Negócios
KaBuM!, do Magazine Luiza, prepara entrada no B2B e se aproxima dos R$ 5 bilhões de faturamento
Sobrinho-neto de Luiza Trajano, Julio Cesar Trajano iniciou sua carreira na década de 1990, aos 14 anos, em uma das lojas do Magazine Luiza. De lá para cá, não foram poucas as suas funções no extenso balcão de negócios da rede. Entre elas, o comando das operações da Época Cosméticos e da Netshoes.
Desde março de 2023, o executivo, hoje com 45 anos, está à frente do KaBuM!, e-commerce de tecnologia e games comprado em julho de 2021, por R$ 3,5 bilhões, na maior aquisição da história da varejista.
O valor desembolsado dá uma medida do que está em jogo nessa operação, cujo faturamento está próximo de R$ 5 bilhões. E na busca por superar essa marca, Trajano prepara um projeto para desbloquear uma nova fase de crescimento do KaBuM!: a estruturação de um braço de ofertas B2B.
“A oportunidade é gigantesca”, diz Trajano, CEO do KaBuM!, ao NeoFeed. “Eu me espelho muito na Dell, que faz isso muito bem, mas limitado às máquinas deles. No meu caso, pode ser da Dell, da Asus ou de qualquer outra marca. E não apenas computadores.”
Ele observa que o KaBuM! já atende alguns clientes corporativos, como o Itaú Unibanco. E que o número de CNPJs em sua carteira vêm crescendo organicamente, o que motivou a companhia a estruturar, de fato, uma divisão voltada a esse segmento.
A ambição é atender todos os portes de clientes. Mas o maior foco estará em micro e pequenas empresas, além de profissionais que precisam de máquinas robustas e assistência técnica 24 horas, como aqueles que trabalham, por exemplo, com produção de música ou games.
“Muitas dessas empresas compram seus computadores em sites, sem nenhum auxílio”, afirma Trajano. “Vamos entender a parte de crédito, tributária e fiscal, e começar com um time pequeno, de cinco pessoas.”
A previsão é lançar a oferta no primeiro trimestre de 2025. No momento, o KaBuM! busca um executivo para tocar a unidade, que irá operar sob a estrutura de Fábio Gabaldo, diretor de marketplace e canais do e-commerce.
Já disponível para os consumidores, uma das opções que será incluída nesse portfólio é a possibilidade de as empresas montarem seus computadores. Essa oferta tem o auxílio de recursos de inteligência artificial, que sugerem os componentes de acordo com as necessidades e o orçamento do cliente.
A IA é, inclusive, outro fator por trás do projeto do B2B. “As empresas vão demandar máquinas e componentes mais parrudos”, diz Trajano. “Já vimos isso acontecer aqui antes, com a explosão do bitcoin.”
O menu não estará restrito, porém, a computadores, placas, processadores, monitores e gabinetes. Ele vai incluir impressoras e outros periféricos, como mouses e fones, até mesas e cadeiras.
Os planos de expansão também não se limitam ao B2B. Em abril, a empresa inaugurou seu primeiro canal físico, no modelo store in store, na loja do Magazine Luiza da Marginal Tietê, em São Paulo.
Há outras duas unidades no forno, nesse mesmo formato, previstas para 2025, ambas em São Paulo. A primeira, no Shopping Aricanduva, e, a segunda, na Avenida Paulista, na antiga loja da Livraria Cultura no Conjunto Nacional, que abrigará agora algumas marcas do Magazine Luiza.
“Não há, por enquanto, nenhum outro projeto em vista, mas temos 1,3 mil lojas do Magalu para operar e regiões como o Nordeste e o Sul inteiras para explorar”, diz o CEO. “O store in store tem se mostrado muito assertivo. Nós trazemos mais fluxo para as lojas da rede e, ao mesmo tempo, diluímos despesas.”
No balanço da varejista, o KaBuM! já contribui com um tíquete médio de R$ 1.250 e uma base de 8 milhões de clientes cadastrados, dos quais, 3 milhões são ativos. Na época da aquisição, esses números eram, respectivamente, de cerca de R$ 3,4 bilhões e 3 milhões de clientes cadastrados.
Black Friday
Enquanto amplia suas fronteiras para encorpar ainda mais esses indicadores, no curto prazo, o KaBuM! se prepara para a Black Friday, que acontece nesta semana e é uma das principais datas no calendário da operação, representando, em média, cerca de 25% das suas vendas anuais.
Nessa edição, a empresa está investindo R$ 30 milhões em mídia, um crescimento de mais de 30% sobre 2023. A cifra não inclui a contratação de mais de 260 profissionais e de uma infraestrutura adicional de tecnologia para suportar o crescimento do tráfego e dos pedidos no período.
Com descontos na faixa de 20% a 25%, o KaBuM! antecipou a formação dos estoques, o que permitiu driblar a alta dos juros e a variação cambial. Nessa ponta, a empresa traz ainda uma novidade em relação à última Black Friday, na trilha de uma estratégia mais ampla, não restrita à data.
Desde o fim de 2023, o e-commerce retirou mais de 80 mil SKUs do seu mix, reduzindo esse sortimento para o volume atual de 125 mil produtos e concentrando-se em seu core de tecnologia e games. TVs, celulares, air-fryers e secadores de cabelo foram alguns dos itens que saíram desse catálogo.
“Não éramos grandes para os fornecedores nessas categorias e acabávamos perdendo o foco”, diz Trajano. “Antes ser muito forte com menos produtos do que ser médio ou pequeno com muitos. E, claramente, tenho mais rentabilidade, além do nosso mercado ser menos competitivo.”
A empresa projeta um crescimento de 13% nas vendas da Black Friday desse ano na comparação com a última edição, mesmo com o mix mais enxuto para a edição desse ano.
Negócios
Como fazer uma alocação eficiente em imóveis (e os cuidados com a tributação)
Com a reforma tributária e um governo buscando mais arrecadação, os investidores em imóveis ficaram preocupados. O texto, aprovado na Câmara dos Deputados (e que vai agora para sanção presidencial) previu um redutor de 50% na alíquota para a incorporação imobiliária e de 70% para o segmento de locação.
A reforma também prevê que pessoas físicas que ganham mais de R$ 240 mil ao ano com aluguéis, vindo de três ou mais imóveis, terão de recolher a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) referentes à atividade. Até então, essa alíquota não existia. Mas os especialistas ainda esperam muitas discussões, pois a medida não é clara.
Apesar disso, os imóveis são considerados o tipo ativo seguro para gerações que passaram por um grande período inflacionário. Por isso, muitos procuram montar um portfólio que gere renda mensal e com potencial de valorização ao longo do tempo.
“A característica um pouco ilíquida do imóvel fez com que essas famílias pudessem fazer a transição de riqueza entre as gerações sem grande preocupação de essa riqueza se perder ao longo do tempo, mostrando-se uma proteção contra a inflação”, afirma Felipe Nobre, CEO da Jera Capital, em entrevista ao Wealth Point, programa do NeoFeed que tem o apoio do Banco Master.
A recomendação para quem tem um portfólio de imóveis é deixá-los dentro de uma estrutura jurídica. “Existem estruturas societárias que são mais eficientes do ponto de vista tributário. Uma coisa muito básica é que se você tiver imóvel na pessoa física você vai ter uma tributação maior na sua renda do que se esse imóvel estiver em uma pessoa jurídica”, diz Joaquim Azevedo, CEO da Sequóia Properties.
Enquanto a bolsa de valores cai, o real se desvaloriza e a inflação corrói os rendimentos, há muitas oportunidades no mercado imobiliário. Mas para quem quer montar um portfólio de imóveis é importante se ater na diversificação e não apenas em uma tese.
“Existem alguns segmentos que têm baixa correlação com o PIB ou com a renda, mais relacionados à mudança de comportamento do consumidor ou mudança de comportamento no longo prazo, como data centers, logística, imóveis de segunda moradia e fazendas. É importante estar atento a esse mix no portfólio”, afirma Nobre.
Para Azevedo, o investimento direto em imóveis tem vantagens em relação a instrumentos financeiros como fundos imobiliários por não ter uma oscilação grande do valor patrimonial dependendo do ciclo de juros e outros indicadores macroeconômicos. E por estar mais atrelado à demanda do mercado imobiliário, que é mais previsível de ser estimada.
“A oferta de imóveis é muito mais fácil de você ler, porque quando você começa a fazer um prédio, você sabe que daqui a três anos esse prédio vai estar chegando no mercado. Então, você consegue saber quanto que você vai ter, por exemplo, de área locável de escritório em São Paulo em 2026, 2025. É isso que o investidor deve ser atentar agora”, afirma o CEO da Sequóia Properties.
Negócios
O alcance global da Ambipar na liderança das soluções ambientais
Nos últimos anos, a busca por soluções ambientais se tornou um tema estratégico para todas as empresas. Alinhar-se às demandas ambientais não é mais opcional, mas essencial para que as companhias permaneçam competitivas e atendam às expectativas de investidores, consumidores e órgãos reguladores.
Nesse contexto, a Ambipar tem se destacado globalmente. Multinacional brasileira líder em soluções ambientais, a companhia ajuda empresas de diferentes setores a implementar ações práticas para redefinir a forma de cuidar do planeta, moldando estratégias a partir de medidas efetivas e inovadoras.
Com presença em 41 países e seis continentes, a Ambipar conta com mais de 23 mil colaboradores e mais de 500 bases operacionais. O foco é claro: oferecer soluções ambientais que abordem os desafios mais urgentes do planeta, incluindo descarbonização, economia circular, transição energética, prevenção e recuperação ambiental.
“Na Ambipar, acreditamos que a solução para os desafios ambientais passa pela integração entre inovação, colaboração e responsabilidade”, diz Fabrício Fonseca, CEO da Ambipar Environment, vertical que toca os projetos de economia circular e descarbonização do grupo. “Nosso trabalho é transformar resíduos em oportunidades que acelerem a descarbonização de nossos clientes e do planeta.”
O conceito de economia circular, um dos pilares de atuação da Ambipar, engloba medidas práticas para reduzir o desperdício ao reintegrar materiais ao ciclo produtivo. A Ambipar ajuda seus clientes a desenvolver soluções como a logística reversa, garantindo que resíduos sejam transformados em novos recursos e produtos.
Com presença em 41 países e seis continentes, a Ambipar conta com mais de 23 mil colaboradores e mais de 500 bases operacionais
Um exemplo é a planta de mineração urbana localizada em São José dos Campos (SP). Essa unidade, a maior da América Latina, processa até 80 mil toneladas de eletroeletrônicos por ano, separando e reaproveitando materiais como ferro, cobre e alumínio.
Ao fazer isso, a Ambipar auxilia os clientes não apenas a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, mas também a diminuir a pressão sobre a exploração de recursos naturais.
Outro destaque é o Circular Pack, um selo pioneiro que certifica a logística reversa de embalagens pós-consumo. Trata-se de uma iniciativa que promove a reciclagem e fortalece a cadeia de valor – incluindo cooperativas de catadores –, garantindo que as empresas atendam à legislação vigente.
A Ambipar possui ampla gama de iniciativas que reforçam o conceito de soluções ambientais. Entre elas está a Circular, uma parceria com a Associação Nacional dos Catadores (Ancat), que visa estruturar cooperativas de reciclagem no Brasil, oferecendo capacitação e melhores condições de trabalho para os profissionais da reciclagem.
Outro exemplo é o projeto em parceria com a indústria química Dow, que busca aumentar a reciclagem de polietileno no Brasil. A meta é ampliar a capacidade de processamento de resíduos plásticos de 2 mil para 60 mil toneladas por ano até 2030. O esforço inclui a construção de novas instalações e a utilização de tecnologias avançadas para garantir maior eficiência na reciclagem.
No setor agrícola, a Ambipar desenvolve soluções como o uso de biocápsulas e drones para restauração de áreas degradadas. A tecnologia reduz custos e aumenta a produtividade, melhorando em até 60% a eficiência da semeadura nesse tipo de solo.
O grupo desenvolveu a plataforma Ambify, que permite que indivíduos e empresas calculem e compensem sua pegada de carbono de forma transparente e rastreável
Além disso, o grupo desenvolveu a plataforma Ambify, que permite que indivíduos e empresas calculem e compensem sua pegada de carbono de forma transparente e rastreável.
Para levar aos clientes o que há de mais inovador em soluções ambientais, a Ambipar investe fortemente em seu Departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.
Dos laboratórios da empresa saíram produtos como o Ecosolo, um adubo orgânico produzido a partir de resíduos da indústria de papel e celulose, que ajuda a sequestrar carbono no solo. A empresa também desenvolveu o Sabonete Collagen, fabricado com colágeno, um resíduo da indústria farmacêutica transformado em cosméticos sustentáveis.
Outros exemplos incluem a Natural Cat, areia para gatos feita de erva-mate e celulose reciclada, e o Ecovaso, vasos biodegradáveis feitos a partir de lodo da indústria de celulose, que podem ser plantados diretamente no solo, promovendo maior retenção de umidade e decomposição natural.
A companhia também se destaca pelo modelo de Franquias Sociais, que profissionaliza cooperativas de reciclagem em parceria com empresas como a Klabin, gigante da indústria de embalagens e papel.
Em cidades como Telêmaco Borba, no Paraná, e em localidades no interior de São Paulo, essas iniciativas geraram impactos significativos, incluindo o aumento da renda de catadores e a ampliação da capacidade de reciclagem.
Em Telêmaco Borba, a cooperativa ReciclaTB viu a renda média dos cooperados saltar de R$ 1,2 mil para R$ 4 mil, graças à infraestrutura e capacitação oferecidas pela Ambipar.
“Transformar a vida das pessoas por meio da reciclagem é um dos nossos maiores orgulhos”, diz Fonseca. “O modelo de Franquia Social não só melhora a infraestrutura, mas promove dignidade, capacitação e gera impactos socioeconômicos relevantes.”
Diante de legislações cada vez mais rigorosas e de uma sociedade mais exigente, a Ambipar mostra que é possível alinhar propósito ambiental a rentabilidade.
“As soluções ambientais que oferecemos ajudam nossos clientes a atingir metas de ESG e a criar valor compartilhado”, diz Fonseca. “Estamos não apenas cuidando do planeta, mas também garantindo a perenidade dos negócios.”
Negócios
Reag compra Berkana e Hieron e reforça gestão de patrimônio
Depois de algumas aquisições em asset management, como a Quasar e a Empírica, a Reag Investimentosa, de João Carlos Mansur, acaba de anunciar duas aquisições em wealth management. São elas a Berkana Investimentos e a Hieron Patrimônio Familiar passam a fazer parte da Reag.
A Berkana é um multi-family office desde 2008 e hoje atua também com venture capital e no setor do agronegócio. A empresa está em São Paulo, mas possui atuação global.
Já a Hieron, liderada por Reinaldo Lacerda e Robert van Dijk, tem uma asset e um wealth management e sua matriz é em São Paulo. A companhia mantpem escritórios em Belo Horizonte e representantes em Londres, Genebra e Dubai.
“A Reag compartilha a preocupação com a segurança dos clientes, com a cultura de serviço, e rentabilidade. Estamos diante de um momento de crescimento e expansão, e juntos entregaremos benefícios reais e substanciais para nossos clientes”, afirmou Luiz Lima, fundador da Berkana, em nota.
“Vamos ampliar nossa atuação com produtos inovadores e estratégias sólidas, criando escala e soluções personalizadas que agreguem valor aos nossos clientes”, acrescentou Lacerda, da Heiron, também em nota.
Robert van Dijk assume como CEO da área de wealth e asset management da Reag. Com mais de 45 anos de experiência no mercado financeiro e de capitais, Van Dijk traz uma trajetória como CEO da Principal Financial Group do Brasil e foi diretor executivo em instituições como Banco Votorantim e Bradesco, onde criou e liderou a BRAM. No período entre 2016 e 2018 Robert atuou com destaque no cargo de presidente da Anbima.
Lideram também esse projeto da vertical de asset e wealth management executivos como Carlos Maggioli, cofundador da Quasar Asset Management; Dario Tanure, cofundador da Rapier Investimentos; Leonardo Calixto, cofundador da Empírica; Luiz Lima e Reinaldo Lacerda.
A Reag é um grupo financeiro que já soma mais de mais de R$ 200 bilhões sob gestão. E também possui áreas como serviços fiduciários, crédito, distribuição e assessoria financeira.
O apetite por aquisições da empresa vem ocorrendo em vários setores financeiros. No ano passado a empresa adquiriu a plataforma BizHub Ventures da Alvarez & Marsal (A&M), consultoria especializada em gestão de empresas, e entrou no segmento de venture capital com o lançamento da Reag Growth & Ventures.
Em 2022 e 2023, a empresa adquiriu as gestoras de patrimônio Rapier Investimentos e Quadrante Investimentos.
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