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Escassez de mão de obra é o novo normal nos países desenvolvidos

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Tempo de Leitura:4 Minuto, 48 Segundo


Um estudo recente divulgado pelo McKinsey Global Institute traz revelações surpreendentes sobre o mercado de trabalho nas nações desenvolvidas, que deverão impactar a economia mundial nos próximos anos.

Uma delas é que a escassez de mão de obra – fenômeno que se consolidou no Primeiro Mundo desde o fim da pandemia. Na verdade teve início em 2010 e ainda deverá permanecer inalterada por longo prazo, acompanhando a redução demográfica das nações ricas.

A outra revelação, igualmente preocupante, é que sem mudança desse quadro no médio prazo, as empresas terão de descobrir como gerar o mesmo resultado com menos trabalhadores – um grande risco para o crescimento econômico de países mais avançados, como os Estados Unidos, se novas tecnologias como a inteligência artificial (IA) generativa não funcionarem.

Os dados levantados pelo estudo do instituto da McKinsey, intitulado “Procura-se ajuda: mapeando o desafio dos mercados de trabalho restritos na economia avançada”, ajudam a entender as grandes modificações no mercado de trabalho após a recuperação da crise financeira global de 2008.

O estudo abrange levantamento feito, no total, em 30 economias na Ásia, Europa e América do Norte, com foco especial nas oito maiores: Austrália, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

“O excedente de desempregados ou de candidatos a emprego diminuiu para mínimos históricos em toda a economia global a partir de 2010”, aponta o relatório. “Esta é uma mudança profunda. Significa que todas as suposições feitas pelas empresas – de que poderiam crescer com relativa facilidade contratando pessoas – estão sendo desafiadas.”

A tendência de aperto começou após a crise financeira de 2008, quando as vagas de emprego foram reduzidas. A recuperação foi lenta: os mercados de trabalho nessas 30 economias levaram em média 8,2 anos para atingir o grau de aperto que tinham antes da crise.

A McKinsey adverte para um efeito colateral dessa tendência: mercado de trabalho apertado significa perda de produção econômica. De acordo o estudo, o PIB em 2023 poderia ter sido de 0,5% a 1,5% maior nas economias avançadas se os empregadores fossem capazes de preencher suas vagas de emprego excedentes.

Por outro lado, as empresas e as economias precisarão aumentar a produtividade e encontrar novas maneiras de expandir a força de trabalho. Caso contrário, eles terão dificuldades para superar – ou mesmo igualar – o crescimento econômico relativamente fraco da última década.

O estudo adverte que mercados de trabalho apertados significam que os trabalhadores podem exigir salários mais elevados, especialmente em setores como os cuidados de saúde, construção, lazer e hotelaria, onde a escassez é mais aguda.

“De certa forma, isto acaba por forçar as empresas a concentrarem-se na produtividade para sustentar custos salariais mais elevados”, afirma o relatório. “Se a produção ou o valor acrescentado por trabalhador aumentar, é possível sustentar esse salário mais elevado sem sentir o aperto.”

O estudo indica alguns caminhos para empresas adotarem. Um deles é concentrar esforços na qualificação e requalificação, incluindo a atração de talentos de grupos não convencionais, oferta de trabalho mais flexível e mobilidade interna.

Outro é priorizar investimento em IA e em automação que complementam e substituem mão de obra para reduzir a queda de produtividade.

A McKinsey afirma que a adoção da IA poderá criar um novo tipo de escassez: o trabalho rotineiro será transformado em mercadoria mais rapidamente, enquanto a procura pelo trabalho cognitivo criativo aumentará — e as competências terão de ser ajustadas.

O próprio estudo questiona se esse salto pode ocorrer. “Cabe aos empregadores e ao sistema educacional fazer com que isso aconteça – esse é realmente o grande desafio daqui para frente.”

Cenário nos EUA

Os EUA servem de exemplo para esse novo normal do mercado de trabalho apertado. De acordo com o relatório, o número de empregos abertos por trabalhador disponível nos EUA aumentou mais de sete vezes entre 2010 e 2023.

O mercado de trabalho dos EUA afrouxou um pouco desde 2022, graças à diminuição da procura e à entrada de imigrantes no mercado de trabalho. Mas, mesmo assim, a taxa de desemprego é de 4%, inferior à de qualquer mês no país entre dezembro de 2000 e 2017. No total, há cerca de 2,6 milhões de vagas não preenchidas nos EUA.

Esse novo normal, no entanto, está gerando distorções na economia americana. Embora o índice de desemprego ainda seja relativamente baixo, o mercado de trabalho também dá mostras de estagnação no país.

Cargos administrativos ou com altos salários não estão prontamente disponíveis como logo após a pandemia, numa indicação de que muitos americanos estão desistindo da ideia de trocar de emprego rapidamente.

Outra pesquisa recente, com gerentes de contratação, feita pelo Resume Builder, descobriu que três em cada 10 empresas têm listas de empregos falsas ativas, ou seja, anunciam dispor de vagas que na verdade jamais serão preenchidas – algo surpreendente até para os padrões atuais.

Muitas empresas justificam essa iniciativa como uma forma de ajudar seus funcionários. Isso porque publicar propostas de empregos pode passar a impressão de que a empresa está crescendo e sinalizar aos funcionários esgotados que a ajuda está a caminho.

Outro fenômeno recente dá uma ideia da complexidade deste mercado. Uma pesquisa do Gallup constatou que o envolvimento dos americanos no trabalho atingiu o nível mais baixo em 11 anos.

Segundo a pesquisa, em fevereiro, apenas 30% dos trabalhadores dos EUA relataram estar totalmente engajados com seus empregos. O verdadeiro problema do trabalho, de acordo com a pesquisa, não é o salário ou os benefícios, mas a falta de propósito.

Os americanos sentem cada vez mais que os seus empregos não têm sentido e a sua insatisfação torna-os mais propensos a pedir demissão. O sentimento é especialmente prevalente entre os millenials (nascidos entre 1982 e 1994) e a Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010).



Fonte: Neofeed

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Assaí pisa no freio em expansão para reduzir alavancagem

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Assaí pisa no freio em expansão para reduzir alavancagem
Tempo de Leitura:2 Minuto, 16 Segundo


Segunda maior rede de atacarejo do País, o Assaí revisou parte de suas projeções para 2025 e 2026 em fato relevante divulgado na quinta-feira, 17 de outubro, além de incluir novas estimativas para o biênio.

Um dos destaques desse novo pacote é justamente um dos itens que têm sido um mantra do grupo já há alguns trimestres: a redução da alavancagem. A meta da operação é chegar ao fim de 2025 com esse indicador no patamar de 2,6 vezes a relação dívida líquida sobre Ebitda.

Como referência, o Assaí encerrou o segundo trimestre de 2024 com uma alavancagem de 3,65 vezes, uma redução de 0,6 vez contra o índice de 4,25 vezes registrado em igual período de 2023. Entre abril e junho, a dívida líquida da rede foi de R$ 12,3 bilhões, contra R$ 8,3 bilhões, um ano antes.

No fato relevante de hoje, a empresa ressaltou que o nível de alavancagem estimado para o fim de 2025 se apoia no crescimento esperado do Ebitda, assim como na redução da dívida líquida, fruto da revisão da expansão e do plano de investimentos, também anunciadas nessa data.

Segundo o Assaí, essas atualizações levaram em conta principalmente as recentes altas da taxa Selic e as mudanças nas expectativas da curva de juros para os próximos anos, “influenciando diretamente” o custo de carregamento da dívida líquida da operação.

Com o foco da redução da alavancagem em mente, a rede decidiu adiar a abertura de alguns projetos de novas lojas. A projeção atualizada aponta para a inauguração de 10 unidades em 2025, contra o guidance anterior de 20 lojas.

Já para 2026, o grupo informou que espera retomar o patamar de expansão de 20 unidades por ano que vinha cumprindo antes de engatar, a partir do fim de 2021, numa onda de 64 conversões de hipermercados Extra.

Como parte dessas atualizações, o Assaí projeta agora um investimento na visão caixa entre R$ 1 bilhão e R$ 1,2 bilhão para 2025. Desse total, um montante entre R$ 650 milhões e R$ 750 milhões será reservado para a abertura de lojas.

A rede também vai destinar entre R$ 250 milhões e R$ 300 milhões à manutenção e novos serviços como açougues e padarias no parque de lojas já em operação. Uma parcela restante entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões será investida em infraestrutura, novos sistemas de TI e projetos de inovação.

A ação ASAI3, do Assaí, fechou o pregão de quinta-feira, 17 de outubro, em queda de 0,84%, cotadas a R$ 7,06. Os papéis acumulam uma desvalorização de 47,8% no ano. A empresa está avaliada em R$ 9,5 bilhões.



Fonte: Neofeed

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BC europeu baixa os juros (boa notícia). Risco agora é a deflação (péssima notícia)

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BC europeu baixa os juros (boa notícia). Risco agora é a deflação (péssima notícia)
Tempo de Leitura:3 Minuto, 56 Segundo


A União Europeia não consegue se livrar dos pesadelos econômicos nem diante de boas notícias. O Banco Central Europeu (BCE) anunciou na quinta-feira, 17 de outubro, mais um corte de juros – o terceiro em sequência –, levando a taxa anual para 3,25%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, comemorou o anúncio, afirmando que o processo desinflacionário estava “no caminho certo” e que todos os dados desde a reunião anterior da autoridade monetária, no mês passado, “estavam indo na mesma direção – para baixo”.

O drama é justamente esse – não são apenas os juros que estão em queda. A inflação, também em declínio, fechou setembro com índice de 1,7% ao ano – abaixo da meta estipulada pelo BCE, de 2%.

O que seria comemorado com fogos em outros países (como o Brasil) viraram motivos de preocupação, pois a fraca inflação na zona do euro, aliada ao baixo crescimento do PIB do bloco no segundo trimestre, de 0,2%, levantaram preocupações de que o BCE possa estar diante do risco de uma deflação.

Essa possibilidade é real, uma vez que uma deflação – resultado de oferta maior que a demanda e de menos dinheiro em circulação, condições criadas por atividade econômica fraca por longo período – pode desencadear um ciclo descendente que se autoalimenta, à medida que os consumidores adiam compras, ao mesmo tempo que a diminuição do rendimento torna mais difícil o pagamento de dívidas.

As últimas previsões dos especialistas do BCE indicaram que a inflação anual atingirá o seu objetivo de 2% no quarto trimestre de 2025 e permanecerá bem acima desse nível durante os primeiros nove meses do ano.

Mas os próprios técnicos do BCE estavam preocupados com o fato de que a previsão, publicada em setembro, poder ter sido demasiado otimista. Para o BCE, superar a deflação pode ser muito mais difícil do que controlar a inflação.

A perspectiva de um período de aumentos de preços reduzidos representa uma reviravolta acentuada face aos recentes níveis históricos de inflação elevada, que forçaram o BCE a aumentar as taxas de juro para um nível recorde de 4%, em setembro de 2023.

Economistas advertem que o aumento inflacionário na zona do euro, entre 2021 e 2023, foi temporário, impulsionado por preços mais elevados da energia e estrangulamentos na cadeia de abastecimento, em vez de um aumento fundamental na procura.

Há críticas no sentido de que o BCE aumentou demasiado as taxas de juros, prejudicando uma economia que já era atingida pela baixa produtividade, pelo investimento morno e pelo envelhecimento da população.

Na semana passada, Sebastian Dullien, diretor de pesquisa do Instituto de Política Macroeconômica, com sede em Düsseldorf (Alemanha), disse que o crescimento fraco e a queda acentuada da inflação sugerem que o BCE estava “agindo muito lentamente no ajuste das taxas mais uma vez”.

Segundo ele, a análise do banco central sobre os impulsionadores da inflação foi “defeituosa”. “A política monetária excessivamente restritiva exacerbou algumas das questões estruturais”, advertiu Dullien.

Outros na mira

Não é apenas o bloco europeu que está às voltas com o risco de deflação. A inflação no Reino Unido caiu mais do que o esperado, para o mínimo de três anos, 1,7% em setembro, também abaixo da meta, o que levou a libra a cair.

Da mesma forma que no bloco europeu, investidores a aumentarem as apostas em novos cortes nas taxas por parte do Banco de Inglaterra (BoE), o BC britânico. O risco de deflação, porém, é menor no país, pois a inflação de serviços segue alta, em 4,9%.

A China, com produção econômica fraca desde a pandemia, também tem lutado para evitar a deflação. Há duas semanas, o governo chines anunciou um amplo pacote– incluindo injeções de liquidez de US$ 250 bilhões, flexibilização das taxas hipotecárias e grandes cortes nas taxas de juro e de reservas bancárias obrigatórias, esta para abrir linhas de crédito – para estimular o consumo.

Mesmo assim, Stephen Roach, economista da Universidade Yale, advertiu na ocasião que o pacote é insuficiente e que a China corre o risco de entrar num processo deflacionário devido ao crônico problema do estouro da bolha imobiliária, que desde 2021 gerou perdas de US$ 18 trilhões em riqueza das famílias chinesas, inibindo o consumo.

Roach atribuiu a hesitação do governo chinês em abrir o cofre para estimular o consumo como reflexo do impacto gerado pelo crescimento da dívida pública – hoje sob índice estratosférico de 283% em relação ao PIB, três vezes superior ao da década passada.

“O governo chinês precisa gastar com as pessoas para reanimar a procura interna; sem ela, o país caminha para a deflação, enquanto o seu enorme mercado imobiliário está sobrecarregado com habitações não vendidas e grandes pilhas de dívidas”, disse Roach.



Fonte: Neofeed

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“Nunca aposte contra a Apple”: Warren Buffett deixou de ganhar mais US$ 23 bilhões

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Com status de lenda e conhecido por seu olhar apurado para os investimentos, Warren Buffett tem chamado mais atenção nos últimos meses pelas vendas em série de ações do Bank of America (BofA) e da Apple realizadas por sua gestora, a Berkshire Hathaway.

E até mesmo Buffett, considerado o Oráculo de Omaha por suas tacadas certeiras, não consegue acertar tudo. Uma de suas frases mais famosas, “never bet againts America” (nunca aposte contra os EUA), poderia ser parafraseada por “nunca aposte contra a Apple”.

Um cálculo do Business Insider conclui que a Berkshire Hathaway pode ter deixado de ganhar mais US$ 23 bilhões ao reduzir em 55% sua participação detida na Apple no primeiro semestre de 2024, mesmo com os papéis da companhia sendo negociados em patamares recordes.

O cálculo para chegar a esse número envolveu a diferença entre a cotação atual do papel da Apple e o preço médio ponderado contabilizado pela gestora na venda de 505,9 milhões de ações da companhia na primeira metade do ano, de cerca de US$ 186,15 por ação.

Em outra conta, a reportagem destaca que a Berkshire Hathaway iniciou 2024 com 905,6 milhões de ações da Apple, avaliadas em US$ 174 bilhões na época. Hoje, essa posição estaria avaliada em cerca de US$ 210 bilhões. A fatia atual da gestora, porém, vale US$ 84 bilhões.

O portal faz a ressalva, porém, de que é impossível saber exatamente a que preço a Berkshire Hathaway vendeu os papéis e que, por isso, se baseou no preço médio das ações no primeiro e no segundo trimestre.

Ao ressaltar que o resultado não significa necessariamente um passo em falso, o Business Insider observa que Buffett e seus pares começaram a construir a posição na Apple no primeiro trimestre de 2016, quando a empresa já ostentava o status de a mais valiosa do mundo.

As compras iniciais de ações da companhia pela gestora na época foram feitas com um preço médio estimado de compra de US$ 39,59 por ação. Desde então, os papéis da Apple acumulam uma valorização de 485%.

Os papéis da Apple fecharam o pregão desta quinta-feira, 17 de outubro, cotados a US$ 232,15 e com uma ligeira alta de 0,16%. As ações registram uma valorização de 20,6% em 2024 e a empresa está avaliada em US$ 3,5 trilhões.



Fonte: Neofeed

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