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Sonho antigo da medicina, IA indica o melhor tratamento para pacientes com câncer

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Sonho antigo da medicina, IA indica o melhor tratamento para pacientes com câncer
Tempo de Leitura:3 Minuto, 3 Segundo


Todos os dias, os oncologistas se veem às voltas com a desafiadora decisão de escolher qual é o melhor caminho a seguir no tratamento de seus pacientes. Frequentemente, doentes, com um mesmo perfil e vítimas de um mesmo tipo de tumor, respondem de maneira completamente diferente a um mesmo medicamento.

Prever como o paciente reagirá a uma determinada intervenção é um dos maiores desafios da oncologia. Pois bem, a healthtech Valar Labs desenvolveu uma plataforma de inteligência artificial (IA) capaz de ajudar os médicos nessa tomada de decisão.

Batizada Vesta, a ferramenta, por enquanto, está programada para fazer o rastreamento do câncer de bexiga.

Globalmente, entre todas as neoplasias, a doença é a quarta mais comum entre os homens e o oitava, entre as mulheres. No Brasil, para o triênio 2023-2025, são esperados 11.370 novos casos, por ano — e 4.595 mortes. Quando a doença é diagnosticada em fases iniciais, as chances de cura são altas.

Mas, mesmo nessas situações, um grupo de pacientes não responde à abordagem padrão, a imunoterapia com BCG. Determinar quais deles não são candidatos ao tratamento os poupa dos efeitos colaterais (em geral, severos) e economiza um tempo precioso com uma terapêutica que, mais adiante, se mostraria ineficaz.

Na oncologia, quanto mais precoce é o diagnóstico e mais preciso é o tratamento, maior é a probabilidade de cura, sem grandes prejuízos da qualidade de vida do doente.

Fundada em 2021, em Palo Alto, na Califórnia, por Anirudh Joshi, Damir Vrabac, Pranav Rajpurkar e Viswesh Krishna, a healthtech acaba de levantar US$ 22 milhões, em uma rodada série A, liderada pelos fundos DCVC e 16Z, com a participação das gestoras PearVC e Andreessen Horowitz.

Com o cheque mais recente, o total arrecadado sobe para US$ 26 milhões, segundo a consultoria Crunchbase. O dinheiro será usado para expandir o portfólio da Valar Labs para outros tipos de câncer. Estudos sobre a aplicação da IA em pacientes com tumores pancreáticos já estão em andamento.

Mil pacientes, de quatro continentes

A IA Vesta foi testada em mil pacientes, em quatro continentes. Os resultados dos estudos científicos foram publicados na revista especializada The Journal of Urology, da Associação Americana de Urologia — a aceitação do artigo é um indicativo da qualidade e seriedade dos estudos.

Damir Vrabac (COO), Anirudh Joshi (CEO) e Viswesh Krishna (CTO) fundaram a healthtech em 2021, na Califórnia (Crédito: reprodução valarlabs.com)

Essa é uma amostra de um tecido da bexiga de um paciente com câncer, conforme a imagem é analisada pela IA Vesta (Crédito: reprodução valarlabs.com)

O sistema da Valar Labs funciona em duas etapas. Na primeira, um modelo de visão computacional, treinada em milhares de imagens histológicas de pacientes com câncer, analisa em minúcias o tecido doente.

Os patologistas humanos, em geral, por meio de comparações com células sadias, conseguem identificar que há algo de errado com as cancerosas. Mas frequentemente têm dificuldade para medir as diferenças entre elas.

Mais precisão

Na segunda fase, a IA indica se o paciente se beneficiará ou não da imunoterapia com BCG.

A precisão, segundo os especialistas, é muito maior do que as métricas usadas atualmente, como a avaliação dos fatores de risco, a cistoscopia (exame endoscópico da bexiga) e a biópsia.

Nos estudos da Valar Labs, a Vesta consegue identificar os doentes com o triplo de risco de não responder à imunoterapia com BCG.

Apesar do sucesso da IA, o sistema não substitui a decisão do médico — pelo menos, por enquanto, nenhuma tecnologia é capaz assumir o lugar dos profissionais humanos. A Vesta, porém, acena com a possibilidade de tratamentos cada vez mais personalizados; um sonho antigo da medicina



Fonte: Neofeed

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A vida sem o Chrome: Google pode ser forçado a vender navegador de internet

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A vida sem o Chrome: Google pode ser forçado a vender navegador de internet
Tempo de Leitura:2 Minuto, 36 Segundo


O Departamento de Justiça dos EUA declarou que o Google pode ser obrigado a vender seu navegador Chrome como parte do processo judicial para corrigir o monopólio do mercado de buscas online.

Para as autoridades, a venda do Chrome serviria para “interromper permanentemente o controle do Google sobre esse ponto crítico de acesso às buscas e permitir que motores de busca concorrentes tenham acesso ao navegador, que para muitos usuários é uma porta de entrada para a internet”, de acordo com o documento judicial.

Na visão dos advogados do governo dos EUA, a concorrência só pode ser restaurada se o Google separar seu mecanismo de busca dos produtos que desenvolveu para acessar a internet, como o Chrome e o sistema operacional Android. Atualmente, o Chrome controla cerca de dois terços do mercado global de navegadores, de acordo com o site Statcounter.

No processo, a Justiça dos EUA também solicitou que o Google seja impedido de oferecer acesso preferencial ao seu mecanismo de busca em dispositivos que utilizam o sistema operacional Android. De acordo com o documento, caso o gigante de tecnologia não siga essa regra, ele pode ser obrigado também a vender o sistema operacional.

O Android é o sistema mais utilizado por smartphones em todo o mundo e abrange aparelhos de fabricantes como Samsung e Motorola, além dos próprios dispositivos Pixel do Google.

“A solução deve permitir e encorajar o desenvolvimento de um ecossistema de busca desimpedido que induza a entrada, a concorrência e a inovação, à medida que rivais disputam consumidores e anunciantes”, escreveu o Departamento de Justiça em conjunto com de duas dezenas de estados autores da ação.

Além de atingir as operações já existentes da companhia, o Departamento de Justiça tem o objetivo de afetar os negócios futuros do Google, pensando no seu desenvolvimento no mercado de inteligência artificial.

As autoridades do governo dos EUA querem que o tribunal obrigue o Google a permitir que editores de sites optem por não ter seus dados usados para treinar os modelos de IA da empresa. Como alternativa, a gigante de buscas teria que pagar aos editores pelo uso de seus dados.

Kent Walker, presidente de assuntos globais do Google, descreveu a solução sugerida pela Justiça como uma “proposta extremamente abrangente, que prejudicaria os americanos e a liderança tecnológica global dos EUA”, afirmou ao The Wall Street Journal. Ele disse ainda que o Google apresentará sua própria proposta ao tribunal em dezembro.

Cerca de metade das buscas feitas na internet nos Estados Unidos passa por produtos em que o Google pagou para se tornar o padrão, incluindo telefones com sistema Android, dispositivos Apple e navegadores como o Firefox, de acordo com o juiz distrital dos EUA Amit Mehta.

Além disso, outros 20% passam por navegadores Chrome baixados pelos próprios usuários, que têm o Google como mecanismo de busca padrão.

Esse domínio é responsável por grande parte da receita da Alphabet, controladora do maior buscador do mundo. Em 2023, os anúncios que aparecem ao lado dos resultados de busca representaram 57% dos US$ 307 bilhões em receita da companhia como um todo.



Fonte: Neofeed

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Martín Escobari, da General Atlantic: “Esta é a melhor janela para investir em 15 anos”

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Martín Escobari, da General Atlantic: “Esta é a melhor janela para investir em 15 anos”
Tempo de Leitura:12 Minuto, 51 Segundo


Nova York – A indústria de private equity vive uma crise com os retornos nos seus menores patamares em anos e com os fundos alongando investimentos devido a um mercado de IPO praticamente inexistente. Mas um dos maiores líderes mundiais desse business está otimista.

“Esta é a melhor janela para investir em 15 anos”, diz Martin Escobari, co-presidente da General Atlantic, que recebeu jornalistas de quatro veículos na sede da empresa em Nova York, entre eles o NeoFeed.

Escobari, que comanda uma gestora com US$ 87 bilhões sob gestão, deve investir entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões neste ano, o dobro do que investiu em 2022 e só inferior ao 2020/2021, anos da pandemia, em que o excesso de liquidez fez todo mundo bater recordes.

O motivo? Os valuations das empresas estão uma “pechincha” com falta de capital no mercado ao mesmo tempo em que uma das piores secas já vistas de IPO está passando, indicando que investimentos feitos agora podem gerar múltiplos gordos.

O investidor está otimista também com a Índia, que ganhou o status de a “bola da vez”. Mas não com o Brasil. “Tem muita alegria no Brasil. Mas saiu do radar dos investidores, do mundo do capital. Ninguém quer saber. Hoje a preocupação é a saúde fiscal. Juro alto, dívida alta e imposto alto não é uma boa combinação. A solução é cortar custos. Mas isso não é fácil politicamente”, disse ele.

Mesmo assim, Escobari diz que a General Atlantic está olhando para potenciais investimentos no Brasil. E seus segmentos favoritos são educação, saúde e energia renovável.

Nesta entrevista, que você confere abaixo, Escobari fala ainda do impacto da vitória de Donald Trump, do boom da inteligência artificial e das Sete Magníficas. Confira os principais trechos da entrevista:

Como o mercado americano está vendo a eleição de Donald Trump?
Há dois lados, mas a visão do mercado geral é positiva ao Trump. Há otimismo no empresariado e no investidor. Primeiro por desregular, ele deve liberar muitas amarras de muitas indústrias. Segundo, espera-se maior abertura para fusões e aquisições. Estava tudo travado e teve uma queda de M&A por muitos anos pela postura muito anticonsolidação do governo Biden. E a expectativa de queda de juros mais acentuada ajuda. E isso justifica o otimismo.

Os mais precavidos estão assustados com a agenda protecionista. É agressivo você querer taxar todo mundo e também é provável que terá uma contrataxação. E isso deve gerar incerteza e retração da globalização, que, em geral, não é bom para o mundo nem para os EUA. O que será? Não sei.

E o que isso significa para a indústria de private equity?
Para o mundo de private equity espera-se que se abra o mercado de IPO nos EUA que esteve fechado três anos e meio. A última vez que fechou tanto tempo foi em 2000 e ficou 18 meses, muito menos. Teve algumas aberturas pontuais e insignificantes por agora. Mas não é uma “rota IPO market”. Estamos há muito tempo sem um mercado pujante. Tem 3 mil companhias na fila, US$ 800 bilhões de estoque querendo sair. Vai abrir no ano que vem, sem dúvida. Aí vai começar a ter saída para private equity, vai ter mais estratégico querendo comprar e vai ter mais liquidez voltando para os fundos. E isso facilita o fundraising. Espera-se um reaquecimento do private equity catalisado pela volta do mercado de IPO.

“Para o mundo de private equity espera-se que se abra o mercado de IPO nos EUA que esteve fechado três anos e meio”

Por que o mercado de IPO fechou?
Ressaca. Saiu muita empresa mal preparada e um dia todo mundo acorda e vê que não faz sentido e vem a sangria. Aí demora a ter um corajoso ou que não lembra dos prejuízos para arriscar de novo.

Quantas empresas do portfólio da General Atlantic devem fazer IPO na abertura da janela?
Com o mercado abrindo voltaremos a média de 10 a 15 IPOs por ano. Quais são, eu não sei.

Você está otimista com os investimentos? Por quê?
Achamos um bom momento para investir. Estamos investindo entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões este ano. É duas vezes o que gastamos em 2022. Só teve um ano que gastamos mais, foi em 2020/2021, não sei exatamente, foi na pandemia. E estamos otimistas porque o preço está muito bom. Estamos pagando pouco por ótimas empresas, que crescem 40%, 50% ao ano a preços razoáveis.

Essa é a melhor janela para se investir dos últimos 15 anos. Isso eu acredito de coração. O grau de ressaca do mercado fechado por tanto tempo leva a isso. Para empresas que a gente gosta, que são as tech, high growth e profitable, estamos vendo oportunidades bem interessantes. E estamos bem otimistas de como vai performar essa carteira que estamos montando.

Tem sido difícil captar no mercado. Como conseguiram esse dinheiro, é antigo?
Sim, tem sido mais difícil, mas nós sempre captamos alguma coisa, e sempre tem um caixa guardado para boas oportunidades. Não somos muito dependentes disso, temos investidores com fluxos recorrentes pelo mundo.

Onde estão investindo?
Metade nos EUA, 25% empresas globais baseada na Europa e 25% em emergentes. Não mudou muito do que sempre fizemos, mas o que tem caído é China. Índia é o que estamos mais animados. Estamos lá há 23 anos, eu vou todo ano lá e finalmente as coisas começaram a acontecer. São muitas coisas positivas. Tem a consolidação do mercado de telecom, com 70% dos indianos usando wireless, eles têm um Pix deles e 70% deles já usam. Dá para comprar em qualquer barraquinha com o Pix deles. O governo tem feito mudanças estruturais, tirou moeda do mercado e simplificou impostos. E o mercado está muito saudável com muito IPO, fundraising. Está sendo um momento muito legal. É a bola da vez mesmo. Tem lá um capitalismo pujante para inovação.

E qual a perspectiva para a China?
Tem os problemas dela com ela. E o governo ainda tem muita ferramenta para lidar com deflação e isso não é um problema grave, porque eles podem estimular a economia como o Ocidente fez. O que é difícil de visualizar é a incerteza da relação China com Estados Unidos. Esperamos que se estabilize e que fique clara. Mas agora não está. Na incerteza, preferimos esperar.

E o Brasil? Está na mira da General Atlantic?
O que é Brasil? (Risos). Brincadeiras à parte. Eu sou o maior propagandista do Brasil no mundo. Eu falo com os investidores que o nosso melhor retorno tem vindo de Brasil há uns 15 anos. Graças a XP, Hotmart, Gympass. Tem muita alegria no Brasil. Mas saiu do radar dos investidores, do mundo do capital. Ninguém quer saber. Hoje a preocupação é a saúde fiscal. Juro alto, dívida alta e imposto alto não é uma boa combinação. A solução é cortar custos. Mas isso não é fácil politicamente.

Acho que a tendencia é melhorar. Mas nos últimos três anos não se fala do Brasil. Se fala da Índia, do México, mas não do Brasil. E dá para ver no fluxo do capital estrangeiro na bolsa. Não tem nada, e não tem em private equity também.

“Tem muita alegria no Brasil. Mas saiu do radar dos investidores, do mundo do capital. Ninguém quer saber”

Acha que dá para mudar?
A microeconomia está espetacular. A gente investiu na QI Tech, Livemode, e está indo superbem. A XP vai bem. O problema é de fluxo de capital para a região. Dá para virar o jogo. Mas tem que fazer alguns movimentos mostrando disciplina fiscal.

O problema é que o lucro das empresas cresce, mas vale muito pouco. O lucro das empresas americanas vale 25x, os das brasileiras 8x. Ai perguntam? O Brasil está caro ou barato? Não sei. Resolve aí a sua casa. O seu bairro está estranho, está perigoso… Enquanto isso, o mercado americano está indo muito bem. O mercado vê muito risco em perder tempo em analisar se o Brasil vai sair do buraco.

Então, vocês estão descrentes com o Brasil?
Nós temos residência permanente lá, diferente de muitos gringos. Então, até gostamos. Compramos tudo baratinho. Mas não pode demorar tanto tempo o período de vacas magras que aí cansa. Mas eu acho que vai melhorar um pouco ano que vem. Mas depende dos gastos no governo.

Então, para uma empresa que está indo bem no Brasil pode ser uma solução tentar um IPO nos EUA e sair desse risco país e tentar pegar fluxo de capital?
Com certeza. Mas eu acho que quando se abre capital tem que ter no mínimo um free float de US$ 1 bilhão. Fazer IPO de empresa pequena só deu na minha carreira nos anos 2000 e em 2021. Não é natural. Tem que ter uma musculatura. Tem que ter previsibilidade para ter sucesso. Mas eu diria que tem uma coisa importante. Quando o mercado de IPO americano abre forte, o mercado redescobre o Brasil. Vocês vão ver que 18 meses depois do mercado abrir vai ter um monte de gringo “descobrindo” que tem 700 milhões de consumidores na América Latina e ficando entusiasmado. É sempre assim cíclico, o mesmo roteiro. Pode demorar um pouco mais, mas vai ser isso.

“Quando o mercado de IPO americano abre forte, o mercado redescobre o Brasil. Vocês vão ver que 18 meses depois do mercado abrir vai ter um monte de gringo “descobrindo” que tem 700 milhões de consumidores na América Latina”

Mas você está olhando coisas no Brasil agora? Qual é o seu foco de investimento?
Sim, estamos olhando. Nunca paramos. Eu acho que teve muita fintech. E agora começa a ter algum edtech. Educação é um grande tema. Somos muito felizes em ser sócios da Arco, um case maravilhoso. Saúde também é uma área que precisa de mais atenção. O sistema de saúde precisa de inovação.

O agronegócio, potência local, te interessa? E você vê o Brasil como futura potência da economia verde?
O Brasil é uma potência global de agricultura e tem sido um setor que se sofisticou muito. Mas a gente não olha essa área porque uma grande dificuldade é a ciclicidade. Já fiz o erro de achar que o fornecedor para a indústria agro é menos cíclico, mas não é. O retorno é difícil.

Agora tecnologias para redução de carbono, greentech, é uma tendência gigantesca. Lançamos um fundo específico para isso e temos investido em muita coisa. 90% do PIB do mundo assinou o compromisso net zero. E a quantia de dinheiro necessária para chegar a isso é na ordem de US$ 6 trilhões ao ano em investimento. Tem muita coisa para fazer e o Brasil tem muito potencial para ser referência. Já é líder em PCAH, energia hidro, solar de vento. Ainda é subdesenvolvido no crédito de carbono, pode virar um mercado mais sólido. Temos olhado coisas em climate tech Brasil. Gosto bastante do setor.

Um dos investimentos mais importantes da GA no Brasil foi a XP. Como você vê esse investimento neste momento?
A história com a XP tem 12 anos. Hoje é uma empresa financeira diversificada e que ajudou a criar cultura de investimentos no Brasil muito positiva. Os bancos atendiam muito mal o cliente. Nos EUA, quando investimos na E-trade, os bancos tinham 90% do mercado e 10 anos depois passaram a ter 10%. No Brasil, quando a gente investiu os bancos tinham 99% do mercado e hoje tem 80%. A XP multiplicou por 100 o seu tamanho e acredito que ainda há muito espaço para as plataformas abertas crescerem.

O momento da XP agora é melhorar a qualidade no atendimento, a inteligência na alocação de carteiras e ganhar a centralidade do cliente, tendo uma conta bancária melhor que os bancões. Tem que ter mais que uma boa plataforma de investimento, tem que ter uma plataforma bancária e ser mais importante na vida dos seus clientes. E isso está acontecendo. Ela fez investimentos grandes para ser mais completa. Mas está agora apanhando com o mundo do juro alto. Mas quando começar a melhorar, a XP nada de braçada. Quando o mercado for mais benigno e as pessoas quiserem tomar mais risco, a XP tem muita vantagem. Estou aguardando esse momento.

No Brasil também estamos sem IPO e muito se diz que não se consegue desenvolver o mercado de ações. Temos aproximadamente só 450 empresas listadas. Qual seria o motivo?
Não é tão pouco, mas precisa de liquidez. Faltam os gringos, que geralmente agitam o mercado e não têm agora. A gente errou fazendo muito IPO de empresa pequena, EUA também errou. Mas isso se autocorrige. A bolsa funciona bem, a CVM funciona bem, o Novo Mercado funciona muito bem. Tem um ecossistema de venture capital/private equity. As bases para um mercado saudável estão lá. Antes não tinha nada, agora tem tudo. Mas está em um momento ruim. O problema não é quantidade. Eu prefiro 100 empresas boas e líquidas. Na verdade com 20 dessas se faz um carnaval. Aqui nos EUA, 80% do mercado estão em sete empresas.

Qual é a sua opinião sobre as sete magníficas? Faz sentido elas concentrarem todo o mercado americano?
Essas listas se renovam. Nos anos 1980 era Cisco, IBM, Compaq… Só uma era das sete e ainda é: Microsoft. O Bill Gates, esse é o cara. Está sempre lá. Agora ainda acertou na OpenAI. Mas, então, o Google era inderrubável. E agora o governo quer separar eles. Além disso, o ChatGPT está mudando a dinâmica de research. Hoje, eu faço busca no ChatGPT, não no Google. É tudo muito dinâmico. A história mostra que essa lista se renova a cada 10/15 anos.

Você acha que os IPOs voltam com o tema de inteligência artificial?
Não. Está tendo uma minibolha em inteligência artificial. Em 30 anos de investimento em tech, essa é a 3º grande onda: teve a internet, a cloud e agora a IA. Essa deve ser a tecnologia mais transformadora que irá afetar a maior parte do PIB. É realmente uma ferramenta muito potente. A gente tem mais de 200 empresas no portfólio e todas usam IA. E, como fundo, é nossa responsabilidade ajudar a implementar as melhores práticas. E está se começando a ser usado na tomada de decisões. Se dá ou não crédito, se faz ou não algum investimento. O potencial é realmente grande.

Mas a quantia de investimento de private equity nisso foi enorme. A maior parte dos investimentos foi em infraestrutura, mas também teve em software e outras coisas. O mercado estava muito aquecido, mas com valuations esticados demais. Empresas de venture capital com valuations de private equity. Desconectado da realidade, mas já começou a corrigir um pouco. Nesse semestre, fizemos os três primeiros investimentos em empresas de software que usam IA para fazer softwares inteligentes. Essas empresas vão demorar a fazer IPO, são coisas embrionárias.

Vocês investiram em algo de IA que deu certo?
Nada significativo, pois achamos que estava tudo caro. Investimos em uma empresa turca, uma americana fundada por um chileno e em uma americana fundada por um israelense. Eu não quero dizer que não dá para ganhar dinheiro com IA. Tem gente que vai perder dinheiro e tem gente que ganha muito dinheiro. Tem de tudo. Quem investiu cedo na OpenAI está muito bem, mas quem investiu com valuation de US$ 150 bilhões, vamos ver…





Fonte: Neofeed

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Bemobi compra instituição de pagamento de olho em novos recursos do PIX

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Bemobi compra instituição de pagamento de olho em novos recursos do PIX
Tempo de Leitura:3 Minuto, 47 Segundo


O negócio de soluções de pagamento da Bemobi vem ganhando espaço no mix de receita da companhia. A empresa de tecnologia está de olho nas evoluções do PIX programadas para 2025 e, para isso, anuncia nesta quinta-feira, 21 de novembro, a aquisição de uma licença para atuar como Iniciador de Transações de Pagamento (ITP).

A transação não é muito usual no mercado. Em vez de adquirir o controle total de uma empresa, a Bemobi está comprando a parte de uma fintech com a licença de instituição de pagamento junto ao Banco Central (BC). O motivo? Ganhar tempo.

“É uma decisão tática para o nosso negócio. Comprar alguém com licença nos dá a vantagem do tempo, mesmo com a necessidade de o BC aprovar”, diz Pedro Ripper, CEO da Bemobi, ao NeoFeed, que estima um ganho de oito meses com a aquisição.

Ripper explica que entre 2020 e 2021 várias fintechs pegaram todas as licenças possíveis no BC projetando o open finance. Não havia clareza sobre o que seria essa abertura de dados financeiros. Mas o excesso de capital de fundos de venture capital permitia a muitas dessas fintechs fazer esse movimento.

Agora, com a racionalização do capital, há um ônus para as fintechs que obtiveram muitas licenças. O primeiro é a necessidade de prestar contas à autoridade monetária. E a segunda é a obrigação de capital que fica depositada, um “dinheiro parado” que faz diferença no momento atual.

Para “tirar esse peso” da fintech, Ripper está pagando um prêmio (não revelado, mas pequeno, segundo ele) para assumir essa licença e depositando entre R$ 5 milhões e R$ 8 milhões para ter as licenças ITP e de emissão de moeda eletrônica.

No fim do terceiro trimestre deste ano, a Bemobi tinha R$ 571 milhões em caixa. E, além do retorno ao acionista, a companhia informou que estaria de olho em M&As.

“Esse é um negócio para a nossa jornada de pagamentos recorrentes com o PIX. Se for bem feita, é uma nova dinâmica na jornada de cobranças recorrentes de concessionárias, escolas, saúde entre outros”, diz o CEO da Bemobi, que atende nove das 15 maiores empresas de serviços recorrentes essenciais do País.

A empresa de tecnologia está de olho, particularmente, em duas novas funções do PIX que estão programadas para entrar em operação em fevereiro e junho de 2025.

pedro ripper bemobi
Pedro Ripper, CEO da Bemobi

Em meados do primeiro trimestre, o Banco Central quer colocar para funcionar o PIX por biometria, que é primo-irmão do pagamento por aproximação, feito com cartões de crédito e débito.

A ideia é associar uma conta PIX na wallet do celular e permitir que o pagamento, até certo valor autorizado pelo usuário, possa ser feito sem a necessidade de leitura de um QR Code ou de copiar e colar uma chave-PIX.

“Há muita perda de conversão no PIX. E esse PIX por biometria tende a ser uma experiência tão boa como o cartão, sem fricção”, diz Ripper.

Como o usuário vai definir o limite desse PIX na sua wallet, não será necessário abrir o app do banco para finalizar a transação. E é aí que a Bemobi entra com a licença ITP: ela presta o serviço de iniciação de transação de pagamento sem gerenciar a conta de pagamento e nem deter o dinheiro transferido.

No meio do ano de 2025, o PIX Automático vem como uma solução mais barata que a emissão de um boleto ou de um débito em conta corrente. Porém, contas recorrentes não têm um valor fixo que permita esse “saque” da conta corrente do cliente.

Contas de telecom e de energia elétrica, por exemplo, que têm variações mensais e precisarão de um limite máximo que o cliente aceita pagar. Por exemplo, se a conta de luz fica entre R$ 100 e R$ 150 no mês, o consumidor pode aceitar um valor de até R$ 200.

Caso essas novas funcionalidades do PIX sejam bem-sucedidas, é provável que as novas jornadas de pagamentos pulem etapas. E provoquem uma mudança grande de comportamento: o cliente não terá de acessar o app do banco para fazer a autorizações.

“É um negócio que acelera a morte do boleto, com ganho para o cliente final. Além de ser mais inclusivo porque uma concessionária não precisa fazer convênio com cada banco para aceitar o débito automático”, diz Ripper.

A ação BMOB3 está em alta de 5,6% na B3 em 2024. O valor de mercado da companhia é de R$ 1,2 bilhão.





Fonte: Neofeed

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