria química Dow, que busca aumentar a reciclagem de polietileno no Brasil. A meta é ampliar a capacidade de processamento de resíduos plásticos de 2 mil para 60 mil toneladas por ano até 2030. O esforço inclui a construção de novas instalações e a utilização de tecnologias avançadas para garantir maior eficiência na reciclagem.
No setor agrícola, a Ambipar desenvolve soluções como o uso de biocápsulas e drones para restauração de áreas degradadas. A tecnologia reduz custos e aumenta a produtividade, melhorando em até 60% a eficiência da semeadura nesse tipo de solo.
O grupo desenvolveu a plataforma Ambify, que permite que indivíduos e empresas calculem e compensem sua pegada de carbono de forma transparente e rastreável
Além disso, o grupo desenvolveu a plataforma Ambify, que permite que indivíduos e empresas calculem e compensem sua pegada de carbono de forma transparente e rastreável.
Para levar aos clientes o que há de mais inovador em soluções ambientais, a Ambipar investe fortemente em seu Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Dos laboratórios da empresa saíram produtos como o Ecosolo, um adubo orgânico produzido a partir de resíduos da indústria de papel e celulose, que ajuda a sequestrar carbono no solo. A empresa também desenvolveu o Sabonete Collagen, fabricado com colágeno, um resíduo da indústria farmacêutica transformado em cosméticos sustentáveis.
Outros exemplos incluem a Natural Cat, areia para gatos feita de erva-mate e celulose reciclada, e o Ecovaso, vasos biodegradáveis feitos a partir de lodo da indústria de celulose, que podem ser plantados diretamente no solo, promovendo maior retenção de umidade e decomposição natural.
A companhia também se destaca pelo modelo de Franquias Sociais, que profissionaliza cooperativas de reciclagem em parceria com empresas como a Klabin, gigante da indústria de embalagens e papel.
Em cidades como Telêmaco Borba, no Paraná, e em localidades no interior de São Paulo, essas iniciativas geraram impactos significativos, incluindo o aumento da renda de catadores e a ampliação da capacidade de reciclagem.
Em Telêmaco Borba, a cooperativa ReciclaTB viu a renda média dos cooperados saltar de R$ 1,2 mil para R$ 4 mil, graças à infraestrutura e capacitação oferecidas pela Ambipar.
“Transformar a vida das pessoas por meio da reciclagem é um dos nossos maiores orgulhos”, diz Fonseca. “O modelo de Franquia Social não só melhora a infraestrutura, mas promove dignidade, capacitação e gera impactos socioeconômicos relevantes.”
Diante de legislações cada vez mais rigorosas e de uma sociedade mais exigente, a Ambipar mostra que é possível alinhar propósito ambiental a rentabilidade.
“As soluções ambientais que oferecemos ajudam nossos clientes a atingir metas de ESG e a criar valor compartilhado”, diz Fonseca. “Estamos não apenas cuidando do planeta, mas também garantindo a perenidade dos negócios.”
Negócios
Reag compra Berkana e Hieron e reforça gestão de patrimônio
Depois de algumas aquisições em asset management, como a Quasar e a Empírica, a Reag Investimentosa, de João Carlos Mansur, acaba de anunciar duas aquisições em wealth management. São elas a Berkana Investimentos e a Hieron Patrimônio Familiar passam a fazer parte da Reag.
A Berkana é um multi-family office desde 2008 e hoje atua também com venture capital e no setor do agronegócio. A empresa está em São Paulo, mas possui atuação global.
Já a Hieron, liderada por Reinaldo Lacerda e Robert van Dijk, tem uma asset e um wealth management e sua matriz é em São Paulo. A companhia mantpem escritórios em Belo Horizonte e representantes em Londres, Genebra e Dubai.
“A Reag compartilha a preocupação com a segurança dos clientes, com a cultura de serviço, e rentabilidade. Estamos diante de um momento de crescimento e expansão, e juntos entregaremos benefícios reais e substanciais para nossos clientes”, afirmou Luiz Lima, fundador da Berkana, em nota.
“Vamos ampliar nossa atuação com produtos inovadores e estratégias sólidas, criando escala e soluções personalizadas que agreguem valor aos nossos clientes”, acrescentou Lacerda, da Heiron, também em nota.
Robert van Dijk assume como CEO da área de wealth e asset management da Reag. Com mais de 45 anos de experiência no mercado financeiro e de capitais, Van Dijk traz uma trajetória como CEO da Principal Financial Group do Brasil e foi diretor executivo em instituições como Banco Votorantim e Bradesco, onde criou e liderou a BRAM. No período entre 2016 e 2018 Robert atuou com destaque no cargo de presidente da Anbima.
Lideram também esse projeto da vertical de asset e wealth management executivos como Carlos Maggioli, cofundador da Quasar Asset Management; Dario Tanure, cofundador da Rapier Investimentos; Leonardo Calixto, cofundador da Empírica; Luiz Lima e Reinaldo Lacerda.
A Reag é um grupo financeiro que já soma mais de mais de R$ 200 bilhões sob gestão. E também possui áreas como serviços fiduciários, crédito, distribuição e assessoria financeira.
O apetite por aquisições da empresa vem ocorrendo em vários setores financeiros. No ano passado a empresa adquiriu a plataforma BizHub Ventures da Alvarez & Marsal (A&M), consultoria especializada em gestão de empresas, e entrou no segmento de venture capital com o lançamento da Reag Growth & Ventures.
Em 2022 e 2023, a empresa adquiriu as gestoras de patrimônio Rapier Investimentos e Quadrante Investimentos.
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