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Alper, da Warburg Pincus, faz sua maior aquisição de olho em expansão no agro

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Alper, da Warburg Pincus, faz sua maior aquisição de olho em expansão no agro
Tempo de Leitura:3 Minuto, 48 Segundo


De 1996 a 2023, o agronegócio foi o motor do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 15 anos. Tamanha força na atividade econômica justifica qualquer movimento em direção ao campo. E é esse o caminho escolhido pela Alper Consultoria e Corretora de Seguros.

A companhia, com cerca de R$ 3,5 bilhões em prêmios, anunciou nesta segunda-feira, 24 de junho, a compra da Fracel Corretora de Seguros, uma das maiores de Santa Catarina e especializada em seguros corporativos, com foco em clientes do agronegócio.

Pelo acordo, a Fracel pagará pouco mais de R$ 98,6 milhões, sendo R$ 41,85 milhões à vista e o restante em parcelas variáveis e condicionadas às metas de performance entre 2024 e 2028.

Essa é a maior aquisição da história da Alper, que, desde que foi fundada, em 2010, já fez mais de 60 M&As. Até então, a maior transação havia sido a da TRR, uma corretora focada no segmento de planos de saúde, que foi adquirida, no ano passado, por R$ 95,5 milhões

A Fracel é a quarta aquisição no segmento de agronegócio da Alper, em uma estratégia de expansão nesse mercado com o objetivo de ser um de seus principais players. Agora, cerca de 20% da receita da empresa passa a vir desse segmento.

“O agro continua sendo parte relevante da economia, representando 24% do PIB brasileiro, e sempre esteve presente em nossa estratégia de crescimento, mas desde 2020 a elegemos como nosso foco”, afirma Marcos Couto, CEO da Alper, ao NeoFeed.

A Fracel é especializada em seguros para as verticais da indústria do agronegócio, como fertilizantes e a cadeia produtiva animal. Sua aquisição permite a Alper atuar em toda a demanda do agro, apoiando na colocação dos mais diversos riscos em lavoura, equipamentos, avicultura, suinocultura, frigoríficos, usinas sucroalcooleiras, entre outras especificidades do segmento.

No início de junho, a Alper já tinha anunciado a aquisição da Togni Consultores Associados e Corretora de Seguros, em um movimento para crescer no estado de Minas Gerais.

A expansão via M&A sempre esteve na estratégia da Alper, tendo feito mais de 65 aquisições na sua história. Na época do seu IPO, em 2010, a companhia era formada pela união de 27 corretoras. Nos quatro anos seguintes, foram feitas mais 25 aquisições. A companhia chegou a valer R$ 2 bilhões.

A pausa na expansão inorgânica veio entre 2015 e 2017, um período voltado para consolidação das plataformas e o desinvestimento de alguns negócios.

Couto, que assumiu no fim de 2017, deu início a um processo de aceleração do crescimento orgânico, mudança de posicionamento estratégico e criação da nova marca – a Alper substituiu a BR Insurance.

Mesmo com toda a reorganização promovida pela nova gestão, foram adquiridas 19 empresas nos últimos sete anos.

Com valor de mercado de R$ 880 milhões, a Alper é controlada pela gestora de private equity Warburg Pincus, que em novembro do ano passado avaliou a empresa em R$ 850 milhões e ofereceu aos controladores R$ 43,5 por ação – o papel negocia, hoje, em torno de R$ 43.

Após a concretização do negócio, a Warburg Pincus detém quase 75% de participação na Alper. O segundo maior acionista é o fundo Axxon, e depois os executivos Marcos Couto e André Martins. O restante está em livre circulação.

A oferta pública de aquisição (OPA) foi liquidada em 5 de janeiro deste ano. Em 11 de abril, com o quórum de dois terços das ações sob o controle da gestora de private equity, a Alper pediu o cancelamento de registro de companhia aberta.

Após o fechamento da empresa ao mercado, a ideia é acelerar as aquisições. A Warbus Pincus apostou na empresa exatamente por acreditar na sua estratégia de consolidação desse mercado segurador, com mais de 100 mil empresas, das quais cerca de 70% são individuais, os chamados “pastinhas”.

“Esse é um mercado muito pulverizado, pois não tem barreira de entrada. Mas com tempo fica difícil competir com os maiores que vão ganhando escala. Nosso target de aquisição são corretoras especializadas que faturam ao menos R$ 8 milhões por ano. Com isso, temos cerca de 500 mapeadas”, afirma Couto.

O mercado de seguros ainda é subpenetrado no Brasil, e representa ainda cerca de 3% do PIB. Couto acredita que pode-se chegar a 6%, já que a média em países desenvolvidos é de 8%. “Esse é um mercado resiliente, que cresce em média 10% ao ano, mas que ainda tem muito para crescer. E queremos estar na liderança disso.”



Fonte: Neofeed

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Números Falam #31 – Junior Durski, CEO do Madero, e Ariel Szwarc, CFO do Madero

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Madero podcast números falam

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XP se une a três executivos ex-Santander e reforça ligação com o agronegócio

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agronegócio dinheiro
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O agronegócio não tem importância apenas para o PIB brasileiro. Entre os clientes ligados ao agro atendidos pelas assessorias de investimento da XP, 25% são empresas com mais de R$ 100 milhões de faturamento.

Se o agro ajudou a XP a ganhar market share no investment banking, estruturando dívidas como CRAs e CRIs para o setor enquanto os grandes bancos consideravam o segmento pequeno e difícil, chegou o momento de olhar com mais cuidado para o wealth management. E a estratégia para agregar tudo isso é o B2B.

E surgiu uma oportunidade para a XP ampliar a sua rede de assessoria de investimentos focada no agronegócio com três ex-executivos do Santander. Eles lançaram a Sogima, assessoria de investimentos que nasce totalmente dedicada aos clientes do agronegócio, e plugada à XP.

“Eu realmente me surpreendi: XP no agro? Mas fomos conversando e percebi que há uma grande estrutura e ao mesmo tempo uma grande oportunidade de crescimento na rede”, afirma Ricardo França, sócio fundador da Sogima, ao NeoFeed.

França, que era superintendente regional de agronegócios do Santander, foi convencido por dois colegas de trabalho no banco, David Mailler Bocalon e Clemilson Franco, a empreender.

Neste início, eles estão movimentando a própria carteira de relacionamento e deram início a conversas com cerca de 90 potenciais clientes. A sede da Sogima será na capital paulista, mas os sócios planejam abrir escritórios no interior – embora ainda não tenham um destino definido.

Nos próximos meses, eles saem em busca de contratações de assessores que conhecem o agro para ajudar na meta de chegar a R$ 1 bilhão de captação em dois anos.

Para a XP, que criou mesas específicas de atendimento, como as de hedge cambial e commodities, para o cliente agro para o seu B2B, o diferencial está nas soluções customizadas para esse público, que não encontra o que procura nas grandes instituições financeiras.

“Já temos a Nexgen muito forte em Goiânia, e a Rio Negro em Campo Grande e agora temos a Sogima atuando mais no interior do Sudeste. E assim a gente ocupa bem esse tabuleiro”, afirma Bruno Ballista, sócio e head de assessoria e relacionamento com o cliente XP.

ricardo frança sogima
Ricardo França, sócio-fundador da Sogima

Atualmente, os clientes agro dos escritórios parceiros da XP estão localizados principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás e Paraná. E as principais soluções demandadas são commodities, operações compromissadas, renda variável, câmbio e produtos estruturados.

A Sogima nasce atendendo clientes pessoas jurídica e física ao mesmo tempo, e tendo como estratégia explorar o crédito colateralizado para ajudar produtores a se financiarem.

Na visão de França, o agronegócio cada vez mais procura o mercado de capitais, já que as linhas subsidiadas pelo governo são limitadas a R$ 3 milhões por CPF ou CNPJ, o que só atende ao micro produtor rural.

“Os muito pequenos têm acesso a linhas do governo, como tem que ser. E os grandes têm acesso ao mercado de capitais com grandes bancos. Há um vácuo para os players médios, e achamos que há uma grande oportunidade aí”, diz ele.

A crise do agronegócio, que registrou um boom de recuperações judiciais neste ano, não preocupa o sócio-fundador da Sogima. Ele vê um ciclo natural desse mercado, que apenas não era notado pelo setor financeiro antes porque não havia ninguém lá. E com a atenção conquistada nos últimos anos, muitos aventureiros entraram nesse mercado.

“O agronegócio é cíclico. Mas o que aconteceu este ano não foi uma quebra de safra, foi muito aventureiro que alavancou e deu problema. Os produtores mais maduros já passaram por isso e estão preparados para fases ruins”, afirma França.





Fonte: Neofeed

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O preço da morosidade: governo desiste de construir hidrelétrica de R$ 2,5 bilhões em Mato Grosso

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trecho do rio da UHE Castanheira
Tempo de Leitura:4 Minuto, 21 Segundo


BRASÍLIA – Depois de 13 anos de tentativas para licenciar a construção da usina hidrelétrica Castanheira, projeto de R$ 2,5 bilhões que seria construído na região nordeste do Mato Grosso, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) resolveu desistir do plano.

O NeoFeed obteve detalhes do caso, que teve seu desfecho final na sexta-feira, 13 de dezembro. A EPE, órgão que é vinculado ao Ministério de Minas e Energia, pediu o cancelamento formal de registro da usina, sob argumento de que a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) do Mato Grosso teria imposto uma série de dificuldades para licenciar a obra ao longo dos últimos anos.

Segundo a EPE, a secretaria ambiental agendou e cancelou, em dois momentos, as audiências públicas que seriam realizadas para discussão do projeto, além de não ter emitido um parecer técnico sobre o empreendimento.

Paralelamente, a construção da hidrelétrica na região norte do Mato Grosso, próximo ao Estado do Amazonas, também sofreu um revés com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Depois de uma série de audiências e visitas a terras indígena da região, a Funai havia dado sinal verde para o projeto em 2022. Em 2023, porém, a nova diretoria da fundação suspendeu o ato anterior e colocou todo o processo em suspenso.

Ao formalizar a desistência do processo para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a EPE relatou dezenas de encontros e pedidos sobre a usina realizados desde 2011, quando obteve autorização para elaboração dos estudos de viabilidade técnico-econômica do projeto.

Nos últimos 13 anos, conforme cálculos apresentados, a estatal diz que foram gastos mais de R$ 15,4 milhões de dinheiro público para estudar a hidrelétrica, envolvendo a mobilização de centenas de pessoas, contratações de terceiros e levantamento de dados técnicos. Tudo isso, agora, será inutilizado.

Prevista para ser erguida no rio Arinos, um dos principais afluentes no Juruena, a hidrelétrica Castanheira tinha capacidade projetada de 140 megawatts de energia, potência capaz de atender ao consumo elétrico de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o suficiente para atender o consumo residencial de capitais como Recife (PE) ou Porto Alegre (RS).

A usina previa a construção de um reservatório de 94,7 km², nos municípios de Juara e Novo Horizonte do Norte, em Mato Grosso. De acordo com os dados técnicos, a hidrelétrica não interferia diretamente em unidades de conservação ambiental, terras indígenas ou áreas urbanas dos municípios.

“Fica evidente a complexidade de temas tratados no âmbito do licenciamento ambiental da hidrelétrica Castanheira, assim como a diversidade de interlocutores envolvidos no processo”, diz a EPE. “Por mais de uma década a EPE empenhou esforços em diálogos com os órgãos envolvidos no licenciamento.”

Em fevereiro de 2024, a Sema sinalizou que faria o arquivamento do licenciamento da usina, por causa da “inércia do interessado”. Em abril, a EPE apresentou contrapontos e pediu que a secretaria revisasse sua posição. Paralelamente, o órgão federal acionou a Casa Civil do Estado do Mato Grosso, para reforçar o interesse na obra e reclamar da “impossibilidade de debate sobre o projeto e a ausência de oportunidade de pactuar os compromissos”.

Trecho no mapa onde a usina hidrelétrica seria construída

Localização da usina na região norte do Mato Grosso, próximo ao Estado do Amazonas

Em resposta, a Casa Civil encaminhou uma manifestação da Sema, que manteve o indeferimento por “não atendimento das solicitações de estudos complementares”. Segundo a EPE, a secretaria ambiental não apresentou justificativas sobre os pontos elencados pela autarquia federal.

Sobre os estudos indígenas, a EPE afirma que ocorreram visitas a várias aldeias da região, em maio de 2022, para os povos Rikbaktsa, Kayabi, Apiaká e Munduruku. “As reuniões contaram com a participação das comunidades e principais lideranças indígenas, de profissionais da empresa de consultoria responsável pelos estudos, representantes da Funai (Sede e Regional) e da EPE”, afirma.

A Funai aprovou o Estudo de Componente Indígenas e considerou que a oitiva foi realizada com êxito. No entanto, em março de 2024, a EPE diz que “foi surpreendida”, quando “a Funai informou a revisão dos seus posicionamentos expressos em julho de 2022, sem que fossem apresentados fatos novos ou justificativa técnica para motivar tal mudança de entendimento”.

Com a desistência, a EPE afirmou que os estudos de engenharia realizados, incluindo levantamentos de campo, investigações geológicas, além das informações socioambientais e de sondagens manuais e mecânicas, estão armazenados na autarquia, mas que o material deverá ser doado ou descartado após o cancelamento do processo.

“A EPE se compromete a disponibilizar os estudos até então realizados para que a sociedade possa ter conhecimento dos dados apurados e eventualmente possam utilizá-los futuramente”, afirmou a autarquia à Aneel. “Por todos os motivos elencados não há justificativa para a EPE continuar conduzindo o processo deste projeto.”

A decisão do governo federal de colocar a obtenção da licença prévia ambiental de projetos hidrelétricos sob responsabilidade da EPE se deve, justamente, à sensibilidade do tema, principalmente quando se trata do bioma Amazônia.

Ao entrar diretamente no processo de licenciamento, o governo federal quer mostrar aos investidores que o projeto é viável e seguro. Logo, o empreendimento pode ir à leilão, porque já tem uma chancela que sinaliza a sua viabilidade. Foi tudo o que não ocorreu neste caso.



Fonte: Neofeed

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